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Complicações da cirrose hepática Anatomia do sistema porta Principal aporte sanguíneo/ circulação do fígado é venoso. - Quando o sangue chega da veia porta e entra no fígado no fígado ele se divide em veia porta direita e esquerda e vai se ramificando até pequenos ramos da veia porta até chegar ao espaço portal. - Espaço portal: ramo da veia porta, ramo da artéria hepática e os dúctos biliares. - Do espaço portal o sangue começa a invadir o cordão dos hepatócitos através dos sinusóides hepáticos até chegar a uma veia central chamada veia centro lobular, se unindo e formando veias maiores progressivamente até que todas elas vão drenando para algumas veias hepáticas que drenam para a veia cava inferior. O que é um sistema porta? - O sistema porta é um sistema formado entre 2 leitos venosos - Normalmente no nosso organismo temos uma artéria que se ramifica até capilar e formará as veias (ARTÉRIA>CAPILAR>VEIA) - Já no sistema porta o leito capilar esta entre 2 extemos venosos (VEIA>CAPILAR>VEIA), sendo uma peculiaridade desse sistema que ocorre no fígado e na hipófise. - Verificar o gradiente venoso porta-hepático (HVPG) para avaliar se tem pressão portal ou não (entre a veia porta e a veia hepática); através de estudo hemodinâmico. Não é algo muito realizado na prática, somente alguns centros médicos realizam; não tem acesso fácil e é um exame invasivo. HVPG normal: 3-5 mm Hg Hipertensão portal (HP): > 5mm Hg HP leve: >5 e <10 mmHg A veia porta (principal aporte sanguíneo do fígado) é formada pela junção das artérias mesentéricas superior e inferior e da artéria esplênica. 80% do fluxo sanguíneo hepático é realizado através da veia porta Apenas 20% vem pela artéria hepática que é ramo da aorta Portanto a vascularização do fígado vem, em sua maior parte, da região esplânquica, ou seja, do intestino e das demais vísceras do aparelho digestivo. Exatamente por isso o fígado é a grande barreia para o nosso organismo de tudo que vem de forma externa/ órgão detox. HP clinicamente significativa: >= 10mmHg OBS: se esse gradiente tiver aumentado quer dizer que há aumento da pressão no sistema porta. O que ocorre em consequência a hipertensão portal? Ascite Varizes esofágicas Esplenomegalia Hemorragia digestiva Classificação- hipertensão portal - Hipertensão porta pré hepática: trombose de veia porta é o principal exemplo. - Hipertensão porta intra hepática: Pré sinusoidal: esquistossomose Sinusoidal: cirrose (dentro do fígado na região dos capilares sinusoides) Pós sinusoidal: doença veno-oclusiva - Hipertensão porta pós hepática: trombose de veias hepáticas ou síndrome de Budd-Chiari Cirrose 85% dos casos de hipertensão portal Caracterizada por: o Septos fibrosos substituindo os hepatócitos, perdendo o tecido funcional o Alteração da arquitetura do órgão: fígado de aspecto destrído/ nodular, geralmente na cirrose avançada tem redução do volume do fígado e alteração grave da arquitetura do órgão Fatores etiológicos o Álcool o Esteato hepatite não alcoólica (NASH) o Hepatites virais (B, C) o Toxinas, drogas o Obstrução crônica biliar o Doenças autoimunes e metabólicas Hepatite autoimune Doença de Wilson Hemocromatose Diagnóstico o Aspectos clínicos: anamnese História de etilismo: cirrose alcoólica (1º aspecto a se questionar) Exposições de risco para infecções virais: cirrose por HBV (sexual) e HCV (parenteral) {perguntar sobre uso de drogas, relações sexuais desprotegidas, profissionais da saúde} História de síndrome metabólica (cirrose por NASH) {questionar sobre DM, HAS, dislipidemia, aumento da circunferência abdominal, sedentarismo} Uso de drogas (DILI) História familiar: doenças genéticas, autoimunes e metabólicas {Wilson, deficiência de ALFA1-AT, hemocromatose; história de cirrose na família} o Exame físico – estigmas ~ marcadores tardios; devemos suspeitar antes Eritema palmar Telangiectasias Ginecomastia Circulação colateral Parótidas aumentadas Icterícia Unhas esbranquiçadas/ leuconiquia Hálito cirrótico Esplenomegalia Flapping Contratura de dupuytren (mais comum na etiologia alcoolica) Ascites volumosas o Aspectos laboratoriais ~marcadores tardios (muitos pacientes já tem cirrose, mas ainda tem carga de hepatócitos funcionantes e função hepática preservada Enzimas hepáticas: TGO, TGP, FA, GGT Função hepática: TAP, BT e frações, albumina Hemograma: principal alteração é a plaquetopenia e mais precoce o Aspectos de imagem (US, TC, RNM) Descrição clássica (US): fígado Tamanho reduzido (na fase inicial e avançada pode ser de tamanho normal também) Ecotextura heterogênea Contornos irregulares Bordos rombos Tomografia o Aspectos endoscópicos Procurar sinais de hipertensão portal Gastropatia hipertensiva leve com edema de áreas gástricas (rendilhado) Gastropatia hipertensiva mais intensa com áreas de hemorragia subepitelial Varizes de esôfago Fígado de contorno irregular Esplenomegalia Bordo bastante rombo o Avaliação não invasiva de fibrose (elastografia) ~ melhor para os extremos/ confirmação de fibrose ou diagnóstico de fibrose avançada Fibroscan (avalia o grau de resistência da passagem da onda pelo fígado; quanto maior a resistência maior a probabilidade de uma fibrose mais avançada) ARFI Shear Wave o Aspectos histológicos Biopsia é o padrão ouro, mas nem sempre é realizado, pois da para diagnosticar com procedimentos menos invasivos e mais baratos Formação de nódulos hepáticos; fibrose que liga septo a septo Espaço porta ligado completamente por área de fibrose Complicações da cirrose (4 primeiras são mais prevalentes; disfunção renal também é muito comum e os nódulos hepáticos também) Ascite Peritonite bacteriana espontânea Encefalite hepática Hemorragia digestiva varicosa Nódulo hepático: FR para carcinoma hepatocelular Disfunção renal aguda (AKI) – síndrome hepatorrenal Sindrome hepatopulmonar Hipertensão portopulmonar Sindrome hepatoadrenal Cardiomiopatia cirrótica Sarcopenia e desnutrição do cirrótico ASCITE Mais de 80% tem a cirrose como etiologia Outras causas de ascite: neoplasia, tuberculose, insuficiência cardíaca Diagnóstico clínico de ascite o Manobras Piparote (+ somente em ascites de grandes volumes/ tardio) Percussão: macicez móvel - maneira mais sensível) o US de abdome – maior sensibilidade (ascites de pequeno volume só conseguem ser vistas pelo US) Confirmação diagnóstica Investigação de cirrose (rastrear nódulo, trombose de porta...) Investigação de malignidade o Paracentese Baixa incidência de complicações Não é recomendada transfusão de rotina Confirmação diagnóstica e investigação de etiologia Indicação Diagnóstico recente (Se o paciente nunca puncionou deve realizar) Admissão hospitalar (cirrótico descompensado por algum motivo) Deteriorização clínica (estava internado e piorou muito clinicamente; puncionar para ver se ele não está com infecção do líquido ascitico) Técnica Esvaziar a bexiga; se for um paciente sondado garantir que a sonda esteja aberta Paramentação cirúrgica Identificar o sítio de punção: evitar cicatrizes cirúrgicas (aderências) e áreas com infecção local, pois pode criar uma área de continuidade e causar infecção do liquido ou vice versa Antissepsia local com lidocaína sem vasoconstritor Anestesia com lidocaína Introduzir o jelco 14 ou 16 fenestrado, obtendo-se amostras do líquido Drenagem de líquido ascético com equipo de soro estéril quando indicado se necessidade de paracentese de alívio Pontos de punção Aspecto macroscópico o Claro – cirrose não complicada (liquido amarelo citrino) o Turvo – PBEo Marrom – biliar (fístula) o Rosa/sanguinolento: acidente de punção (vai clarear com o tempo); doenças neoplásicas Corrigir PMN para hemácias (1:250); se tiver sangue vai ter mais PMN que o esperado o Leitoso: triglicerídeos, doença do ducto linfático GASA (muito importante) Mais comumente se faz do lado esquerdo, risco de potencial lesão no ceco a direita Linha mediana Lado direito também pode ser feito se necessário for o Albumina sérica (sangue) – albumina do líquido peritoneal >=1,1g/Dl = Hipertensão portal (acuraria de 97%) o Começa a separar as causas de ascite GASA >1,1: cirrose, IC, síndrome nefrótica GASA <1,1: malignidade (carcinomatose peritoneal), doença pancreatica, tuberculose Contagem total e diferencial o PMN >250 = PBE (líquido infectado) o Colher culturas antes de iniciar ATB, sem retardar o tratamento do paciente o Se PMN > 250 devemos avaliar possibilidade/ investigar PBS se pelo menos 2 dos 3: Proteina total > 1g/dL Glicose < 50 mg/Dl LDH/ DHL > limite superior normal sérico OBS: PBS é uma infecção polimicrobiana; denota que existe fezes na cavidade, provavelmente teve uma perfuração ou microperfuração Cultura do líquido ascético o Técnica correta aumenta redimento (colher na beira leito e ali mesmo inocular no meio de cultura, mas nem sempre é realizado da maneira correta) o Colher culturas na admissão hospitalar e se deterioração clínica Outros testes o Glicose: reduzida na PBS ou malignidade o DHL ou LDH: aumentado na PBS ou malignidade o Bacterioscopia pelo gram – baixa sensibilidade o Proteína total – se < 1mg/Dl tem aumento de risco de PBE (menor proteção; maior risco de translocação bacteriana) Tratamento da ascite o Dieta hipossódica (1º e principal tratamento) o Espironolactona 100-400 mg por dia o Furosemida 40-160 mg ao dia o Evitar medicações que diminuem a perfusão renal (AINEs) o Ascite refratária (diurético resistente ou diurético intolerante (quando toma o diurético tem uma complicação: encefalopatia etc), refatária aos outros tratamentos...) : paracentese de repetição, TIPS, transplante hepático PBE Infecção de líquido ascético previamente estéril na ausência de sítio identificável e cirurgicamente tratável Se sítio identificável e cirurgicamente tratável: PBS (paciente cirrótico; ascite com apendicite) Descrita primeiramente na década de 60 Alta mortalidade o Década de 70: 90% o Atualmente: 20-30% (novos tratamentos e métodos diagnósticos) Critérios diagnósticos: para o diagnostico ser precisa dos 2 critérios + o PNM >250 células/mm³ o Cultura de líquido ascético positiva (como demora a sair se os PMN forem >250 já inicia o tratamento) Ascite neutrocítica (PMN >250 + cultura negativa) o 20-40% cultura positiva o Muitos pacientes negativam devido: ATB prévio Técnica inadequada Doença peritoneal ( carcinomatose, TB) Outras doenças abdominais (CHC, pancreatite, AAH) o 1/3 evoluirá com positivação da cultura o Trata igual PBE Bacterascite o Menos frequente o Child A (cirrose compensada) o 60-80% resolução espontânea o Pode evoluir para PBE o PMN<250, ou seja, não tem neutrófilos + cultura positiva o Repulsionar para ver se virou PBE Prevalência da PBE o Ambulatorial: 1,5- 3,5% o Internados: 10-30% (toda vez que o paciente interno descompensado se tiver ascite tem que punsionar) Manifestações cllinicas da PBE: ampla o Assintomático o Peritonite Dor abdominal, rigidez abdominal, náusea, vômitos o SIRS Hipotermia, febre, calafrios, taquicardia, taquipneia o Choque séptico o Piora de função hepática o Encefalopatia hepática (desacordado) o HDA (hematêmese) OBS: muito frequentemente as complicações nos cirróticos ocorrem todas juntas Agentes etiológicos o Bacilos gram-negativos (60%) E. coli Klebsiella o Cocos gram-positivos Estreptococos Enterococos o Resistência a quinolonas (dependendo de cada hospital) o OBS: uso do ATB vai depender do uso de ATB recente e da flora de cada hospital Peritonite bacteriana secundária o Sintomas abdominais localizados: Blumberg + o Cultura positiva para múltiplas bactérias o PMN muito elevados (2000.. 3000) o DHL/LDH alto/ glicose baixa o Ausência de resposta á terapia TC de abdome Tratamento da PBE o Alto índice de suspeição (clinica clássica: febre e dor abdominal, mas as vezes é desorientação e sangramento...) o Diagnóstico precoce o Avaliar gravidade do paciente o Antibioticoterapia o Uso de albumina (é essencial) o Colher culturas antes de iniciar o tratamento o Cefotaxima 4-8 g/dia 5-10 dias o Alternativas: ofloxacino, ciprofloxacino, clavulin o Paracentese de controle Após 2 dias de tratamento Baixou 25% PMN – teve resposta ao tratamento > manter PBS? Resistência bacteriana? – não teve resposta ao tratamento > trocar o ATB e realiza TC Resolução da PBE Culturas negativas PMN < 250 células/mm³ o Albumina Pessoas esquecem muito na PBE Reduz a taxa de insuficiência renal Melhorou a mortalidade Profilaxia de PBE o Primária – uso de ATB se: HDA (uso de ATB por aproximadamente 7 dias) Infecção bacteriana (25-65%) o Cirrose avançada o HDA volumosa Falha no tratamento, ressangramento, mortalidade ATB profilático o Reduz infecção o Reduz ressangramento o Reduz mortalidade Quinolona ou cefalosporina? Pode usar qualquer um dos 2, porém nos pacientes mais graves com ascite, desnutrição, encefalopatia hepática, bilirrubina > 3, sendo a droga de escolha nesse perfil ceftriaxona Redução proteína no liquido ascético < 1 o Profilaxia secundária: já teve PBE e você quer prevenir um novo episódio Uso de ATB Recorrência 70% Mortalidade em 1 ano: 50-75% RCT (norfloxacino 400mg/dia) Recorrência é reduzida de 68% para 20% Encefalopatia hepática (EH) o Espectro de alterações neurológicas e psiquiátricas, habitualmente reversíveis (exceto naqueles pacientes muito crônicos), causado por insuficiência hepática e/ou shunt portossistémico (sangue que vem do intestino desvia e não passa pelo fígado e cai na circulação sistêmica), após exclusão de outras causas o Fígado não metaboliza as substâncias que deveria metabolizar e se acumulam no organismo, causando alteração neurológica o Manifestação frequente e incapacitante de doença hepática o Paciente pode ficar desorientado, agressivo, hiperssexualizado o 2º principal causa de internamento no doente cirrótico, depois da ascite o Indicador de forma avançada de doença hepática; prognóstico pior o o TIPO C o Episódica: entre as crises fica bem Precipitada: paciente fica constipado e tem encefalopatia Espontânea: não consegue achar fator precipitante Recorrente: episódica que ocorrer várias vezes o Persistente: paciente não tem períodos sem encefalopatia, pode até ter melhoras e pioras, mas sempre presente Leve Amônia não é o único que leva a encefalopatia, mas é um dos principais , causando uma série de modificações na neurotransmissão, causando disfunção de astrócitos, neuronal com sintomas neurológicos MARCADOR DA FISIOPATOLOGIA DA ENCEFALOPATIA - AMÔNIA Grave Dependente do tratamento o Mínima: não consegue perceber clinicamente Diagnosticada em testes específicos 0 = mínima 3 e 4= pacientes muito graves/UTI Ausente = normal Encoberta = mínima Diagnostico da encefalopatia é de exclusão; outras causas de disfunção cerebral o Enfalopatia hepática manifesta: diagnóstico clinico o Encefalopatia hepática mínima/ oculta Tetes neuropsicológicos e psicométricos o RMN: hiperintensidade do globus pollidus/ gânglios da base na ponderação T1 por acumulo de manganês– comum; mais importante para o diagnóstico diferencial Tratamento da encefalopatia o Maioria das manifestações de EH são totalmente reversíveis o Tratar todos os sintomáticos o Doentes em risco ou incapazes de proteger via aérea = UTI: avaliar IOT para evitar broncoaspiração o Tratamento de primeira linha: dissacarídeos não absorvíveis – lactulose/ lactitol; se paciente muito constipado = clister laxativo (resposta mais rápida e evitar IOT desnecessária) HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA NO PACIENTE CIRROTICO Gradiente de pressão portal >5 mm Hg > 10 mmHg = varizes, CHC, descompensação >12 mmHg = maior risco de sangramento varicoso > 20 mmHg = sangramento de difícil controle ou ressangramento precoce (muitas vezes vão a óbito) Fases da cirrose A história natural da cirrose está fortemente relacionada as complicações da hipertensão portal A mortalidade por HDA no cirróticos era altíssima, mas nos últimos anos foi reduzida devida aos novos recursos técnicos e protocolos de tratamento, mudando de 50% para cada episodio de HDA para 15% Preditores de sangramento (mais ou menos chance de sangrar) o Tamanho das varizes: principal preditor de sangramento Varizes de pequeno calibre tem chance pequena de sangrar Varizes de médio ou grosso calibre (as vezes praticamente obliterando a luz do esôfago) tem maior chance de sangrar o Sinais de cor vermelha: aumentam a chance de sangrar; descrito pelo endoscopista Vergão vermelho Ponto vermelho cereja Hematocisto o Cirrose descompensada: B e C; quanto mais descompensada maior a chance de sangrar o Gradiente >=12 mmHg o Álcool: fator aditivo para aumentar a chance de sangramento Manejo da HDA: super difícil; é um paciente de emergência o Estabilização da via aérea Considerar IOT Estado mental alterado O sangramento é uma manifestação tardia de uma cirosse descompensada, de forma que a mortalidade é mais elevada. Hemorragia maciça com risco de broncoaspiração Estabilização hemodinâmica Ressuscitação volêmica: manter o paciente euvolêmico (avaliar o volume com atenção) o Pacientes ficam muito mal com a hipovolêmica: pioram a perfusão tecidual e a função renal; aumenta mortalidade o Pacientes ficam muito mal com a hipervolemia: aumenta a pressão portal e leva ao ressangramento o 2 acessos calibrosos – expansão de volume o Manter PAS 90-100 mmHG (hepatopatas costumam ter PA mais baixa) e FC<100 bpm (cuidado com os pacientes que usam b-bloqueadores, pois a FC pode está falseada) o Pressão venosa central: 1 a 5 mmHg o Solução salina na fase inicial (individuo hipotenso/chocado) o Preferir albumina após estabilização (individuo estável) Politica transfusional o Transfusão de concentrado de hemácias Hemoglobina alvo 7-8 g/dl Atenção: idade, comorbidades, sangramento ativo Hemoglobina 7 mg/dl é seguro, exceto se IAM e angina (costuma precisar de uma hemoglobina um pouco maior) Se transfundir muito aumenta a mortalidade devido ao ressangramento Tratamento dos distúrbios de coagulação o Consenso de Baveno VI (principal consenso de hipertensão portal do mundo) Nenhuma recomendação específica Estudos com resultados discordantes em relação ao manejo da coagulopatia INR não é um indicador confiável do status de coagulação desse paciente cirrótico MOTIVO: hepatopatas graves tem deficiência de fatores pro coagulantes como anticoagulantes e nessa balança ele pode está no estágio pro trombótico ou pro hemorrágico e o INR não vai conseguir dizer isso Tratamento farmacológico Imediato; não demorar, pois é ele que vai segurar a pressão portal imediatamente Beneficios do tratamento farmacológico o Controle da hemorragia: eficácia semelhante á EDA (cerca de 70%) o Combinado à endoscopia, melhora eficácia (85%) > melhor tratamento o Reduz necessidade de transfusão o Reduz tempo de hospitalização Tempo de tratamento: 2-5 dias Resumo do tratamento clínico: o Evitar hipervolemia pode prevenir ressangramento, mas devemos garantir boa perfusão tecidual, ou seja, evitar a hipervolemia e que haja disfunção de múltiplos órgãos o Prevenir estratégia restritiva (Hb entre 7-8) o INR mal predidor de sangramento no cirrótico o Indicar uso imediato de drogas vasoativas (antes da EDA) o Não há preferência entre as drogas (teripressina, octreotida, somatostatina) o Profilaxia de infecções para todos por até 7 dias o Profilaxia de encefalopatia ainda não pode ser universalmente recomendada, mas atenção para essa provável evolução Solicitar tratamento endoscópico Pacientes instáveis o IOT para proteger via aérea o Estabilizar hemodinamicamente o Realizar endoscopia o mais rápido possível Pacientes estáveis o Realizar endoscopia após período de jejum o Estudo com 210 pacientes com HDA varicosa e estabilidade hemodinâmica, a realização de EDA 4,8 e 12 horas após chegada no hospital não afetou a taxa de mortalidade o EDA deve ser feita precocemente, mas não de imediato. Imediato se faz a droga vasoativa o EDA realiza ligadura elástica; tratamento padrão ouro o Ligadura endoscópica é recomendado para Todos os pacientes com HDA varicosa:1 A o A ligadura elástica é o método de escolha recomendado o O cianoacrilato é recomendado para sangramento agudo por varizes gástricas : 1 A o Sempre deve ser combinado ao farmacológico: 1 A Agentes esclerosantes (etanolamina) o Indicados somente se a ligadura for tecnicamente difícil: 1 A (falta de ligadura ou impossibilidade técnica) o Não é primeira linha o Em alguns consensos mundiais ela nem é mais recomendada o Injeta a substancia esclerosante dentro das varizes o Desvantagens: Taxas de mortalidade significamnte maiores que a ligadura elástica Maior risco de ressangramento Maior taxa de complicações o Se tiver disponível os 2 métodos você deve optar por ligadura elástica ou invés de agentes esclerosantes Profilaxia de infecções: prevenção de PBE para paciente que sangrou Uso de antibióticos Endotelina s Heparinóides causam a persistência desse sangramento Redução das taxas de infecção: 45% para 14% Redução da mortalidade 48% para 15% Redução da recorrência do sangramento 44% para 10% Quais antibióticos? Norfloxacino 400 mg VO 12/12h Ciprofloxacino 400 mg IV 12/12 h Ceftriaxone 1 g IV 1x/d o Nos pacientes mais graves o ideal é fazer até 7 dias 20% dos pacientes não respondem a terapia inicial ou ressangram em 3 a 5 dias Terapia de resgate o Pacientes grandes com PAS > 200 Balão de Sengstaken-Blakemore: medica salvadora de vida até o paciente conseguir um tratamento definitivo o Tem um balão gástrico e um esofágico; insufla primeiro o gástrico e depois o esofágico; cuidado para não insuflar o balão gástrico no esôfago, pois pode causar laceração e morte o Indicações Pacientes muito instavéveis hemodinamicamente para EDA Falha de hemostasia endoscópica, paciente continua sangrando Permite o controle do sangramento em até 80% Não manter >24 horas, pois o balão isquemia o esôfago por compressão (comprime para o sangramento parar) Complicações ocorrem em 20% a 30% dos pacientes: pneumonia aspirativa, laceração ou ruptura do esôfago Radiologia intervencionista – TIPS o Utilizada para conter sangramento o Comunica a veia porta com a veia cava, fazendo um shunt, despressuriza a pressão portal, com queda aguda daquela pressão, parando o sangramento o Indicações Não responde ao tratamento endoscópico Ressangramento precoce o Resultados: Controle do sangramento em 94% dos casos Reduz ressangramento precoce: 25 a 30% Profilaxia de HDA varicosa o Quando realizar endoscopia? Todos os pacientes no momento do diagnóstico Child A sem varizes: a cada 2 a 3 anos Child B/C sem varizes: anualmente Pacientes com varizes:anualmente Sempre que houver descompensarão hepática o Profilaxia primária: prevenir o sangramento em que nunca sangrou Quem? Todos com cirrose e varizes,exceto pacientes com child A e com varizes de fino calibre e sem red spots (não faz profilaxia primária) Como? Propanolol/carvedilol ou ligadura elástica o Profilaxia secundária: todo mundo que já sangrou Quem? Todos com HDA varicosa prévia Como? Propranolol e ligadura gástrica/ cionoacrilato (se varizes gástricas)
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