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Trabalho de Anatomia Palpatória - tendinite de aquiles

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Amanda Baldon Pereira
Anna Ventura
Eduarda Andrade
Luis Otávio Pires
Maria Eduarda Bravo
Mário Alves Trindade Neto
Pedro Henrique dos Santos Silva
RELAÇÃO DE DOENÇAS E PALPAÇÃO: Tendinite de Aquiles
Belo Horizonte
2021
INTRODUÇÃO
A tendinite é um processo inflamatório, que configura-se como uma situação aguda, ou seja,
tal condição apresenta dor e sintomas de maneira intensa em um curto período de tempo,
sendo, geralmente, em torno de 7 dias a 7 semanas, podendo ser, também, uma dor sub
aguda. A patologia de tendinite de aquiles, ou tendinopatia de aquiles, é uma inflamação na
região conhecida como tendão de aquiles, que situa-se na parte posterior do pé, acima do osso
calcâneo, um dos componentes da região do tarso do pé, e abaixo do músculo tríceps sural,
sendo assim, ele é o ponto de encontro entre essas duas estruturas descritas.
A percepção dessa patologia se dá quando o paciente começa a sentir muito incômodo na
região e dessa surge uma dor que pode ser moderada a forte. Percebe-se também uma rigidez
maior das regiões que envolvem o tendão de aquiles ou tendão aquileu como a panturrilha, o
calcanhar e a perna. O surgimento dessa inflamação no tendão não necessariamente resulta de
um trauma específico, mas sim de um estresse excessivo no tendão. Há diversos fatores de
risco para o surgimento da patologia, como, por exemplo: excesso de exercício
sobrecarregando tal região, mudança repentina de treino sem que ocorra um familiarização
com aquela região, realização de caminhada diária nas pontas dos pés (em mulheres que estão
frequentemente usando salto alto), utilização de sapatos com apoio insuficiente, e, também,
corridas realizadas por pacientes em pisos irregulares. Pode também estar relacionada a
fatores do próprio corpo humano, como: obesidade, diabetes, hipertensão e abuso do uso de
medicamentos antibióticos.
A tendinite de aquiles ou tendinopatia de aquiles pode se apresentar em dois tipos estando
relacionada a parte do tendão que encontra-se inflamada. Na tendinopatia insercional do
Aquiles temos a presença de uma deformidade denominada Haglund, que é caracterizada
como uma exostose (proeminência óssea retrocalcaneana), esporão posterior do calcâneo. Já
na condição da tendinopatia não-insercional do Aquiles, que geralmente acomete pessoas
mais jovens e ativas, as fibras da região média do tendão começam a sofrer uma degeneração
(rompimento), e o tendão fica mais espesso dando uma percepção de engrossado. Entre 2 a 6
cm do calcanhar localiza-se a área mais vulnerável onde concentra-se o estresse, sendo o
local mais constante lacerado do tendão. É importante salientar que, tanto na primeira quanto
na segunda condição, o tendão pode calcificar, perdendo sua elasticidade. Essa calcificação
do tendão aquileu é devido a processos inflamatórios crônicos que são resultantes da tentativa
insistente de cicatrização da lesão crônica onde tem degeneração do tendão e calcificação das
suas fibras.
OPÇÕES DE TRATAMENTO DO TENDÃO DE AQUILES
Com o diagnóstico estabelecido ( confirmado pelo teste de Thompson ou Matles), deve-se
suspender imediatamente qualquer atividade física, iniciar o uso de anti-inflamatórios não
esteroides, para aliviar a dor e reduzir o edema, e adotar o protocolo RICE de primeiros
socorros:
Rest (repouso): manter o pé e a perna em repouso;
Ice (gelo): aplicar compressas na região;
Compression (compressão): apertar a área com bandagem para conter o inchaço;
Elevation (Elevação): elevar o pé e a perna acima do nível do coração;
A opção pelo tratamento conservador, ou pela cirurgia, dependerá do tempo decorrido desde
a lesão no tendão de Aquiles, da dimensão do espaço entre as pontas do tecido (em caso de
ruptura), da idade e da condição física do paciente. A reconstrução cirúrgica é indicada para
rupturas totais e para pessoas que precisam retomar as atividades físicas o mais rápido
possível. Independentemente do método, a recuperação costuma levar de seis meses a um
ano. São necessárias semanas com tala de imobilização, sem apoio do peso do corpo no pé, e
sessões praticamente diárias de fisioterapia. É através da fisioterapia que o paciente irá
restaurar a amplitude de movimento do tornozelo, fortalecer a musculatura das panturrilhas e
recuperar a sua mobilidade. Como a primeira etapa do tratamento requer imobilização
completa, o fisioterapeuta pode utilizar o ultrassom para acelerar a cicatrização. Além disso,
pode realizar massagens para evitar a formação de pontos de fibrose. Após a liberação do
ortopedista para a retirada da tala, o que ocorre de seis a oito semanas após o início da
imobilização, é possível iniciar exercícios de alongamento da panturrilha e movimentação
ativa do pé para cima e para baixo na posição sentada. Pegar bolinhas de gude com os dedos
dos pés ou utilizá-los para enrugar toalhas são exercícios adequados para esse momento.
Quando o paciente estiver apto a colocar o peso do corpo completamente sobre os pés e não
precisar mais das muletas, pode-se então pensar no fortalecimento dos músculos. Nessa
etapa, podem ser realizados exercícios como a rolagem de uma bola de tênis sob a sola dos
pés e movimentos de resistência com bandas elásticas. A última fase consiste em reabilitar a
pessoa para a sua rotina. A sua duração varia conforme a intensidade do esforço físico que o
paciente pretende realizar. A recomendação é iniciar pela bicicleta ergométrica, com sessões
de no máximo 20 minutos e que devem ser interrompidas a qualquer sinal de dor, e também
por agachamentos e por exercícios de subir e descer escadas. A intensificação das atividades
deve acontecer de acordo com a evolução natural do quadro. Após as sessões, o ideal é
aplicar compressas de gelo ou ultrassom.
REALIZAÇÃO DO TESTE DE THOMPSON PARA CONFIRMAÇÃO DA
TENDINITE DE AQUILES
Paciente deverá estar em decúbito ventral, o terapeuta realiza uma flexão de joelho a 90 graus
e com uma das mãos realiza compressão na região do gastrocnêmio. A ideia é visualizar a
movimentação de planti-flexão da articulação do tornozelo, quando o terapeuta realiza a
compressão do gastrocnêmio, caso não haja movimentação, é confirmada a ruptura do tendão
de aquiles. Pode-se também, junto à compressão, realizar uma tração em sentido cranial que
potencializa o movimento.
REFERÊNCIAS
CAMPAGNE, Danielle. Ruptura do tendão do calcâneo. 2019. Disponível em:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3
o/entorses-e-outras-les%C3%B5es-dos-tecidos-moles/ruptura-do-tend%C3%A3o-do-calc%C
3%A2neo. Acesso em: 27 maio 2021.
GOMES, Dra. Magda Lopes. Tendinite do Aquiles. 2019. Disponível em:
https://www.saudebemestar.pt/pt/clinica/ortopedia/tendinite-tendao-aquiles/. Acesso em: 27
maio 2021.
SECAD, Redação. Lesões no tendão de Aquiles: o papel da fisioterapia. 2020. Disponível
em: https://secad.artmed.com.br/blog/fisioterapia/tendao-de-aquiles-lesoes-fisioterapia/.
Acesso em: 27 maio 2021.

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