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Abdome agudo A celiotomia é uma incisão cirúrgica na cavidade abdominal. O termo laparotomia se refere a uma incisão no flanco. Um início repentino de sinais clínicos referents à cavidade abdominal, ex: distensão abdominal, dor e vômito é chamado de abdome agudo. Porém, nem toda dor abdominal é cirúrgica. A dor do abdome aguda é uma emergência clínica caracterizada por dor abdominal intensa e aparecimento súbito. Considerações: Abdomên agudo é somente após um dia inteiro de diarreia, por exemplo, depois que ele entra nesse estado; São 2h a 3h no máximo que se pode esperar; Dilatação vólvulo gástrica, perfuração do cólon e hemorragia grave são exemplos de situações que vão ser cirúrgicas; Pode ter origem metabólica, sepse (intussepção, piometra), neoplásica (neoplasia que rompeu), isquemica, trauma, inflamação (enterite); Realizar o diagnóstico corretamente, nem sempre o exame físico nem sempre é confiável em prever a gravidade do problema, pois os animais depremidos ou letárgicos não demonstrem dor durante a palpação abdominal. Antes da cirurgia: Estabilizar o paciente; Realizar hemograma e perfil bioquímico, exame de urina por cistocentense; Radiografia abdominal: detectam fluídos peritoneal (uroabdome ou peritonite) ou acúmulos anormais de ar; Corrigir as anormalidades de hidratação. OBS: se for observado ar livre na cavidade abdominal de um animal que sofreu lesão traumática recente, considerar a possibilidade de uma cirúrgica exploratória; este achado pode indicar perfuração ou ruptura do trato gastrointestinal. Tipos de injúria - causas traumáticas: Contuso: - ruptura e esmagamento; - ruptura por aumento da pressão intrabdominal; Penetrante - dá para ver: - tipo, forma, extensão da ferida; - arma branca, arma de fogo. ABCD do trauma - para avaliar o paciente como um todo: A - vias áereas; B - respiração; C - circulatório; D - capacidade de se locomover. Exame clínico e anamneses: - Descrição do acidente; - Tempo ocorrido; - Estado fisiológico: avaliação da temperatura, FC, FR, esforço respiratório, auscultação abdominal, percussão e palpação, acrescida de exame retal. Inspeção do abdome: - Anormalidades do contorno; - Cor: hematomas, eritema, dema; - Movimentos intestinais; - Cicatrização, abrasões; - Manchas no pelo (sangue) Fontes de dor - Hepatobiliar: distensão hepática, obstrução das vias biliares; - Gastrointestinal: gastrite, peristaltismo acentuado; - Pancreático: dor abdominal por algo que comeu e o pâncres libera muitas enzimas, ruptura de vesícula biliar, pancreatite; - Esplênico: distensão de cápsula no baço por conta de neoplasias ou rupturas bruscas por atropelamento; - Urogenital: distensão da cápsula renal, traumas por atropelamento; - Peritoneal: orquite; não precisa de ruptura; - Genital: piometra. Possíveis causas para afecções: DAMNITV D egernerativa A nomalia = alteração genética, alteração de anatomia, má formação; M etabólica N utricional I diopática-infecciosa-inflamatória (auto imune) T óxica, trauma-tóxico V ascular Diagnóstico: - Raio x simples e contrastada: detectam fluídos peritoneal (uroabdome ou peritonite) ou acúmulos anormais de ar; - Ultrassom = abdominocentese (baixo custo, fácil e eficaz). ABDOMINOCENTESE Não há necessidade de sedação; Tricotomia e Antissepsia; Seringa de 3 ou 5 ml; Agulha 25x0,7; Ou scalpe 19G ou 21G; Decúbito lateral ou animal em estação. Locais de abdominocentese: Na linha alba; Caudal a cicatriz umbilical; Pode ser no flanco; Nos quadrantes abdominais; Pélvica, a mais difícil de puncionar; O animal é dividido em quadrantes; Paralelamente a grande curvatura do estômago; Preferencialmente do lado direito. Cuidados na punção: Esvaziar a bexiga para não acertá-la; Não puncionar cicatrizes; Antissepsia; Cadelas prenhaz cuidado; Não realizar em massa abdominal, no caso de neoplasias porque pode romper e lesionar; Não puncionar o músculo reto abdominal. Avaliação do líquido: 1- sangue coagulável: por conta de acidentes na hora; 2- sangue incogulável - hemoperitôneo verdadeiro; 3- purulento - piometra; 4- turvo - inflamação; 5- bilioso-esverdeado: úlcera duodenal e estomacal perfurada (uso de antibióticos sem prescrição); 6- urina: ruptura de bexiga; 7- sanguinolento: inflamação. DOENÇAS RELACIONADAS 1. HEMOPERITÔNEO - ACOMETIMENTO ESPLÊNICO Acúmulo anormal de sangue na cavidade peritoneal. Podendo ser traumático ou associado a alguma doença. Hemoperitôneo neoplásico A neoplasia é a causa mais comum de hemoperitôneo não-traumático em cães e gatos. Porém demoram a crescer; Frequentes pois o fígado e o baço ficam na frente no abdome; A neoplasia é a causa mais comum de hemoperitôneo não-traumático em cães e gatos; Torção esplênica, doença hepatobiliar, dilatação vólvulo gástrica, intoxicação com antagonistas da vitamina K são doenças não- malignas associado ao Hemoperitôneo; Ruptura esplênica nem sempre vai para cirurgia, porque a ruptura pode ser parcial; Pode recorrer a esplenectomia. Hemoperitônio traumático Fígado e baço que fazem e o baço protege o fígado; Causas: quedas, atropelamentos, brigas, chutes, mordeduras; No pós: hemograma, transfusão sanguínea, avaliação da motilidade gastrointestinal, hematológica seriada. ESPLENECTOMIA Total e parcial e reimplante esplênico. Esplenectomia parcial Indicada em animais com lesões traumáticas ou focais do baço para preserver a função esplênica; Em casos de neoplasia, faz esplenectomia parcial só se for pequeno e estiver na ponta; Colocar duas pinças, destruir o parênquima esplênico cortando no meio das duas pinças e realizando uma sutura simples continua com fio absorvível. Esplenectomia total Indicada para animais com neoplasias esplênica, torção (estômago ou baço) ou trauma grave que cause uma hemorragia com risco de morte e que não pode ser interrompida; Ligar duplamente e transeccionar todos os vasos do hilo esplênico. Se possível, preservar os ramos gástricos curtos que suprem o fundo gástrico. Sindrome: - Ínicio súbito; - Crescimento bacteriano exuberante; - CID (coagulação intravenosa disseminada): as plaquetas se alertam por causa dos danos causados pelos vasos do baço; - Óbito. Por isso o animal precisa ficar internado 24h após a esplenectomia, pois ele pode morrer de morte súbita por vasculite (trauma dos vasos do baço), bactérias do baço, hemorragia (fases da CID: coagulativa e hemorrágica). Na hemorrágia é mais dificil controlar, na coagulativa pode fornecer anticoagulante heparina em doses baixas), o ideal é fornecer plaquetas. Reimplante O reimplante esplênico é feito pegando partes boas do baço (uns 5 pedaços) e colocar no omento para manutenção da resposta linfocitária. O omento vai revascularizar o baço; Pode causar necrose sistêmica, mas é incomum; Só realiza em esplenectomia total, em casos de trauma; Não realizer o reimplante quando tiver neoplasia. Objetivos: evitar a asplenia cirúrgica, sistema mononuclear fagocitário, drenagem para a circulação porta. TORÇÃO ESPLÊNICA DVG Rotação do baço em seu pedículo vascular geralmente associado a DGV; DGV não sofre reimplante. Ocorre a oclusão da veia esplênica resultando em esplenomegalia congestive, podendo ocorrer a trombose vascular; Causas Anormalidades congênitas; Rupturas Traumáticas; Após torção gástrica parcial; A torção esplênica primária pode ser Agudo (choque) ou Crônico (semanas). A forma crônica pode ser difícil de diagnosticar devido aossínais clínicos vagos; A esplenectomia deve ser evitada em animais com infarto esplênico, pois podem levar a SEPSE ou hemoperitôneo; Doppler vascular; Debris necróticos: restos de mortes celular, necrose isquêmica. Torção mesentérica Omento fica sem vascularização e necrosa. SINDROME DILATAÇAO GÁSTRICA Aumento do tamanho do estômago associado à rotação sobre o eixo mesentério; Torção é em 180 graus, 360 graus é chamada de síndrome vólvulo gástrica; Ocorre o embaulamento do abdomên; Morte em 3 horas; Ocorre principalmente em raças grandes de tórax profundo e pode ser genética. Fatores predisponentes: Hipomotilidade gástrica, esvaziamento gástrico lento, atividade pós comer, cães adultos e idosos, comer rápido, estresse, cães magros, obstrução pilórica, animais com tórax grande pois tem espaço do estômago rotacionar, corpo estranho, comer uma vez por dia uma quantidade grande. Fisiopatologia: - Acúmulo de ar e líquido = obstrução funcional, difunção, gastro-esofágica o que dá a dilatação-torção. - O animal não vômita; - Alterações sistêmicas: baço, fígado, coração, intestino, pulmão, rins, desequilibrio ácido base, reperfusão. Diagnóstico: - Distenção abdominal; - Abdomen timpânico; - Histórico: distensão progessiva do abdome, dor, animal deitado; - Inquietação; - Esforço de vômito; - Sialorreia; - Mucosas hipocoradas; - Raio x melhor método; - Endoscopia; - Laboratório: hemograma, hipocalemia, acidose e alcalose. Tratamento: - Fluidoterapia agressiva; - Descompressão gástrica: sonda gástrica, punção percutânea, gastrostomia; - Oxigênioterapia. Medicações: - DMSO: anti-inflamatório e analgésico, sendo indicado nos casos que envolvam dor e edema em tecidos musculoesqueléticos e viscerais; - Sucralfato: tratamento da úlcera duodenal, úlcera gástrica e gastrite crônica; - Ranitidina, cimetidine: diminuir a secreção gástrica da pepsina e do ácido clorídrico. Tratamento - indicações cirúrgicas: - Correção do posicionamento gástrico; - Avaliar e tratar lesões gástricas e esplênicas; - Prevenir recidivas (a volta do DVG) realizando a gastropexia, o estômago precisa estar permanentemente aderido à parede abdominal. A gastropexia não impede a DVG de ocorrer, apenas diminui a possibilidade; - Fios absorvíveis e não absorvíveis. Técnica cirúrgica Inspecionar estômago e o baço para identificar e remover o tecido lesado ou necrótico; Descomprir o estômago e corrigir mau posicionamento; Aderir estômago a cavidade abdominal. Gastrostomia temporária Realizada por anestesia local quando o centro cirúrgico estiver ocupado, por exemplo. Fixando o estômago a parede abdominal. Pós-operatório Hidratação e equilíbrio ácido-básico; Muitos cães com DVG podem estar hipocalêmicos = suplementação com potássio; Pequenas quantidades de água e alimento pastoso com baixo teor de gordura 12 a 24h após a cirurgia e deve-se observar se o animal vomita; Comum ocorrer gastrite associado a hemorragia gástrica ou vômito; Se houver vômito = antiemético; Se houver úlcera gástrica = raniditina; Controle de hipoalbuminemia e anemias; Fluidoterapia até o animal beber água sozinho e se manter hidratado.
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