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Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 → Administração do medicamento em doses usuais a longo prazo. → Ligeira alteração das enzimas hepáticas até a insuficiência hepática fulminante. → Antibióticos, anti-inflamatórios não-esteroides, e anticonvulsivantes são os medicamentos mais frequentes entre os causadores de DILI (hepatite medicamentosa). Antirretrovirais, anticonvulsivantes (tais como o ácido valpróico), analgésicos (como o paracetamol), antibióticos e antineoplásicos são frequentes agentes causadores de DILI com grande fatalidade. O fármaco vai sofrer processo de metabolismo, vai ser absorvido e distribuído. Durante esse processo ocorre a formação dos metabólitos, os quais podem ser mais potentes, porém tóxicos para o nosso organismo. As drogas podem sofrer oxidação (reação de fase I do metabolismo, onde são formados a maioria dos compostos que causam a toxicidade) ou conjugação (fase 2, na qual deixo a molécula, os compostos maiores e mais estáveis). Ele pode ser eliminado pela urina ou pelas fezes, é por isso que podemos ver danos renais e hepáticos. Fase 1: Formação dos metabólitos tóxicos → Citocromo P450. Fase 2: glicuronização ou sulfatação ou inativação da glutationa. As substâncias hepatotóxicas podem lesar os hepatócitos diretamente, através de radicais livres ou metabólitos que causam peroxidação dos lipídeos da membrana. → A toxicidade hepática induzida por medicamentos pode manifestar-se através de reações diretas ou idiossincrásicas. Direta → Previsível em indivíduos expostos e é dependente da dose (o aumento da dose causa a hepatite medicamentosa). → O período latente entre a exposição e a lesão hepática é curto (habitualmente horas), embora as manifestações clínicas possam instalar-se até 24 a 48 horas. Idiossincrásicas → Manifestam-se tardiamente. → Período de latência que varia entre 5 e 90 dias depois da administração do medicamento. → Não está relacionada com o aumento de dose. Grupo de risco O período de tempo entre o consumo de determinado medicamento e a toxicidade hepática, bem como a dose necessária para produzir lesão hepática é, geralmente, consistente de pessoa para pessoa. • A toxicidade hepática pode passar despercebida até o início da icterícia. Grupos de maior risco: pacientes com AIDS, tuberculose, doença hepática prévia, alcoolismo, diabetes, crianças, idosos, gestantes. A detecção rápida e precisa é fundamental! → A evolução no tempo da lesão e avaliar possíveis causas alternativas (hepatite viral aguda A,B,ou Hepatite autoimune ou hepatite alcoólica); → Considerar a ocorrência de DILI em pessoas com doença de fígado pré-existente, como uma patologia sobrepostas. → Doenças concomitantes como infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, alcoolismo, diabetes e obesidade devem ser valorizadas, pois podem comprometer negativamente a evolução. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 As principias drogas relacionadas com lesão hepática sintomática são: o Paracetamol 17% o Antirretrovirais 17% o Anticonvulsivantes 10% o Quimioterápicos 12% o Antibióticos 9% o Agentes anestésicos 5% o Tuberculostáticos 3% o Diclofenaco 3% Tratamento O tratamento da lesão hepática induzida por medicamentos é essencialmente de suporte. → Suspender o medicamento suspeito • No caso de toxicidade por paracetamol, pode -se administrar N-acetilcisteína. • No caso de toxicidade por Valproato pode- se administrar carnitina. • No caso de toxicidade pela colestase, estuda-se o uso do ácido ursodesoxicólico. → Uso de corticoides tem sido preconizado em situações especiais (doença hepática grave, colestase com fenômenos de hipersensibilidade ou autoimunidade). Paracetamol (acetaminofen) → Tem potencial de alergia menor, porém é extremamente hepatotóxico. Metabolismo: da sulfatação e da glucoronização. Pequena percentagem sofre metabolismo que gera um composto eletrolítico reativo (NAPQI, ou N-acetil- p-benzoquinone imina). o O NAPQI é extremamente danoso para o fígado. Doses supraterapêuticas : vias metabólicas saturadas, levando a maior parte da metabolização para a oxidação. → Quando você utiliza uma dose de paracetamol acima da doce terapêutica, ocorre a saturação do organismo, o qual desvia, fazendo com que o metabolismo forme mais o NAPQI. → Quando o NAPQI se acumula acaba por se ligar a moléculas proteicas do hepatócito, causando lesão direta. → Toxicidade também determinada pela regulação da síntese de glucídio. TOXICIDADE DOSE DEPENDENTE E PREVISÍVEL. É segura em doses terapêuticas. Antídoto: N- Acetilcisteína. → O antídoto, N-Acetilcisteína repõe os estoques de glutationa hepática, aumentando a conjugação desta substância a NAPQI e sua consequente destoxificação. A glutationa gruda na NAPQI e diminua a toxicidade, Nessa imagem mostra o paracetamol , a enzima que metaboliza ele , e quando ele é metabolizado parte da sua metabolizaçã o (FASE 2) ele forma os metabólicos, atraves da glucoronização ou fulfatação . Grande parte da metabolização é para essa via , porém , um pouco , forma o metabólito NAPQI (o qual é tóxico, causando dano hepático ). Aumento da dose de paracetamol faz com que o organismo não consiga metabolizar rapidamente e formar para o lado da glucorinização , ele fica saturado e desvia para a via que forma o NAPQI. Alguns fatores que aumentam a formaçã de NAPQI, exemplo: overdose, jejum , álcool e isoniazida. AAS – Ácido Acetil Salicílico Os primeiros dados da literatura de hepatotoxicidade do AAS são da década de 70 com descrições de alterações hepáticas de aparecimento agudo, leve e reversível. → A hepatotoxicidade é dose-dependente, com níveis superiores a 25 mg/100 mL e tempo dependente. Resolução: → Não há vantagem de substituir uma aspirina por outra. A resolução ocorre rapidamente após a retirada da droga, e podem ser reintroduzidos em dose baixa quando necessário. → Todos os salicilatos podem levar à hepatotoxicidade. Outros AINES → Reações hepáticas graves e taxa de hospitalização causada por diclofenaco são eventos incomuns. → Todos os AINEs são hepatotócidos. Dentre eles, o que tem mais segurança hepática é o ibuprofeno (não identifica lesão hepática grave) e o que possui maior hepatotoxidade é o diclofenaco. → Oxicams também estão associados a um perfil de segurança hepática. → As reações hepáticas induzidas por nimesulida mostraram resultados conflitantes. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 Acetilcolina, gastrina e histamina são substâncias que ativam vias (dependente de m-pecíclico ou a via dependente de cálcio) e fazem a liberação de ácido na bomba ácida, presente no estômago. Já a prostaglandina é uma substância que é secretada e faz com que libere muco-bicarbonato ou infere em uma das vias citada acima, para diminuir a liberação de ácido). Proteção gástrica: efetuada pela prostaglandina; Secreção ácida: regulada principalmente pela presença de acetilcolina , gastrina e histamina. Os medicamentos vão interferir: → Ou com histamina → Ou em receptor muscarínico (de prostaglandina) → Ou Direto na bomba de secreção ácida. O omeprazol → É um exemplo de inibidor da bomba de prótons → É o primeiro de uma classe de fármacos que se liga ao sistema enzimático H+/K+ATPase (bomba de prótons) das células parietais. → Quando ele se liga, ele suprime (diminui) a secreção de íons hidrogênio no lúmen gástrico. → A bomba de prótons ligada à membrana é a etapa final da secreção de ácido gástrico. IBPs disponíveis: → Omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol. → Inibem a bomba de prótons H+/K+ATPase Omeprasol e esomeprazol são as mesmasmoléculas, porém o esomeprazol é uma molécula mais potente. O omeprazol é uma mistura racêmica, proporções iguais dos 2 enantiômeros. O esomeprazol é um isômero isolado da mistura. Mecanismo: inibição específica da enzima H+/K+- ATPase na superfície secretora da célula parietal gástrica. • IBPs devem ser ingeridos 30 minutos antes do desjejum ou da principal (maior) refeição do dia. Eficácia: → Tratamento de manifestações e complicações de doença péptica, doença do refluxo gastresofágico (tratamento de escolha), → Tratamento sintomático e cicatrização de úlceras pépticas induzidas por uso crônico de AINE, → Prevenção de lesões gastrintestinais induzidas por uso crônico de AINE → Coadjuvante na redução de recorrência de úlceras pépticas induzidas por Helicobacter pylori. Pró-fármacos o São fármacos que quando administrado não servem para nada (são inativos), e quando estão dentro do organismo eles são convertidos numa substância ativa (forma que tem ação farmacológica). Essa conversão ocorre devido a metabolização do fármaco ou devido a legação a alguma enzima ou devido o pH. o Possuem revestimento gastrorresistentes (inativação) pois em pH ácido formarão derivados ativos de sulfamida ou ácido sulfênico e sofrerão degradação antes da chegada ao sítio de ação. → O revestimento é removido no meio alcalino do duodeno, e o pró-fármaco, uma base fraca, é absorvido e transportado aos canalículos da célula parietal. Em jejum é melhor, pois ele passa mais rápido. Se a pessoa tomou e comeu ao mesmo tempo, o medicamento vai ficar mais tempo no estômago pois o pH vai estar ácido. Assim, vai demorar mais para o medicamento ser absorvido, ele vai ficar mais tempo sofrendo ação ácida e pode ocorrer uma inativação. → É convertido na forma ativa, que reage com o resíduo cisteína da H+/K+ATPase, formando então uma ligação covalente e estável (18 h para que a enzima seja ressintetizada). Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 Efeitos adversos comuns: → Cefaléia, → Diarréia, → Distúrbios gastrintestinais, constipação e flatulência. OBS: Os IBPs, particularmente o omeprazol, diminuem a eficácia do clopidogrel devido à inibição da CIP2C19 uso simultâneo é contra indicado (risco cardiovascular). → Segurança do uso contínuo de IBP no manejo de doença péptica relacionada à acidez gástrica. → Preocupação com os efeitos de longo prazo(mais de um ano)- (intensa supressão ácida que promove aumento na secreção de gastrina e consequente hipergastrinemia). Os estudos publicados ainda não permitem estabelecer associação definitiva entre o uso contínuo de IBP e a incidência de complicações graves, porém, os indícios são suficientes para recomendar uso criterioso e monitoramento dos pacientes. Os IBPs levam a : → Diminuição na absorção de vitamina B12, → má absorção do cálcio pelos ossos, podendo levar à osteoporose, e consequente aumento de fraturas ósseas; → à deficiência de ferro e magnésio, minerais fundamentais ao metabolismo humano, que estão relacionados ao aumento da susceptibilidade à pneumonia e infecções entéricas; → doenças renais, como nefrite intersticial aguda, lesão renal aguda e mais recentemente doença renal crônica (DRC). Questões 1. Entre os fármacos que atuam no sistema digestivo, destacam-se aqueles que atuam sobre a secreção e sobre as defesas da mucosa gástrica, tais como inibidores da bomba de prótons, inibidores dos receptores de H2 e análogos das prostaglandinas. Considerando essas classes de fármacos, qual a alternativa correta? a) Os inibidores de bomba de prótons são pró- fármacos ativados em ambiente com pH elevado. b) A inibição da bomba de prótons (H+, k+ - ATPase gástrica) é um fenômeno reversível provocado por fármacos como o omeprazol e o lansoprazol. c) A eficácia dos antagonistas dos receptores H2 sobre a secreção gástrica noturna ocorre principalmente por causa da inibição de secreção de ácido basal. d) Os supressores mais potentes da secreção de ácido gástrico são os antagonistas dos receptores H2, os quais competem de modo reversível com a histamina pela ligação aos receptores H2. e) Análogos sintéticos da prostaglandina E, como o misoprosol, são indicados no tratamento e prevenção de úlcera induzida por AINE, uma vez que provocam aumento do AMPc intracelular , reduzindo a secreção de ácido gástrico. 2. A toxicidade hepática induzida por medicamentos pode manifestar-se através de reações diretas ou idiossincráticas. Os medicamentos abaixo elencados são frequentes entre os causadores de DILI, exceto: a) Acetilcisteina b) Paracetamol c) Ácido valpróico d) Amoxicilina + clavulanato e) Ácido acetilsalicílico. Ana Flávia de Jesus Alves – Medicina Unisalesiano – Laboratório UC 16 3. Um homem com 48 anos de idade com doença de refluxogastresofágico (DRGE) recebe prescrição de omeprazol. Assinale a alternativa que contém o mecanismo de ação deste fármaco. a) Inibição específica da enzima H+/Ca2+ ATPse. b) Análogo da prostaglandina com ativação da via de AMPc. c) Forma géis complexos com as células epiteliais (barreira física). d) Inibição específica da enzima H+/K+-ATPase 4. Paciente apresenta hepatite medicamentosa ocasionada por paracetamol. Dentre os quadros apresentados abaixo o que possivelmente justifica o mecanismo de DILI é a) Aumento de glutationa hepática aumentando a conjugação desta substância ao NAPQI. b) Diminuição da formação de NAPQI e aumento do metabolismo de sulfactação. c) Doses subterapêuticas com saturação das vias metabólicas e consequente aumento de formação de metabólitos sulfatados. d) Doses supraterapêuticas com saturação das vias metabólicas e consequente aumento de formação de NAPQI. Gabarito: C, A, D,D
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