Buscar

Cistos odontogênicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PATOLOGIA BUCAL 
CISTOS ODONTOGÊNICOS 
 
Cistos odontogênicos 
Os cistos constituem um importante aspecto da 
patologia oral e maxilofacial, e são encontrados na 
prática odontológica de forma relativamente comum.. 
Com raras exceções, os cistos são observados 
somente nos ossos gnáticos (mandíbula e maxila), 
sendo considera as lesões ósseo destrutivas, mais 
comum do corpo humano. 
 
Conceito de cistos 
 
 Os cistos são cavidades patológicas com conteúdo 
fluido, ou semifluido, no seu interior. São revestidos 
por epitélio, e sustentados por tecido conjuntivo 
fibroso. 
 
 
 
 Classificação: cistos odontogênicos e não 
odontogênicos  Ainda que alguns poucos cistos 
possam resultar da inclusão de epitélio (da face e 
da cavidade bucal) ao longo das linhas de fusão dos 
processos embrionários, a maioria dos cistos dos 
ossos gnáticos é revestida por epitélio derivado de 
epitélio odontogênico. Eles são denominados cistos 
odontogênicos. Já os pseudocistos, diferem dos 
cistos verdadeiros, por não apresentarem um 
revestimento epitelial 
 Em geral, evita-se o uso do termo “cisto” para 
casos que mostram ausência do limitante epitelial, 
os quais devem ser de pseudocisto, ou cavidade. 
 
Patogênese 
 
Por volta da 6° semana de vida intra-uterina 
aparece a lâmina dentária (LD), como uma fina camada 
na margem lateral do estomódio, ou seja, da cavidade 
bucal primitiva. Ela se forma devido a uma proliferação 
das células basais mais rápida que a das células 
adjacentes, o que leva a formação de uma faixa de 
epitélio ao longo da linha externa do futuro arco 
dentário. 
Na lâmina dentária, a atividade proliferativa contínua 
e localizada, leva a formação de uma serie de 
invaginações epiteliais dentro do ectomesênquima em 
locais que correspondem às posições dos futuros 
dentes decíduos.. Dessa época em diante o 
desenvolvimento do dente prosseguirá em três 
estágios: fase de botão, fase de capuz e fase de 
campânula. Que são descritivos da morfologia do 
germe dentário em desenvolvimento. 
Durante a fase de campânula, ou durante a fase de 
sino, a lamina dentária, que liga o germe do dente ao 
epitélio bucal, desagrega-se em pequenas ilhas de 
células epiteliais, separando dessa forma o dente em 
desenvolvimento do epitélio bucal. 
A fragmentação da lâmina dentária resulta na 
formação de pequenos grupos de células epiteliais que 
normalmente se degeneram e são reabsorvidas, mas 
algumas destas células persistem de forma programada. 
Dessa forma, alguns cistos odontogênicos podem 
originar-se destes restos epiteliais da lâmina dentária 
que ocasionalmente não são reabsorvidos. 
O folículo pericoronário que recobre a coroa de 
um dente incluso, tem um componente epitelial 
representando pelo epitélio reduzido do órgão do 
esmalte firmemente aderido a coroa, como também, 
pelos cordões e ilhas de células odontogênicas 
derivadas da lamina dentária. Além disso, apresenta 
também um componente de tecido conjuntivo que 
representa o maior volume dos folículos, e, fora do 
espaço coronário, tem a forma de uma membrana ou 
de um saco. 
 
 
 
O epitélio reduzido do esmalte é derivado do 
órgão do esmalte e recobre a coroa totalmente 
formada de um dente não erupcionado. Este epitélio e 
as ilhas e cordões epiteliais remanescentes da LD, 
lideram constantemente fatores de crescimento 
epidérmico no tecido conjuntivo do folículo 
pericoronário. Este estimulador, juntamente com outros 
estimuladores ativos a partir da sua ação, induzem a 
reabsorção óssea pericoronária, um fenômeno 
essencial para a erupção dentária. Alguns cistos 
odontogênicos, podem ser derivados de 
remanescentes deste epitélio reduzido do esmalte, o 
qual sobre apoptose quando da erupção dentária.. 
 
 
 
Outro constituinte 
que podem derivar 
cistos, é a bainha 
epitelial de hertwig, 
que é formada pela 
fusão dos epitélios 
internos e externos 
do órgão do esmalte. 
É constituída ainda 
por duas fileiras de 
células cúbicas ou 
poliédricas. As células 
do epitélio interno 
induzem a diferenciação, em odontoblastos, das células 
do tecido conjuntivo da papila dentária, e assim que a 
primeira camada de dentina for depositada, a bainha 
perde a sua continuidade e sua intima relação com a 
superfície do dente. Alguns de seus resíduos podem 
resistir no liugamento periodontal, e são chamados de 
restos epiteliais de malassez. 
Os restos epiteliais de malassez foram descritos 
em 1885 por um pesquisador de nome Malassez. São 
remanescentes da bainha epitelial de hetwig encontrada 
no ligamento periodontal, e geralmente aparecem 
como grupos de 10 células poliédricas e uniformes com 
escasso citoplasma e um núcleo bastante grande. São 
ainda envolvidos externamente por uma membrana 
basal, e ficam a 20-40 micrometro de distância do 
cemento. Em adultos, predomina no 1/3 cervical, já em 
pessoas jovens, são mais numerosos, com uma 
frequência maior na região do periapice. Desta forma, 
essas estruturas se configuraram como um grupo de 
células epiteliais presente no ligamento periodontal, e 
classicamente consideradas estruturas latentes ou 
quiescentes; entretanto, ao longo dos anos esse 
paradigma foi sendo rompido, e hoje, não mais são 
considerados como restos celulares, mas sim como 
uma importante estrutura tecidual. 
 
 
Corte longitudinal (A) e corte transversal (B) de uma raiz dentária. É 
evidenciado no ligamento periodontal, em ambas as imagens, a presença 
dos chamados restos epiteliais de malassez. 
 
Classificação 
 
De acordo com sua origem, os cistos 
odontogênicos são subclassificados em cistos de 
desenvolvimento ou inflamatórios. Os cistos inflamatórios 
resultam da inflamação da região.. Os fatores 
precipitantes que iniciam a formação dos cistos do 
desenvolvimento são desconhecidos, mas essas lesões 
não parecem surgir em consequência de reação 
inflamatória. 
Independente da classificação, podem ocorrer no 
inteiro da mandíbula ou maxila, formando lesões 
intraósseas, como também podem se localizar nos 
tecidos moles dos maxilares, originando lesões 
extraósseas. 
 
Cistos inflamatórios 
 
 
 
Cisto radicular 
 
 surgem associados a um dente sem vitalidade 
pulpar. 
 .são os cistos maxilares mais comum, sendo mais 
de 50% das lesões de ossos gnáticos. 
 seu revestimento epitelial deriva dos restos epitelias 
de malassez. 
 dependendo da natureza da resposta inflamatória, 
pode haver quadros de inflamação crônica ou 
aguda, com aparecimento de abcessos. 
 tem sido designado como Cisto Radicular Aspical, 
ou Cisto Periapical, quando localizado no ápice da 
raiz dentária, mas pode ainda formar-se ao longo 
da raiz, sendo assim, chamado de Cisto Radicular 
Lateral. Ainda pode surgir no local de um dente 
extraído, sendo chamado assim de Cisto Radicular 
Residual. 
 são seguidos pelos cistos dentinogênicos e pelo 
ceratocisto que também apresenta uma origem 
odontogênica. 
 geralmente se origina a partir de um granuloma 
periapical existente, associado à necrose pulpar do 
dente corresponde. A resposta inflamatória 
presente nesse micro ambiente, leva a um 
aumento na produção de citocinas pró 
inflamatórias, como por exemplo o fator de 
crescimento epidérmico, desencadeando assim, a 
proliferação dos restos epiteliais de malassez. 
 a formação cística ocorre como resultado da 
proliferação epitelial que ajuda a separar o estimulo 
inflamatório da polpa necrótica com o osso 
circunjacente. 
 a descamação de células no interior do lúmen 
cístico, leva a uma concentração de proteínas, 
produzindo uma elevação da pressão osmótica. O 
resultado é a condução de líquido através do 
revestimento epitelial para dentro do lúmen 
(dentro da luz cística), proveniente do tecido 
conjuntivo. 
 a entrada de liquido auxilia no crescimento externo 
do cisto, e a reabsorção do osso pelos 
osteoclastos, e isto começa a se expandir. 
 são caracterizados por uma cápsula de tecido 
conjuntivo fibroso revestida por epitélio com um 
lúmen contendo líquido erestos celulares. 
Teoricamente, à medida que o epitélio se descama 
para o interior do lúmen, aumenta o conteúdo 
proteico. 
 a maioria dos cistos periapicais cresce lentamente 
e não atinge um tamanho grande. Geralmente não 
apresentam sintomas, a menos que exista uma 
exacerbação inflamatória aguda. 
 acomete preferencialmente adultos entre a 3° e 6° 
décadas de vida, no entanto também podem 
aparecer em decíduos. 
 estes estão mais associados aos molares e 
aparecem como uma zona radiolúcida circundante 
às raízes e que preenche o espaço interradicular 
na região de furca. 
 
Patogênese 
Passa por três fases: 
 Fase de iniciação: onde ocorre a proliferação dos 
restos epiteliais de malassez, condicionada a um 
processo inflamatória. 
 Fase de formação dos cistos: onde o epitélio em 
proliferação sobre degeneração e a morte das 
células centrais mantendo o revestimento epitelial. 
 Fase de crescimento: ocorre diferença de pressão 
osmótica entre a cavidade cística e o meio extra 
cístico. 
 
 
 
 
OBS: a cárie não tratada, inicia um processo inflamatório, o qual pode 
resultar na necrose pulpar devido ao processo infeccioso, que no canal 
radicular, estimula a proliferação dos remanescentes epiteliais presentes 
no ligamento periodontal (restos epiteliais de malassez), os quais quando 
proliferados, resultam na formação do ninho epitelial. Quando este atinge 
um tamanho de aproximadamente 1 cm, o centro torna-se necrótico, 
levando a formação da futura cavidade cística que fica revestida por um 
tecido epitelial. Começa então a condução de líquidos através do 
revestimento epitelial, originando o fluido cístico. Essas etapas levam a 
formação do cisto radicular, uma cavidade redonda cheia de liquido, 
revestida por epitélio e suportada por um tecido conjuntivo fibroso. 
 
 
Destacados estão os restos epiteliais de malassez num granuloma 
periapical, geralmente originado de um processo inflamatório. Esta 
patologia, frequentemente origina o Cisto radicular 
 
Características histológicas 
 é visível células necrosadas compondo a cavidade 
cística, presença de tecido epitelial e capsula de 
tecido conjuntivo, o qual apresenta intenso infiltrado 
inflamatório. 
 o cisto é revestido por epitélio escamoso 
estratificado, o qual pode apresentar exocitose, 
espongiose ou hiperplasia. 
 o lúmen do cisto pode ser preenchido por fluido e 
restos celulares. 
 algumas vezes, o revestimento epitelial pode 
apresentar calcificações lineares ou em forma de 
arco, conhecidas como corpúsculos de Rushton. 
 calcificações distróficas, cristais de colesterol com 
células gigantes multinucleadas, hemácias e áreas 
de pigmentação por hemossiderina podem estar 
presentes no lúmen, na cápsula ou em ambos. 
 a cápsula do cisto consiste em tecido conjuntivo 
fibroso denso, muitas vezes com infiltrado 
inflamatório contendo linfócitos variáveis, 
permeados por neutrófilos, plasmócitos, histiócitos e 
(raramente) mastócitos e eosinófilos. 
 
 
 
 
Cisto revestido por epitélio escamoso estratificado. Observe a cápsula 
de tecido conjuntivo, a qual contém um infiltrado inflamatório crônico, 
hemossiderina e diversos cristais de colesterol. 
 
 
Revestimento epitelial escamoso estratificado contendo diversas células 
mucosas. 
 
Características radiográficas 
 os cistos radiculares podem crescer 
continuamente, devido a pressão osmótica. Assim, 
o organismo responde a esse crescimento, 
resultando em uma esclerose óssea reacional. 
 imagem radiolúcida, hipodensa, bem circunscrita, 
com limites definidos, unilocular, envolta por uma 
esclerose reacional (halo radiopaco bastante 
hiperdenso). 
 possuem limites bem definido e corticalizados, 
provocando aumento de volume de corticais 
adjacentes, podendo ate rompê-las. Essa cortical 
limítrofe indica o crescimento lento dessa lesão. 
 
 
 
 a medida que o cisto aumenta e causa reabsorção 
central do osso, maiores quantidades de ossos 
subperiosteal neoformado são depositados para 
manter a integridade do córtex, produzindo uma 
expansão óssea mais endurecida. Entretanto, o 
índice de expansão tende a ultrapassar o índice de 
deposição subperiosteal levando a um 
adelgaçamento, ou seja, essa cortical vai sendo 
mais delgada (fina) que pode ser deformada a 
palpação, produzindo sinais clínicos que são 
denominados de crepitação em casca de osso. 
 eventualmente, o cisto pode perfurar a cortical e 
se apresentar como uma tumefação submucosa 
azulada e flutuante. 
 
 
A: . Área radiolúcida bem circunscrita intimamente associada ao ápice 
do incisivo central inferior. Observe a perda da lâmina dura na região da 
lesão. B: Área radiolúcida associada ao incisivo central superior, o qual 
apresenta reabsorção radicular significativa. 
 a taxa de expansão tem sido estimada em 
aproximadamente em 5 mm de diâmetro por ano. 
 o padrão radiográfico é idêntico ao granuloma 
periapical, ainda que os cisto atinjam tamanhos 
maiores que os granulomas, nem o tamanho e 
forma da lesão, podem ser considerados critérios 
para o diagnóstico definitivo. 
 Quando são lesões em mandíbula, podem rechaçar 
o canal mandibular em direção a base da mesma, 
e nessa sirtualçao pode-s eividendiacr tumefacação 
sensivilidade leve, e deslovcxamento de dentes 
adjacentes. 
 é possível que ocorra um crescimento significativo 
e podem ser observadas lesões ocupando todo 
um quadrante. 
 
 
Área radiolúcida unilocular de grande dimensão estendendo-se do 
primeiro molar inferior ao primeiro molar contralateral. 
 
 
Área radiolúcida envolvendo a região de furca e os ápices do segundo 
molar decíduo inferior direito. 
 
Tratamento 
 a dificuldade de distinguir através de exames 
clínicos e radiográficos, reforçam a ideia de que o 
tratamento deve ser inicialmente conservador, ou 
seja, o tratamento dessa lesão deve consistir no 
tratamento endodôntico, tendo em vista que essas 
lesões originam a partir da necrose da polpa. 
Porém, se a lesão persistir a intervenção cirúrgica 
torna-se a melhor alternativa, para promover a 
cura desse processo patológico. 
 apesar de alguns autores acreditarem que lesões 
císticas extensas não podem ser tratadas por 
tratamento endodôntico convencional, clínicos 
experientes utilizaram com sucesso o tratamento 
endodôntico não cirúrgico para regiões extensas 
de doença inflamatória periapical que alcançavam 
até 2,0 cm de diâmetro. 
 lesões maiores associadas a dentes com 
possibilidade de restauração têm sido tratadas com 
sucesso por meio de tratamento endodôntico 
conservador quando combinado à biópsia e 
marsupialização, descompressão ou fenestração. 
 o exame histopatológico é de grande valia. 
 
Cisto radicular lateral 
 
 se desenvolvem ao longo da porção lateral da raiz. 
 Semelhante ao cisto radicular apical, geralmente se 
origina dos restos epiteliais de malassez. 
 a fonte da inflamação pode ser uma doença 
periodontal, ou a necrose pulpar com disseminação 
através de um forame lateral. 
 apresenta-se como uma imagem radiolúcida 
discreta ao longo da porção lateral da raiz. 
 
 
 
 num corte histológico, mostra-
se a presença de um canal 
radicular acessório, 
desenvolvimento da lesão 
cística, cavidade preenchida por 
um material liquido semi-sólido, 
revestimento epitelial com suas 
particular e a capsula de tecido 
conjuntivo com um intenso 
infiltrado inflamatório. 
 
Cisto radicular residual 
 
 o tecido inflamatório periapical que não foi coletado 
no momento da extração do dente pode dar 
origem a um cisto inflamatório que denomina-se de 
cisto radicular residual. 
 apresenta-se como uma imagem radiolúcida de 
forma circular ou oval, de tamanho bastante 
variado, localizada no processo alveolar em um sítio 
de uma extração dentária prévia. 
 
 
 
Cisto radicular residual 
 
 se origina ao longo de um terceiro molar 
parcialmente rompido envolvido por uma 
pericoronarite (um processo inflamatório do folículo 
pericoronário). 
 ocorre em umdente parcialmente irrompido, 
frequentemente os terceiros molares inferiores. 
 quase todos eles ocorrem na mandíbula e a 
maioria está localizada na vestibular ou na região 
distal. 
 também são de origem inflamatória e 
provavelmente se originam em consequência da 
extensão para inflamação dessa pericoronarite, a 
qual estimula a proliferação é alteração cística do 
chamado epitélio reduzido do órgão do esmalte 
(que recobre a porção não irrompida da coroa). 
 radiograficamente aparece como uma imagem 
radiolúcida bem circunscrita e delimitada, com halo 
radiopaco ao redor, relacionado a cervical do dente 
e ao terço coronário da raiz dental. 
 
 
 
 o tratamento consiste na remoção do dente 
envolvido e curetagem desta região. 
 macroscopicamente há uma cápsula bastante 
densa de tecido conjuntivo, e no interior há o 
revestimento epitelial. 
 
 
 
Cistos de desenvolvimento 
 
Geralmente são assintomáticos porém apresentam potencial 
de crescimento. 
 
Cisto dentígero 
 
 ou cisto folicular. 
 esse é o tipo mais comum 
de cisto odontogênico do 
desenvolvimento, sendo 
responsável por cerca de 
20% de todos os cistos 
revestidos por epitélio nos 
ossos gnáticos. 
 é definido como um cisto 
que se origina pela 
separação do folículo que 
fica ao redor da coroa de um dente incluso. 
 envolve a coroa de um dente impactado e se 
conecta ao dente pela junção amelocementária. 
 a patogênese desse cisto é incerta, mas 
aparentemente ele se desenvolve pelo acúmulo de 
fluido entre o epitélio reduzido do esmalte e a 
coroa do dente (após calcificação), 
 
 
Espécime macroscópico de um cisto dentígero envolvendo um dente 
canino superior. O cisto foi aberto para mostrar a relação da coroa do 
dente com o cisto. 
 
Características clínicas 
 são processos macroscópico e 
histopatologicamente uniloculares e provavelmente 
nunca se apresentam como lesões multiloculares 
verdadeiras. 
 pode ocorrer em associação com qualquer dente 
impactado, ele envolve, mais frequentemente, 
terceiros molares inferiores (2/3 dos caos). Outros 
sítios relativamente frequentes incluem os caninos 
e os terceiros molares superiores e os segundos 
pré-molares inferiores. 
 raramente envolvem dentes decíduos inclusos. 
 ocasionalmente, podem estar associados a dentes 
supranumerários ou a odontomas. 
 embora o cisto dentígero possa ser encontrado 
em pacientes com uma ampla variação de idade, 
eles são descobertos mais frequentemente em 
pacientes entre 10 e 30 anos. 
 há uma leve predileção pelo sexo masculino e 
maior prevalência em brancos do que em negros. 
 cistos dentígeros pequenos em geral são 
completamente assintomáticos e são descobertos 
somente em exames radiográficos de rotina ou 
quando são feitas radiografias para determinar o 
motivo pelo qual um dente não erupciona. 
 os cistos dentígeros podem atingir tamanho 
considerável e grandes cistos podem estar 
associados à expansão indolor do osso na área 
envolvida e deslocamento de dentes vizinhos. 
 lesões extensivas podem resultar em assimetria 
facial.. 
 quando localizados na região de terceiros molares 
podem destruir a região coronóide chegante até à 
região de côndilos. 
 
Variantes 
A relação cisto-coroa mostra diversas variações 
radiográficas: 
 variante central: é a mais comum, o cisto envolve a 
coroa do dente e ela se projeta no cisto. 
 
 
 
 variante lateral: geralmente está associada a 
terceiros molares inferiores impactados com 
inclinação mesioangular e que estão parcialmente 
erupcionados. O cisto cresce lateralmente ao longo 
da superfície radicular e envolve parcialmente a 
coroa. 
 variante circunferencial: o cisto circunda a coroa e 
se estende por alguma distância ao longo da raiz, 
de forma que uma porção significativa da raiz 
parece estar dentro do cisto. 
 
 
 
 
 
Características radiográficas 
 mostra tipicamente uma área radiolúcida unilocular 
que está associada à coroa de um dente incluso. 
 a lesão radiolúcida geralmente apresenta uma 
margem bem definida e frequentemente 
esclerótica (que denota um crescimento lento), 
mas um cisto infectado pode mostrar margens 
pouco definidas. 
 um cisto dentígero de grandes dimensões pode 
passar a impressão de um processo multilocular 
devido à persistência de trabéculas ósseas dentro 
da lesão radiolúcida. 
 
 
Lesão radiolúcida envolvendo a coroa de um pré-molar inferior não 
erupcionado. A distinção entre um cisto dentígero e um folículo 
aumentado para uma lesão desse tamanho através da radiografia, e 
mesmo da histopatologia, é difícil, se não impossível. 
 
É difícil a distinção radiográfica entre um pequeno cisto 
dentígero e um folículo coronário aumentado que está 
sobre a coroa de um dente incluso, o que se 
transforma, na maioria dos casos, somente em um 
exercício acadêmico. Para a lesão ser considerada 
como um cisto dentígero, alguns investigadores 
acreditam que o espaço radiolúcido que envolve a 
coroa do dente deve ser de aproximadamente 3 a 4 
mm de diâmetro. 
 
Características histopatológicas 
 as características variam dependendo se o cisto 
está inflamado ou não, uma vez que mesmo 
sendo cisto de desenvolvimento, pode haver 
inflamação, sendo um processo secundário. 
 
Cisto dentígero não inflamado: 
 a cápsula de tecido conjuntivo fibroso está 
arranjada frouxamente e contém considerável 
substância fundamental amorfa composta por 
glicosaminoglicanos. 
 o revestimento epitelial consiste em duas a quatro 
camadas de células achatadas não ceratinizadas, e a 
interface entre o epitélio e o tecido conjuntivo é 
plana. 
 
OBS: Pequenas ilhas e cordões de restos epiteliais odontogênicos de 
aspecto inativo podem estar presentes na cápsula fibrosa. 
Ocasionalmente, esses restos podem ser numerosos e, algumas vezes, 
os patologistas que não são familiarizados com as lesões da boca 
interpretam erroneamente esse achado como um ameloblastoma. 
 
 
Esse cisto dentígero não inflamado mostra um revestimento epitelial 
delgado, não ceratinizado. 
 
Cisto dentígero inflamado: 
 é razoavelmente comum. 
 a cápsula fibrosa é mais colagenizada, com um 
infiltrado inflamatório crônico variável. 
 o revestimento epitelial pode mostrar quantidades 
variáveis de hiperplasia com o desenvolvimento de 
cristas epiteliais e características escamosas mais 
definidas. 
 
OBS: Uma superfície ceratinizada pode ser observada em algumas 
ocasiões, mas essas alterações devem ser diferenciadas daquelas 
observadas no ceratocisto odontogênico. Áreas focais de células 
mucosas podem ser encontradas no revestimento epitelial dos cistos 
dentígeros. Raramente, células colunares ciliadas estão presentes. 
Pequenos ninhos de células sebáceas podem ser notados raramente 
dentro da parede cística. Acredita-se que esses elementos mucosos, 
ciliados e sebáceos representem a multipotencialidade do revestimento 
epitelial odontogênico em um cisto dentígero. 
 
 
Esse cisto dentígero inflamado mostra um revestimento epitelial mais 
espesso, com cristas epiteliais hiperplásicas. A cápsula fibrosa do cisto 
mostra um infiltrado inflamatório crônico difuso. 
 
Tratamento e prognóstico 
 o tratamento usual é a cuidadosa enucleação do 
cisto juntamente com a remoção do dente não 
erupcionado. 
 e a erupção do dente envolvido for considerada 
possível, então o dente pode ser deixado em seu 
local após a remoção parcial da cápsula cística. 
 pode ser que os pacientes necessitem de 
tratamento ortodôntico para auxiliar a erupção. 
 grandes cistos dentígeros também podem ser 
tratados por meio de marsupialização, que permite 
a descompressão do cisto, com resultante redução 
no tamanho do defeito ósseo. O cisto pode então 
ser excisado em um momento posterior, com um 
procedimento cirúrgico menos extenso. 
 o prognóstico para a maioria dos cistos dentígeros 
é excelente, e raramente nota-se recidiva após a 
remoção completa do cisto. 
 
Cisto de erupção 
 
 ou hematoma de erupação. é o análogo, nos tecidos moles, do cisto dentígero. 
 é uma lesão extraóssea localizada entre o epitélio 
reduzido do órgão do esmalte e uma coroa de um 
dente em erupção., 
 o cisto se desenvolve como resultado da 
separação do folículo dentário da coroa de um 
dente em erupção que já está posicionado nos 
tecidos moles que recobrem o osso alveolar. 
 provavelmente, os cistos se desenvolveram devido 
a uma deposição de colágeno no tecido conjuntivo 
gengival, o que resultou em um teto pericoronário 
mais espesso e menos penetrável, o que dificulta a 
erupção do dente. 
 
Características clínicas 
 surge como um aumento de volume de 
consistência mole, frequentemente translúcido, na 
mucosa gengival que recobre a coroa de um 
dente decíduo ou permanente em erupção. 
 a maioria dos exemplos é observada em crianças 
com menos de 10 anos de idade. 
 apesar de esse cisto poder ocorrer em qualquer 
dente em erupção, a lesão é mais comumente 
associada a incisivos centrais decíduos inferiores, a 
primeiros molares permanentes e a incisivos 
decíduos superiores. 
 o trauma em sua superfície pode resultar em uma 
quantidade considerável de sangue no fluido cístico, 
o que concede uma cor azul a marromarroxeada 
ao cisto. Essas lesões algumas vezes são 
denominadas de hematoma de erupção. 
 
 
Esse aumento de volume gengival de consistência mole contém 
considerável quantidade de sangue e pode também ser designado como 
um hematoma de erupção. 
 
Características histopatológicas 
Cistos de erupção intactos raramente são enviados 
para o laboratório de patologia oral e maxilofacial e a 
maioria dos exemplos consiste no teto cístico que foi 
excisado para facilitar a erupção do dente. Eles exibem 
o epitélio oral de superfície na porção superior. A 
lâmina própria subjacente mostra infiltrado inflamatório 
variável (evento secundário). A porção profunda do 
espécime, que representa o teto do cisto, mostra uma 
fina camada de epitélio escamoso não ceratinizado. 
 
 
Uma cavidade cística revestida por epitélio pode ser observada logo 
abaixo da mucosa de superfície. 
Tratamento e prognóstico 
Pode não haver necessidade de tratamento porque o 
cisto geralmente se rompe espontaneamente, 
permitindo a erupção do dente. Se isso não acontecer, 
então a simples excisão do teto do cisto geralmente 
permite a rápida erupção do dente. 
 
Ceratocisto odontogênico 
 
O ceratocisto odontogênico é uma forma diferente de 
cisto odontogênico do desenvolvimento que merece 
consideração especial devido às suas características 
histopatológicas e comportamento clínico específicos. 
 
Contexto histórico 
 Hauer (1926) e Kostecka (1929): acreditava-se que 
sua origem estava na degeneração cística do 
epitélio do órgão do esmalte, ocorrendo no lugar 
de um dente, sendo assim chamada de cisto 
primordial. 
 Philipsem (1956): foi introduzido o termo ceratocisto 
odontogênico para um grupo de cistos com 
características histopatológicas e comportamentos 
clínicos específicos. Acreditava-se surgir da lâmina 
dental, nos primórdios da odontogênese, assim, não 
necessariamente ocuparia o lugar de um dente. 
Esse conceito foi amplamente utilizado e os termos 
ceratocisto odontogenico e cisto primordial foram 
usados como sinônimos durante muito tempo. 
 OMS (1972): recomendou-se o termo cisto 
primordial como termo preferencial para essa 
lesão. 
 OMS (1992): após análise de que esses cistos não 
necessariamente substituiria um elemento dentário, 
passou-se a designar essa lesão como ceratocisto 
odontogênico. 
 OMS (2005): após a analise de diversos casos 
clínicos, observou-se que essas lesões são bastante 
agressivas, com comportamento clínico 
semelhante às lesões tumorais, essas lesões foram 
denominadas de “tumor odontogênico 
ceratocístico”. Já as lesões menos agressivas 
passaram a ser chamadas de cistos odontogênicos 
ortoceratinizados 
 OMS (2017): nessa classificação o 
ceratocisto retorna a categoria de lesões císticas, 
e passa a ser chamado novamente de ceratocisto 
odontogênico. 
 
 
Características clinica 
 Apresenta diversas formas: envolvendo o dente, 
colateralmente as raízes dentárias, no lugar de um 
elemento dentário, e também na região posterior 
da mandíbula. 
 
 
 
 podem ser encontrados em pacientes com idade 
variável, desde a infância até a velhice, mas cerca 
de 60% de todos os casos são diagnosticados em 
pessoas entre 10 e 40 anos. 
 há uma leve preferência por homens. 
 a mandíbula é acometida em 60% a 80% dos 
casos, com uma marcante tendência para o 
envolvimento do corpo posterior, ângulo e ramo 
da mandíbula. 
 quando pequenos., geralmente são assintomáticos 
(a menos que ocorra secundariamente uma 
inflamação) e descobertos somente durante o 
curso de um exame radiográfico. 
 quando em grandes dimensões, podem estar 
associados a dor, edema, tumefação e drenagem. 
Contudo, podem ser assintomáticos. 
 tendem a crescer em uma direção ântero-
posterior, dentro da cavidade medular do osso, 
sem causar expansão óssea óbvia. 
 
 Essa característica pode ser útil para o diagnóstico 
diferencial clínico e radiográfico, pois os cistos 
dentígeros e radiculares de tamanho comparável 
geralmente estão associados à expansão óssea. 
Múltiplos ceratocistos odontogênicos podem estar 
presentes e tais pacientes devem ser avaliados, 
principalmente se estiverem na 2° ou 3° década de 
vida, em busca de outras manifestações da Síndrome 
do Carcinoma Nevoide Basocelular (Gorlin). Tais como: 
Carcinoma basocelular múltiplos, Ceratocistos 
odontogênicos, Foice do cérebro calcificada, Espinha 
bífica oculta das vertebras cervicais ou torácicas, entre 
outras manifestações desta síndrome. 
 
 
 
 
 
Características radiográficas 
 exibem uma área radiolúcida, com margens 
escleróticas frequentemente bem definidas. 
 lesões grandes, particularmente no corpo posterior 
e no ramo da mandíbula, podem se apresentar 
multiloculadas. 
 a reabsorção das raízes dos dentes erupcionados 
adjacentes aos ceratocistos odontogênicos é 
menos comum do que a notada com os cistos 
dentígero e radicular. 
 
 
Grande cisto multilocular envolvendo a maior parte do ramo da 
mandíbula 
 
 os cistos que envolvem extensas áreas da 
mandíbula podem deslocar o canal alveolar 
inferior, causar reabsorção da cortical óssea, bem 
como a perfuração destas corticais. 
 
Características histopatológicas 
 exibe tipicamente uma cápsula delgada, friável, que 
muitas vezes provoca dificuldades em ser 
enucleada do osso em um único pedaço, devido às 
fragmentações. 
 o lúmen cístico pode conter um líquido claro 
semelhante a transudato seroso ou pode estar 
preenchido por um material caseoso que, ao 
exame microscópico, consiste de restos em 
ceratinócitos. 
 microscopicamente, a delgada parede fibrosa é 
essencialmente desprovida de qualquer infiltrado 
inflamatório. 
 o revestimento epitelial é composto por uma 
camada uniforme de epitélio escamoso 
estratificado, geralmente com seis a oito células de 
espessura. O epitélio e a interface com o tecido 
conjuntivo geralmente são planos, e a formação 
de cristas epiteliais é inconspícua. 
 destacamento de porções do revestimento epitelial 
da cápsula fibrosa do cisto pode ser comumente 
observado. 
 
 
 
 a superfície luminal exibe células epiteliais 
paraceratóticas achatadas, que exibem um aspecto 
ondulado ou corrugado. 
 a camada basal epitelial é composta por uma 
camada em paliçada de células epiteliais coloidais ou 
colunares, que frequentemente são 
hipercromáticas. 
 pequenos cistos, cordões ou ilhas satélites de 
epitélio odontogênico podem ser observados na 
cápsula fibrosa. 
 em raras ocasiões, foi observada cartilagem na 
parede de um ceratocisto odontogênico. 
 
 
O revestimento epitelial apresenta espessura de 6 a 8 células, com uma 
camada de células basais hipercromáticas e em paliçada. Note a 
superfície paraceratinizada corrugada. 
 
Na presença de alteraçõesinflamatórias, as características típicas 
do ceratocisto odontogênico podem exibir alterações. A 
superfície luminal paraceratinizada pode desaparecer e o epitélio 
pode proliferar formando cristas epiteliais com perda da 
característica em paliçada da camada basal (Fig. 15-18). Quando 
essas alterações envolvem a maioria do revestimento cístico, o 
diagnóstico de ceratocisto odontogênico não pode ser 
confirmado, a menos que outros cortes mostrem as típicas 
características descritas previamente 
 
Tratamento e prognóstico 
 apesar de poder haver suspeita da presença de 
um ceratocisto odontogênico a partir dos exames 
clínicos e radiográficos, a confirmação 
histopatológica é requerida para o diagnóstico 
definitivo. 
 a maioria dos ceratocistos odontogênicos é tratada 
de forma similar a outros cistos odontogênicos, ou 
seja, através de enucleação e curetagem. 
 a remoção completa de um cisto em uma única 
peça frequentemente é difícil devido à natureza 
delgada e friável de sua parede cística. 
 em contraste com outros cistos odontogênicos, os 
ceratocistos odontogênicos com frequência 
tendem a recorrer após o tratamento. Ainda não 
se pode determinar com certeza se isso se deve a 
fragmentos do cisto original que não foram 
removidos no momento da cirurgia, ou a “novos” 
cistos que se desenvolveram a partir de restos da 
lâmina dental na área geral do cisto original. 
 a frequência descrita para a recidiva em vários 
estudos varia de 5% a 62%. Muitos recorrerem 
dentro do período de 5 anos após a cirurgia inicial. 
O acompanhamento clínico e radiográfico a longo 
prazo é, portanto, necessário. 
 exceto pela tendência á recidivas, o prognóstico 
geral é bom. 
 após cistectomia e biópsia incisional, alguns 
cirurgiões têm tratado grandes ceratocistos 
odontogênicos através da inserção de um dreno 
de polietileno para permitir a descompressão e a 
subsequente redução do tamanho da cavidade 
cística. Esse tratamento descompressivo resulta em 
espessamento do revestimento cístico, permitindo 
uma remoção mais fácil, com uma taxa de recidiva 
aparentemente mais baixa. 
 
 
 
Descompressão de um ceratocisto odontogênico. A, Grande imagem 
radiolúcida unilocular associada ao terceiro molar inferior direito. B, Seis 
meses após a inserção de um tubo de drenagem de polietileno para 
permitir a descompressão, o cisto diminuiu e o terceiro molar migrou 
para baixo e para frente. 
 
Cisto odontogênico ortoceratinizado 
 
A designação cisto odontogênico ortoceratinizado 
não denota um tipo clínico específico de cisto 
odontogênico, mas apenas se refere a um cisto 
odontogênico que microscopicamente apresenta um 
revestimento epitelial ortoceratinizado. 
Apesar de essas lesões terem sido originalmente 
denominadas como a variante ortoceratinizada do 
ceratocisto odontogênico, é aceito, de forma geral, que 
eles são clinicopatologicamente diferentes do 
ceratocisto odontogênico paraceratinizado, que é mais 
comum, e devem ser colocados em uma categoria 
diferente. 
Devido a discrepâncias quanto à sua classificação, 
estudos epidemiológicos não são precisos. No entanto, 
achados mais recentes, indicam que os cistos 
odontogênicos ortoceratinizados representam de 7% a 
17% de todos os cistos ceratinizantes dos ossos 
gnáticos. 
Não apresenta uma etiologia conhecida. Os 
remanescentes da lâmina dentária aparecem como a 
fonte epitelial mais aceita, uma vez que a região 
posterior da mandíbula (local frequentemente 
acometido) é a que possui maior atividade e trajeto 
mais tortuoso, originando em sua desintegração e uma 
grande atividade de ilhas e restos epiteliais, os quais 
futuram podem originar as lesões císticas, como o cisto 
odontogênico ortoceratinizado. 
 
Características clinicas e radiológicas 
 ocorrem predominantemente em adultos jovens, 
homens e leucoderma. 
 apresenta pouca agressividade e baixo potencial de 
crescimento. 
 duas vezes mais frequentemente na mandíbula do 
que na maxila, com uma tendência a envolver as 
regiões posteriores dos ossos gnáticos. 
 não apresentam características clínicas ou 
radiográficas que os diferenciem de outros cistos 
odontogênicos inflamatórios ou do 
desenvolvimento. 
 a lesão usualmente surge como uma imagem 
radiolúcida unilocular, mas ocasionais exemplos se 
apresentam multiloculados. 
 cerca de dois terços dos cistos odontogênicos 
ortoceratinizados são encontrados em uma lesão 
que parece representar clínica e radiograficamente 
um cisto dentígero; eles envolvem mais 
frequentemente um terceiro molar inferior não 
erupcionado. 
 o tamanho pode variar de menos de 1cm até 
grandes lesões, maiores do que 7cm de diâmetro. 
 
 
Imagem radiolúcida pequena e unilocular associada ao terceiro molar 
inferior esquerdo impactado. 
 
 
Um grande cisto envolvendo um terceiro molar inferior impactado 
horizontalmente. 
 
Características histopatológicas 
 o revestimento cístico é composto por epitélio 
escamoso estratificado, que mostra uma superfície 
ortoceratinizada de espessura variada. 
 os grânulos de cerato-hialina podem ser 
proeminentes na camada superficial do epitélio 
subjacente à ortoceratina. 
 o revestimento epitelial pode ser relativamente 
delgado, e uma camada basal em paliçada 
proeminente, característica do ceratocisto 
odontogênico, não está presente 
 
Características microscópicas exibindo um delgado revestimento epitelial. 
A camada basal do epitélio não demonstra a paliçada. Os grânulos de 
cerato-hialina estão presentes e uma espessa camada de ortoceratina 
pode ser vista na superfície luminal. 
 
 
 
Tratamento e prognóstico 
 a enucleação seguida de curetagem é o 
tratamento usual. 
 as recidivas raramente têm sido observadas, e a 
frequência relatada está em torno de 2%, o que 
contrasta marcadamente com a taxa de recidiva de 
30% ou mais associada aos ceratocistos 
odontogênicos. 
 não estão associados à Síndrome do Carcinoma 
Nevoide Basocelular. 
 
Cisto gengival do recém-nascido 
 
 também chamado de cisto alveolar; cisto da lâmina 
dura. 
 são lesões assintomáticas e comum, sendo descrito 
que 80% dos recém-nascidos apresentam. 
 tem sua origem a partir da proliferação de 
remanescentes da lâmina dentária, denominados 
restos de Serres, provenientes do processo 
involutivo (degeneração e lise) da lâmina dentária. 
Alguns remanescentes epiteliais têm a capacidade 
de proliferar, queratinizar e formar pequenos cistos. 
 geralmente até os 3 meses de idade desaparecem 
espontaneamente através de sua ruptura dentro 
da cavidade oral, sendo assim, as lesões raramente 
são notadas ou examinadas por biópsia. 
 surgem como pequenas pápulas esbranquiçadas, 
geralmente múltiplas, na mucosa que recobre o 
processo alveolar dos neonatos. 
 os cistos individualmente, em geral, medem não 
mais do que 2 a 3 mm de diâmetro. 
 o rebordo alveolar superior é mais comumente 
acometido do que o inferior. 
 
 
Múltiplas pápulas esbranquiçadas na crista alveolar de uma criança 
recém-nascida 
 
 O exame de um cisto gengival intacto do recém-
nascido exibe um revestimento epitelial delgado e 
achatado, com uma superfície luminal 
paraceratótica. O lúmen contém fragmentos de 
ceratina e, freqüentemente, contém células 
inflamatórias. 
 
 
 
 não há indicação de nenhuma terapêutica 
específica para o tratamento dos cistos gengivais. 
 
Nódulos de Bohn e Pérolas de Epstein 
 Cistos de inclusão similares (p. ex., pérolas de 
Epstein ou os nódulos de Bohn) são encontrados 
na linha média palatina ou lateralmente nos palatos 
duro e mole, além disso, são pequenas pápulas 
assintomáticas de coloração brancas ou brancas 
amareladas, ou ainda acinzentadas. Podem 
desaparecer na fase intrauterina. 
 existe uma certa confusão entre os Nódulos de 
Bohn e Pérolas de Epstein em relação ao Cisto da 
Lâmina Dentária. 
 as Pérolas de Epstein são nódulos císticos que 
ocorrem ao longo da rafe palatina mediana, e, não 
são de origem odontogênica (procedemdos 
remanescentes epiteliais aprisionados na rafe 
palatina mediana). Quando os processos palatinos se 
encontram e se fusionam na linha média, durante a 
vida embrionária para formar o palato secundário, 
pequenas ilhas epiteliais podem ficar aprisionadas 
por baixo da superfície tecidual ao longo da rafe 
palatina e futuramente originar essas lesões. 
 já os Nódulos de Bohn, encontram-se na fase 
vestibular e lingual do rebordo alveolar e no palato, 
têm como origem remanescentes de epitélio 
glândulas (glândulas mucosas). Ocorrem 
discrepâncias literárias quanto a sua nomenclatura 
e localização. 
 
 
 
 não requerem tratamento, geralmente regridem 
antes de completar semanas de vida. 
Provavelmente o epitélio degenera ou o cisto se 
rompe para a superfície e elimina a ceratina 
contida no seu interior. 
 
Cisto gengival do adulto 
 
 é uma lesão extraóssea incomum. 
 considera-se que represente a contraparte em 
tecidos moles do cisto periodontal lateral (próximo 
tópico), sendo 
 derivado de restos da lâmina dental (restos de 
Serres). 
 o diagnóstico do cisto gengival do adulto deveria 
ser restringido a lesões com as mesmas 
características histopatológicas que as do cisto 
periodontal lateral. 
 
Características clínicas 
 em raras ocasiões, um cisto pode se desenvolver 
na gengiva, no local de um enxerto gengival; 
contudo, tais lesões provavelmente representam 
cistos de inclusão epitelial, que são uma 
consequência do procedimento cirúrgico. 
 mostra uma predileção marcante para ocorrência 
na região de canino e pré-molares inferiores (60% 
a 75% dos casos). 
 são mais comumente encontrados em pacientes 
na quinta e sexta décadas de vida. 
 estão, quase que invariavelmente, localizados na 
gengiva vestibular ou na mucosa alveolar. Os cistos 
gengivais da maxila geralmente são encontrados 
nas regiões de incisivo, caninos e pré-molares. 
 clinicamente, os cistos aparecem como um nódulo 
indolor, em forma de cúpula (preenchida por 
fluido), em geral com menos de 0,5 cm de 
diâmetro, apesar de raramente poderem 
apresentar tamanho maior. 
 frequentemente são azulados ou cinza-azulados. 
 em alguns casos, o cisto pode causar uma 
“reabsorção em taça” superficial do osso alveolar, o 
que geralmente não se detecta na radiografia, mas 
se torna aparente quando o cisto é excisado. 
 se houver ausência de maior quantidade de osso, 
pode-se argumentar que a lesão pode ser um 
cisto periodontal lateral que erodiu a cortical óssea, 
em vez de um cisto gengival que se originou na 
mucosa. 
 
 
Tumefação retesada, preenchida por fluido, na gengiva vestibular 
 
 responde bem à simples excisão cirúrgica. O 
prognóstico é excelente. 
 
Características histopatológicas 
 consistindo em um revestimento epitelial delgado, 
achatado, não queratinizado, com ou sem placas 
focais que contêm células claras. 
 pequenos agrupamentos (ninhos) de células 
epiteliais claras ricas em glicogênio, que 
representam restos de lâmina dental, também 
podem ser observados no tecido conjuntivo 
circunjacente, formando placas focais. 
 algumas vezes, o revestimento cístico é tão 
delgado que é facilmente confundido com o 
revestimento endotelial de vasos sanguíneos 
dilatados. 
 
 
Fotomicrografia de pequeno aumento mostrando um cisto de paredes 
delgadas nos tecidos moles gengivais. 
 
 
Fotomicrografia de grande aumento mostrando um espessamento do 
revestimento epitelial semelhante à placa. 
 
Cisto periodontal lateral 
 
 também chamado de Cisto odontogênico botrioide. 
 
Embora haja pouca dúvida de que os cistos 
periodontais laterais sejam de origem odontogênica, 
existem controvérsias sobre o epitélio odontogênico 
do qual eles surgem. Três são as mais prováveis 
possibilidades da origem dos cistos : 1) epitélio reduzido 
do esmalte, 2) remanescentes da lâmina dental e 3) 
restos de Malassez. Com relação a segunda hipótese, 
o cisto periodontal lateral e o cisto gengival do adulto 
teriam a mesma descendência: seriam originários do 
epitélio reduzido do esmalte, somente que, no cisto 
periodontal lateral, isto ocorreria antes da erupção do 
dente, enquanto que no cisto gengival do adulto, após 
a erupção do dente. 
 
 é um tipo incomum de cisto odontogênico do 
desenvolvimento que ocorre tipicamente ao longo 
da superfície radicular lateral de um dente. 
 é responsável por menos 
de 2% de todos os cistos dos 
ossos gnáticos revestidos por 
epitélio. 
 acredita-se que surja dos 
restos da lâmina dental (folículo 
pericoronário) e represente a 
contraparte intra-óssea do cisto gengival do adulto. 
 
Características clínicas e radiográficas 
 é mais frequentemente uma lesão assintomática 
que somente é detectada durante um exame 
radiográfico. 
 ocorre com maior frequência em pacientes da 
quinta à sétima décadas de vida, raramente 
ocorrendo em pessoas com menos de 30 anos de 
idade. 
 cerca de 75% a 80% dos casos ocorre na região 
de prémolares, canino e incisivo lateral inferiores. 
 radiograficamente, aparece como uma área 
radiolúcida arredondada ou ovoide, bem definida 
por uma margem esclerosada, localizada 
lateralmente à raiz ou raízes de dentes com 
vitalidades. 
 a maioria desses cistos possui menos de 1,0cm em 
seu maior diâmetro. 
 as características radiográficas não são suficientes 
para fechar o diagnóstico; um ceratocisto 
odontogênico que se desenvolve entre as raízes 
de dentes adjacentes pode exibir achados 
radiográficos idênticos. 
 
 
A: Uma lesão maior provocando o afastamento das raízes. B: Lesão 
radiolúcida entre as raízes de um canino e de um primeiro pré-molar 
inferiores com vitalidade. 
 
Características histopatológicas 
 semelhante ao Cisto Gengival do Adulto. 
 apresenta uma cápsula fibrosa delgada, geralmente 
sem inflamação, com um revestimento epitelial que 
possui, em sua maior parte, apenas de uma a três 
camadas de espessura. 
 esse epitélio geralmente consiste em células 
escamosas achatadas, mas algumas vezes as 
células são cuboides. 
 focos de células claras ricas em glicogênio podem 
estar espalhados entre as células do revestimento 
epitelial. 
 alguns cistos apresentam espessamentos nodulares 
focais do epitélio de revestimento, que são 
compostos principalmente por células claras. 
 
Cisto Gengival do Adulto x Cisto Periodontal Lateral 
As duas lesões apresentam características histológicas 
muito semelhantes. De uma forma geral, elas 
apresentam um revestimento epitelial com poucas 
camadas de células, sem projeções e com focos de 
espessamento (placas) para o interior do lúmen. Este 
espessamento ou placa epitelial presente nas duas 
lesões, é que levam alguns autores a concluírem que 
os dois cistos se originam do mesmo epitélio. As 
células da placa às vezes são fusiformes, grandes e 
claras, ricas em glicogênio, com um aspecto de edema 
intracelular, além de apresentarem o núcleo pequeno 
e picnótico. A cápsula do cisto pode exibir uma zona 
de hialinização, focos de calcificação e restos de lâmina 
dentária. 
 
Tratamento e prognóstico 
 a enucleação conservadora do cisto periodontal 
lateral é o tratamento de escolha. Geralmente, isso 
pode ser atingido sem dano aos dentes adjacentes. 
 a recidiva não é comum, apesar de ter sido 
relatada na variante botrioide, presumidamente 
devido a sua natureza policística. 
 
Ocasionalmente, a lesão pode apresentar um aspecto 
policístico; tais exemplos foram denominados cistos 
odontogênicos botrioides. Macro e 
microscopicamente, exibem um aspecto de cachos 
de uva devido aos pequenos cistos. Geralmente 
consideram-se tais lesões como representantes de 
uma variante do cisto periodontal lateral, 
possivelmente surgindo como resultado de 
degeneração cística e subsequente fusão de focos 
adjacentes de restos da lâmina dental. A variante 
botrioide com frequência mostra um aspecto 
radiográfico multilocular, mas também pode se 
mostrar unilocular. 
 
 
Espécime macroscópico de uma variante botrioide.Microscopicamente, esse agregado em forma de cacho de uva 
revelou três cavidades separadas.

Continue navegando