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❖ PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE (PPL) – art. 32, I, CP a) Reclusão (CP, art.33, §1°, a) • Destinadas aos crimes de menor gravidade; • Deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto (art.33, caput, CP). b) Detenção (CP, art.33, §1°, b) • Destinada aos crimes de menor gravidade; • Deve ser cumprida em regime semiaberto ou aberto (art. 33, caput, CP). • OBS: Só é cumprida em regime fechado caso haja regressão (art. 118 da LEP c) Prisão simples (CP, art.33, §1°, c) • Destinada às contravenções penais (infração de menor lesividade) - (decreto-lei 3688 de outubro de 1941) • Se cumpre em regimes semiaberto ou aberto • cumprida sem rigor penitenciário • teoricamente em cadeia pública (onde ficam presos provisórios) ou casa de albergado (art. 93 a art.95 da LEP) ➢ Regime fechado (CP, art. 34) • Onde condenados a pena superior a 8 anos devem iniciar seu cumprimento (CP, art. 33, §2, a) • Condenados não reincidentes (considera-se reincidente o cometimento do mesmo tipo penal, cujo processo primeiro deste mesmo crime já transitou em julgado), de pena superior a 4 e inferior a 10 poderão iniciar seu cumprimento em regime fechado (fica a critério das disposições do art. 59 do CP) • Condenados a penas inferiores a 4 anos podem, excepcionalmente, iniciar seu cumprimento em regime fechado, caso as circunstâncias judiciais recomendem (súmula 269 do STJ) • Local de execução: em penitenciaria de segurança máxima e media; • Deve, obrigatoriamente, ser submetido a exame criminológico de classificação (bio-psico-socia) a fim de traçar a personalidade do indivíduo e individualizar a execução (art. 34, caput, CP); • OBS: exame criminológico e exame de personalidade, feito pela CTC (Comissão Técnica de Classificação), pretende “deixar separados” condenados com perfis menos periculosos daqueles com maior periculosidade, seguindo a lógica de que os mais recrudescidos engolem os mais fracos, e respeitando o princípio da individualização da pena, para alcançar suas finalidades • OBS2: REALIDADE – na maioria dos casos, os sentenciados iniciam o cumprimento da pena sem passarem por exames das CTCs (com desculpas do poder executivo, como “falta de verba”). Assim, condenados com perfis diferentes são misturados, tornando as penitenciárias brasileiras reais “universidades do crime” • Trabalho obrigatório, de acordo com o art. 31 da LEP, diurno (8h diárias com 1 folga semanal) e isolamento noturno (art. 34, §1°) em cela individual de 6m2, dormitório, aparelho sanitário e lavatório (art.88 da LEP); • Art. 126 da LEP (estímulo do legislador ao estudo e ao trabalho) – a cada 3 dias de trabalho, menos 1 de pena (inciso II) / a cada 12h de frequência escolar, menos 1 dia de pena; • Condenado que trabalha tem direito aos benefícios previdenciários, conta para a aposentadoria, apesar de não regido pela CLT. Em razão do trabalho em troca de benefícios, não há que se falar em trabalho forçado; • Recebe 3/4 do salário. 1 parte para reparação do dano (indenização da vítima), 1 parte para formação do pecúlio (reserva financeira para quando o preso for liberto), 1 parte para o Estado que o banca; • Trabalho extra-murus (art. 36 - art. 38 da LEP): somente em obras públicas, mediante escolta policial, com comportamento, autorização da direção da penitenciária; • Trabalho intra murus (art. 34, §2°/ art. 31 – 35 da LEP): nas dependências da penitenciária. ➢ Regime semiaberto (CP, art. 35) • Condenados não reincidentes a pena entre 4 e 8 anos • Condenados reincidentes a pena igual inferior a 4 anos • Local de execução: colônia agrícola, industrial ou similar; • Igualmente no regime fechado, o condenado deve ser submetido a exame criminológico de classificação (bio-psico-socia) a fim de traçar a personalidade do indivíduo e individualizar a execução (art. 35, caput); • OBS: em relação a esse regime, a LEP faculta a realização de exame criminológico, embora o CP determine sua realização. No entanto, Cezar Bitencourt interpreta que, mesmo norma mais recente facultando a realização do exame criminológico, tal exame deve ser encarado como obrigatório, já que tem a finalidade de individualizar a execução da pena, concedendo ao preso melhores condições de cumpri-la e se reinserir na sociedade • À noite poderá ficar em alojamento coletivo (art. 92, LEP) • TRABALHO: interno e externo sem escolta (evasão é comum) e com a possibilidade de ser em empresa privada; • Condenado tem direito à saída temporária (5x de 7 dias) ➢ Regime aberto (CP, art. 36/LEP, art.115) • Condenados não reincidentes a pena inferior ou igual a 4 anos • Baseia-se na autodisciplina e no senso de responsabilidade do apenado • Deverá permanecer recolhido no período noturno, nos dias de folga e feriado em casa de albergado ou estabelecimento adequado • Fora isso, deverá trabalhar, frequentar cursos ou exercer atividade autorizada fora do estabelecimento e sem vigilância • Poderá ser transferido para regime mais rigoroso caso frustre os fins da execução (LEP, art. 118) ou não pagar multa cumulativamente (CP, art. 51) OBS – Monitoração eletrônica (lei 12.258/2010) ➢ Como medida cautelar para substituir prisão provisória; ➢ Saída temporária no semiaberto ➢ Prisão domiciliar ➢ Poderá ser revogada se se tornar desnecessária ou inadequada ou quando houver violação dos deveres a que estiver sujeito o condenado, bem como cometer falta grave, o que importará, inclusive, na regressão de regime, na revogação da autorização de saída temporária, ou revogação da prisão domicilia OBS - RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) – LEP, art. 52 ➢ Modificado pelo “pacote anticrime” (lei 13.964/2019) ➢ procedimento judicial, não administrativo ➢ Incidente de execução penal ➢ Sanção disciplinar (art. 53, V, LEP) ➢ Instituído pela lei 10792/2003 ➢ Reação a grandes rebeliões violentas do PCC em SP ➢ Já aplicado por SP (resolução estadual 26/2001) Hipóteses: • Apresentar alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade • Dura, no máximo, 2 anos • Recolhimento em cela individual • Visita que impeça contato físico • Entrevistas monitoradas, exceto com advogado • Fiscalização de correspondência • Audiências judiciais preferencialmente por videoconferência