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GESTÃO ESTRATÉGICA DE RECURSOS HUMANOS MEDIAÇÃO DE CONFLITOS, DINÂMICAS E ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS 1. Dinâmica de grupo e provas situacionais Você sabe a diferença entre prova situacional e dinâmica de grupo? Vamos começar explicando a diferença entre essas duas técnicas. FERRAMENTAS PARA SELEÇÃO DE CANDIDATOS A prova situacional é uma ferramenta utilizada na seleção e, por meio dela, o profissional de RH tem a possibilidade de identificar como o candidato agiria frente a uma situação real do seu dia a dia de trabalho. Além disso, ela também revela certas reações perante as situações em que a pessoa tenha de tomar decisões sob pressão. A dinâmica de grupo, tem o objetivo de detectar a capacidade do candidato de trabalhar em equipe, o autocontrole emocional, saber ouvir, o momento certo para falar e a liderança. Saber elaborar, aplicar e corrigir esses testes não é tarefa fácil. •Logo, isso deve ser feito por um profissional de Recursos Humanos ou um psicólogo. •É uma ferramenta que pode ser aplicada em todos os níveis hierárquicos e todos os cargos. Sua aplicação implica na simulação de atividades práticas ou conhecimentos específicos, com o objetivo de verificar tanto as competências técnicas quanto as comportamentais, pois as questões contidas nelas estão diretamente relacionadas à realidade profissional. As dinâmicas de grupo podem ser desenvolvidas a partir de situações- problema ou estudos de caso. Por exemplo, um problema rotineiro de uma área da empresa difícil de ser resolvido. Quer ver um exemplo? Pode ser elaborada uma situação fictícia, mas que seja baseada na realidade. A correção é feita a partir das respostas dadas pelos candidatos, como a resolução do problema apresentado. Outros itens podem ser avaliados, tais como: visão estratégica, foco no cliente, planejamento, orientação para resultados, criatividade e inovação. Percebeu como as dinâmicas são úteis para avaliar os candidatos? Algumas dicas que podem ser seguidos na escolha de uma dinâmica ou prova situacional: •Tenha clareza do objetivo que se pretende alcançar com as provas. Para isso é preciso conhecer o perfil do cargo, além das necessidades do solicitante. •Procure saber quais são as situações mais comuns que o profissional contratado irá desempenhar. •Identifique a abrangência das tarefas a serem executadas. •Defina a tarefa a ser desenvolvida durante a dinâmica e a forma de avaliação. • Valide com o solicitante as estratégias para realização da dinâmica. • Planeje a logística adequada para aplicação. A atividade escolhida deve obrigatoriamente atender a dois requisitos básicos: o da essencialidade e da abrangência. A essencialidade foca na importância do desempenho. A abrangência está ligada ao volume de atividades a serem realizadas. De maneira geral, a realização de uma dinâmica de grupo passa por quatro etapas, descritas na figura a seguir: Para que tenhamos resultados precisos, é necessário desenvolver testes com questões bem planejadas. Assim, o candidato tem a possibilidade de demonstrar domínio dos conhecimentos que devem ser avaliados. DICA: Kurt Lewin e colaboradores deram início ao estudo da Dinâmica de Grupo no ano de 1946, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. A princípio, o estudo era dirigido para compreender a origem, a natureza e a evolução dos grupos, além da influência das pessoas sobre os grupos e vice-versa. 1.1 Estratégias de testes situacionais Qual seria a melhor forma de aplicação dos testes situacionais? O profissional de Recursos Humanos dispõe de diversas ferramentas para verificar tanto as competências técnicas, quanto as competências emocionais, por meio de algumas estratégias. Lembre-se de que cada método deve ser usado para atingir objetivos específicos, de acordo com o critério da organização. São estratégias para a aplicação dos testes situacionais: Estratégias para a aplicação dos testes situacionais Seminário: o condutor expõe um tema para discussão, levando todo o grupo a pensar e a tirar conclusões. Técnicas de simulação: os candidatos são expostos a uma situação problema, em que terão a tarefa de buscar soluções para os problemas apresentados, desenvolvendo habilidades específicas, requeridas para o cargo. Estudo de caso: é a apresentação de uma situação fictícia com base na realidade. Busca desenvolver as habilidades de planejamento e de decisão. 2. Desenvolvimento e funcionamento dos grupos Lembre-se de como foi entrar pela primeira vez num grupo em que não conhecia ninguém e, mesmo assim, você precisava pertencer a ele. Por exemplo, o começo em uma escola, um trabalho ou um curso. Você recorda a sensação do primeiro contato com esses novos grupos? Para algumas pessoas, esse encontro inicial é muito tenso, por não saberem como o grupo funciona, ou, ainda, como o grupo as recepcionará. Para outras, o contato é mais tranquilo, por questões individuais e pelo modo como lidam com as novidades. A associação de pessoas num grupo pode acontecer sem opção de escolha (solidariedade mecânica) ou por afinidades (solidariedade orgânica): • Solidariedade mecânica: acontece quando existe a necessidade de pertencimento a um grupo, sem que se leve em consideração a nossa escolha. Ex.: Você passou num concurso público do Ministério da Educação em Brasília. Assim, foi encaminhado para trabalhar num departamento com pessoas que você nunca viu e não sabe o modo de trabalho. • Solidariedade orgânica: nesse caso, a associação ao grupo acontece quando optamos por fazer parte dele devido a semelhanças e gostos pessoais. Ex.: Professores de uma escola decidem realizar um trabalho voluntário para ajudar alunos a prepararem-se para o vestibular. Após um período de convívio, aqueles que estão no grupo há algum tempo e já foram “aprovados” como parte dele avaliarão o comportamento do membro recém-chegado, para verificar se ele aderiu às regras e ao funcionamento preestabelecido ou institucionalizado. Desse modo, caso o novo participante corresponda aos valores do grupo, pode-se pressupor que ele aderiu ao comportamento esperado. Assim, o novo membro atende aos requisitos para participar desse grupo social por meio da coesão grupal, que é a manutenção do grupo por meio de sua fidelidade aos valores instituídos. Isso quer dizer que temos nosso próprio modo de funcionamento, nossas ideias e percepções sobre a vida, e esses são aspectos que nos motivam a participar de um grupo, por exemplo. Contudo, perceba que, mesmo que essas motivações sejam reconhecidas pelos participantes, não podem interferir no objetivo ou nas características essenciais do grupo, pois isso acarretaria num processo de exclusão (o membro não é mais fiel). Fica claro, então, que o objetivo do grupo está acima dos interesses ou das questões individuais. A manutenção do grupo é possível devido à coesão grupal, transmitida por meio da fidelidade dos componentes aos valores instituídos. 2.1 Dinâmica dos grupos e o processo grupal Para compreender a dinâmica dos grupos, você deve analisar, por exemplo, o estilo de liderança. Qual o modelo estabelecido e aceito pelos componentes: autoritário (o líder toma todas as decisões), democrático (o grupo participa na tomada de decisões) ou laissez-faire (o grupo toma as decisões, sem interferência do líder)? Mesmo assim, o relacionamento entre os membros, a motivação ou o interesse nas atividades e no objetivo do grupo, o modo como se comunicam e as rotinas diárias (criação, sugestões, percepção de mudanças etc.) indicarão o funcionamento do grupo e como são estabelecidas as relações humanas dentro dele. Não se pode deixar de apontar que todos esses aspectos citados anteriormente interferem de forma direta naquilo que chamamos de clima do grupo. Por sua vez, num grupono qual haja uma liderança democrática, os componentes poderão compartilhar suas ideias, críticas e sugestões. Assim, caso os membros sintam-se parte do funcionamento, do crescimento e da manutenção do grupo, possivelmente o desempenho dele será maior e tenderá a satisfazer às necessidades dos seus participantes. Dessa forma, analisar a dinâmica e o funcionamento dos grupos é tão importante quanto saber quais são os papéis de cada membro. Assim, estudaremos na sequência a Teoria dos Grupos Operativos, criada pelo psiquiatra e psicanalista Enrique Pichon-Rivière (1907-1977). Os Grupos Operativos nasceram a partir de uma necessidade num hospital psiquiátrico da Argentina, em que Pichon-Rivière trabalhou. Como não havia enfermeiros, alguns pacientes assumiram essa função, trazendo benefícios terapêuticos devido à aprendizagem propiciada. Pichon-Rivière indicou cinco papéis assumidos num grupo. São eles: •Líder de mudança: é aquele componente que provoca, instiga, sugere novidades, levando o grupo a buscar algo, como a mudança. •Líder de resistência: é aquele que, quando se sugere algo novo, tenta segurar o grupo para manter ou conservar a tradição. •Representantes do silêncio: obrigam o grupo a se comunicar, por não possuírem a capacidade de comunicação. •Porta-voz: é aquele que traduz, por meio de sua fala e de suas ações, os sentimentos e as ideias que circulam no grupo, aparentes ou não. •Bode expiatório: é aquele que recebe e aceita a carga negativa do grupo, deixando-o mais leve e produtivo, projetando em si mesmo os pontos negativos. Entretanto, o nome “operativo” traz consigo a dinâmica do próprio grupo: (operacionalizar e dinamizar as questões internas.) Dessa maneira, a troca de papéis é de grande importância para que esse grupo possa ser considerado saudável e, com isso, produzir e satisfazer a todos os membros. A partir dessas considerações, entendemos que o processo grupal não é estático, mas passível de reconfigurações a cada momento. Essas mudanças podem ocorrer por intermédio de categorias históricas de produção que trazem consigo valores instituídos ao longo do tempo, os quais afetam as relações grupais. Nesse processo de reconfiguração, temos: •as categorias de dominação, que afetarão as relações de hierarquia estabelecidas socialmente; •o modo de produção capitalista, no qual o lucro prevalece; • e a categoria grupo-sujeito, que promove um crescimento do indivíduo por meio das possibilidades de mudanças no próprio grupo (BOCK, 2002). 2.2 Tipos e composições dos conflitos Normalmente, o conflito entre as pessoas é desencadeado por uma sucessão de fatos que acontecem ao longo do tempo. Para melhor compreender o tema, veja três tipos de conflitos segundo Newstrom (2008): •conflito intrapessoal: ocorre no indivíduo e é associado ao seu papel intrapessoal, ou seja, um conflito interno de papéis, afetando a identidade da pessoa; •conflito interpessoal: ocorre por diferença de temperamentos, falhas de comunicação e percepções distintas, podendo afetar a autoestima e as emoções dos envolvidos; •conflito intergrupal: ocorre entre grupos por circunstâncias diversas, como poder, imagem melhores posições no mercado, por exemplo. Podemos listar como possíveis fontes de conflitos diversos fatores. •A diferença de valores e crenças pode provocar divergência entre as pessoas de um grupo ou entre grupos, por exemplo. • Pessoas com diferentes visões sobre o futuro estratégico da organização, também. •A posição social de uma pessoa pode ser uma fonte de conflito, considerando a perda de status da pessoa nestas situações. •Já no aspecto comportamental, a falta de confiança entre as pessoas pode acarretar em conflitos, pois a confiança é a base para relacionamentos saudáveis e deve ser construída ao longo do tempo. •As diferenças de personalidade também podem provocar tensões entre as pessoas, razão pela qual o respeito nas relações deve prevalecer. As pessoas têm necessidade de serem respeitadas, compreendidas, com cordialidade e empatia. Estas características são fundamentais para um relacionamento civilizado em qualquer lugar. Por exemplo: João trabalha na área de suprimentos e está decepcionado com a postura de colegas da área técnica. O gerente, observando a tensão, chamou João para conversar e ouviu atentamente à reclamação do subordinado. Explicou as dificuldades dos colegas pela ausência temporária do gerente deles e demonstrou a João como os papéis hierárquicos e a tomada de decisão da diretoria influenciam no comportamento da equipe. Esclarecida a situação, o conflito se amenizou e, eventualmente, desapareceu. DICA: Os tipos de conflito e suas fontes demonstram como os relacionamentos interpessoais são relevantes. Fatores como respeito, empatia, escuta ativa e diálogo fortalecem os relacionamentos e ajudam a minimizar focos de conflitos. 3. Teorias relacionadas aos conflitos Conhecer as teorias de Administração relacionadas aos conflitos é uma maneira de enxergarmos as diferentes formas com que os problemas normalmente são tratados. veremos três teorias adotadas para avaliar os conflitos (MARTINELLI; ALMEIDA, 2006). •A primeira se refere à teoria mecânica, a qual afirma que o conflito pode ser eliminado, se possível, com o envolvimento das pessoas naquela situação. Se após ter sido tratado o conflito, a situação permanecer, então a empresa deve reavaliar as regras internas ou identificar possíveis desvios de conduta das pessoas, a fim de que a harmonia seja restabelecida. • A segunda teoria se refere às relações humanas e tem como fundamento as características e traços individuais relações humanas das pessoas. Assim, os profissionais que atuam na área de recursos humanos utilizam os fatores motivacionais no ambiente de trabalho para tratar os conflitos – principalmente, pelo fato de as pessoas sentirem a necessidade de ter a satisfação profissional atendida. • A terceira teoria adota o enfoque gerencial, com base em dois fatores: • predomínio do conflito: o conflito é tratado de forma positiva pela gestão, ou seja, não é algo ruim, como a teoria das relações humanas coloca, nem um acidente ou resultado de uma falha, como a teoria mecânica afirma. • conflito e negociação: é integrado pelo conflito latente, ou seja, uma oposição presente na discussão em que o interesse é divergente entre as partes. Também abrange o conflito aberto que se refere a um tema em discussão específico entre as partes quando o conflito latente vem à tona. Portanto, o conflito aberto é consequência do conflito latente. Existem outras abordagens para solucionar conflitos, porém, destacamos que na negociação a possibilidade de se chegar a um resultado positivo para as partes é maior, especialmente quando há diálogo e identificação dos interesses de cada um. 3.1 Competências e habilidades do negociador na resolução dos conflitos Um desafio enfrentado pelos gestores é realizar uma auto-avaliação e perceber os aspectos positivos e os aprendizados de um conflito, sendo está uma forma de estimular as pessoas a realizarem mudanças necessárias. a seguir, as principais competências e habilidades necessárias ao negociador (MARTINELLI; ALMEIDA, 2006): • o primeiro passo para lidar bem com os conflitos requer que o negociador tenha como foco a solução do conflito, ou seja: buscar a racionalidade em relação à outra parte. Lidar com os aspectos difíceis numa negociação são vitais para alcançar o resultado positivo. Assim, o negociador terá mais chances de resolver os aspectos sentimentais da parte envolvida no conflito • é importante ter uma escuta ativa, ou seja, saiba ouvir a outra parte, ainda que seja difícil. Praticar a escuta ativa nessa fase é essencial para compreender os reais motivos do conflito. • estabelecer uma comunicação clara,objetiva e aberta com a parte também é essencial. Faça perguntas para esclarecer dúvidas e compreender com profundidade o assunto em discussão. • estar aberto a alternativas possíveis de solução do conflito tem um papel especial. Para tanto, o negociador precisa ter uma mente aberta as possibilidades de negociação, sem realizar pré-julgamentos; •é preciso saber separar o problema das pessoas e identificar interesses mútuos entre as partes. (Por meio de uma comunicação clara e objetiva, compreenda os sentimentos e expectativas envolvidos no conflito, a fim de conduzir o processo de negociação). •Lembre-se que todo ser humano anseia por reconhecimento e atenção. Cada um tem personalidade e comportamento diferente um do outro. Há pessoas mais otimistas, outras pessimistas e, enfim, com diferentes visões de mundo. Assim, a percepção do conflito para as pessoas envolvidas no problema pode ser maior em relação à visão de quem está de fora da situação, e por isso, observá-las pode fazer a diferença no resultado da negociação. 3.2 Procurando Soluções Você já se envolveu em uma situação conflitante que exigiu a participação de uma terceira pessoa como mediadora? Se já, gostaria que refletisse a respeito da atuação do mediador naquele momento. Como teria sido o desfecho sem a sua presença? Não é possível elaborar um plano de ação para tratar os conflitos sem antes identificar quais são as suas causas. No entanto, um diagnóstico é fundamental antes de buscar as soluções de resolução. Moscovici (2001) declara que não existe uma padronização para resolver os conflitos organizacionais. Sugere que antes de pensar em uma solução para os conflitos é importante compreender as suas causas e como se deu todo o seu processo por meio de um diagnóstico bem elaborado, o que vai permitir a execução de um plano de ação eficiente e eficaz. Já Robbins (2002) sugere algumas técnicas para solucionar os conflitos, conforme Tabela 3. Após compreender a gravidade do conflito por meio do diagnóstico, o autor recomenda o emprego de técnicas na resolução destes e estímulo a novos conflitos, com o propósito de manter níveis aceitáveis de desenvolvimento organizacional. Os treinamentos e capacitações são importantes para que as pessoas estejam aptas a resolver os conflitos por meio de soluções estratégicas, tomando decisões sob uma condição maior de certeza que levarão a uma negociação construtiva para toda a instituição. 3.3 Características do mediador O mediador é uma pessoa neutra que contribuirá para que haja uma negociação entre as partes de maneira que ambas saiam ganhando. Ele será responsável por estimular o diálogo entre as partes aumentando as chances de um acordo satisfatório. Pelo fato de ser uma terceira pessoa e não tomar partido no conflito, o mediador consegue fazer uma leitura de toda a situação, ou seja, ele sente o conflito em todas as suas dimensões, criando estratégias que levarão a uma resolução pacífica. (Deve estar sempre preparado, pois os impactos do conflito acabam refletindo nele também.) Em suma, o mediador faz intervenções durante o processo de conflito, na tentativa de se chegar a um acordo satisfatório, uma vez que os conflitos não surgem por acaso, mas são frutos das relações e por isso sempre estarão presentes. (o importante é que se tire bom proveito deles.) 3.4 Estágios do processo de mediação O processo de mediação passa por oito estágios fundamentais para que seja concluído com sucesso: • Iniciação: Nesse estágio as partes poderão buscar auxílio de uma organização especializada em resolução de conflitos ou uma parte neutra, ou buscar um mediador judicial, em um programa determinado por tribunais que determina que o assunto seja resolvido por meio da mediação. • Preparação: Em casos que existe advogado para defender os interesses das partes, ele se prepara buscando o máximo de informações possíveis sobre as circunstâncias em que a disputa aconteceu e os interesses e necessidades de ambas as partes. É necessário que se compreenda os pontos fortes e fracos de cada parte e os resultados esperados. • Introdução: Nesse momento o mediador explica a todos os envolvidos quais os objetivos do processo de mediação. Faz uma leitura do cenário e das reações das partes, inclusive observando a disponibilidade de cada um em contribuir para que o conflito seja solucionado. • Declaração do problema: Nesse momento inicia-se a discussão em torno da disputa. As partes definem suas posições no processo e seus respectivos interesses. A discussão inicia-se com o relato da parte autora que foi quem deu início a todo o processo de busca de solução. O mediador por sua vez ouve ambas as partes. • Esclarecimento do problema: Pelo fato de muitas vezes as partes distorcerem intencionalmente algumas informações, contando o que não aconteceu e emitindo o que realmente é verídico, o mediador algumas vezes precisa fazer reuniões extras com cada parte isoladamente na tentativa de esclarecer alguns pontos. • Geração e avaliação de alternativas: Após o esclarecimento dos problemas dá-se início então a exposição de alternativas para estimular o acordo. O mediador vai instigando as sugestões e apontando a viabilidade de cada uma delas para a resolução do problema. Neste momento, o mediador pode sugerir novas opções, de acordo com a necessidade, apresentando-as de tal forma que as partes possam confortavelmente aceitá-las ou rejeitá-las. • Seleção alternativa: Dentre todas as sugestões apresentadas, o mediador ajudará as partes a entrar em acordo apontando qual é a mais viável. Então ele apresentará justificativas para que as partes compreendam a viabilidade de tal alternativa. Como o mediador é uma pessoa neutra, consegue enxergar melhor a alternativa ideal. • Acordo: Ao finalizar o acordo, o mediador faz uma breve retrospectiva do momento, inclusive esclarecendo os termos do acordo obtendo o consentimento de ambas as partes. Nesse momento já se estabelece uma nova data para avaliação do processo de acordo. Os princípios responsáveis pela definição da mediação são: • Liberdade das Partes: As partes envolvidas devem ter autonomia para participar ou não do processo de mediação, inclusive devem ser ouvidas na escolha do mediador, que deverá ser uma pessoa confiável. Esses atos caracterizam a liberdade das partes envolvidas. Elas devem ser livres para buscar a administração adequada para o processo e tomar decisões de acordo com a necessidade do momento. A escolha do mediador pode ser voluntária ou mandatória. A primeira depende do desejo das partes, enquanto a segunda exige uma determinação judicial, conforme a legislação do País ou cláusula contratual. • Não competitividade: Prevalece o interesse pelo espírito colaborador entre as partes representando o resultado do tipo ganha/ganha, o que não propõe ao final da negociação vencedor e vencido. Mas ambas buscam uma solução que seja interessante para todos. Nesse tipo de negociação, o espirito harmonioso entre elas dispensa à competitividade, dando lugar a colaboração, minimizando também os sentimentos negativos. • Poder de Decisão das Partes: O mediador deve atuar de maneira totalmente neutra, eliminando qualquer possibilidade de influenciar as partes. Pois estas devem ter total poder de tomadas de decisões e resolução dos conflitos. Vale relembrar que o papel do mediador é apenas o de intermediar o processo de resolução de conflitos e, no entanto, não possui nenhum poder de tomada de decisão. • Participação de Terceiro Imparcial: Normalmente ocupada pelo mediador, essa terceira posição é fundamental, pois atuará de maneira imparcial em relação às partes, para que sintomas de influências, abusos ou arbitrariedade sejam afastados. Essa pessoa garantirá que ambos tenham as mesmas condições de defesa, dando igualmente a oportunidadede fala para cada um. • Competência do Mediador: O mediador deverá utilizar a sua criatividade e inteligência para compreender a dinâmica do conflito, direcionando-o para um ambiente de positividade. As características básicas para que a sua atuação seja eficiente são: confiabilidade, humildade e objetividade. Por meio de treinamentos em mediação de conflitos o mediador terá condições de estar sempre aprimorando conhecimentos e atuando de maneira inovadora: • Informalidade do Processo: Não existe uma padronização rigorosa para que o processo de mediação aconteça. Quanto mais simples forem os atos, maiores serão as chances de se chegar a um acordo. Formalidade em excesso gera alto grau de tensão nas partes envolvidas e acaba prejudicando o resultado do processo. O pacto de confidencialidade existente entre as partes e o mediador, promove uma sensação de confiabilidade e respeito. O que é fundamental para o processo. O mediador deve manter a ética profissional, agindo de maneira sigilosa. Os envolvidos depositam total confiança no mediador e acreditam que ele trará uma resolução para o problema. Essa relação confiável deverá favorecer este mediador conduzindo o processo de maneira mais tranquila. • Independência: O mediador deverá ser uma pessoa independente não tendo nenhuma relação anterior com as partes para não gerar dúvidas em relação a sua neutralidade. • Diligência: Procedimentos menos complexos e onerosos contribuirão para que os resultados sejam mais eficientes. O mediador deve trabalhar de maneira consciente, prudente e eficaz utilizando as ferramentas que contribuirão de maneira positiva. Além disso, a boa fé e respeito são fatores primordiais para o sucesso da resolução do conflito. “Na prática” ao se encontrar em uma situação conflituosa que exija a presença de um mediador, procure fazer uma análise antecipada de seu perfil. Assim você presumirá como será a relação de vocês durante o processo. 4. Tomada de decisão na organização A tomada de decisão é o produto de um planejamento bem elaborado e que permite prever as variáveis futuras. Com isso, a tomada de decisão irá direcionar o novo rumo da organização e afetará a vida de todos os envolvidos no processo. isso nos leva a pensar que alguns processos devem ser estudados e analisados. O processo de tomada de decisão nada mais é que escolher somente uma opção entre todas as possibilidades existentes, e, com cada escolha feita, você está automaticamente renunciando às demais. Por isso, esse procedimento racional consiste em fazer escolhas consistentes, com maximização de valores e dentro de certos limites (ROBBINS, 2009). Mas o que influencia a tomada de decisão? São seis as etapas que compõem o modelo, segundo Vecchio (2008): 1. definição do problema: nessa fase é importante ter visão crítica e analítica para identificar que a situação realmente consiste em um problema e precisa de uma solução; 2. identificação dos critérios de decisão: realizada com o auxílio dos valores, interesses e demais preferências, determinando o que é importante para a resolução do problema; 3. definição da importância desses critérios: consiste em escolher, entre os critérios de decisão, qual possui mais relevância, priorizando qual será mais importante na tomada de decisão; 4. desenvolvimento de alternativas: nessa etapa são simplesmente listadas as possíveis alternativas, sem qualquer tipo de avaliação; 5. avaliação das alternativas: é composta da avaliação e análise das alternativas que foram listadas na quarta etapa. A verificação é criteriosa, procurando encontrar na alternativa a resposta do problema; 6. escolha da melhor alternativa: é a finalização do procedimento realizado na quinta etapa. Esse modelo apresenta algumas premissas que facilitam o desenvolvimento das etapas. Uma delas é a clareza do problema. Quanto mais claro for o entendimento sobre o problema, mais transparente será a identificação de todas as demais etapas. Já conhecer as opções facilita no momento de desenvolver os critérios de decisão. A clareza das preferências define o momento de ponderar entre os critérios de decisão envolvidos. Assim, deve-se manter sempre um leque grande de preferências constantes, ponderar entre a limitação de tempo e o custo de colocar em prática a alternativa escolhida para a tomada de decisão, além de também ser necessário focar sempre na solução que apresente o melhor resultado com o máximo de retorno. 4.1 Ética no processo decisório Você com certeza já ouviu falar em ética. Mas sempre é importante ressaltar que o desenvolvimento das atividades deve estar de acordo com posturas que atendam ao padrão exigido na ética empresarial. Com as tomadas de decisão, não poderia sem diferente. Para garantir que a tomada de decisão esteja de acordo com a ética, o gestor responsável pela tomada de decisão deverá utilizar três critérios: (o utilitarismo, o entendimento dos direitos e a justiça) (ROBBINS, 2009). O utilitarismo se refere às decisões serem tomadas somente em função de seus resultados e consequências, sendo coerente com os objetivos, as metas, a lucratividade e a eficiência estipuladas pela organização. O utilitarismo defende a tomada de decisão focando no melhor para o maior número de pessoas. A tomada de decisão ética também respeita os direitos fundamentais dos cidadãos, sem transpor em momento nenhum dos seus direitos básicos garantidos pela Constituição da República, que defendem e priorizam as regras básicas de convivência em sociedade. a tomada de decisão deve ser justa, respeitando principalmente regras que sejam imparciais, sem definição de cor, raça, sexo ou qualquer outra característica. Por exemplo, a justificativa do mesmo valor salarial para os funcionários que exerçam a mesma função independentemente da classe social ou da idade. Com isso, percebe-se que a tomada de decisão deve ser realizada sem prejudicar ninguém dentro ou fora da instituição. Assim, a tomada de decisão opta pela melhor opção para alcançar a solução do problema e o sucesso organizacional. 4.2 Falhas mais comuns no processo de decisão A tomada de decisão precisa respeitar todos os critérios, inclusive o ético, a fim de maximizar o sucesso na escolha e identificar a melhor alternativa. Mas nem sempre isso é suficiente para evitar possíveis falhas no processo decisório. Entre as falhas mais comuns encontram-se, de acordo com Vecchio (2008): •excesso de confiança: é a certeza de estar correto. Como diz o ditado, só morre afogado aquele que sabe nadar, ou seja, aquele que sabe nadar se arrisca demais sem analisar os problemas que levariam ao afogamento. O mesmo ocorre em uma tomada de decisão na qual o tomador acaba por não analisar todas as possíveis variáveis que levariam ao fracasso; •ancoragem: funciona como uma âncora de navio, isso é, você fica preso somente a um ponto de vista existente. Já na tomada de decisão, é necessário analisar todos os pontos de vista e possibilidades, não somente naquela que nos convém de início; •confirmação: é estranho afirmar que a confirmação seja uma falha na tomada de decisão, porém, só pode ser considerada confirmação quando buscamos fundamentar a nossa tomada de decisão com ideias e situações que confirmem a nossa vontade inicial. Nesse caso, o tomador não está aberto para visualizar novas possibilidades; •disponibilidade: foca na tomada de decisão embasada nas ideias e referências de mais fácil disponibilidade. Por exemplo, o tomador fica preso a uma decisão por encontrar uma resposta de forma mais fácil, mas não analisa por completo o cenário que está vivenciando; •representatividade: consiste em acreditar que uma decisão será certa só pelo simples fato de uma tomada de decisão anterior ter tido sucesso. Essa é uma falha muito comum, pois o sucesso anteriorou comparado ao de outra empresa não garante o sucesso nesse momento presente; •comprometimento: reside em continuar com uma decisão errônea somente pelo simples motivo de ter investido muito nessa decisão, seja um investimento financeiro ou de trabalho mental; •aleatoriedade: é algo que assusta os seres humanos, pois temos a necessidade de controlar as coisas. No caso de um processo decisório baseado somente em eventos aleatórios, não há uma base sólida para manter a decisão. Por exemplo, investir em determinada ação da Bolsa de Valores somente por ter ouvido falar que naquela semana ela se encontra em alta constante ao invés de analisar o histórico da empresa e das suas ações; • compreensão tardia: noção equivocada de acreditar que era possível prever a decisão antes mesmo de ela ter ocorrido somente pelo simples fato de não ter analisado todos os eventos; •tomada de decisão intuitiva: está diretamente ligada à tomada de decisão por excesso de confiança, tendo em vista que uma tomada de decisão intuitiva se baseia somente na sua experiência de vida/profissional. Contudo, não são analisados o cenário e as variáveis importantes. Estas falhas mais comuns apontam possíveis erros que podem ocorrer no processo de decisão. Para evitar essas falhas, é necessário ter cautela e também é importante conhecê-las, impedindo que, por exemplo, o gestor que tome decisões muito rapidamente seja passível de falhar por excesso de confiança e por não analisar todas as variáveis envolvidas na decisão tomada. 4.3 Tomada de decisão em grupo Muitos acreditam que a tomada de decisão é um processo solitário, realizado somente pelos gestores, diretores, gerentes ou qualquer outro cargo de responsabilidade dentro da organização. Porém, esse pensamento deve ser atualizado, pois todos os funcionários inseridos no ambiente corporativo podem participar do processo e tomam decisões menores durante o seu dia de trabalho. E existe a tomada de decisão em grupo, que é realizada inicialmente como um brainstorming, no qual todos os envolvidos possuem a liberdade de participar e apontar as possíveis soluções para o cenário atual, ou somente apontar os problemas existentes que a decisão deverá compreender na sua solução. Em uma tomada de decisão em grupo, a participação é de suma importância, assim como a abertura de fala, tendo em vista que é por meio da colaboração que se encontra uma solução. É recomendado que nesse processo sejam encontrados diversos profissionais de vários setores da empresa, pois cada um defenderá o seu ponto de vista. Nesse momento, é possível identificar as necessidades de um setor que você cotidianamente pode desconhecer (GOMES; GOMES; ALMEIDA, 2009). A tomada de decisão é de suma importância para direcionar o rumo da organização. O mais importante é que a tomada de decisão seja apresentada a todos os colaboradores da organização, a fim de promover um ambiente corporativo sadio e confiável. Assim, todos os colaboradores estarão cientes sobre as ações que a organização tomou e saberão como podem ajudar diretamente na concretização dessa tomada de decisão. 1. Dinâmica de grupo e provas situacionais DICA: Kurt Lewin e colaboradores deram início ao estudo da Dinâmica de Grupo no ano de 1946, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. A princípio, o estudo era dirigido para compreender a origem, a natureza e a evolução dos grupos, além da influência das pessoas sobre os grupos e vice-versa. 1.1 Estratégias de testes situacionais 2. Desenvolvimento e funcionamento dos grupos 2.1 Dinâmica dos grupos e o processo grupal 2.2 Tipos e composições dos conflitos 3. Teorias relacionadas aos conflitos • A terceira teoria adota o enfoque gerencial, com base em dois fatores: 3.1 Competências e habilidades do negociador na resolução dos conflitos 3.2 Procurando Soluções 3.3 Características do mediador 3.4 Estágios do processo de mediação 4. Tomada de decisão na organização 4.1 Ética no processo decisório 4.2 Falhas mais comuns no processo de decisão 4.3 Tomada de decisão em grupo
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