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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTIDO POLÍTICO DEMOCRÁTICO – PPD, com registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral e representação parlamentar no Congresso Nacional, com sede à ..., representado por seu presidente, ......, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra-assinado, procuração anexo, com endereço à ..., com fundamento no art. 103, VIII e art. 102, I, “a”, ambos da CRFB e regulamentados pela Lei 9.868/99, ajuizar a presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR tendo por objeto a Lei Complementar X, especificamente em relação às alíneas c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p e q, introduzidas no art. 1º, I, da Lei Complementar Y (cópias anexas), que estabelecem uma série de inelegibilidades. I – DA LEGITIMIDADE Vislumbra-se do art. 103 da CRFB que a legitimidade ativa no controle concentrado de constitucionalidade é caracterizada por um rol taxativo. Resumidamente, o PARTIDO POLÍTICO DEMOCRÁTICO – PPD possui legitimidade para ajuizar a presente ação declaratória de constitucionalidade, em razão do disposto no art. 103, VIII, da Carta Magna, tratando-se, portanto, de legitimado universal. Considerando que a Suprema Corte firmou entendimento no sentido de que os partidos políticos com representação no Congresso Nacional é um dos legitimados universais e estes, por sua vez, possuem dentre suas atribuições institucionais a defesa da ordem constitucional objetiva, o requisito de pertinência temática não necessita de ser demonstrado, pois o interesse de agir no presente caso é presumido. Por fim, tendo em vista tratar-se de ação declaratória de constitucionalidade, não há no presente caso legitimidade passiva. II – DA RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL Destaca-se que um dos requisitos para a propositura de ADC é a comprovação de relevante controvérsia judicial. Portanto, a fim de comprovar o referido requisito, a defesa traz anexas à presente peça inicial cópias referentes aos diferentes julgados de juízes e Tribunais reconhecendo a inconstitucionalidade da Lei Complementar Y, ao fundamento de que o rol de inelegibilidade previsto na CRFB é taxativo. III – DOS FUNDAMENTOS Inicialmente, cumpre afirmar que as decisões que vêm reconhecendo a inconstitucionalidade da Lei Complementar X são totalmente equivocadas. Vejamos. O principal fundamento trazido nas decisões mencionadas é de que a CRFB traz um rol taxativo de inelegibilidade, não podendo outro dispositivo infraconstitucional estender esse rol. Ocorre que o equívoco em tais julgados se encontra justamente na inobservância da própria Constituição Federal, a qual assegura no art. 14, §9º a possibilidade de Lei Complementar estabelecer outros casos de inelegibilidade não previstos na Constituição, bem como o prazo de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego público na administração direta e indireta. Destaca-se que a principal finalidade da Lei Complementar X é a tutela da moralidade administrativa, sendo, portanto, uma justificante prevista no art. 14, §9º, para a criação de novos casos de inelegibilidade. Portanto, fica expressamente demonstrada a Constitucionalidade da Lei Complementar X, a qual está amparada pelo art. 14, §9º, da CRFB, não existindo qualquer inconstitucionalidade formal ou material em sua criação, devendo, por esse motivo, se declarada constitucional e passar sua presunção de constitucionalidade de relativa para uma presunção absoluta, produzindo efeitos erga omnes e com caráter vinculante. IV – DA MEDIDA CAUTELAR É notório, no presente caso, a possibilidade de Medida Cautelar em consonância com o disposto no art. 21, da Lei 9.868/99, por serem verificados os requisitos do fumus boni juris e periculum in mora. O fumus boni juris fica evidente pelo fato da relevante controvérsia existente em relação à Lei Complementar X, causando reconhecimento de inconstitucionalidade que não existe, pois a própria CRFB traz a possibilidade de Lei Complementar criar novos casos de inelegibilidade. No que se refere ao periculum in mora, o cumprimento do referido requisito se demonstra na clara possibilidade de danos irreparáveis à probidade e à moralidade administrativa, e também em face da relevância da matéria jurídica e da segurança jurídica. Dessa forma, requer sejam suspensas todas as ações envolvendo a aplicação da Lei Complementar X até o julgamento definitivo da presente ação declaratória de constitucionalidade, nos termos do art. 21, da Lei 9.868/99. V – DOS REQUERIMENTOS E PEDIDOS Ante todo o exposto, requer: a) A concessão da Medida Cautelar, determinando a suspensão do julgamento dos processos que envolvam a aplicação da Lei Complementar X; b) A juntada de documentos, na forma do art. 14, da Lei nº 9.868/99; c) Sejam solicitadas informações ao Congresso Nacional e ao Presidente da República, segundo o art. 6º, da Lei nº 9.868/99; d) A oitiva do Procurador Geral da República, consoante o disposto no art. 19, da Lei nº 9.868/99; e) Seja julgada procedente a presente demanda, declarando-se a constitucionalidade da Lei Complementar X, com caráter vinculante e com efeito erga omnes. Dá-se à causa do valor de R$........, para efeitos procedimentais. Nestes termos, Pede deferimento. Advogado OAB/UF nº .......
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