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DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES U1- DAS MODALIDADES E TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES U2S2 ÉTTORE DE LIMA Obrigações de meio, de resultado e de garantia Obrigação de meio ocorre quando o devedor promete fazer uso de seus conhecimentos para obter determinado resultado, sem, contudo responsabilizar-se por ele. É o caso, por exemplo, dos advogados, que deverão defender os interesses do seu cliente, mas não se obrigam a vencer a causa; e dos médicos, que não se obrigam a curar, mas devem tratar do enfermo fazendo uso de todos os seus conhecimentos e recursos disponíveis. Nesses dois exemplos, no entanto, ambos os profissionais podem ser responsabilizados em caso comprovado de negligência ou imperícia no emprego dos meios para atingir o resultado. Obrigação de resultado ocorre quando há um comprometimento do profissional com o resultado. Sendo assim, o sujeito será considerado inadimplente, se não concluir a obrigação com sucesso, e responderá pelos prejuízos do insucesso. É, por exemplo, o caso do motorista e do transportador, que só serão exonerados ao atingir o resultado de fato ou se comprovarem que o insucesso se deve a fato inevitável ou de força maior. As obrigações de garantia são aquelas com o intuito de eliminar riscos que pesem sobre o credor, reparando suas consequências. É o caso dos contratos de seguro, em que a seguradora deverá responder pelo perecimento do bem, mesmo que provocado por terceiro. Obrigações de execução continuada, instantânea, diferida e continuada Esta classificação é dada de acordo com o momento em que a obrigação deve ser cumprida. Sendo classificadas, portanto, em: • Obrigações momentâneas ou de execução instantânea que são concluídas em um só ato, ou seja, são sempre cumpridas imediatamente após sua constituição. Ex.: Compra e venda à vista, pela qual o devedor paga ao credor, que o entrega o objeto. "A" dá o dinheiro a "B" que o entrega a coisa. • Obrigações de execução diferida também exigem o seu cumprimento em um só ato, mas diferentemente da anterior, sua execução deverá ser realizada em momento futuro. Ex.: Partes combinam de entregar o objeto em determinada data, assim como realizar o pagamento pelo mesmo. • Obrigações de execução continuada ou de trato sucessivo (periódica) que se satisfazem por meio de atos continuados. Ex.: As prestações de serviço ou a compra e venda a prazo. Obrigações Puras e Simples Obrigações puras e simples são aquelas que não se sujeitam a nenhuma condição, termo ou encargo. Ex.: Obrigação de dar uma maçã sem por que, para que, por quanto e nem em que tempo. Obrigações condicionais Obrigações condicionais são aquelas que se subordinam a ocorrência de um evento futuro e incerto para atingir seus efeitos. Ex.: Obrigação de dar uma viagem a alguém quando esta pessoa passar no vestibular (condição). Obrigações a termo Obrigações a termo submetem seus efeitos a acontecimentos futuros e certos, em data pré estabelecida. O termo pode ser final ou inicial, dependendo do acordo produzido. Ex.: Obrigação de dar um carro a alguém no dia em que completar 18 anos de idade. Obrigações modais ou com encargo Obrigação modal é aquela que se submete a modo ou encargo, o qual impõe ônus ao beneficiário. É um elemento acidental (tem por função alterar ou determinar alguma consequência ao negócio jurídico) que é acessório ao negócio jurídico principal e que impõe um ônus ou prestação ao beneficiário. de determinada relação obrigacional. O encargo não impede o exercício ou a aquisição do direito. Ex.: pode figurar na promessa de compra e venda ou também, mais comum, em doações. Obrigações líquidas e ilíquidas. Obrigação líquida é aquela determinada quanto ao objeto e certa quanto à sua existência. Expressa por um algarismo ou algo que determine um número certo. Ex.: "A" deve dar a "B" R$ 500,00 ou 5 sacos de arroz. Obrigação ilíquida depende de prévia apuração, já que o montante da prestação apresenta-se incerto. Ex.: "A" deve dar vegetais a "B", não se sabe quanto e nem qual vegetal. Diversos artigos do Código Civil estabelecem essa classificação. Citamos, então, os seguintes: arts. 397, 407, 369, 352, entre outros. Principais e acessórias Obrigações principais são aquelas que existem por si só, ou seja, não dependem de nenhuma obrigação para ter sua real eficácia. Ex.: Entregar a coisa no contrato de compra e venda. Obrigações acessórias subordinam a sua existência a outra relação jurídica, sendo assim, dependem da obrigação principal. Ex.: Pagamento de juros por não ter realizado o pagamento do débito no momento oportuno. É importante, portanto, ressaltar que caso a obrigação principal seja considerada nula, assim também será a acessória, que a segue.
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