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GENERALIDADES É uma infecção venérea crônica causada pela bactéria espiroqueta treponema pallidum. Reconhecida pela primeira vez como uma epidemia na Europa no século XVI como a grande viruela, a sífilis é uma infecção endêmica em todo mundo. A sífilis é uma doença sexualmente transmissível causada por uma bactéria: Treponema Pallidum. A doença se caracteriza pelo surgimento de lesões, principalmente no local de inoculação da bactéria, e se divide em primaria, secundaria e terciaria. Etiologia E Transmissão Causada pela bactéria: TREPONEMA PALLIDUM. Microrganismo de cultivo exigente, cujo único hospede natural é o homem. Não é corada por coloração de gram e não pode ser cultivada. A fonte habitual de infecção é o contato com as lesões cutâneas ou mucosas do par sexual em etapas iniciais (primaria, secundaria) da sífilis. Transmissão sexual: O microrganismo se transmite desde essas lesões durante a relação sexual através de gretas diminuta da pele ou mucosas para a pessoa não infectada. Transmissão congênita: Treponema pallidum se transmite desde a mãe para o feto através da placenta, em particular durante as primeiras etapas da infecção materna. Disseminação: Os microrganismos se disseminam através dos vasos sanguíneos e linfáticos. Se disseminam com rapidez a lugares distantes, incluso antes do surgimento de lesões no local de inoculação primaria. A extensa disseminação é responsável das manifestações tão variadas da doença, que pode classificar-se em primaria, secundária e terciaria nos adultos. Entre 9 e 90 dias (com média de 21 dias) após a infecção aparece a lesão primaria, denominada cancro duro no local de entrada da bactéria. A disseminação sistêmica dos microrganismos continua durante esse período, onde o hospede organiza uma resposta imunitária. Evolução do Cancro ● As lesões como o cancro se encontram cheias de espiroquetas (bactérias); ● Se resolvem espontaneamente após 4 a 6 semanas; ● Evoluciona para sífilis secundaria 25% dos casos; ● A fase latente da doença é 1 ano depois da infecção. Diagnostico: ● Clinico; ● Microscopia de campo escuro; ●Provas serológicas: → Não treponemicas: (venereal disease research laboratory) VDRL positivas de 4 a 6 semanas pós infecção. → Treponemicas: (flourescent treponemal antibody absorption test) FTABS (+ especifica). T R EP O N EM A P A LL ID U M Morfologia A lesão sifilítica patognomônica no exame microscópico é uma endarterite proliferativa com infiltrado inflamatório acompanhante de células plasmáticas abundantes. Endarterite: Inflamação da túnica interna de uma artéria. A presença de espiroquetas se pode observar com facilidade nas seções histológicas das lesões iniciais, utilizando as tinções de prata habituais (p. ex: tinções de warthin- starry). GOMA SIFILITICA: se observa uma zona central de necrose coagulativa, rodeada por um infiltrado inflamatório misto composto por linfócitos, células plasmáticas, macrófagos ativados (células epitelióides), células gigantes ocasionais e uma zona periférica de tecido fibroso denso. Produz uma reação granulomatosa. SÍFILIS PRIMARIA ↪ CANCRO DURO Tipicamente ocorre o surgimento de uma lesão no local de entrada do microrganismo (T. Pallidum), essa lesão recebe o nome de cancro duro, devido a ser uma lesão endurada. ↪ O cancro começa com uma pápula firme e pequena, que aumenta de tamanho gradualmente e até que produz uma ulcera indolor de bordes bem definidos e endurecidos e uma base úmida e limpa. ↪ Geralmente ocorre na terceira semana após o contato; e cura de três a seis semanas com ou sem tratamento. Os treponemas se disseminam antes de aparecer o cancro. Localização: Em 70% dos homens se encontra cancro no pênis e no escroto. Em 50% das mulheres se encontra cancro na vulva ou no colo uterino. Pode existir mais de um cancro na região. SÍFILIS SECUNDARIA É a evolução da sífilis primaria. As lesões da sífilis secundaria surge aproximadamente 2 meses depois da resolução do cancro duro. (2 a 10 semanas depois da aparição do cancro 1º) Manifestações: As manifestações da sífilis secundarias são variadas, porem normalmente compreende uma combinação de linfoadenomegalias generalizadas e várias lesões muco cutâneas. ↳ As lesões cutâneas podem seguir uma distribuição simétrica, e podem ser maculopapulares, descamativas ou pustulosas. É frequente afetar as palmas das mãos e plantas dos pés. Nas zonas de pele úmida como a região ano- genital, região interna das coxas e as axilas podem aparecer condilomas planos que são lesões elevadas de base larga. São lesões indolores. Há espiroquetas dentro das lesões muco cutâneas, por isso essas lesões são contagiosas. O aumento dos gânglios linfáticos é mais frequente no pescoço e na região inguinal. Em seu exame histológico se observa a hiperplasia dos centros germinais acompanhado por um aumento do número de células plasmáticas e com menos frequência granulomas ou neutrófilos. SÍFILIS TERCIARIA A sífilis terciaria se desenvolve em 1/3 (um terço) dos pacientes não tratados, normalmente depois de um período de latência de 5 anos ou mais. Complicações: As complicações se dividem em três categorias principais: ● Sífilis cardiovascular: Aortite sifilíticas: dilatação progressiva da raiz da aorta e do arco aórtico que produz insuficiência valvular aórtica e aneurisma - 80% dos casos ● Neurosífilis- 10% dos casos – degeneração dos neurônios e etc. ● Sífilis terciaria benigna (GOMA) - pouco frequente. Pode apresentar sozinha ou em combinações. ↳ GOMA: consequência da reação de hipersensibilidade retardada frente a bactéria. Pode se localizar na pele, osso, vias aéreas e no fígado. Nessas lesões se encontram poucas espiroquetas. Histologicamente: apresenta necrose coagulativa central, com macrófagos e fibroblastos ao redor; também encontra células plasmáticas e linfócitos. SÍFILIS CONGÊNITA Sífilis transmitida ao bebê durante a gestação. A bactéria Treponema Pallidum pode atravessar a placenta e infectar o feto durante qualquer momento da gestação. Durante as fases primaria e secundária da doença é mais alta a taxa de transmissão devido ao maior número de bactérias nessas fases. Sem tratamento, até 40% dos fetos morrem intrauterino, habitualmente depois do 4º mês de gestação. SÍFILIS INFANTIL: é a sífilis congênita dos lactentes nascidos vivos. Clinicamente se manifesta no momento do nascimento ou nos primeiros meses de vida com: ● rinite crônica (respiração ruidosa), e ● lesões muco cutâneas semelhantes a observada na sífilis secundaria em adultos. SÍFILIS CONGÊNITA TARDIA: se caracteriza pela sífilis congênita não tratada com mais de 2 anos de evolução. As manifestações clinicas clássicas são: Triada de Hutchinson que compreende: incisivos centrais de hutchinson, queratite intersticial com cegueira e surdez por lesão do VIII par craneal. Outras alterações: deformidade tibial (causada pela inflamação crônica do periósteo tibial), deformidades nos molares, meningites crônica, e gomas no osso e cartilagem nasal (nariz em sela de montar).
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