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QUESTÃO AGRÁRIA

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QUESTÃO AGRÁRIA 
QUESTÃO LATIFUNDIÁRIA E MINERALÓGICA DO PARÁ 
RELEMBRANDO 
O Estado do Pará é o segundo maior Estado do Brasil e conta com mais de dois milhões e 
400 mil quilômetros quadrados. Dentro do Estado do Pará fica o maior município do Brasil. 
Na época em que o Brasil foi colônia de Portugal, várias expedições se debruçaram sobre a 
tentativa de explorar a maior floresta tropical do mundo. Houve, inclusive, a questão das 
drogas do sertão, a exemplo do cacau, da castanha do Pará (atualmente também chamada de 
castanha do Brasil), do guaraná, do pau cravo e do urucum. O Pará é o maior produtor de 
cacau do Brasil. 
No Governo Imperial, comandado por Dom Pedro I, houve todo um cuidado com a região 
amazônica, pois foi observado o interesse de outros países. No século XIX, ocorreu o pri-
meiro ciclo da borracha, fazendo com que muito dinheiro entrasse na região e houvesse um 
grande fluxo migratório de nordestinos, principalmente cearenses. 
No início do século XX, por volta de 1919, houve a instalação da Fordlândia, no Município 
de Aveiro. O Prefeito de Aveiro demonstrou total interesse em articular esforços com o Go-
verno do Estado e Federal para transformar o distrito da Fordlândia em um grande museu, 
para atrair turistas. A Fordlândia durou de 1919 a 1943. 
Com o fim da 2a Guerra Mundial, havia uma produção de borracha espalhada pela Ásia, 
sobretudo na Malásia, e não havia dentro da floresta a capacidade de competir com a 
quantidade de borracha produzida na Ásia. Assim, o mundo foi se distanciando cada vez 
mais do Brasil e o segundo ciclo da borracha morre com a 2a Guerra Mundial. 
Ocorrem, portanto, dois momentos muito importantes, nos quais há grande entrada de 
dinheiro, principalmente em Belém e Manaus, e grandes obras são realizadas com arqui-
tetura baseada na arquitetura europeia, sobretudo na francesa. 
Ao entrar no segundo governo de Vargas, foi criado um banco - que, hoje, é o BASA - para 
ajudar no desenvolvimento da Amazônia, no ano de 1952. Este libera crédito e ajuda os 
empreendedores que desejam criar negócios na Floresta Amazônica. Havia uma agência para 
estudar as potencialidades das regiões e desenvolver projetos. 
Vargas passou por grandes dificuldades financeiras e logísticas, como a falta de estradas, 
infraestrutura, telecomunicações e saneamento, o que atrapalhou que grandes projetos 
fossem levados adiante. 
No Governo de JK, há um grande investimento nas rodovias e ocorre a construção de 
Brasília. Uma dessas rodovias foi a Belém-Brasília. Essa conexão feita com a abertura de 
rodovias também é um divisor de águas, pois há um grande investimento em infraestrutura 
que traz o surgimento de novos municípios, novos investimentos e um tipo de desenvolvi-
mento jamais vivenciado por algumas regiões. 
Os Governos Militares, como Castelo Branco, Costa e Silva, e o General João Batista 
Figueiredo, também desenvolveram grandes projetos, principalmente dentro da Floresta 
Amazônica. Havia muitos slogans, como “Brasil: ame-o ou deixe-o” e “Integrar para não 
entregar”. Eram necessárias políticas para povoar a Amazônia e o centro-oeste, este pelo 
projeto Polo Centro e aquela pelos projetos Polo Noroeste (Rondônia), Calha Norte (fron-
teira), Carajás, entre outros. 
Os dois maiores produtores de minério de ferro são Minas Gerais e o Pará. A Serra dos 
Carajás está para o minério de ferro assim como a Serra Pelada esteve para o ouro. Há mapas 
que identificam a presença de minérios importantes. 
No Governo Militar houve projetos para todas as regiões do Brasil, mas principalmente para 
o Norte e para o Centro-Oeste, que até hoje são as regiões menos populosas do Brasil. 
Mesmo com a construção de Goiânia, Brasília, rodovias e hidrelétricas, a região Centro-
Oeste é a menos populosa. 
A partir da época do Regime Militar, em 1960, foi identificado o aumento das atividades 
humanas sobre a Floresta Amazônica, causando transformações na geografia local e trazendo 
consequências para outras regiões brasileiras, pois os biomas brasileiros influenciam uns aos 
outros. Nessa época, também havia movimentos de esquerda, clandestinos; apesar do início 
dos anos de chumbo, em 1969, foi plantada, principalmente no ambiente rural, uma bandeira 
de protesto ruralista. Nota-se, por exemplo, a Guerrilha do Araguaia, que se instaurou no Bico 
do Papagaio, no Tocantins, próximo a Marabá, além de movimentos intelectuais que 
estudavam o roceiro, o grileiro, e o fazendeiro. 
No fim do regime militar houve a criação de sindicatos, principalmente. Entre a década 
de 70 e 80 também houve uma importante participação da igreja católica na tentativa de 
servir como um instrumento de mediação entre os conflitos realizados nas regiões ligadas 
às atividades camponesas. 
Portanto, houve muitos projetos voltados para o desenvolvimento da Amazônia, princi-
palmente durante o regime militar, além do aumento substancial do desmatamento e das 
alterações da Floresta. A partir da década de 80, Chico Mendes foi um dos maiores porta-
vozes da questão ambiental brasileira. Ele também era seringueiro e acabou sendo assas-
sinado, envolvido em uma questão pecuária. 
Nos dias atuais, um dos principais motivos do desmatamento da região Amazônica é, 
justamente, as áreas compradas para abertura de áreas de pastagem para o gado. A 
pecuária é responsável por mais de 80% do desmatamento provocado na Floresta 
Amazônica. Esta é considerada o umidificador da Terra, pois grande parte do vapor 
d’água produzido pela Amazônia é responsável pela chuva do centro-sul brasileiro. Por 
isso, fala-se muito nos rios voadores. 
O vapor d’água da Amazônia é responsável pela chuva do Centro-Oeste, onde há grande 
produção de soja, a qual é levada pelas BR 153 e 163 até os portos do Pará, para que 
possa chegar, junto do milho, à China e à Europa. Há, portanto, grandes 
empreendimentos da agricultura, da pecuária e do extrativismo, inserindo o Brasil cada 
vez mais na dinâmica competitiva internacional. O Brasil é um grande exportador de 
soja e minério de ferro. 
Em Carajás produz-se muito minério de ferro, ouro, cobre, bauxita e manganês. Tudo 
isso segue pela ferrovia Carajás até chegar no porto de Itaqui, em São Luís, no Maranhão, 
de onde seguem para a Ásia e para a Europa. 
O Pará sempre está entre os primeiros Estados no ranking do desmatamento, principal-
mente na parte leste do Estado, nas áreas mais próximas a Belém, ao Maranhão, ao To-
cantins e ao Mato Grosso. Argumenta-se que o tamanho do Estado dificulta a fiscalização. 
Inclusive, foi argumentada a necessidade de tripartir o Estado para que sejam combatidas 
as desigualdades e ocorra um serviço de patrulhamento e vigilância mais presente. 
 
No Brasil, desde a década de 70, ocorrem muitos conflitos, principalmente os agrários. 
Há a figura do posseiro, o qual é aquele que invade uma terra, geralmente pública, e toma 
posse, mas não desenvolve uma atividade comercial, apenas cerca o lote, planta algo e 
troca o excedente. O posseiro, portanto, é aquele que trabalha a terra para a sua 
subsistência, diferente do grileiro, que está mancomunado com um dono de cartório, o 
qual emitirá um documento falso, e, geralmente, se diz dono da terra pública, com um 
documento falso, a fim de enganar outrem. O termo grileiro faz menção à técnica de 
colocar papéis dentro de uma caixa cheia de grilos com o objetivo de dar ao papel um 
aspecto envelhecido. 
Também existe a figura dos fazendeiros, tanto agricultores quanto pecuaristas, além da 
figura dos madeireiros, das comunidades indígenas, dos garimpeiros – geralmente, ilegais 
– e dos indígenas – comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas. 
Disputa por terra motivou chacina em assentamento de Conceição do Araguaia (PA) 
19 de fevereiro de 2015 
Seis pessoas foram assassinadas, entre crianças e adolescentes, da mesma família, na 
região da zona rural de Conceição do Araguaia, no sudeste doPará. Amigos das vítimas 
da chacina, que pode ter sido motivada pela disputa de terras, lamentaram o crime. 
Um casal, seus três filhos mais um sobrinho, com idades de 11, 12, e 14 anos, teriam sido 
mortos com golpes de facadas no assentamento da Fazenda Estiva. As vítimas desapare-
ceram na madrugada e os corpos foram encontrados dentro de um rio que passa na área. 
A polícia fez buscas na região para encontrar os responsáveis pelo crime. 
O delegado Antônio Miranda Neto, que investiga o caso em Redenção, explica que esta 
mesma terra já foi alvo de negociação e está destinada à reforma agrária, o que pode ter 
provocado a resistência dos posseiros. Um decreto publicado no dia 22 de setembro de 
2010 “declara de interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural denominado 
‘Fazenda Estiva’, situado no município de Conceição do Araguaia, Estado do Pará”. 
Obs.: muitas pessoas acabam sendo assentadas. O governo descobre que há pessoas vi-
vendo em terras públicas sem registro e autorização e, então, os desapropria. Faz-se um 
assentamento/loteamento e distribui entre famílias do MST, por exemplo. Muitas vezes, 
o posseiro não aceita, dificultando que decisões judiciais sejam materializadas. 
Polícia Civil apura se crime pode ter sido motivado por denúncias a gestões anteriores do 
STTR de Rio Maria ou conflitos com fazendeiros ocupantes da TI Apyterewa. 
Carlos Cabral é o terceiro presidente morto do mesmo sindicato. 
14/10/2016 
Cidade do Pará entra em colapso por falta de oxigênio; 6 morreram nas últimas 24h. 
Pelo menos seis pessoas morreram nas últimas 24 horas por asfixia no Município de Faro, 
no Pará, segundo a prefeitura da cidade. A realidade no local é de colapso na área da 
saúde com a falta de oxigênio, leitos e medicamentos para os pacientes em tratamento da 
covid-19. 
O município fica na divisa com o estado do Amazonas. A situação mais preocupante é na 
comunidade de Nova Maracanã, onde pelo menos 34 pacientes estão hospitalizados. A 
situação também atinge as cidades vizinhas de Terra Santa (PA) e Nhamundá (AM). 
A QUESTÃO AGRÁRIA 
No Brasil, a distribuição de terras é um grave problema. O Estado do Pará, por sua 
grandeza territorial e pelo grande quantitativo de terras devolutas, está no ápice dessa 
questão. 
Sabe-se que os órgãos públicos e os órgãos ambientais têm dificuldade em fiscalizar essas 
terras. Por conta disso, grande parte dessas terras devolutas, que pertencem à União ou ao 
Estado do Pará, estão nas mãos de posseiros e grileiros. 
O que se espera do governo é que faça a mediação desses conflitos e, também, que o 
Estado regularize a situação dessas pessoas que estão em desacordo com a lei no que 
tange às terras que pertencem ao poder público. 
De acordo com o Código Florestal Brasileiro, todas as propriedades que estejam 
localizadas no bioma da Amazônia só têm autorização para desmatar 20% de sua área 
para o desenvolvimento de qualquer tipo de atividade. Ou seja, 80% da área da 
propriedade deve ser mantida como reserva legal. No entanto, é grande o número de 
pessoas que estão em desacordo com essa determinação. 
Nos termos do § 1º do artigo 1º da Lei n. 4.504/1964, Estatuto da Terra, “considera-se 
Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da 
terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios 
de justiça social e ao aumento de produtividade”. 
Obs.: o Brasil é um país caracterizado pela grande concentração de renda e de terras. 
Dentre as regiões brasileiras, aquela em que há uma maior concentração tanto de renda 
quanto de terras é a Nordeste. Essa também é a região em que se concentram os maiores 
conflitos agrários do país. 
País registrou 1.833 conflitos no campo em 2019, mostra relatório 
Os dados são da Comissão Pastoral da Terra. 
Levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado em 2020, revela que o 
Brasil registrou, em 2019, 1.833 conflitos no campo, o número mais elevado dos últimos 
cinco anos e 23% superior ao de 2018. O dado reúne ocorrências relacionadas a disputas 
por terra, disputas por água e conflitos trabalhistas. 
Segundo o relatório, em 2019, houve recorde em disputas por terra, desde que os casos 
passaram a ser reportados pela entidade, em 1985. Em 2019, foram contabilizadas 1.254 
ocorrências. A média foi de cinco casos por dia. De acordo com a organização, as disputas 
por terra impactaram a vida de 859.023 pessoas. 
O relatório mostra que em 2019 o número de assassinatos chegou a 32, o que representa 
quatro casos a mais do que no ano anterior. Desse total, 28 estão associados a disputas 
por terra, três a conflitos trabalhistas e uma à disputa por água. 
Uma das vítimas foi o mototaxista Márcio Rodrigues dos Reis, de 33 anos. Principal 
testemunha de defesa de padre José Amaro Lopes de Sousa, ele próprio era também 
uma liderança, em Anapu, no Pará. O assassinato aconteceu em 4 de dezembro, 
quando, segundo a CPT, o mototaxista foi alvo de uma emboscada. 
O total de tentativas de assassinato passou de 28 para 30, de 2018 para 2019. A diferença 
é de 7%, menor do que a variação de ameaças de morte, que subiram 22%, com o aumento 
de 165 para 201 casos. 
O documento da CPT estabelece ligação de interesses empresariais com os conflitos por 
água, informando que o setor de mineração está envolvido em 189 casos (39%). 
Hidrelétricas, por sua vez, têm conexão com 54 (11%), enquanto empresários e governos 
participaram, respectivamente, de 117 (36%) e 33 (7%) conflitos. 
Foram registradas 40 denúncias por parte da população, dado que inclui agressões, 
contaminação por mercúrio, ameaças de morte, danos, humilhação, intimidação e 
omissão. 
No Brasil, grupos indígenas procuram assegurar seus direitos propondo modificações nas 
legislações indigenistas oficiais visando consolidar a posse de seus territórios e a 
manutenção da identidade cultural dos grupos. 
Obs.: no Pará, é comum observar casos de invasão a terras indígenas. 
Segundo os dados atualizados do INCRA, o Pará possui 1.067 projetos de 
assentamentos (PA’s), com 222.143 famílias assentadas, numa área (ha) 16.863.371,62, 
o que equivale a 12% da área do território paraense (BRASIL, 2016). 
 
Obs.: no Pará, os dados do número de imóveis desapropriados e de famílias assentadas 
mostram uma certa estabilidade. 
Nos últimos anos, o número de famílias assentadas no Pará se mantém constante na média 
de 13% em relação a evolução dos números de famílias assentadas no Brasil, o que não 
deixa de ser significativo comparado a outros Estados. 
O que temos hoje no meio rural brasileiro, é uma precária política de assentamentos 
rurais, pois grande parte dos assentamentos na realidade são regularização fundiária, com 
a concessão de títulos definitivos para posseiros que há tempos habitavam tais áreas. 
Nos.: na esfera estadual, o Iterpa é o principal órgão paraense que faz o trabalho de 
loteamento das áreas desapropriadas para as famílias. 
Notícia de 30/12/2019 
O governo do Pará anunciou um projeto de assentamento agroextrativista para a 
comunidade Padre Sérgio Tonetto, localizada no município do Moju, para que as terras 
públicas sejam destinadas para este assentamento agrícola que já habitam a região há 
cerca de 50 anos. 
Os líderes comunitários já estavam em processo de regularização fundiária junto ao 
Instituto de Terras do Pará (Iterpa) há pelo menos 10 anos. “Era um anseio muito antigo. 
Com o decreto, vamos ter o título definitivo da terra. Já tem famílias que moram há 50 
anos e isso vai trazer desenvolvimento para nós”, disse Elias Franco, líder da comunidade 
e que trabalha com o agroextrativismo. 
Considerando que as terras públicas já são usadas por mais de 40 famílias de comunidades 
tradicionais ribeirinhas da região do alto Moju, a regularização fundiária passa a distribuir 
os títulos de terra para os moradores. “O decreto desse projeto destina,oficialmente, as 
terras para uma comunidade tradicional. Essa população precisava ter o documento. A 
partir deste ato nós entregaremos os títulos e com isto, fechamos um ano de intensa busca 
por regularização fundiária”, finalizou Bruno Kono, presidente do Instituto de Terras do 
Pará. 
Notícia de 10/04/2017 
O Instituto de Terras do Pará (Iterpa) criou cinco novos projetos estaduais de 
assentamento para beneficiar 664 famílias de pequenos produtores rurais em vários 
municípios do Estado: Deus é fiel, em Rondon do Pará; Mamuru, em Juruti e Aveiro; 
Assimpex, em Portel; Lourival Santana, em Eldorado dos Carajás, e Bacabal Grande, em 
Bom Jesus do Tocantins. 
A documentação já foi assinada pelo presidente Daniel Lopes e agora segue para 
homologação do governador. “A criação desses projetos assegura a regularização dessas 
áreas em favor de pequenos produtores que efetivamente exploram essa terra”, afirmou o 
dirigente do órgão fundiário. 
Muitas dessas famílias já aguardavam há anos a regularização de suas terras, mas uma 
força tarefa implementada pelo Iterpa viabilizou o andamento dos processos de criação 
dos assentamentos. Em Rondon do Pará, por exemplo, a Deus é fiel já foi alvo de conflito 
causado pela disputa da posse da área. 
Em 1990, José Dutra da Costa, conhecido por Dezinho, presidente do Sindicato dos 
Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará, foi assassinado por causa dessa disputa. 
“Destinar essa área aos pequenos produtores é um compromisso de governo”, reforçou 
Lopes. A área é de 3.947 hectares, beneficiando 73 famílias. 
A área do Mamuru, com 133.850 hectares, é destinada a um Projeto Estadual de 
Assentamento Agroflorestal, onde 300 famílias já desenvolvem atividades 
agrossustentáveis. 
Na área de 18.040 hectares da Associação dos Moradores do Rio Piarim para o 
Extrativismo (Assimpex) serão beneficiadas 51 famílias. A Lourival Santana vai 
beneficiar 167 famílias de pequenos produtores e a Bacabal Grande 73. 
Após a homologação do ato pelo governador Simão Jatene, o Iterpa vai buscar junto ao 
Instituto Nacional de Reforma e Colonização Agrária (Incra), o reconhecimento da área 
como assentamento agrário, para que as famílias possam ter acesso a créditos da reforma 
agrária, do governo federal. 
Desde março, o Interpa está buscando atualizar a sua base cartográfica, trabalho que vem 
sendo conduzido por um grupo de trabalho composto por servidores do órgão. 
Paralelamente a isso, o Iterpa vem instituindo parcerias com entidades como o Instituto 
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Empresa de Assistência Técnica 
e Extensão Rural do Estado (Emater), para desburocratizar e otimizar procedimentos. 
“Um dos grandes problemas da questão agrária é a falta de continuidade de políticas 
públicas, já que o reconhecimento territorial é apenas o primeiro passo. Aliado a isso, é 
preciso que o Estado ofereça serviços e condições do produtor, se desenvolver. É por isso 
que, hoje, estamos trabalhando no sentido de construir uma agenda de integração com 
outras políticas públicas”. 
QUESTÃO MINERÁRIA 
QUESTÃO AGRÁRIA 
Percebe-se, no gráfico acima, que foi 
durante o primeiro mandato do governo 
Lula que o Brasil mais assentou famílias 
no campo. 
A política de assentamento também foi expressiva durante o governo FHC, contudo, no 
segundo mandato de Lula e durante o governo Dilma, houve uma queda expressiva no 
número de famílias assentadas no país. 
QUESTÃO MINERÁRIA 
O Pará é um Estado em que é forte a questão minerária. 
Projeto Trombetas 
Obs.: A bauxita é um minério que pode 
ser utilizado para produzir o alumínio. 
O Projeto Porto Trombetas foi 
criado em 1974 com a finalidade de 
acomodar os trabalhadores no distrito 
de Porto Trombetas, para extração de 
minérios em Serra do Saracá. 
Também chamado de Complexo Trombetas, é uma company town, situada no município 
de Oriximiná – Pará. 
Finalizado em 1976, deu origem a um aglomerado urbano, que aloja trabalhadores das 
Mina do Saracá V, Saracá W, Bela Cruz e Mineração Rio do Norte. Foi em 1999, elevada 
à categoria de distrito e, hoje, abriga milhares de trabalhadores, centro comercial, escola, 
hospitais, clubes e museus. Tem acesso somente por via fluvial ou aéreo. 
QUESTÃO MINERÁRIA II 
Obs.: Recomenda-se buscar notícias sobre a tragédia ocorrida na cidade de Barcarena, 
quando um vazamento na mineradora norueguesa Hydro Alunorte contaminou o Rio 
Murucupi com chumbo, arsênio, mercúrio e outros metais pesados. 
PROJETO CARAJÁS 
Projeto Grande Carajás 
• Serra de Cerejas (PA): entre os rios Tocantins e Xingu – concentração inestimável de 
reserva de minério de ferro, considerada uma 'província mineral'. 
• Segundo previsões, teremos 500 anos para explorar esses recursos. 
• Para isso, faz-se necessário a criação de vários outros projetos como base de 
infraestrutura, dando condições para a viabilização do Grande Projeto. 
Obs.: é importante lembrar que a mineradora Vale tem um grande porto na região de São 
Luís, chamado de Ponta da Madeira. Trata-se de um porto adaptado para receber grandes 
navios, que são utilizados na exportação de minério de ferro. Vale lembrar que o Pará é 
o estado brasileiro que abriga a maior reserva de minério de ferro do mundo, no entanto, 
o Estado de Minas Gerais é o principal produtor desse minério no país, visto que possui 
a maior jazida aberta. 
O programa Grande Carajás foi criado pela Companhia Vale do Rio Doce durante o 
governo do presidente João Batista Figueiredo. Estendeu-se por uma região de quase um 
milhão de quilômetros quadrados na região amazônica cortada pelos rios Xingu, 
Tocantins e Araguaia, englobando terras do Pará e do Maranhão. Esta região é 
considerada uma das mais ricas da Terra em quantidade de minério (ferro de alto teor, 
ouro, estanho, bauxita, manganês, níquel e cobre, além de outros minérios raros). A 
extensão do projeto exigiu a implantação de uma pesada infraestrutura, o que implicou a 
construção da hidrelétrica de Tucuruí, da estrada de ferro Carajás e do porto de Ponta da 
Madeira, em São Luís. 
O projeto não se limitou à atividade mineradora, e incorporou também iniciativas em 
agropecuária, supostamente como uma forma de incentivar o desenvolvimento da região 
e estimular a criação de empregos. 
QUESTÃO MINERÁRIA 
Palco dos principais projetos de expansão da Vale, o Pará despontou nos últimos dois 
anos como maior arrecadador de royalties da mineração Tomou a liderança de Minas 
Gerais Especialistas consideram que a arrecadação gera um paradoxo É importante para 
o Estado e para o País, mas pode criar problemas sociais e ambientais caso os recursos 
sejam mal aplicados. 
Com maior produção no Sistema Norte da Vale e o preço do minério de ferro em alta, o 
Pará fechou 2020 com geração de R$3,1 bilhões em royalties do setor Parauapebas (R$1,5 
bilhão) e Canaã dos Carajás (R$1,2 bilhão) lideram o ranking de arrecadação da Agência 
Nacional de Mineração Nessas cidades são realizados novos investimentos pela 
mineradora. 
Professora da faculdade de Economia da Universidade Federal do Pará, Maria Amelia 
Enriquez diz que investimentos são fonte importante de divisas Mas alerta que a injeção 
expressiva de recursos em pouco tempo preocupa. “Ter pouco dinheiro é preocupante, 
mas demasiado também, se não houver gestão eficiente dos recursos A mineração 
provoca fluxos migratórios, mexe com a dinâmica populacional e traz impactos ao meio 
ambiente”. 
O avanço da Vale na selva amazônica é acompanhado pelo Judiciário e organizações não 
governamentais Recentemente, o processo de licenciamento da mina N3 em Parauapebas, 
foi questionado pelo Ministério Público Federal Em novembro, o mesmo órgão 
suspendeu outra ação contra a Vale, em troca do compromisso de pagamento de R$26 
milhões aos povos Xikrin e Kayapó por impactos da Mineração Onça Puma, de níquel. 
Segundo Maria Amelia, quanto maior a atividade mineradora, maiora necessidade de o 
Estado desenvolver políticas públicas em contrapartida. Mas a Lei Kandir desonera de 
ICMS as exportações do setor Apesar da riqueza mineral, o Pará ocupa a 24 ª posição no 
Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, entre 27 unidades federativas 
do Brasil. 
Para mitigar impactos, a prefeitura de Canaã dos Carajás criou em 2017 o Fundo 
Municipal de Desenvolvimento Sustentável, que destina 5% do royalty a investimentos 
de empreendedores em áreas como agricultura e comércio. Em novembro, o governo 
paraense aprovou lei para repassar ao menos 20% de recursos dos royalties do Estado 
para financiar iniciativas de diversificação econômica, desenvolvimento mineral 
sustentável, científico e tecnológico. Em 2020 a taxa resultaria em R$90 milhões, ou 
cinco vezes o orçamento da secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação 
Nos últimos anos, o governo do Pará pressiona a Vale a investir no beneficiamento do 
minério. O diretor de Geologia e Mineração da secretaria estadual de Desenvolvimento, 
Ronaldo Lima, vê espaço para o crescimento da mineração de pequeno e médio portes 
Segundo ele, o governo quer modernizar a política minerária, com olhar específico para 
essas empresas. As informações são do jornal O Estado de S Paulo 
O setor da mineração tem sido um dos principais motores de crescimento da Região 
Norte, especialmente no Pará, onde se encontram as duas maiores jazidas da região: a de 
Oriximiná, que lavra bauxita, com maior parte da produção destinada à exportação; e a 
de Serra dos Carajás, que aparece como uma das maiores do planeta e produz o minério 
de ferro mais puro do mundo. Localizada, no sudeste do estado, Carajás concentra, ainda, 
uma diversidade de minerais, são eles: manganês, cobre, bauxita, ouro, níquel, estanho e 
outros. 
Em 2018, 88% das exportações do Pará correspondiam às Indústrias de Mineração e 
Transformação Mineral. O ferro continua sendo o principal produto exportado pela 
indústria de mineração do Pará, representando US$9,196 bilhões, seguido por cobre, com 
US$2,064 Bilhões, manganês, US 276 milhões, bauxita, níquel, caulim, ouro, silício. 
Até 2024 a indústria mineral pretende investir R$22,013 bilhões no Pará, outros R$18,863 
bilhões serão investidos em infraestrutura, transformação mineral e outros negócios, 
como a produção de biodiesel. Em números, gera 266 mil empregos diretos e indiretos na 
cadeia produtiva local e responde por 20% do PIB paraense. 
A mina de manganês da Buritirama, no Pará, será a primeira no país a trabalhar com 
energia 100% renovável. Para isso, contará com uma unidade de energia fotovoltaica e 
baterias fornecidas pela gigante tecnológica Tesla 
Nessa quinta-feira (24), o empresário João Araújo, presidente da mineradora, firmou um 
acordo com a Micropower, empresa que desenvolve projetos de energia limpa no Brasil 
e é chefiada por Marco Krapels, ex vice-presidente da Tesla. “Essa mina será a primeira 
no Brasil e possivelmente no mundo a operar 100% com energia renovável, com geração 
no local”, disse o CEO da Micropower em entrevista ao jornal Valor Econômico. 
Em Manaus, filhos de Bolsonaro falam em cassino e integração da Amazônia 
O evento que marcou a retomada da atividade turística no Amazonas nesta sexta-feira, 
dia 18 contou com a presença do senador Flávio Bolsonaro e do deputado federal Eduardo 
Bolsonaro. Em seus discursos, os filhos 01 e 03 do presidente da República, 
respectivamente, falaram do interesse de players mundiais em investir em resorts com 
cassinos no estado e também das ações do governo federal para integrar a nação. 
A Polícia Federal deflagrou nesta terça feira (23/6) a Operação Mn25, com o objetivo de 
desarticular grupo criminoso responsável pela usurpação clandestina de manganês com 
fim de exportação, no estado do Pará. O referido minério é essencial na produção de ligas 
como o aço e o alumínio, assim como presente na fabricação de pilhas. 
Policiais federais cumpriram quatro mandados judiciais expedidos pela 2ª Vara da Justiça 
Federal de Marabá/PA. Os mandados são de busca e apreensão, bloqueio e sequestro de 
contas e bens móveis e imóveis com restrição de circulação e alienação deles. Os 
mandados foram cumpridos no Porto de Vila do Conde em Barcarena/PA inclusive em 
navio e na região de Curionópolis/PA. 
Com a exaustão estimada da Mina do Azul, da Vale, em um horizonte de 10 anos, o Brasil 
será pela primeira vez um player menos significante no mercado internacional de 
manganês. À medida em que as minas de manganês forem entrando em processo de 
exaustão, a cotação desse bem mineral tenderá a uma valorização que, por sua vez, 
viabilizará jazimentos de menor porte e com maior custo de produção. 
Não podemos esperar que surjam no Brasil ativos de classe mundial, a exemplo da Serra 
do Navio (AP) Morro da Mina (MG) e Azul (PA). O reaproveitamento dos resíduos da 
Icomi no Amapá (AP), atualmente em disputa judicial, poderá recuperar o manganês 
remanescente (finos), além de viabilizar a exploração de alguma frente de lavra. A Vale 
também desenvolve um projeto de recuperação de finos da barragem na Mina do Azul, 
prolongando seu ciclo produtivo. Novas tecnologias de reaproveitamento de resíduos 
podem trazer novas frentes de produção de manganês, gerando divisas, emprego e renda 
local. 
Vale prevê fim da Mina do Azul, em Parauapebas, até 2025 
Já a vida útil do minério de ferro do município ganhou mais 5 anos, com lavra até 2047 
porque mineradora passou incluir no cálculo reservas ainda não tocadas, como N1, N2 e 
N3; entenda. 
A famosa mina de manganês Azul, na Serra Norte de Carajás, pode estar com seus dias 
contados em Parauapebas. É que a mineradora multinacional Vale informou à Comissão 
de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos, onde mantém operações em bolsa, 
que a provável exaustão da reserva de manganês vai ocorrer em 2025 quatro décadas 
depois de sua abertura. 
Uma das maiores evidências disso é o fato de que Parauapebas, historicamente maior 
produtor de minério de manganês do país, desde 2017 perdeu o posto para Marabá. No 
ano passado, a mina do Azul rendeu R 403 42 milhões em produção, enquanto a mina da 
Buritirama em Marabá, faturou R 575 65 milhões. As informações foram levantadas com 
exclusividade pelo Blog do Zé Dudu. 
De acordo com informações declaradas pela Vale no Formulário 20-F, entregue às 
autoridades financeiras em Washington no último dia 3 a Mina do Azul reduziu sua 
reserva de manganês de 14 7 milhões de toneladas em 2018 para 13 1 milhões de 
toneladas. A produção do ano passado, obtida após o beneficiamento e a recuperação, foi 
de 1 milhão de toneladas 
Outra que também está prestes a pendurar as chuteiras é a mina de cobre Sossego, em 
Canaã dos Carajás, que, nos cálculos da Vale, finda a lavra em 2028 Segundo informou 
a empresa, a reserva de cobre de Sossego é estimada em 109,3 milhões de toneladas com 
teor médio de 0,67%. É dez vezes menos cobre que a reserva de cobre de Salobo em 
Marabá, onde a Vale estima existir 1,148 bilhão de toneladas com teor médio de 0,6%. A 
Vale projeta a exaustão de Salobo para o ano de 2052. 
O principal produto da Vale no mundo, o minério de ferro, sai das operações industriais 
da empresa no complexo de Carajás, no Pará. Carajás é termo genérico para discriminar 
um conjunto de reservas que se distribuem por vários municípios, basicamente pelas 
serras Norte, dentro de Parauapebas; Sul, dentro de Canaã dos Carajás; e Leste, dentro de 
Curionópolis. Hoje, é a reserva dentro do município de Canaã que possui maior volume 
de minério de ferro, com 4 2 bilhões de toneladas, isso apenas nos blocos C e D do corpo 
S11 
Em Parauapebas, a produção de minério de ferro no ano passado totalizou 113,5 milhões 
de toneladas. É o menor volume desde 2013 quando foram produzidos 104,89 milhões de 
toneladas, segundo apurou o Blog do Zé Dudu. Em nova rodada de estimativa de vida 
útil, a Vale dizque o minério existente no subsolo de Parauapebas vai até 2047. Em 2018 
a projeção era de até 2042 
De um ano para outro, a reserva de minério subiu de 2,02 bilhões de toneladas em 2018 
para 2,82 bilhões em 2019 adição de 800 milhões de toneladas. A Vale diz que “as 
variações nas reservas de minério de ferro de 2018 a 2019 refletem o abatimento 
resultante da produção para todas as minas” e que essas reservas “foram afetadas 
positivamente por novas informações e estimativas geológicas”.

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