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Doenças Exantemáticas da Infância

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- Exantema: erupção cutânea que ocorre em doença aguda provocada por vírus ou bactéria 
- Exantema maculopapular: indica que há erupção cutânea aguda e generalizada, toma o corpo inteiro, o termo 
é inespecífico, podem ter várias erupções que apresentam morfologia de máculas ou pápulas 
- Mácula: lesão cutânea lisa com ≤ 1 cm no maior diâmetro; > 1 cm é mancha 
- Pápula: saliência elevada com ≤ 1 cm; > 1 cm é placa ou nódulo 
- Úrticária: pápulas ou vergões 
 
• Anamnese 
- Idade 
- Raça 
- Característica da febre: tempo de aparecimento, intensidade 
- Sinais e sintomas que acompanham: calafrios, sudorese, mal estar, artralgias 
- Adenomegalias 
- Características do exantema: lisa ou áspera, descamativo ou não, evolução 
craniocaudal/centrífuga/centrípeta/respeita pé e mão 
 
• Caso Clínico 
- Lactente com 1 ano e 6 meses chegou à UPA em vigência de febre (39º C). 
Mãe refere febre elevada há 48 horas. Hoje amanheceu sem febre, mas 
apresentou manchas rosas no corpo que se iniciaram no tronco e em seguida 
na face. Continua com pouco apetite. 
 
• Exantema Súbito (ou roséola infantum) 
- Causada pelo herpes vírus 6 e 7 
- Transmissão: secreção oral do portador sadio 
- Faixa etária: 6 meses a 3 ou 4 anos 
- Quadro clínico: início súbito do exantema após cesar febre alta (39/40ºC). 
Pode ter pródromos de IVAS. Exantema do tipo maculopapular, não 
coalescentes. Em geral, inicia-se no tronco e em seguia a face, a região 
cervical e a raiz dos membros. Dura 24 a 72 horas. 
- Diagnóstico: clínico (pode fazer sorologia IgM pelo ELISA) 
- Tratamento: suporte e sintomáticos 
- Não existe vacina disponível 
 
• Eritema Infeccioso ou Megaleritema epidêmico 
- Etiologia: parvovírus humano B19 
- Transmissão: secreção da via respiratória. A transmissibilidade máxima ocorre antes 
do exantema. 
- Faixa etária: 2 a 14 anos 
- Quadro clínico: início súbito, geralmente sem pródromos, ou pode haver sinais 
inespecíficos, como febrícula, mialgia e cefaleia. O exantema inicia-se pela face 
sob a forma de eritema difuso e edema de bochechas (fácies esbofeteada). O 
exantema é tipo maculopapular, com palidez central que confere rendilhado à 
lesão. Acomete o tronco e a face extensora dos membros, podendo regredir em 
até 3 semanas. 
- Diagnóstico: clínico, pode fazer sorologia IgM 
(ELISA) 
- Tratamento: suporte e sintomáticos 
- Prevenção: não existe vacina disponível 
 
 
Exantema súbito (caso clínico) 
Face esbofeteada (imagem 
de cima e de baixo) 
 
 
• Coxsackioses 
- Etiologia: coxsackie grupos A (23 sorotipos) e B (6 sorotipos) 
- Transmissão: vias fecal-oral ou respiratória 
- Quadro clínico: exantemas maculopapulares, vesiculares, petequiais, morbiliformes, urticariformes, 
escarlatiniformes, rubeoliformes e pustulares. Essa é a razão para serem incluídas no diagnóstico diferencial 
de praticamente todas as outras doenças exantemáticas. 
- Tratamento: sintomáticos e medidas de suporte 
- Prevenção: não há vacinas disponíveis 
- Típico da síndrome mão-pé-boca 
 
• Rubéola 
- Etiologia: Rubivirus (família Togaviridae) 
- Transmissão: secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas 
- Exantema: não pruriginoso. Maculopapular rubeoliforme. Inicia-se na 
face e distribui-se pelo tronco e membros. Não é confluente. 
- Outros sintomas: febre baixa, linfadenopatia retroauricular, occipital e 
cervical posterior e conjuntivite discreta 
- Complicações: panencefalite 
- Exantema tipo rubeoliforme: semelhante ao morbiliforme, porém de 
coloração rósea, com pápulas um pouco menores. 
 
• Sarampo 
- Etiologia: Morbilivirus (família Paramixoviridae) 
- Transmissão: aerossóis respiratórios, maior transmissibilidade ocorre entre 2 
dias antes e 2 dias após o início do exantema 
- Exantema: maculopapular morbiliforme. Inicia-se em região retroauricular e 
distribui-se para tórax e membros superiores. Podem confluir, mais 
avermelhado que o da rubéola. 
- Outros sintomas: febre alta, coriza, tosse seca, conjuntivite e manchas de 
Koplik (patognomônico, é um enantema de aspecto esbranquiçado localizado 
na mucosa bucal, antecedendo o exantema) 
- Complicações: otite média, pneumonia, encefalite 
 
• Varicela 
- Etiologia: vírus varicela-zóster 
- Transmissão: aerossóis respiratórios, gotículas de saliva ou pelo contato com o 
líquido das lesões cutâneas 
- Exantema: pruriginoso. Manchas avermelhadas evoluem para vesículas com base 
eritematosas, pústulas e crostas (polimorfismo das lesões cutâneas, podem ter 
vários tipos presentes ao mesmo tempo). Inicia-se em face e distribui-se em tronco. 
Pode acometer mucosa (enantema). 
- Outros sintomas: pródromos de febre e mal-estar. Dura 10 dias. 
- Complicações: infecção bacteriana cutânea secundária, pneumonia, encefalite, 
Síndrome de Reye (encefalite e hepatite) 
 
o Exantema tipo Papulovesicular 
- Presença de pápulas e de lesões elementares de conteúdo líquido (vesicular) 
com transformação sucessiva de máculo-pápulas em vesículas, vesico-pústulas, 
pústulas e crostas. 
 
Exantema de aspecto rendilhado 
Exantema da rubéola 
Exantema do sarampo 
Manchas de Koplik 
 
- O diagnóstico dessas doenças é totalmente clínico, na prática não fica se pedindo exame, mas pode fazer. 
- Permanganato de potássio é antisséptico, importante para infecção secundária. 
 
 Rubéola Sarampo Varicela 
Diagnóstico Sorologia IgM Sorologia IgM Sorologia IgM 
Tratamento Sintomáticos e medidas 
de suporte 
Sintomáticos e medidas 
de suporte 
Anti-histamínicos 
sistêmicos e 
permanganato de 
potássio 
Vacinas (MMR/SRC) Tríplice Viral MMR ou SRC ou Tríplice 
viral 
Varicela ou Tetra Viral 
(MMR + varicela) 
 
• Caso Clínico 
- Menino de 5 anos, previamente saudável, chega à UPA 
com história de 6 dias de febre e erupção cutânea. Quatro 
dias antes da internação, o paciente desenvolveu uma 
pequena erupção papular em todo o corpo, injeção 
conjuntival bilateral sem exsudato e temperatura de 
38,7ºC. A erupção desapareceu no dia 4, mas a febre 
persistiu. Ao exame, ele tem uma temperatura de 39ºC. Ele 
está irritado e difícil de consolar. Suas escleras são 
injetadas bilateralmente e sua orofaringe é levemente 
eritematosa. Seus lábios estão secos e rachados. Um 
linfonodo de 1,5 x 2 cm é palpável na cadeira cervical 
anterior esquerda. Ausculta normal. Ele não tem erupções. 
- Achados laboratoriais relevantes: 
- Leucócitos: 16.500 / mm³ 
- Hemoglobina: 9,8 g / dL 
- Contagem de plaquetas: 420.000 / mm³ 
- Proteína C Reativa: 23,15 mg / mL 
- Taxa de sedimentação eritrocitária: 75 mm / h 
- Exame de urina: cetonas pequenas, sem leucócitos, sem sangue 
 
• Doença de Kawasaki 
- Exantema polimórfico, macular ou máculo-papular, raramente vesicular ou bolhoso 
- É bastante típica a confluência em região perineal (parece uma assadura) seguida de descamação do local 
- Em extremidades são observados edema do dorso de mãos e pés, acompanhados de eritema palmo-plantar 
- Depois de 10 dias de doença, começa uma descamação laminar que se inicia na região periungueal, que pode 
durar até 10 semanas 
 
o Critérios Diagnósticos: fundamental ter pelo menos 5 dias de febre, acompanhada de 4 dos sinais: 
- Hiperemia conjuntival bilateral 
- Alterações orais: eritema labial e/ou fissura labial e/ou eritema difuso em orofaringe e/ou língua em framboesa 
- Alterações de extremidades: edema de mãos e pés e/ou eritema palmo-plantar e/ou descamação periungueal 
- Exantema polimorfo 
- Adenomegalia cervical com diâmetro superior a 1,5 cm 
 
OBS: na presença de 4 ou mais critérios, o diagnóstico pode ser feito no 4º dia da doença; caso haja doença 
coronariana pelo ecocardiograma, não são necessários 5 dias de febre para se estabelecer o diagnóstico. 
 
Varicela 
o Outros sintomas 
- Alterações orais: lábios eritematosos e fissurados, língua em framboesa e eritema difuso da orofaringe. 
- Raramente são observadas vesículas ou exsudatos amigdalianos 
- Alterações oculares:conjuntivite bilateral, não exsudativa, podendo 
ocorrer uveíte assintomática, geralmente evoluindo sem sequelas 
- Alterações de extremidades: edema de mãos e pés e/ou eritema 
palmo-plantar e/ou descamação periungueal 
 
o Complicações 
- Taquicardia no período febril, arritmias, pericardite, 
endocardite com insuficiência valvar e aneurismas 
coronarianos 
- Complicações graves, como doença cardíaca isquêmica, 
infarto agudo do miocárdio e morte súbita (as 
complicações mais importantes são as cardíacas) 
 
o Tratamento 
1. Gamaglobulina endovenosa (2 g/kg): essencial para evitar complicações cardíacas 
2. Ácido acetilsalicílico (80-100 mg/kg/dia): dose maior na fase febril 
3. Ácido acetilsalicílico (3-5 mg/kg/dia): manter na dose menor enquanto houver plaquetose (ou aneurismas 
coronarianos) para prevenir eventos tromboembólicos 
4. Se não houver resposta, repetir infusão de gamaglobulina e se persistir febre → pulsoterapia com 
metilprednisolona na dose de 30 mg/kg/dia por 3 dias 
5. Casos refratários: agentes anti-TNF e/ou citotóxicos 
6. Anticoagulantes: em caso de aneurismas gigantes 
 
• Mononucleose Infecciosa 
- Etiologia: Vírus Epstein-Barr 
- Transmissão: contato direto com secreções salivares de indivíduo portador 
- Quadro clínico: após período prodrômico de 2 a 5 dias (mal-estar e/ou febre), surgem odinofagia com 
adenomegalia cervical, febre e hiperplasia linfática da faringe com ou sem enantema em palato. Pode cursar 
com hepatoesplenomegalia. Dura 2 a 3 semanas. 
- Exantema: eritematoso e maculopapular, com textura de lixa fina, pode ser urticariforme, escarlatiniforme, 
morbiliforme, hemorrágico ou petequial. Pode se manifestar quando inadvertidamente se utiliza ampicilina. 
 
o Outros sintomas 
- Nas infecções primárias, pode ser assintomático ou ter quadro leve de infecção respiratória alta (faringites, 
amigdalites, otite média), rash cutâneo, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia 
 
o Diagnóstico: clínico 
- Mas pode realizar a detecção de anticorpos heterofilos por Reação de Paul-
Bunnell-Davidsohn, cujo resultado é significativo se maior que 1:56 
- ELISA 
 
o Tratamento 
- Terapia de suporte: hidratação, analgésicos e antitérmicos 
- Sintomatologia grave: obstrução respiratória importante, complicações 
hematológicas ou neurológicas, esplenomegalia muito volumosa ou 
miocardite → usar prednisona* 1 mg/kg/dia, VO, por 7 dias 
- Limitar as atividades físicas dos pacientes com organomegalias 
 
OBS: às vezes, a hipertrofia amigdaliana é tão importante que pode haver 
obstrução respiratória. Nesses casos, pode-se usar prednisona, mas não é a regra, 
no geral usa-se só os sintomáticos. 
 
Alterações orais: eritema labial 
Alterações de extremidades 
Mononucleose infecciosa: 
conjuntivite hemorrágica 
Mononucleose infecciosa: 
amigdalite com exsudato branco-
acinzentado. 
 
 
• Escarlatina 
- Etiologia: toxinas eritrogênicas/pirogênicas produzidas pelo Streptococcus β-hemolítico do grupo A 
- Transmissão: contato direto com secreções salivares de indivíduo portador do Streptococcus 
- Quadro clínico: início abrupto, com febre alta, dor de garganta, faringite, adenomegalia cervical e 
submandibular, podendo ocorrer vômitos e cefaleia. Este período dura de 12 a 48 horas. Em seguida, surge a 
erupção cutânea. 
- Exantema: difuso, vermelho intenso que clareia à digitopressão, micropapular, com pápulas muito próximas 
umas das outras, dando a sensação de lixa ao toque. Inicia-se na região torácica, com rápida disseminação 
para o tronco, pescoço e membros, poupando as palmas das mãos e plantas dos pés. A descamação ocorre 
após 5 a 7 dias do começo do quadro e dura até 3-8 semanas. 
 
o Outros sintomas: faringite estreptocócica ou infecções de pele precedem o quadro. 
 
▪ Sinal de Filatov: palidez perioral, contrastando com bochecha e testa hiperemiadas 
 
▪ Língua em framboesa: camada esbranquiçada se desprende após 3º-4º dia, aparecendo uma hipertrofia 
e hiperemia das papilas linguais. 
 
▪ Sinais de Pastia: petéquias lineares nas dobras articulares das extremidades 
 
 
(A) Sinal de Filatov; (B) Língua em Framboesa; (C) Sinais de Pastia 
▪ Descamação: desprendimento de pequenas placas de pele em face, pescoço e tórax, estendendo-se 
posteriormente para as extremidades, onde ocorre a “descamação em dedos de luva” (de dentro pra fora, 
diferente do Kawasaki, que é de fora pra dentro) 
 
 
Descamação em dedos de luva 
➢ Escarlatina x Mononucleose 
- O exantema da escarlatina parece com o da mononucleose por ser eritematoso 
puntiforme e ter pele áspera como uma lixa 
 
o Diagnóstico: clínico, mas pode colher cultura de material com swab em 
amígdalas e faringe posterior 
 
o Tratamento: penicilina benzatina, dose única IM 
- > 25 kg: 1.200.000 U 
- < 25 kg: 600.000 U 
 
• Diagnóstico Diferencial das Doenças Exantemáticas: lembrar de 
- Outras infecções virais e bacterianas 
- Zika, dengue e chikungunya 
- HIV, Micoplasma 
- Reações alérgicas, medicamentosas 
Exantema eritematoso puntiforme da 
escarlatina, que se confunde com 
mononucleose 
- Manifestações cutâneas do lúpus (colagenoses) 
- Todas essas afecções também cursam com quadros exantemáticos

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