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Grupos Operativos - Enrique Pichon-Rivière

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Grupos Operativos - Enrique Pichon-Rivière
● Pichon-Rivière é um psiquiatra e psicanalista suíço naturalizado argentino.
● Iniciou a sistematização dos grupos no Hospital Mercedes, em Buenos Aires, devido a
uma greve de enfermeiras. Essa greve inviabilizaria a rotina de cuidados e medicação
de pacientes com doenças mentais. Pichon, propõe então que pacientes "menos
comprometidos" prestassem cuidados e assistência aos "mais comprometidos".
● Começou a trabalhar com grupos à medida que observava a influência do grupo familiar
em seus pacientes.
● Sua prática era influenciada pela psicanálise e pela psicologia social. E para este autor,
o objeto de formação do profissional deve instrumental o sujeito para uma prática de
transformação de si, dos outros e do contexto em que estão inseridos.
● De acordo com a psicologia social, o sujeito é um ser predominantemente social e está
inserido em uma cultura, uma trama complexa que por meio da qual internalizará
vínculos e relações sociais que vão construir seu psiquismo.
● Logo, a aprendizagem está centrada em processos grupais, pois esta oferece a
possibilidade de uma nova elaboração de conhecimentos, de integração e de
questionamentos acerca de si e do outros. Pois, a aprendizagem é um processo
contínuo em que comunicação e interação são indissociáveis, na medida em que
aprendemos a partir da relação com os outros.
● "Aprendo na medida em que me comunico e interajo."
● Dessa forma, a técnica de grupos operativos, sistematizada por Pichon-Rivière, tem
como proposta promover um processo de aprendizagem para os sujeitos envolvidos no
grupo. E isso se dá através de uma leitura e análise crítica da realidade, abertura para
dúvidas e inquietações.
● Na concepção de Pichon-Rivière, o grupo apresenta-se como instrumento de
transformação da realidade, e seus integrantes passam a estabelecer relações grupais
que vão se constituindo, na medida em que começam a partilhar objetivos comuns, a ter
participação criativa e crítica e a pode perceber como interagem e se vinculam.
● Teoria dos vínculos: segundo a teoria dos vínculos, o sujeito constrói uma forma de
interpretar a realidade própria de cada um. Esta é uma estrutura complexa que parte da
interação entre sujeitos onde somos internalizados pelo outro e internalizamos o outro
em nós.
● Na dinâmica grupal do grupo operativo há formação de papéis (fixos e emergentes)
pelos membros do grupo. Tais papéis podem ser funcionais (líder e porta-voz) ou
disfuncionais (bode expiatório e sabotador).
● O porta-voz é o integrante que explicita o que está implícito no grupo, ou seja, torna o
inconsciente ao consciente através da sua fala; o bode expiatório é aquele que explicita
algo que não tem aceitação do grupo por seu posicionamento ou percepção serem
diferentes, passando a ser o depositário de coisas ruins do grupo; o líder de mudança é
quem executa a tarefa apesar do conflitos, buscando soluções e é aquele que empurra o
grupo para solucionar problemas e sair da zona de conforto; já o sabotador é aquele que
pode levar a segregação do grupo e dificultar a conclusão da tarefa, mesmo com a
melhor intenção de desenvolvê-las.
● Já o coordenador do grupo é aquele que observa e analisa a formação dos papéis e a
forma em que se configuram. Cria, mantém e fomenta a comunicação e o
desenvolvimento grupal.
● O grupo operativo tem como modelo o cone invertido, no qual representa o movimento
de estruturação, desestruturação e reestruturação de grupo. Esse cone invertido é
composto por vetores universais de avaliação articulados entre si, são estes: a
pertenência, pertinência, cooperação, manifesto, aprendizagem, comunicação, tele e
latência.
● A pertenência condiz ao sentir-se parte do grupo, ao sentimento de pertencimento; a
pertinênia é o centramento na tarefa incubida ao grupo; a cooperação é o desempenho
de papéis diferentes e complementares que articulam-se entre si dentro do grupo; o
manifesto é aquilo que é explícito ao grupo; a aprendizagem é a criação e adaptação à
realodade; a comunicação é o intercâmbio de informações dentro do grupo; a tele é o
clima emocional que paira dentro do grupo e a latência é aquilo que é
implícito/inconsciente como, por exemplo, o medo e angústias.
● A técnica do grupo operativo pressupõe a tarefa explícita (aprendizagem, diagnóstico ou
tratamento), a tarefa implícita (o modo como cada integrante vivência o grupo) e o
enquadre que são os elementos fixos (o tempo, a duração, a frequência, a função do
coordenador e do observador).
● Momento de pré-tarefa: é caracterizado pelas resistências dos integrantes do grupo ao
contato com os outros e consigo mesmo, na medida em que o novo, o grupo, gera
ansiedade e medo, medo de perder o próprio referencial, de se deparar com algo que
possa surpreender e por sua vez suspender suas velhas e cômodas certezas acerca de
si e do mundo.
● Tarefa: é a trajetória que o grupo percorre para atingir seus objetivos, ela está
relacionada ao modo como cada integrante interage a partir de suas próprias
necessidades. Quando ocorre elaboração das ansiedades básicas, o rompimento de
estereótipos e a abertura para o novo, o grupo está na tarefa.
● Dinâmica dos "3D" (Depositado, depositário e depositantes): surge no mesmo tempo em
que alguém enuncia algo de si mesmo (verticalidade) e também denuncia uma
característica ou um problema grupal como produto da interação dos membros do grupo
entre si.
● Depositado é aquilo que o grupo ou indivíduo não pode assumir e projeta em alguém;
depositário é aquele em que é projetado; depositantes são todos aqueles que projetam.
● Esses grupos podem ser caracterizados como grupo terapêutico ou de aprendizagem.
● A técnica de grupos operativos e as bases que a compõem, auxilia no olhar diferenciado
e mais amplo para a aprendizagem, para o indivíduo e suas relações, ressaltando a
importância da interação social em sua aprendizagem. Propicia aos membros do grupo
um espaço de escuta, de fala livre e partilha de experiências, contribuindo para
ressignificação de conceitos e crenças pessoais, pois trabalha-se com a subjetividade e
com a singularidade de cada um de seus integrantes. Assim, tal técnica contribui
principalmente para a promoção de saúde e, consequentemente, às possibilidades de
mudança de seus integrantes diante das respectivas dificuldades e conflitos.
● Acredito que compreender as dinâmicas e os processos é de grande importância para
coordenar, manusear e conduzir o grupo para um caminho de acolhimento mútuo,
contribuindo para o estabelecimento de vínculos entre os membros e proporcionando
uma atmosfera acolhedora e de caráter terapêutico, facilitando a aprendizagem e
mudança.
● Na terapia ocupacional, a tarefa não é exatamente a atividade, e sim o tratamento e a
cura. Dessa forma a atividade é o meio em que pode ocorrer a expressão e
comunicação daquilo que o membro sente, expressando aquilo que precisa ser
trabalhado e dando ao terapeuta sinais de como isso pode ser desenvolvido através da
atividade.

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