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Adulto Tosse, hemoptise, derrame pleural Diagnóstico Clinico Kathlyn Póvoa Tosse: É o sintoma mais importante e mais frequente encontrado nas doenças respiratórias; Resulta da estimulação dos receptores das mucosas respiratórias; É um mecanismo de defesa das vias aéreas superiores; Natureza dos estímulos da tosse: Inflamatória: hiperemia, edema, secreções e ulcerações Mecânica: poeira, corpo estranho e alteração na pressão pleural Química: gases irritantes Térmica: diferenças excessivas de temperatura Mecanismo de estimulo A primeira via é o nervo vago (aferente). As zonas tussígenas do corpo recebem o estimulo e eles chegam ate o bulbo, que leva até a glote e músculos expiratórios que gera o mecanismo final da tosse. Fisiopatogenia: Inspiração rápida e profunda Fechamento da glote Contração dos músculos expiratórios (diafragma é o principal musculo respiratório) Expiração forcada Abertura súbita da glote Consequências: Distensão dos septos alveolares Hemorragias conjuntivais (rompimento de pequenos vasos da conjuntiva) Fratura de arcos costais (principalmente em pacientes idosos) Hernias inguinais (devido ao grande esforço) Desconforto em recém operados Tipos de tosse: → Tosse seca ou improdutiva → Tosse produtiva → Tosse rouca → Tosse metálica: àspera (de cachorro) → Tosse bitonal: paresia ou paralisia de uma das cordas vocais → Tosse quintosa: vem em acessos, e com muita frequência, podendo levar quadro de vomito. → Tosse-sincope: tão importante que leva o paciente a perder o nível de consciência → Tosse crônica: persiste mais de 3 meses. Adulto Características semiológicas Investigar: Frequência Intensidade Tonalidade Expectoração ou não Relação com decúbito Períodos do dia Secreção: Tosse seca: o Tosse quintosa o Outras áreas: canal auditivo externo, faringe, seios paranasais, palato mole, pleura e mediastino. o Medicamentos o Corpo estranho o Asma o Doença pulmonar intersticial Tosse produtiva ou úmida: o Expectoração o Consequência da tosse o Primeiro passo: diferenciar síndrome brônquica de pleural o Analisar as características do escarro: ▪ Volume ▪ Cor ▪ Odor ▪ Transparência ▪ Consistência Composição Seroso: edema pulmonar Mucoide: asmático Purulento: infecções Hemoptoico: rajas de sangue Causas principais: Tosse seca, frequente → viral, pneumopatia intersticial, alergia, ansiedade e medicamentos Tosse crônica, produtiva → bronquiectasias, tuberculose, e bronquite crônica; Tosse matinal com expectoração escassa → tabagismo Tosse noturna → gotejamento nasal, DRGE e IC Tosse com sibilo → broncoespasmo, asma alérgica e IC. Tosse com estridor → obstrução traqueal; Tosse associada a ingestão de água ou alimentos → lesão do esôfago superior. Tosse seca com dor em pontada em um hemotórax → pleurite, pneumonia. Tosse com expectoração hemoptoica: pneumonia, tuberculose, Ca broncopulmonar, infarto pulmonar e bronquiectasia. Tosse quintosa → coqueluche e outras infecções respiratórias. Tosse rouca → laringite crônica e pólipos de cordas vocais. Outros tipos: → Expectoração diferencia lesões alveolares das intersticiais → Gram negativos: geleia de chocolate → Anaeróbios hálito fétido e escarro pútrido → Tuberculose: escarro hemoptoico ou hemoptise Hemoptise: Eliminação de sangue vivo pela boca, passando pela glote; Fontes: traqueia, brônquios e p0ulmoes Manifestação dramática (o paciente tem sensação de morte) Podem ser de origem brônquica e alveolar; Iniciar o dx partindo das vias respiratórias superiores (para excluir um dx de hemoptise por epistaxe ou gengivorragia) Diagnostico diferencial Epistaxe Estomatorréia Hematêmese Rinoscopia anterior Exame da cavidade bucal É a que mais se confunde; É precedida de náuseas e vômitos; História pregressa. Origens: Brônquica: Ruptura de vasos sãos (carcinoma brônquico) ou vasos anormais (bronquiectasias e tuberculose); Circulação sistêmica (elimina uma quantidade maior de sangue por ser sistêmica) Alveolar: Ruptura de capilares ou transudação de sangue, sem solução de continuidade do endotélio. Circulação pulmonar (elimina uma quantidade menor de sangue por ser pulmonar) Adulto Principais causas: Bronquiectasias, tuberculose e micoses → Vias respiratórias: Ca de laringe, TB, traqueite, bronquite, corpo estranho, bronquiectasias e Ca brônquico. → Parenquima pulmonar: TBC, pneumonia, micoses, supuração crônica, abcesso, neoplasias, traumetismos e cistos. → Vasos pulmonares: infarto pulmonar, fístula arteriovenosa, vasculites, estenose mitral, edema pulmonar e aneurisma da aorta. → Iatrogênicas: broncoscopia e punção torácica → Outras: alterações da coagulação, parasitoses e fibrose cística. Principais: Bronquiectasias: Inflamação crônica das VAS, persistente ou recorrente. Destrói elementos estruturais das paredes brônquicas. Resulta em dilatação e distorção brônquica permanente. Tuberculose: A forma pulmonar cavitaria é a que elimina sangue Sintomatologia: acompanha quadro de emagrecimento, tosse persistente por mais de três semanas, febre vespertina Exame físico: estertores Exames complementares: rx de tórax Aspergilose: Microrganismo oportunista Infecta áreas pulmonares lesadas e se multiplica nessa área. Carcinoma brônquico: Depende do tamanho e localização Tosse, hemoptise, dispneia e pneumonia pós obstrutiva Infelizmente os sintomas são tardios Estenose mitral: Normalmente secundaria a cardiopatia reumática; Dependente do grau de insuficiência Aumento das pressões do AE e da veia pulmonar Aneurisma de aorta: Origem aterosclerótica, necrose cística da túnica media; Sd. De Marfan, arterite aórtica ou traumatismo. Podem deformar a valva aórtica e apresentar insuficiência aórtica. Derrame pleural Pleura: Fina membrana que cobre as superfícies internas da cavidade torácica; Camadas de células mesoteliais com uma rede de tecido conjuntivo e fibroelastico 1. Visceral: cobre os pulmões - Circulação pulmonar - Não possui nervo sensorial: ela não causa dor. 2. Parietal: aderida à caixa torácica - Circulação sistêmica - Possui nervo sensorial e vasos linfáticos: causam dor. Incidência: Frequência de 0,3 a 1% nas radiografias Mais frequentes na pneumonia e IC Um milhão de casos por ano Muitos casos passam despercebidos. Anamnese: Idade: na infância, a grande maioria são derrames pneumônicos (consequentes ao quadro de pneumonia); Adolescente aos 50 anos: derrames infecciosos, neoplasias metastáticas, ICC e infarto pulmonar (TBC aumenta com a idade) Sexo: neoplasias metastáticas (mama, brônquica, linfomas, ovário e estomago); LES, doença reumatoide e tbc. Adulto Profissão: exposição a algum material químico (asbesto; DP associado ou não a tumor) Doenças atuais e medicamentos em uso: nitrofuradantina, hiperestimulação ovariana, amiodarona, triptofano e isoniazida. Pesquisar doenças com condições reconhecidas. Aspectos clínicos: ; Devemos saber diferenciar sintomas da doença de base e do Derrame Pleural (para não fazer a toracocentese sem necessidade); ; Poder ser assintomáticos ou com dispneia ; Dor torácica ventilatória dependente: pleura parietal; ; As vezes gera insuficiência respiratória (nos casos mais graves); ; Pode apresentar atrito pleural ou MV reduzidos ou abolido; ; Macicez a percussão; ; Frêmito toracovocal (FTV) ausente. Espaços líquidos potenciais: Há a presença de liquido lubrificante extremamente viscoso que permite o deslizamento entre as pleuras. Esseliquido é constituído principalmente por ácido hialurônico O acumulo de líquido pode ocorrer por alteração de: Dinâmica de trocas: revestimentos dos espaços são permeáveis as proteínas e líquidos, fluindo com facilidade Drenagem linfática: remove as proteínas que vazam para o espaço interpleural, mantendo baixa a pressão coloidosmótica nesse espaço Pressão hidrostática: Parietal = sistêmica (30cmH20) Visceral = pulmonar (10cmH2O) Renovacao normal de 10 a 20l/dia Mecanismos que podem promover o acumulo do liquido Na circulação microvascular → aumento da pressão hidrostática; redução da pressão oncótica (hipoalbuminemia grave; cirrose, desnutrição); aumento da permeabilidade dos espaços de trocas. No espaço pleural → pressão reduzida Sistema Linfático → drenagem linfática comprometida Diafragma → movimento do liquido a partir do espaço peritoneal Fisiopatogenia: Perturbação em um ou mais mecanismos de formação e reabsorção de liquido pleural normal; o Transudatos: alteração de pressão hidrostática ou coloidosmótica; pouca celularidade e mais água; o Exsudatos: resultantes de alterações de permeabilidade; mais celularidade, mais viscoso. Geralmente ocorre por IC, e quase não necessita de toracocentese. Causas: ICC TBC Neoplasia metastática Pneumonia bacteriana Tromboembolismo pulmonar Outras causa: 10% sem natureza determinada Cirrose hepática Síndrome nefrotica Pancreatite aguda Pneumotorac Aasbestps Drogas Doenças autoimunes Exames complementares: Rx de tórax Estudo de liquido USG Gasometria Teste tuberculínico Empiema Pleural = Drenagem Torácica Raio X de tórax: / Primeiro exame solicitado e realizado / Sempre que possível nas incidências PA (detecta derrames >200ml) e perfil (obliteração do ângulo costofrênico posterior em derrames >50ml) / Incidência de Laurell: diferenciar derrames de espessamento (lâmina de líquido >10mm permite toracocentese com segurança) Toracocentese/estudo do líquido: Deve ser feita quando: Adulto Houver nova queixa clinico-radiológica de derrame pleural sem dx; For afastado transudato pela história clínica (transudato geralmente tem origem de alguma doença de base, que pode ser controlada apenas com medicação, não necessitando a intervenção.) Houver suspeita de infecção For encontrado transudato com evolução atípica Houver controle de derrame pleural parapneumônico; Para alívio do desconforto respiratório; Amostras: Para diagnósticos: de 30 a 50ml Para aliviar sintomas: 1 a 1,5l (nunca mais do que isso, para que não haja outro edema) Critérios de Light (Porque se faz a toracocentese): Pelo menos um dos critérios para exsudato: Proteína pleural/plasmática >0,5 DHL pleural/plasmático >0,6 DHL pleural >200 UI Com um só desses critérios já se dá o dx de exsudato; Exames do liquido pleural: Ph <7,2: empiema, artrite reumatoide, tbc e neoplasia (Proteina alta: TBC e mieloma) Glicose <35mg/dl: artrite reumatóide, rotura esofágica, neoplasia ou pleurite Lúpica. Derrames sanguinolentos: neoplasia, trauma, embolia e colagenose. Amilase alta: pancreatite, rotura esofágica e neoplasia. Eosinófilos altos: neoplasia, infecções fúngicas, pneumotórax, hemotórax, embolia pulmonar, asbestos, drogas e parasitas. Exsudatos: 1- Parapneumonico: É o tipo mais comum Visualizada em 40% dos pcts com pneumonia Complicados: Ph abaixo de 7,2 e baixo teor de glicose (precisam de drenagem); 2- Empiema: Pús evidente S. pneumoniae e S. aureus Dor torácica e febre refratária por vários dias Drenagem torácica imediata; Videotoracoscopia nos casos não respondedores a drenagem; 3- Tuberculose: 30% dos casos de TB Aumento da permeabilidade vascular Predominam linfócitos ADA acima de 50 U/L 4- Malignidade: É a segunda causa mais comum de exsudatos; Prognóstico ruim (pleural) Toracocentese Biópsia de pleura 5- Distúrbios inflamatórios sistêmicos AR: 15% Cinco após início da doença FR acima de 1:320. Glicose baixa LES: 15 a 50% (níveis baixos de complemento) 6- Pancreatite Frequentemente hemitórax esquerdo; Amilase maior que a sérica Diferenciar de ruptura esofágica;
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