Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Guilherme Rios – p4 – Clínicas IV EXAME FÍSICO GERAL E ESPECIAL: ORIENTAÇÕES GERAIS: - Quanto ao consultório: - A sala deve ter uma divisória para preservar a intimidade da paciente. - A sala não pode ter espelho (exceção do mastologista) e nem câmera. - Tem que ter um banheiro no consultório. - Deve ter uma televisão para que a paciente veja o que o médico está fazendo. - O exame deve ser feito em mesa ginecológica (preferencialmente controlada pelo pé do examinador) e os pés da paciente ficam apoiados nos estribos. - A iluminação deve ser adequada (de preferência, luz branca). - A porta do consultório deve estar fechada, mas nunca trancada. - O médico deve ter uma assistente para o acompanhar durante o exame. - Quanto à paciente: - Deve ser informada antecipadamente sobre tudo que será feito. - O roupão para esse exame deve ter uma abertura para a frente (para facilitar a exposição das áreas a serem avaliadas). - Devem ser oferecidos às mulheres, lençóis para que elas se cubram enquanto não estão sendo examinadas. OBS: É importante não começar o exame ginecológico indo direto para o exame das mamas ou da genitália (principalmente se for a primeira consulta da paciente), pois pode gerar um desconforto e constrangimento, comprometendo o restante do exame (a paciente pode, ainda, nunca mais retornar ao seu consultório). OBS: O examinador deve estar do lado direito da paciente. EXAME FÍSICO GERAL: - Desde o início, deve-se ter atenção ao estado geral da paciente, com o seu aspecto físico, muscular e do tecido adiposo e ao seu trofismo geral. - PRESSÃO ARTERIAL - Normotenso, hipertenso ou hipotenso. - PULSO - Frequência, ritmo, amplitude, tensão, estado da parede e simetria (FRATES). - TEMPERATURA - Febre (>37,8ºC) - ESTATURA - PESO OBS: Importante calcular o IMC da paciente. Exame físico ginecológico Guilherme Rios – p4 – Clínicas IV EXAME FÍSICO ESPECIAL: 1. EXAME DA CABEÇA: CABELO: - Comumente o exame se inicia com a análise do cabelo da paciente (queixa muito frequente). - Devo avaliar aspectos como: Textura (liso, crespo, encaracolado), cor, quantidade, distribuição, se é quebradiço, se cai muito (principalmente quando acorda ou durante o banho), oleosidade. OBS: A queda do cabelo pode ser natural (devido ao período da vida), por falta de vitamina (B12 e Vit. D) ou devido ao aumento de testosterona, por exemplo. PELE E ÓRGÃOS DO ROSTO: - Devo avaliar a presença de: Acne, melasma (podendo este ser causado por gravidez, anticoncepcional e etc), pilosidade no rosto, característica das orelhas (principalmente as mais abertas), fásceis típicas de alguma doença, olhos (normalmente, são simétricos), disposição dos cílios, mucosa dos olhos e da boca. PESCOÇO: - Avaliar os linfonodos (cervicais [superficiais e profundos], cabeça [occipitais, retroauriculares, pré-auriculares, parotídeos, angulares, submandibulares e submentonianos], supraclavicular, subclavicular e paraesternais) e presença de massas (em especial, na tireoide). OBS: PALPAÇÃO DAS CADEIAS AXILARES: - Técnica: Com a mão direita, o examinador palpa a região axilar esquerda da paciente, estando esta com o membro superior homolateral à axila palpada apoiado no braço esquerdo do examinador, deixando desta forma a musculatura peitoral relaxada, facilitando o exame. Para a axila oposta, o examinador utiliza a mão esquerda para a palpação e o braço direito para o apoio do membro superior da paciente. - Devo dividir a axila em faixas: anterior, média e posterior. - Os dedos do examinador devem ser posicionados na parte superior da axila e devem ser movimentados, firmemente, em quatro direções: 1. Na face costal, até o oco axilar. 2. Na face umeral, até o oco axilar. 3. Na face peitoral (seguindo o m. peitoral maior). 4. Na face dorsal (seguindo o m. dorsal maior). - Devo verificar a presença de linfonodos sensíveis e/ou aumentados de tamanho. OBS: Aparelho respiratório e cardiovascular (realizar a ausculta de modo objetivo). OBS: Devo também fazer a busca por achados no aparelho urinário. OBS: MMII (buscar por edemas e varizes). OBS: É importante examinar a coluna (principalmente suas porções dorsolombares e os pontos renoureterais). OBS: Devo realizar o exame físico do ABDOME e da PELVE*: Guilherme Rios – p4 – Clínicas IV - Ao examinar o abdome devo observar características como – sua forma, tensão, presença de estrias, cicatrizes, pigmentação, presença de ascite, hepato ou esplenomegalia. - Algumas ginecopatias podem ter, como sintoma inicial, dores abdominais. EXAME FÍSICO GINECOLÓGICO: EXAME DAS MAMAS: - ORIENTAÇÕES GERAIS: - A paciente deve estar com a mama a ser examinada completamente despida. - A iluminação deve estar adequada, bem como a temperatura da sala. - A paciente deve estar ereta ou sentada com os membros ao longo do tronco. - Devo orientar a paciente, previamente, sobre o que será realizado. - INSPEÇÃO ESTÁTICA: (deve-se avaliar) - QUANTIDADE (p. ex. “mamas em número de 1 ou 2”) - SIMETRIA (comparando o nível dos mamilos. O normal é que esse nível se encontre no 4º EIC, mas pode variar entre os indivíduos). - COLORAÇÃO (da mama e da aréola). - OBS: A tonalidade da mama e da aréola muda de pessoa para pessoa. - OBS: A pigmentação areolar castanho-escura indica estimulação estrogênica prévia, como na gravidez. - FORMA (convexa, pendular, côncava, cônica). - CONTORNO (regular ou irregular) - LESÕES DERMATOLÓGICAS - ABAULAMENTOS E RETRAÇÕES - MAMILO (plano, protuso, invertido/intruso) - OBS: O tipo plano é o pior durante a amamentação, por que ele é curto. - OBS: Observar a simetria, tamanho, se há alguma lesão ou derrame mamilar. - TAMANHO (devo fazer uma conta volumétrica com base no tamanho da paciente e volume da mama. Geralmente, mais de 500g já é grande). - CIRCULAÇÃO VENOSA OBS: É importante ter em mente que é normal a paciente apresentar pequenas diferenças de uma mama em relação à outra. - INSPEÇÃO DINÂMICA: OBS: Nessa parte do exame, é interessante que o examinador peça à paciente para que o imite, facilitando a movimentação correta da mesma. OBS: Deve ser testado o m. peitoral maior e o ligamento suspensor das mamas (lig. Cooper) – ambos bilateralmente –, bem como as características vistas durante a inspeção estática, mas agora, com a paciente se movimentando afim de, possivelmente, evidenciar algo. OBS: A forma como esse exame é realizado varia entre as literaturas, mas uma possível abordagem seria solicitar que a paciente realizasse os seguintes passos: Guilherme Rios – p4 – Clínicas IV 1º Pede-se à paciente que eleve os membros superiores (abdução), lentamente, ao longo do segmento cefálico e, desta forma, observa-se as mamas quanto aos itens anteriores. Além disso, ao realizar esse movimento, há elevação dos ligamentos suspensores (lig. Cooper) e evidencio problemas que ele possa apresentar. Esse movimento gera, também, o relaxamento dos mm. peitorais maiores. 2º Pede-se que a paciente apoie as mãos e pressione as asas do ilíaco, bilateralmente. O objetivo destas manobras é realçar as possíveis retrações e abaulamentos – através da contração do m. peitoral maior – e verificar o comprometimento dos planos musculares, cutâneo e do gradil costal. 3º Peço à paciente que, ainda com as mãos no quadril, para coloque o corpo para frente (ângulo de 30º). Esse movimento deixa as mamas “soltas” do m. peitoral maior e evidencia ainda mais os ligamentos, pois os suspendem. - PALPAÇÃO: OBS: LIMITES DAS MAMAS: - Superior: 2º EIC - Inferior: 6º EIC - Lateral: Linha axilar anterior. - Medial: Linha esternal média. OBS: O examinador deve estardo lado direito da paciente. OBS: Caso eu não tenha realizado a palpação dos linfonodos axilares durante o exame físico geral, faço agora. OBS: Aviso à paciente que vou começar a palpação, devo despir apenas uma mama por vez. OBS: A palpação das mamas pode ser realizada por diversas metodologias (p. ex. sentido horário, em faixa vertical ou horizontal, entre outras), mas o importante é que todas as regiões sejam palpadas. - Com a paciente deitada em decúbito dorsal horizontal, coloca-se um coxim sob a região a ser palpada e pede-se que a mão correspondente ao lado a ser palpado seja colocada sob a cabeça (de modo que a mama da paciente “espalha” e o tendão das mamas relaxa). - Feito isso, o examinador – posicionado do lado direito da paciente – inicia a palpação dos diversos quadrantes da mama, utilizando-se os dedos em movimentos de rotação suave ou dedilhado com as polpas dos dedos. - Começo a palpação a partir do mamilo, seguindo para periferia em raios imaginários e seguindo o sentido horário ou anti-horário. OBS: Lembrando de realizar, também, a palpação do prolongamento mamário (cauda de Spence). OBS: A consistência da mama pode ser variada, dependendo da proporção do tecido glandular (mais firme) e do tecido adiposo (mais mole). Além disso, pode haver uma nodulosidade fisiológica que aumenta durante o período menstrual. OBS: Devo observar, também, a presença de sensibilidade. OBS: Caso, durante a palpação, seja notada a PRESENÇA DE NÓDULO, o mesmo deve ser caracterizado minuciosamente quanto: Guilherme Rios – p4 – Clínicas IV - LOCALIZAÇÃO (utiliza-se a mama como um “mostrador de relógio”, informando a distância, em centímetros, contada a partir do mamilo). - TAMANHO (deve ser contabilizado em centímetros, usando as 3 dimensões ou usando polpas digitais como referência). - FORMATO (oval, redondo, lobulado, indiferenciado, liso ou irregular). - CONSISTÊNCIA (amolecida ou endurecida). - DELIMITAÇÃO (bem delimitado ou não). - SENSIBILIDADE (dolorosa ou não à palpação). - MOBILIDADE (se é livre ou se está aderida a planos profundos). - QUANTIDADE (se o nódulo é solitário ou múltiplo). - ASPECTO DA PELE SOBRE O NÓDULO (p. ex. quente [sinal de malignidade], frio descamativa, seca, entre outros). - LINFONODOMEGALIA ASSOCIADA OBS: PALPAÇÃO MAMILAR - Devo realizá-la para notar se o mamilo está retraído ou deslocado (quando o mamilo não “olha para frente”). OBS: DESCARGA PAPILAR (FAÇO APENAS SE A PACIENTE RECLAMAR DE SECREÇÃO) - Utilizando o dedo polegar e indicador em forma de pinça, devo realizar pressão suave – em, pelo menos, duas direções – para observar se há saída de secreção e, caso haja, devo caracterizá-la (secreções serosas, lácteas ou sanguinolentas). - Se for positiva a presença de descarga papilar, torna-se imperativa a coleta desse material para análise laboratorial. OBS: Se durante o exame for constatada a presença de prótese mamária ou cicatrizes cirúrgicas por exérese de nódulo, setorectomia, quadrantectomia ou mastectomia, impõe-se avaliação bastante acurada desses locais. COISAS DA AULA: - Casca de laranja: Pele com aspecto áspero e com ingurgitamento. Sinal de malignidade. - Os mamilos podem não estar na mesma direção, mas, para estarem do mesmo nível, eles têm que estar na mesma altura. - Uma mama pode ter uma forma e a outra outro (p. ex. uma côncava e a outra, convexa). - Descrição quando houver alterações na inspeção dinâmica: Aumento do abaulamento ao teste da manobra dos ligamentos. - Para palpar a cadeia esternal, deslizo os dedos sobre o esterno. - Quando a paciente tem as mamas grandes, devo pedir para que ela eleve a mama ou o examinador, usando uma mão, a eleva (essa é uma exceção de movimentos necessários para realizar a inspeção estática).
Compartilhar