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A história da União Europeia

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A história da União Europeia 
1. A génese das Comunidades Europeias 
 
A unidade cultural Europeia 
Apesar da sua fragmentaridade étnica, cultural e linguística, a Europa apresenta traços 
identitários comuns a vários níveis: 
§ Religioso: devido á religião cristã. 
§ Cultural: devido à filosofia grega, ao Humanismo, ao Iluminismo... 
§ Linguístico: devido ao latim. 
Apesar disso, a Europa foi durante séculos o palco de guerras sangrentas: guerra dos 
trinta anos (1618-1648), invasões napoleónicas, I guerra mundial e II guerra mundial, 
por esse motivo, o projeto europeu nasce do sonho de alcançar a paz no solo europeu. 
No fim da I Guerra Mundial tinham surgido várias tentativas neste sentido, todavia, a 
grande depressão levou ao surgimento de nacionalistas radicais e, em breve, à guerra. 
Nos escombros do segundo pós-guerra, tornou-se mais do que nunca clara a 
necessidade de se encontrar um novo equilíbrio europeu. 
De facto, apesar de todos os seus méritos, o modelo de Estados-Nação soberanos e 
independentes, inaugurado pela Paz de Vestefália (1648), tinha-se revelado incapaz de 
conter os nacionalismos e as suas repercussões belicistas. 
O projeto europeu deve também muito a alguns hones visionários: Winston Churchill 
(defendeu em 1949, num famoso discuros, a criação dos Estados Unidos da Europa); 
Robert Schumann (o então ministro dos negócios franceses esteve na origem da criação 
da primeira das comunidades europeias); Jean Monnet; Alcide de Gasperi e Konrad 
Adenauer. 
 
Principais objetivos desta nova entidade 
1. Pacificar as relações França-Alemanha, cuja rivalidade estava há 300 anos na 
origem das guerras europeias, tendo dramaticamente aumentado depois da 
unificação alemã em 1871. 
2. Reconstruir economicamente a Europa. 
3. Consolidar a democracia e o Estado de Direito. 
4. Reforçar o poder político face às potências emergentes (USA, URSS e China). 
 
Como começou o projeto europeu? 
Devido à reticência inglesa em relação a projetos demasiado ambiciosos, avançou-se em 
1950, por iniciativa do Schumann na famosa Declaração Schumann, com a ideia de 
criação de uma Alta Autoridade que colocasse em comum apenas a produção franco-
alemã de carvão e aço. Esta organização, aberta aos outros países europeus, iria tornar 
a guerra entre estes dois países “não só impensável, mas materialmente impossível”. 
Assim, em 1951 foi assinado o Tratado de Paris, que instituiu a Comunidade Europeia do 
Carvão e do Aço (CECA). 
Inicialmente, houve seis contratantes: França, RFA, Itália, Bélgica, Holanda e 
Luxemburgo. 
 
Ideia Central 
A ideia central do projeto europeu era colocar o carvão e o aço sob o controlo de uma 
autoridade independente. Por um lado, tratava-se de dois importantes recursos 
económicos, por outro, dada a centralidade destes elementos na esfera militar, os 
Estados-Membros já não podiam mobilizar os exércitos sem que os outros o soubessem, 
ou seja, eliminava-se assim a desconfiança recíproca. 
 
Validade 
O tratado foi celebrado por um prazo de 50 anos e acabou por caducar em 2002. 
 
Qual foi a visão inicial para o projeto europeu? 
Em vez de apostar logo numa união politcia (Estados federal) decidiu-se começar por 
colaborações dos Estados em matérias concretas, de tipo económico, criando assim uma 
solidariedade de facto entre eles, chama-se a isso de integração funcional. 
 
Lógica atrás da integração funcional 
A lógica da integração funcional era tornar a colaboração entre os Estados vantajosa 
economicamente, de maneira a tornar a guerra altamente desvantajosa. 
A seguir, foram assinados os Tratados de Roma, de 1957, que instituíram a Comunidade 
Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (CEEA OU 
Euratom). 
 
CEE (chamada apenas Comunidade Europeia, a partir do Tratado de Masstricht) 
Apesar de perseguir um objetivo político de longo prazo, esta inovadora organização 
internacional focava-se essencialmente na esfera económica, dando particular destaque 
à criação de um mercado comum. 
 
CEEA (Euratom) 
Esta organização era responsável pela coordenação das políticas nacionais em matéria 
nuclear. Fora criado no pressuposto (errado) de que a energia nuclear se tornaria a base 
do desenvolvimento económico. 
 
1.1 As reformas posteriores 
Os tratados sucessivos indiciaram sobretudo em duas áreas: alargamento e 
aperfeiçoamento e mudança institucional. 
 
Alargamento: de 6 a 28 
1957: Holanda, RFA, Itália, França, Luxemburgo e Bélgica. 
1973: Dinamarca, Irlanda e Reino Unido. 
1981: Grécia. 
1986: Portugal e Espanha. 
1995: Áustria, Finlândia e Suécia. 
2004: República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia, Chipre, Hungria, Malta, Polónia, 
Eslováquia e Eslovênia. 
2007: Bulgária e Roménia. 
2013: Croácia. 
 
 
 
 
Futuras possíveis adesões: 
 
Aperfeiçoamento institucional 
Vários tratados alteraram o quadro institucional das comunidades europeias e da UE, 
nomeadamente para responder aos desafios decorrentes dos alargamentos e das novas 
funções assumidas. 
Salientemos apenas os momentos mais marcantes: 
§ Ato Único Europeu (1986) - Preparou a implementação do mercado interno. Era 
necessário eliminar todos os obstáculos tarifários e burocráticos para a 
circulação de bens, serviços, capitais e pessoas entre os Estados-Membros. O Ato 
Único Europeu adequou o sistema institucional comunitário aos novos 
membros. 
§ Tratado de Maastricht (Tratado da União Europeia / 1992 / TUE) - Trata-se de 
uma viragem decisiva na construção europeia, pois criou a União Europeia, 
assente em três pilares: 
1. O pilar comunitário (CE, Euratom e CECA). 
2. Cooperação de tipo intergovernamental em matérias de política externa 
e de segurança comum (PESC). 
3. Cooperação de tipo intergovernamental em matéria penal (CPJP). 
4. Prepara a União Económica e Monetária. 
5. Alarga as atribuições a domínios não económicos. 
6. Cria o processo de co-decisão, que reforçou o poder de decisão do 
Parlamento Europeu. 
§ Tratado de Amsterdão (1997) e Tratado de Nice (2001) - Várias reformas 
institucionais para novos alargamentos. 
§ Tratado Constitucional Europeu (TCE) (2004) - Este tratado apresentava 
ambições constitucionais, no plano formal e material. Ex: adotava-se a bandeira 
e o hino da UE; a carta europeia dos direitos fundamentais da UE, tornava-se 
vinculante para todos os Estados-membros; diretivas e regulamentos iam passar 
a chamar-se leis e leis-quadro. Foi abandpnado depois do duplo “não”, em 2005, 
nos referendos em França e Holanda. 
§ Tratado de Lisboa (inicialmente chamado de Tratado Reformador) (2007) - Para 
não se perder todo o trabalho feito para o TCE, adotou-se um tratado que 
recuperava algumas das novidades daquele, rejeitando apenas as mais ousadas 
ou simbólicas (exº, a terminologia constitucional). Mantém em vigor os tratados 
anteriores alterando-os: 
• O tratado de roma (ou tratado da comunidade europeia) passou a 
chamar-se tratado sobre o funcionamento da União Europeia (TFUE), 
como a UE, substituiu a CE. 
• A carta dos direitos fundamentais passou a ter a mesma força normativa 
dos tratados. 
Para evitar a rejeição a maior parte dos países optou pela ratificação parlamentar, no 
entanto, a constituição irlandesa obriga a referendar os tratados, resultado: mais um 
“não” (2008). Contudo, em 2009, no segundo referendo, a Irlanda receando a crise 
financeira entretanto eclodida, diz finalmente SIM! 
Portanto, atualmente a União Europeia é fundada sobre dois tratados (com o mesmo 
valor jurídico, v. art.º 1, 3, TUE), mais o tratado Euratom e a Carta dos Direitos 
Fundamentais. 
§ TUE (princípios gerais). 
§ TFUE (aspetos técnicos, mercado comum, várias políticas europeias...) 
§ Tratado que instituiu a Comunidade Europeia da Energia Atómica. 
§ Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (mesmo valor jurídico dos 
Tratados - art. º 6º, nº1, TUE). 
Para concluir, a UE nasce com um fimpolítico: garantir a paz mediante uma federação 
europeia. Contudo, inicialmente só exercia atividades económicas (integração 
funcional), depois de Maastricht, e sobretudo hoje em dia, a UE tem assumidamente 
fins que vão para além do económico. (artº 3º, TUE) 
 
2. A UE no contexto das organizações internacionais 
As comunidades europeias não foram as únicas organizações internacionais criadas a 
seguir à II Guerra Mundial, como por exemplo, a NATO, Conselho da Europa, ONU... 
As organizações internacionais podem ser classificadas de várias formas. Segundo 
Miguel Gorjão-Henriques, estas são as principais classificações: 
1. Com base na geografia (Universais e Regionais), ex: ONU. 
2. Com base nos objetivos, Políticos (ex: Conselho da Europa); Económicos (ex: 
FMI); Militares (ex: NATO); Sociais ou Humanitários (ex: FAO, OMS) ... 
3. Com base na estrutura, organizações de cooperação (ou intergovernamentais) 
: criam relações horizontais entre entidades soberanas; em consequência disso, 
costumam votar por unanimidade e as suas decisões dirigem-se apenas aos 
Estados Partes, não aos cidadãos; organizações internacionais de integração (ou 
supranacionais): exercem parcelas de soberania delegadas pelos Estados; têm 
vontades próprias, independentes das dos Estados-Membros. As suas decisões 
geram direitos e obrigações que valem não somente para os Estados, como 
também para os cidadãos. 
 
O que será então a UE? 
É uma organização regional de tipo supranacional, com finalidades variadas. Contudo, 
algumas áreas ainda funcionam segundo o método intergovernamental, porquê? 
Porque os Estados Membros não quiseram largar a sua soberania nessas áreas sensíveis 
(ex: as relações externas). 
No fundo, o supranacionalismo é um estado intermédio entre a mera cooperação 
intergovernamental e o federalismo.

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