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Resumo - Terapia Comunitária Integrativa

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RESUMO - TERAPIA COMUNITÁRIA INTEGRATIVA
● A Terapia Comunitária Integrativa é um espaço de acolhimento em que indivíduos se
reúnem em roda para partilhar seus sentimentos, aflições, problemas, inquietações e
situações difíceis pelas quais o membro esteja enfrentando ou para expressar e partilhar
alegrias, conquistas e superações. A TCI é um espaço de troca, de escuta sensível, de
valorização do ser, rede de apoio, formação de vínculo entre os membros e,
principalmente, um espaço que permite a ressignificação de perspectivas e crenças
acerca de si e do outro.
● Na TCI valoriza-se a participação e o protagonismo dos membros, dessa forma cada um
tem sua vez de ter voz no grupo, ou seja, de partilhar suas aflições e angústias diante de
escuta sensível, sendo assim uma prática de horizontalidade. E é por meio do partilhar
coletivo, da busca por novos sentidos, perspectivas e significados que se produz um
impacto positivo na vida dos membros, pois estes passam a encontrar resoluções para
seus problemas ou ressignificar suas perspectivas ou modo de lidar com essas questões.
● A TCI teve origem há 22 anos e foi desenvolvida pela psiquiatra e antropólogo Adalberto
Barreto, que ao se deparar com diversos pacientes em busca de medicalização para o
sofrimento, chegou a conclusão de que a demanda não era devido a patologia e sim por
sofrimento emocional.
● Ao estruturar a metodologia dessa terapia grupal, Barreto se estruturou com influência de
três bases teóricas: Antropologia Cultural, Teoria da Comunicação e Pensamento
Sistêmico.
● Na sua proposta terapêutica a sociabilidade era estimulada através de atividades
culturais (brincadeiras, contos, músicas, ditos populares) que reúnem e conectam o
grupo. Sendo a cultura um recurso que pode ser utilizado para o enfrentamento tanto de
questões pessoais por meio da compreensão do contexto cultural em que o indivíduo está
inserido quanto de problemas sociais.
● A Teoria da Comunicação de Watzlawich influenciou a estruturação da TCI por Barreto
com suas 5 regras básicas: 1 - Todo comportamento é comunicação e toda comunicação,
inclusive as pistas comunicatórias em um contexto impessoal, afetam o comportamento; 2
- toda comunicação tem dois componentes: o conteúdo (ou mensagem) e a relação entre
os interlocutores (definição de si mesma e espera por uma resposta - consciência do seu
próprio eu); 3 - toda comunicação depende da pontuação; 4 - toda a comunicação tem
dois modos de expressão: a comunicação verbal (a linguagem falada e escrita) e a
comunicação não verbal (analógica ou gestual); 5 - a comunicação pode ser: simétrica,
baseada na semelhança ou complementar baseada no que é diferente.
● Segundo Barreto, a pessoa que fala sobre seus sentimentos, angústias e sofrimentos não
se comunica somente de forma verbal. Ela comunica através de sua expressão, lágrimas,
silêncio, tom de voz, o sofrimento e angústia que a aflige. Por sua vez, o grupo que a
escuta se identifica e assim, pode falar sobre aquilo que carregava em silêncio. A escuta
dá espaço para a solidariedade, compaixão e empatia, sendo estes os primeiros passos
para construção de uma comunidade solidária, ou seja, uma rede de apoio entre os
membros.
● Já por meio das influências do Pensamento Sistêmico, Barreto compreendeu que a
contextualização dos fenômenos (angústias e ansiedades relatadas na terapia), a
valorização das relações e o respeito às diversidades, indica que é necessário
compreender uma situação-problema a partir do contexto em que esta ocorre. Pois
segundo Barreto, é necessário entender as relações de vários elementos de um sistema
para conhecê-lo como um todo, analisando suas partes e a interação existente entre eles,
desenvolvendo uma compreensão textual.
● A Terapia Comunitária Integrativa surgiu num contexto sociopolítico em que as
transformações na sociedade afetaram diretamente no aumento da competitividade,
sendo esta uma base para o sistema capitalista, aumento da insegurança, exclusão do
mercado de trabalho, desemprego, entre outras. Diante disso, observou-se a diminuição
da importância de formas tradicionais de comunidade , o que de certa forma acarretou na
maior vivência de sentimentos de solidão, abandono, baixa autoestima etc.
● Dessa forma, juntamente com as mudanças causadas pela Reforma Psiquiátrica, viu-se a
necessidade de ferramentas de estratégia de promoção de Saúde Mental e de ações
preventivas, buscando atender a demanda de pessoas em situação de sofrimento
emocional.
● A TCI funciona com a atuação de uma dupla de terapeutas, com os participantes em
círculo e ocorre em 6 etapas: acolhimento, escolha do tema, contextualização,
problematização, rituais de agregação e conotação positiva e avaliação.
● No acolhimento, que ocorre em 7 minutos mais ou menos, busca-se aproximar os
participantes, definir o objetivo do encontro e esclarecer regras. Na escolha do tema, o
terapeuta se apresenta e propõe temas, estimula a participação dos membros para
propô-los, indaga quais temas mais se identificaram, inicia votação e faz os
agradecimentos. Na contextualização do tema, a pessoa que teve o tema escolhido
partilha seu sofrimento e os demais fazem perguntas para melhor compreendê-la. Na
problematização, o terapeuta realiza uma pergunta que irá ser o disparador de uma
reflexão acerca do tema e relato partilhado. No encerramento, uma atividade em grupo é
proposta e realizada. E, por fim, na avaliação, o terapeuta avalia a condução da roda e o
impacto do encontro sobre cada um.
● Para a Terapia Ocupacional, a TCI pode ser uma potente ferramenta para ressignificar
cotidianos, justamente por proporcionar novas perspectivas acerca das questões
compartilhadas. Além disso, como foi dito antes, dar luz ao coletivo através das vivências
individuais, entendendo o contexto sociocultural do indivíduo para entender o que ele traz
nos encontros. A TCI proporciona um espaço sensível de escuta e acolhimento e
principalmente de formação de vínculos e rede de apoio, o que é essencial para o
processo e cuidado em saúde mental dos indivíduos.

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