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Neurologia na Clínica Veterinária

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PATRÍCIA LINDEMANN 1 
 
Neurologia na Clínica Veterinária 
O sistema nervoso é um órgão elétrico, composto principalmente por neurônios, 
que propagam o impulso elétrico. Existem quatro tipos de neurônios: 
➔ Neurônios com fibras mielinizadas: estão cobertos com camadas 
concêntricas de mielina (bainha), produzidas pelas células de Schwann e 
envolvidas pela membrana basal ou tubos de neurilema. A maioria dos 
nervos periféricos é deste tipo. 
➔ Neurônios com fibras mielinizadas sem neurilema: são encontrados na 
substância branca do cérebro e do cordão espinhal. 
➔ Neurônios com axônios desmielinizados, com células de Schwann que 
não produz em mielina, envolvidos por tubos de neurilema: estão 
presentes no Sistema Nervoso Autônomo (SNA), bem como, em muitos 
nervos sensitivos. 
➔ Neurônios com axônios descobertos, sem mielina e sem neurilema 
(neurônios "nus"): presentes na substância cinzenta do cérebro e do 
cordão espinhal (CE). São também, terminações periféricas de fibras 
nervosas 
Os anticonvulsivantes agem impedindo a despolarização dos neurônios. 
O sistema nervoso ainda é composto pelas células da glia (neuroglia), que são: 
➔ Olidodendrócitos: Forma a bainha de mielina no sistema nervoso central. 
➔ Células ependimárias: Produzem e fazem a movimentação do liquor. 
➔ Células de Schwann: Forma a bainha de mielina no sistema nervoso 
periférico. 
➔ Astrócitos: Faz a comunicação do sistema nervoso com os vasos 
sanguíneos. 
➔ Micróglia: Células fagocíticas do sistema nervoso central. 
Os tumores e neoplasias de origem do sistema nervoso central normalmente não 
são de neurônios, e sim de células da glia, pois os neurônios apresentam uma 
baixa taxa de multiplicação ao longo da vida. 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 2 
 
 
Telencéfalo (córtex/cerebrum) é dividido em lobos: 
➔ Lobo frontal (decisões; área motora) 
➔ Lobo parietal (área sensorial) 
➔ Lobo temporal (audição/vestibular) 
➔ Lobo occipital (Visão/interpretação visual) 
O telencéfalo desempenha diversas funções como: 
➔ Consciência; Memória. 
➔ Comportamento. 
➔ Coordena; Controla; Integra; Modula áreas subcorticais. 
➔ Processa informações sensoriais, planeja e responde. 
A decussação dos nervos ocorre no bulbo, dessa forma, ao sentir a dor no 
membro esquerdo, quem interpreta e o telencéfalo do lado direito. E por isso 
devemos nos atentar que as manifestações vão ocorrer de forma contralateral 
se as fibras nervosas passarem pela decussação. 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 3 
 
 
Diencéfalo (tálamo) 
➔ Tálamo (atenção; memória; função executiva) 
➔ Hipotálamo (Comando de vísceras, temperatura ritmo cardíaco; quiasmo 
óptico; glândula hipófise) 
➔ Epitálamo (influencia na reprodução; glândula pineal, hormônio 
melatonina na ausência de luz) 
➔ Subtálamo (funções motoras) 
 Cerebelo 
Cordena e controla a amplitude e frequência de movimento, além de participar 
da resposta de ameaça. 
Tronco encefálico 
Todos os tratos sensoriais e motores. 
Núcleos de 10 dos 12 pares de nervos cranianos. 
Controle da frequência respiratória e pressão arterial sistêmica, sono/vigília. 
Início da marcha 
Gatilho da consciência. 
 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 4 
 
 
O bulbo olfatório de cães e gatos é bem mais desenvolvido que o humano. 
Nervos Cranianos 
I Olfatório (tele) Sensorial 
II Óptico (dien) Sensorial 
III Oculomotor * Motor 
IV Troclear Motor 
V Trigêmeo Misto 
VI Abduscente Motor 
VII Facial * Misto 
VIII Vestíbulo-coclear Sensorial 
IX Glossofaringeo * Misto 
X Vago * Misto 
XI Acessório (medula) Motor 
XII Hipoglosso Motor 
*Porção parassimpática 
Estímulo olfatório (avalia vendando o animal e colocando algum alimento ou 
álcool pra ele cheirar): NC I. 
Resposta de ameaça (comportamento aprendido - tapar um olho e ameaçar o 
outro): NC II, córtex, cerebelo, NC VII. 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 5 
 
Reflexo pupilar a luz (RPL) (deixar no escuro e estimular com luz): NC II (função 
sensitiva) e NCIII (função motora). 
Tamanho e simetria pupilar: NC III e ramo simpático. 
Estrabismo-Reflexo oculocefálico: NC III, IV, VI, VIII. 
Sensibilidade nasal/facial: NC V e córtex. 
Respostas de ameaça e sensibilidade nasal são testes que podem estar 
alterados em problemas corticais. 
Reflexo palpebral: NC V e VII. 
Simetria dos músculos mastigatórios: NC V. 
Simetria e expressão facial: NCVII. 
Nistagmo e Head tilt: NC VIII e cerebelo. 
Disfonia, disfagia e dispnéia: NC IX e X. 
Simetria da língua: NC XII. 
É pequena a chance de uma afecção em tronco afetar um único par de nervos 
cranianos. 
A manifestação clínica é neurológica, mas o problema pode estar em muitos 
locais, dessa forma não de prognóstico sem fechar o diagnóstico. 
Medula Espinhal 
Em carnívoros é composta por: 
➔ 7 vertebras cervicais 
➔ 13 vertebras torácicas 
➔ 7 vertebras lombares 
➔ 3 vertebras sacrais 
➔ 20 a 23 vertebras coccígeas/caudais 
O estímulo sensorial leva a resposta motora. 
Abaixo temos um desenho da medula, com a exemplificação da localização dos 
tratos e suas funções. 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 6 
 
 
Quando a lesão é superficial na medula, o animal vai apresentar alterações de 
propriocepção, e dessa forma, o seu prognóstico é considerado bom. 
Quando a lesão é um pouco mais intensa, o trato motor voluntário será 
danificado, e nesses casos podendo causar paralisia ou paresia, dando ao 
animal um prognóstico reservado. 
Se o animal tem perda da dor superficial, quer dizer que a lesão foi mais intensa 
ainda, e remete a um prognóstico reservado também. 
Já se o animal apresentar uma perda de dor profunda, quer dizer que a lesão foi 
muito intensa, e ao dizemos que o animal apresenta um prognóstico 
desfavorável. 
Trato Função Sinais de compressão Prognóstico 
 
 
Propriocepção Déficit proprioceptivo Bom 
 
 
Motor voluntário Paresia/Paralisia Reservado 
 
 
Dor superficial Perda da dor superficial Reservado 
 Dor profunda Perda da dor profunda Desfavorável 
 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 7 
 
Abaixo está demonstrada a divisão neurológica pelas intumescências, essa 
divisão é importante conhecer, para conseguir avaliar possíveis alterações que 
podem ocorrer de acordo com o local das lesões. 
 
 
Sinais clínicos e exame clínico 
As manifestações clínicas dependem da localização anatômica da lesão, e não 
da etiologia. 
O exame deve ser realizado de forma completa, pois uma lesão hepática, ou 
renal, ou muitas outras podem cursar com alterações neurológicas. 
O exame neurológico começa o chão, onde se avalia o estado mental, postura e 
locomoção. 
Estado mental 
➔ Consciência (tronco encefálico córtex) 
Alerta 
Depressão (sonolência) 
Estupor (só responde a dor) 
Coma (não responde a nada) 
➔ Comportamento (tálamo e córtex) 
Anamnese 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 8 
 
Idade/raça 
Head pressing 
Andar em círculos 
Convulsão 
Agressividade 
Alterações de estado mental devem ser avaliadas, e deve-se considerar os 
diferenciais que podem causar as alterações como: 
➔ Hipoglicemia 
➔ Hipocalemia 
➔ Hipovolemia 
➔ Distúrbios hepáticos 
➔ Distúrbios renais 
Postura (atitude com cabeça e olhos) 
➔ Head tilt: cabeça para um lado só 
➔ Head turn: Animal fica olhando a calda 
➔ Ventroflexão cervical: animal se torce e fica olhando a barriga 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
➔ Cifose/escoliose/lordose 
➔ Postura palmigrada/plantígrada (pés de diabéticos) 
Ventroflexão cervical: 
Diferenciais de doenças neuromusculares 
 
 
 
Miopatias hipocalêmica 
Deficiência de tiamina 
Miastenia gravis 
Polimiosite imunomediada 
Intoxicação com organofosforado 
 
Polineuropatias 
Hipertireoidismo 
Polimiopatia hipernatrêmica 
Miopatia hereditária (Burmese, 
Devon Rex) 
 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 9 
 
Locomoção/marcha (córtex/tálamo/cerebelo/tronco/medula/neurônio motor 
inferior-NMI) 
➔ A locomoção é normal? (Não avaliar em superfícies escorregadias)➔ Qual o problema? 
Claudicação (ortopedia x raiz) 
Paresia (fraqueza) 
Plegia (paralisia) 
Ataxia (incoordenação) 
➔ Quais membros estão afetados? 
Tetra (4 membros) 
Para (ou pélvicos ou torácicos) 
Mono (um membro) 
Heme (um lado do corpo) 
Quando existe incoordenação, a forma dessa ataxia pode ajudar a localizar o 
sítio da lesão. 
Ataxia Cerebelar: Incapacidade de controlar a amplitude e frequência do 
movimento, tremor, dismetria, base de sustentação ampla. 
Ataxia Vestibular: Inclinação e queda para um dos lados, em geral com nistagmo 
e head tilt. Se for bilateral, o animal abaixado, relutante em se movimentar, 
movimentando a cabeça de um lado para o outro. 
Ataxia Proprioceptiva: Falta de percepção acerca da posição do corpo e dos 
membros por interrupção de fibras ascendentes (rebolados, quedas), passo do 
membro afetado mais longo, dedos podem arrastar no chão, em geral, está 
associada a paresia. Sem envolvimento da cabeça, sem tremores, sem 
dismetria. 
Reações posturais 
➔ Reposicionamento do membro 
➔ Saltitamento 
➔ Posicionamento tátil 
Devemos sempre atentar para o isolamento dos membros, e alterações 
sutis. 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 10 
 
Déficits de reação postural indicam alterações neurológicas, entretanto, 
não indicam o local da lesão. 
➔ O arco reflexo pode ser avaliado, pois é um reflexo que não é consciente, 
e não tem comunicação entre medula e encéfalo, e pode ser avaliado no 
reflexo patelar. 
Reflexos espinhas: 
➔ Membro torácico: 
- Tono extensor: com o animal deitado de lado, empurre a pata na direção 
do corpo, para ver se ele empurra de volta. 
- Reflexo flexor: tocar/pegar a almofadinha da pata e ver se o animal vai 
puxar. 
➔ Membro pélvico: 
- Tono extensor. 
- Reflexo patelar. 
- Reflexo flexor medial (apertar o dedinho na região medial e ele deve 
flexionar). 
- Reflexo flexor lateral (apertar o dedinho na região lateral e ele deve 
flexionar). 
➔ Outros: 
- Reflexo perineal. 
- Reflexo cutâneo do tronco (panículo). 
O que promove a marcha? 
➔ A marcha é desenvolvida quando o encéfalo envia uma mensagem para 
que se inicie. 
➔ O neurônio motor inferior (NMS) carrega a mensagem e parra por sinapse 
para o neurônio motor inferior (NMI). 
➔ Dessa forma, o NMI manda o musculo trabalhar. 
O NMS é considerado o gatinho, ele não mantém o tônus, apenas manda a 
mensagem, além disso inibe para parar o tônus. 
Quem mantem o tônus é o NMI. 
Lesão entre C1-C5 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 11 
 
Quando uma lesão ocorre nesse local, pode ser observado um aumento do 
tônus, e dos reflexos, pois quem coordena isso é o NMI que está integro. 
Entretanto, todo que for comandado pelo encéfalo fica comprometido. Dessa 
forma, é uma das piores lesões possíveis. 
 MTs MPs 
Ataxia S S 
Déficit de reação postural S S 
Paresia/plegia S S 
Déficit de nocicepção S S 
Tônus N/A N/A 
Reflexos N/A N/A 
S: sim 
N: não 
A: aumento 
N/A: normal a aumentado 
R/Au: reduzido a ausente 
R: reduzido 
Nr: normal
Lesão entre C6-T2 
Uma lesão nesse local, que corresponde a intumescência torácica, acarreta na 
diminuição do tônus dos MTs e alterações citadas na tabela, assim como no 
MPs, onde os reflexos e tônus dos podem estar reduzidos ou ausentes 
juntamente com as outras alterações. 
 MTs MPs 
Ataxia S S 
Déficit de reação postural S S 
Paresia/plegia S S 
Déficit de nocicepção S S 
Tônus R N/A 
Reflexos R/Au N/A 
 
Lesão entre T3-L3 
Nesses casos, os MTs não são afetados, entretanto não haverá alterações neles. 
Entretanto, os MPs estarão bem alterados, como mostra o quadro. 
 
PATRÍCIA LINDEMANN 12 
 
 MTs MPs 
Ataxia N S 
Déficit de reação postural N S 
Paresia/plegia N S 
Déficit de nocicepção N S 
Tônus Nr N/A 
Reflexos Nr N/A 
 
Lesão entre L4-S1 
Nesse caso, os MTs estarão normais, mas nos MPs haverá várias alterações. 
 MTs MPs 
Ataxia N S 
Déficit de reação postural N S 
Paresia/plegia N S 
Déficit de nocicepção N S 
Tônus Nr R 
Reflexos Nr R/Au 
 
 
 
 
 
Para saber o local da lesão é importante saber se o reflexo está 
aumentado/presenta ou diminuído/ausente. 
Schuff-Sherrington 
Paralisia dos membros pélvicos – Flacidez 
Espasticidade dos membros anteriores 
Consciência normal 
Lesão em T3-L3 (gravidade variável)

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