Buscar

Penal - homicídio qualificado e majorado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

HOMICÍDIO qualificado
É UM CRIME HEDIONDO, tipificado no Artigo 121 § 2º As qualificadoras resultam de:
a) motivos determinantes (incs. I ,II, VI e VII); 
b) meios empregados (inc. III); 
c) modos ou formas (IV); 
d) conexão com outro crime (inc. V)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos
I) MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA OU OUTRO MOTIVO TORPE 
Motivo Torpe: Significa o motivo moralmente reprovável, adjetivo, desprezível, que demonstra depravação espiritual. A paga e a promessa de recompensa, são um exemplo de motivo torpe. O código penal usa uma fórmula exemplificativa Exs Matar para receber herança; ódio de classe; vaidade; inveja. 
II) MOTIVO FÚTIL: É o motivo insignificante. Apresenta desproporção entre o crime e a sua causa. Motivo frívolo, leviano 
OBS: Motivo fútil é diferente de ausência de motivo. A falta de motivo pode ser considerada motivo torpe. 
Ex: matar porque a vítima recusa um cigarro, a vítima riu do agente, uma fechada no trânsito 
Ambos os motivos são circunstâncias agravantes que determinam maior gravidade da culpabilidade.
Conforme a doutrina PRADO, Luiz Regis et al. Curso de Direito Penal: 
“Figuram, também, como circunstâncias qualificadoras do delito de homicídio (art. 121, § 2.º, I e II, CP). Motivo fútil é aquele insignificante, flagrantemente desproporcional ou inadequado se cotejado com a ação ou a omissão do agente. Torpe é o motivo abjeto, indigno e desprezível, que repugna ao mais elementar sentimento ético.” 
III) EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL OU DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM 
· VENENO: Deve ser ministrado insidiosamente, ou seja,sem que a vítima saiba que o está ingerindo. Se assim não for não incide a qualificadora do venefício, podendo qualificar-se por emprego de meio cruel. É toda a substância mineral, vegetal ou animal que introduzida no organismo é capaz de, mediante ação química, bioquímica ou mecânica, lesar a saúde ou destruir a vida. 
· FOGO: É meio cruel se for utilizado só no corpo da vítima. Constitui meio que causa perigo comum se houver possibilidade de atingir outras pessoas, como no incêndio.
· EXPLOSIVO: É qualquer corpo capaz de se transformar rapidamente em gás a temperatura elevada. Provocando detonação que não atinge só a vítima, mas também pode atingir outros. Ex: atos terroristas Também pode causar perigo comum. 
· ASFIXIA: É o impedimento da função respiratória e consequente ausência de oxigênio no sangue.
· ESGANADURA: constrição do pescoço com as mãos do agente ENFORCAMENTO: constrição do pescoço pelo peso do próprio corpo ESTRANGULAMENTO: constrição do pescoço com fios, arame, gravata, corda SOTERRAMENTO: submersão em meio sólido AFOGAMENTO: submersão em meio líquido CONFINAMENTO: preso em local que não penetre ar SUFOCAÇÃO: provocada pela presença de um corpo estranho nas vias aéreas.
· TORTURA: É a inflição de mal desnecessário para causar a vítima dor, angústia, amargura e sofrimento. É necessário distinguir o dolo para não confundir-se o “homicídio qualificado pelo emprego de tortura” e o “crime de tortura” (Lei 9.455). No primeiro o dolo é de matar, utilizando como meio, a tortura. No segundo o dolo é de apenas torturar sem levar a vítima à morte. Art. 1º 
Para não restar dúvidas quanto a distinção do crime de tortura e do homicídio qualificado pelo emprego de tortura: 
a) Preterdolo: Dolo na tortura. Culpa na morte. Responde pelo crime de tortura com a pena aumentada pelo resultado morte § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
b) Dolo na morte: Direto ou eventual. Responde por homicídio qualificado pela tortura. Durante a tortura o agente decide matar a vítima: Dolos distintos E, PORTANTO, concurso material entre homicídio(simples) e tortura. 
IV) À TRAIÇÃO, EMBOSCADA OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DA VÍTIMA
São circunstâncias que levam a prática do crime com maior segurança para o agente, que se vale da boa fé ou da desprevenção da vítima para praticar o crime. 
· Traição: É a quebra de confiança depositada pela vítima no agente, que dela se aproveita para mata-la, o crime é cometido mediante ataque súbito e sorrateiro, atingindo a vítima descuidada e confiante. Física: ex.: matar pelas costas Moral: ex.:Atrair a vítima a um abismo. 
· Emboscada: É o ato de esperar oculto a vítima para atacá-la. Tocaia; esconder-se para aguardar a passagem da vítima despreparada. # Dissimulação: É o emprego de recurso que distrai a atenção da vitima do ataque pelo agente. Ex: disfarce,surpresa, dissimulação da borda de um poço 
· FÓRMULA EXEMPLIFICATIVA: É necessário que que este “outro recurso” tenha a mesma natureza das qualificadoras anteriormente descritas
V) PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, OCULTAÇÃO, IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME 
Essa qualificadora exige um vínculo com outro crime uma conexão teleológica ou consequencial. Deve existir uma conexão teleológica. O que qualifica o crime é a finalidade pela qual ele foi praticado Ex.: matar a empregada para sequestrar a criança. 
Assegurar a ocultação: o sujeito visa impedir a descoberta de um crime, existe uma conexão consequencial Ex.: mata o perito que vai descobrir uma apropriação indébita O crime ainda não é conhecido e o agente mata para que este não venha a ser descoberto. 
Assegurar a impunidade: Nesse caso o crime já é conhecido, embora sua autoria não o seja. Ex.: mata a testemunha que pode lhe identificar como autor de um roubo 
Assegurar a vantagem: O propósito do agente é garantir a fruição de qualquer vantagem patrimonial ou não, resultantes de outro crime. Ex.: matar o parceiro de estelionato para ficar com todo o produto do crime. Não é necessário que a vantagem seja patrimonial, podendo ser moral
E se o homicídio for cometido para assegurar a prática de uma contravenção? 
R: Não se aplica a qualificadora. Pode ele responder pela qualificadora de motivo fútil ou torpe conforme o caso.
E se o crime conexo for impossível? 
R: Aplica-se a qualificadora pela culpabilidade do sujeito que na sua subjetividade praticou dois crimes.
OBSERVAÇÕES:
1- Não é necessário que o delito que o agente pretende assegurar a execução chegue a ser executado. Pune-se a censurabilidade da conduta, sem importar a realização da intenção do agente. Basta que haja tal intenção. 
2- Não é preciso que o outro crime tenha sido ou venha a ser praticado pelo próprio agente do homicídio, podendo ser por terceiro. 
3- Em todos os exemplos dados o agente responde pelos dois crimes em concurso material (homicídio qualificado + o crime conexo)
O motivo fútil é uma qualificadora no homicídio art. 121, parágrafo 2°, inciso II, e uma agravante genérica do art. 61, inciso II, alínea A. Quando tal motivação vai qualificar o homicídio e quando vai agravá-lo? Por quê?
R: Quando em face da presença apenas da qualificadora de motivo fútil, este será utilizado para qualificar o delito praticado pelo agente. Todavia, frente a um crime com mais de uma condição que o qualifica, poderá o motivo fútil ser utilizado como agravante genérica do delito, durante a segunda fase da aplicação da pena, conforme determinado pelo art. 68 do Código Penal, uma vez utilizando-se da outra circunstância para qualificar o crime em questão.
VI - CONTRA A MULHER POR RAZÕES DA CONDIÇÃO DE SEXO FEMININO: 
CRITÉRIOS BIOLÓGICO, LEGAL E PSICOLÓGICO PARA DEFINIÇÃO DO SEXO Encontram aparo no § 2º-A do art. 121 e na Lei 11.340. Sendo assim: 
 “Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: I - violência doméstica e familiar” 
HOMICÍDIO majorado
121 § 4º PARTE FINAL 
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
Conforme o art. 121 § 6º a pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviçode segurança, ou por grupo de extermínio. 
SÍNTESE - QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO HOMICÍDIO
COMUM- pode ser praticado por qualquer pessoa
MATERIAL- exige um resultado material
SIMPLES- só atinge uma objetividade jurídica
DE DANO- exige a efetiva lesão ao bem jurídico tutelado
INSTANTÂNEO- se consuma em um determinado momento, com a morte
UNISSUBJETIVO- pode ser praticado por um só agente 
PENA E AÇÃO PENAL:
HOMICÍDIO SIMPLES: reclusão de 6 a 20 anos
HOMICIDIO QUALIFICADO: reclusão de 12 a 30 anos
HOMICÍDIO CULPOSO: detenção de 1 a 3 anos ( cabe a suspensão condicional do processo)
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

Continue navegando