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PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL Nº 2

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PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL Nº 2
Ação Declaratória de Constitucionalidade
ENTREGA ATÉ O DIA 04/09/20, em arquivo word
PROBLEMA:
Relevante controvérsia judicial repousa sobre dispositivos da Lei Complementar “Y”, mais especificamente as alíneas “a, b, c, d, e, f, g e h”, introduzidas no art. 1º, inc. I, os quais estabelecem uma série de inelegibilidades.
A LC “Y” foi editada pelo Congresso Nacional em 2010 e, basicamente, visa tutelar a moralidade administrativa. No entanto, juízes e Tribunais têm julgado a lei inconstitucional, divergindo de outras posições também expressivas, ao argumento de que as hipóteses de inelegibilidade decorrem de rol taxativo, presente na Constituição Federal, de tal modo que a lei infraconstitucional não está autorizada a regular a matéria.
O PPD – Partido Político Democrático, devidamente representado no Congresso Nacional, pretende propor a medida judicial capaz de interromper os julgamentos em desfavor da norma, visando obter pronunciamento com efeito vinculante e erga omnes para declarar a constitucionalidade de todas as hipóteses de inelegibilidades trazidas nas mencionadas alíneas.
Na condição de advogado(a) contratado(a) pelo PPD, redija a peça judicial cabível à hipótese, atentando-se para os requisitos específicos competência, legitimidade, cautelar, pedido principal e outros que se fizerem específicos.
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Partido Político Democrático –PPD, vem por intermédio do seu
Diretório Nacional, pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ/MF sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede na Rua...,nº..., bairro..., cidade ..., UF, CEP ...,por seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua... (endereço completo), onde receberá as comunicações processuais, vem à presença de Vossa Excelência, com à luz do art. 102, I, da CF/88, e Lei nº 9.868/99, propor
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, com pedido de MEDIDA CAUTELAR, 
em face da Lei Complementar X, editada pelo Congresso Nacional, que
inseriu as alíneas “c”, “d ”, “e”, “f”, “g ”, “h”, “i”, “j”, “k”, “l”, “m”, “n”, “o”, “p ” e
“q”,no art. 1.º, inciso I, da Lei Complementar Y, cuja cópia integral segue
acostada aos autos, pelos motivos a seguir expostos
I- DO OBJETO DA AÇÃO
 Visando tutelar a moralidade administrativa, o Congresso Nacional editou, em 2010, a Lei Complementar X, que inseriu diversas alíneas (“c ”, “d”, “e”, “f”, “g ”, “h ”, “i”, “j”, “k”, “l”, “m”, “n”, “o”,“p” e“q ”)no art. 1º, Ida Lei Complementar Y, estabelecendo novas hipóteses de inelegibilidades.
 Desde que surgiram grandes discussões no cenário jurídico, gerando incontestável controvérsia judicial.
 Muitos juízes e Tribunais têm julga do a lei inconstitucional ao argumento de que as hipóteses de inelegibilidade decorrem de rol taxativo, e não poderiam ser ampliadas por lei infraconstitucional.
 De outro lado, há expressiva parcela de juízes em defesa da norma, cenário que alimenta a insegurança jurídica e atenta contra a presunção de constitucionalidade da norma.
 Referida norma, como será demonstrado no decorrer dessa petição, não viola o conteúdo de dispositivo da CF/88 e, por esta razão, deverá ser declarada constitucional.
II- DA COMPETÊNCIA
 Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição Federal, sendo sua atribuição, à luz do art. 102,I, a, da CF/88, processar e julgar originariamente a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, bem como é competência da Corte Suprema processar e julgar o correspondente pedido de medida cautelar previsto no art. 21,da Lei nº 9.868/99.
 Destarte, revela-se inequívoca a competência desta Suprema Corte para o julgamento da presente ação declaratória de constitucionalidade, que visa, em última análise, pôr fim à controvérsia judicial e tornar absoluta a ora relativa presunção de constitucionalidade da lei federal.
 III- LEGITIMIDADE
 A legitimidade ativa para atuar no controle concentrado de constitucionalidade foi entregue a um rol taxativo, hoje presente no art.
103 da CF/88.
 Partido Político com representação no CN detém legitimidade para ajuizar a presente ação declaratória de constitucionalidade, à luz do art. 103,VIII, da CF/88.
 Tendo em vista que nossa Suprema Corte firmou entendimento no sentido de que o Partido Político com representação no CN é um dos legitimados universais e esses possuem dentre as suas atribuições institucionais a de defender a ordem constitucional objetiva, o requisito da pertinência temática não precisa ser comprovado, afinal, o interesse de agir pode ser presumido.
 Vale lembrar que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal segue no sentido de que a representação no CN se aufere no momento de propositura da ação, tornando-se irrelevante a modificação desse estado no de correr do processo, que, aliás, em função de seus contornos objetivos, não admite desistência, conforme determina o art. 16ºda Lei nº 9.868/99.
 Para parcela da doutrina, não há que se falar em legitimidade passiva da ação declaratória de constitucionalidade, especialmente porque não se qualifica a acusação por um ato ou omissão ilegais, inconstitucionais, dado que os responsáveis pela edição da lei ou ato normativo, em tese, afiguram-se tão interessados na declaração de constitucionalidade quanto o próprio autor,inexistindo a oposição do processo civil, consistente na dedução de uma pretensão resistida pelo réu. 
IV- DESACORDO DE ENTENDIMENTO JUDICIAL
 A Lei nº 9.868/99,em seu art. 14 ,III, incumbe o autor de
demonstrar a existência de desentendimento judicial relevante, sob
pena de sua ação sequer ser conhecida pela Corte. 
Juízes e Tribunais têm julgado a lei inconstitucional,divergindo de outras posições também expressivas (conforme documentos anexos), criando-se cenário que alimenta a insegurança jurídica e atenta contra a presunção de
constitucionalidade da norma, cujo objetivo é, repita-se, tutelar um
valor caríssimo ao Estado Democrático de Direito, a moralidade
administrativa (art. 37 da CF/88).
Estando, pois, comprovada a existência de desentendimento
judicial relevante, esta ação declaratória de constitucionalidade
deve ser conhecida pela Corte Suprema.
V- DO DIREITO
 
Não merecem prosperar os argumentos utilizados pelos
juízes e Tribunais, no sentido de que as hipóteses de
inelegibilidade decorrem de rol taxativo, presente na
CF/88, de tal modo que a Lei infraconstitucional não está autorizada a regular a matéria.
O art. 14,§9º, da CF/88 diz claramente que Lei Complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade, além daqueles que ela própria prevê, em rol
meramente exemplificativo. 
 É bem verdade que a CF/88 estatuiu a observância de Lei Complementar, hierarquicamente similar à lei ordinária, mas com processo de aprovação por maioria absoluta, isto é, exige-se a manifestação favorável de mais da meta de dos membros da Casa legislativa para sua aprovação.
 Entretanto, como se nota, não é essa a discussão que se estabeleceu no judiciário. Mesmo com a observância de iniciativa, espécie legislativa, quórum de aprovação etc., discute-se a constitucionalidade de uma lei que observou expressa e estritamente todas as determinações constitucionais. Quer -se apontar um vício formal onde não há qualquer pecha de inconstitucionalidade.
 Ademais, o objeto da presente ação busca tutelar a moralidade administrativa (art. 37,caput, CF/88), valor em desuso por boa parte dos que ocupam cargos eletivos e dizem representar a sociedade brasileira em defesa do interesse coletivo. A imposição de rigor no processo eleitoral, se de acordo com os princípios e normas constitucionais, se em defesa da moralidade e transparência,é certamente bem acolhida pela sociedade e pela Lei Maior, eis que, longe de inviabilizar a participação política, promove um filtro moral e avança contra muitos que fazem de suas prerrogativas funcionais privilégios, inadmitidos num sistema democrático e republicano (art. 1º, CF/88).
VI- DA MEDIDA CAUTELAR
 Estão presentes os pressupostos legitimadores da concessão da
medida cautelar nesta ação. Há probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo, afinal diversos juízes e
Tribunais têm divergido fortemente acerca da constitucionalidade da lei,
prolatando decisões contraditórias que colocam em risco a segurança
jurídica e também a confiança no Poder Judiciário.
 Assim, deve ser a medida de urgência concedida, no intuito de que
os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que
envolvam a aplicação da lei objeto da presente ação declaratória.
 Portanto, pede-se a esta Excelsa Corte que, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, conceda, nos termos do art. 21,da Lei nº
9.868/99, a medida cautelar, fazendo-se publicar em seção especial do
Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez
dias.
VII- REQUERIMENTOS E PEDIDOS
Diante do exposto, requer- se que:
I. Concessão da medida cautelar para suspender os processos que
envolvam a aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação até seu
julgamento definitivo, de acordo com o que prevê o art. 21,da Lei nº
9.868/99;
II. Intimação do Congresso Nacional para informações, conforme o art.
6º, da Lei nº 9.868/99;
III. Oitiva do Procurador-Geral da República, no prazo de 15 dias,
conforme o ar t. 19 da Lei nº 9.868/99;
IV. A juntada da Lei que se pretende ver declarada constitucional,
conforme o ar t. 14, parágrafo único, da Lei nº 9.868/99;
 que ao final seja declarada a constitucionalidade da norma.
V. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para efeitos
procedimentais.
Termos em que pede deferimento.
Local…/ Data...
ADVOGADO… OAB.

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