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Aspectos Físicos do Equipamento de Densitometria Óssea TNL Marta Dichel HU – USP 16mar2021 Equipamento DXA • DXA – Dupla Energia • Formação da imagem • Tipos de colimadores/feixes • Controle de Qualidade • Diferença entre equipamentos (modelos,marcas,etc) • Proteção radiológica Métodos Quantitativos Tecnologias: • 1ª Geração: SPA – Single Photon Absorptiometry – 1963: densitometria periférica (antebraço distal) – fontes seladas monoenergéticas (único nível de energia) – I¹²⁵ (27KeV), Am²⁴¹ (60KeV) – fótons de raios gama • 2ª Geração: DPA – Dual Photon Absorptiometry – 1980: densitometria axial (coluna lombar e femur) – Gd¹⁵³ – dois níveis de energia, fótons de 40 e 100KeV • 3ª Geração: DXA – Dual Photon X-Ray Absorptiometry – 1987: (Hologic) fonte de Raios-X / fótons de baixa e alta energia (70-140KVp) – densitometria de coluna lombar / fêmur / antebraço e corpo inteiro 3 Dual-Photon Absorptiometry Diagnostic Imaging Techniques Gd Evolução do DPA para o DXA tipo “Fan-Beam” • melhoras expressivas na reprodutibilidade e resolução de imagem • aumento da velocidade na aquisição da imagem • novos recursos de software para análise da imagem Componentes principais de um sistema-DXA ▪ Gantry (fonte-detector, feixe de laser) ▪ Trilhos(deslizamento gantry) ▪ Painel de controle manual de movimentação do scanner/mesa ▪ Mesa de exame ▪ Sistema computacional ▪ Estabilizador de Voltagem Princípios Físicos do Método Tecnologia Pencil Beam A produção Duo-energética: GE: Filtro K-edge Hologic: alternância de pulsos DPX GE-Lunar. Princípios básicos do DXA - Formação da imagem Metodologia: A densitometria mede a quantidade de radiação absorvida pelo corpo, calculando a diferença entre radiação emitida pela fonte de radiação e a que sensibiliza um detector de fótons. A isto se denomina “absorciometria”, que tecnicamente é a mensuração de uma das formas de interação dos fótons com a matéria, a “Absorção.“ O princípio do DXA baseia-se no fato de que as características de atenuação dos tecidos ósseo e mole são diferentes, e portanto o emprego de dois feixes de energia distintas, permite estabelecer este diferencial. A quantidade de energia absorvida depende fundamentalmente da quantidade de energia existente no feixe de fótons emitido, a natureza do material através do qual este feixe atravessa e a espessura deste material. Princípios básicos do DXA - Formação da imagem Com a atenuação medida nos dois feixes de fótons (alta e baixa energia) calcula- se a “Base Line” isto é, do limiar de diferenciação entre Densidade de Tecidos Moles e do Tecido Ósseo. O Conteudo Mineral Ósseo (BMC) é então calculado. BMC - Bone Mineral Content Princípios básicos do DXA Formação da imagem Com a determinação dos contornos ósseos na imagem e definição dos espaços intervertebrais ou regiões de interesse (ROI’s) calcula-se a área de interesse. Finalmente numa simples equação divide-se o BMC pela área, obtendo-se a Densidade Mineral Óssea (BMD). BMD - Bone Mineral Density Formação da imagem – resultado BMD BMC/área=BMD BMC(g)/área(cm²)=BMD(g/cm²) Tecnologias DXA • 1ª Geração: Pencil Beam – único detector • 2ª Geração: Fan Beam – múltiplos detectores • Wide Fan Beam • Narrow Fan Beam • 3ª Geração: Flash Beam – detector Flat Panel Tipos de Colimadores/feixes Tecnologia DXA Pencil Beam X Fan Beam Principais diferenças – Detector único – Colimador: orifício – Feixe puntiforme – KVp: 70 a 140 – Corrente: 3A – Array de detectores – Colimador: fenda (feixe largo/estreito) – Feixe em forma de leque – KVp: 100 a 140 – Corrente: 2,5A 18 Geometria “pencil beam” Geometria “fan beam” Colimador – geometria do feixe Colimador – orifício / feixe lápis Colimador – fenda / feixe leque Fonte de RX Fonte de RX Detector Array de Detectores Wide Fan Beam (Feixe largo) 64 detectores 128/216/256 detectores Tecnologia Fan Beam Narrow Fan Beam (Feixe estreito) Fan Beam – Large Fan Ângulo aberto do feixe: ➢ Magnificação em uma direção, devido a geometria da formação da imagem BMC/área=BMD DXA – Pencil Beam 21 Fan Beam – Large Fan 22 Principais vantagens: - menor tempo de aquisição - maior qualidade de imagem Desvantagem: - alto custo - maior dose radiação Narrow Fan Beam PRODIGY Fan-Beam Speed Cadmium-Zinc-Telluride (CZT) detector DXA - Narrow Fan Beam Tecnologia de detecção digital-direta estreita Lunar iDXA CZT- HD - O detector direto-digital e a matriz escalonada aumentam a precisão e criam imagens de alta resolução - corrige o erro de ampliação dos sistemas de feixe de leque de ângulo aberto - aquisição mais rápida Pencil Beam X Fan Beam Imagem de um pencil-beam e fan-beam de última geração 26 Sala de Densitometria Hologic Discovery W – Large Fan Beam (128 detectores) • Para a maioria dos equipamentos DXA no mercado atualmente, o tamanho corporal (superior a 185cm de altura) e o peso (acima de 120kg) continuam a ser limitantes para a Densitometria. • Equipamentos com mesas de exame maiores (iDXA e Discovery A, Horizon), tornaram possível a análise de pacientes de até 226kg. iDXA-GE: 197,5 x 66 cm / 204Kg InRad-HCFMUSP Tecnologia dos Detectores 27 Matriz com 216 detectores digitais de cerâmica de alta resolução (Gd Sulfoxilato- GPDS) Ultra rápido e baixo ruído Elimina distorção da imagem Limite Peso: 226Kg Gantry: 61cm Dupla Energia: 100-140KVp Gantry rotacional (AFV em DD) Horizon-Hologic Boa eficiência de detecção e alta resolução Melhora sensível da relação sinal/ruído GE-Lunar iDXA Detector: CZT-HD 197,5 x 66cm / 204Kg DXA - Digital Flash Beam Technology Detector Digital Plano O Digital Flash Beam® consiste numa exposição de flash bidimencional Este flash elimina o processo de digitalização das tecnologias Pencil Beam e Fan Beam . Tecnologia de Tela Plana (Flat Panel) Tecnologia do detector: Detector com arranjos de fotodiodos de a-Si em combinação com cintiladores de CsI(Tl) Detector digital de tela plana 20 x 20 cm Resolução : 254 μm Feixe de Raios-X: 75 a 140KV Aquisição Instantânea de imagem: 1,5 seg Imagem Isotrópica Flash Beam - Aplicações DXA - Controle de Qualidade e Calibração • Depende da tecnologia dos fabricantes e modelos • Calibração Lunar-GE - Este procedimento avalia DMO, CMO, área e contornos das câmaras de conteúdo conhecido de um bloco • Calibração Hologic - (cilindro ou disco de calibração ) Calibração continua e automática atualizando o sistema Hologic Automatic Internal Reference (assegurando a precisão) Programa de controle de qualidade automático com checagem múltipla do sistema. • O Controle de Qualidade nos equipamentos de Densitometria Óssea é obrigatório e tem a finalidade de garantir a precisão do diagnóstico • Além da calibração inicial efetuada pelo fabricante, devem-se realizar testes diários para monitorar a performance do equipamento pontualmente e ao longo do tempo. • A medição contínua do spine phantom é usada para monitorar o desempenho do densitômetro • Esses testes são realizados com objetos simuladores próprios (phantom) fornecidos pelo fabricante • Além do teste diário, é realizado testes semanais, que executa uma varredura de corpo inteiro no ar (sem nenhum objeto na mesa de exames). Esse teste tem a finalidade de avaliar a uniformidade da imagem e seu resultado é comparado com os limites estabelecidos 34 DXA - Controle de Qualidade e Calibração • São dois tipos de testes de Controle de Qualidade: – um diário e outro semanal • O teste diário deve ser realizado antes de se iniciar os exames, este teste é feito para averiguar a garantia da qualidade das funções do equipamento, durante esse processo são testadas as operações mecânicas e a calibragem Controle deQualidade QC - Controle de Qualidade QC - Controle de Qualidade – O sistema DXA central inclui um phantom que deve ser escaneado rotineiramente para avaliar a estabilidade do sistema Hologic QC - Controle de Qualidade QC – Aquisição/análise do Phantom Os valores obtidos diariamente são adicionados à base de dados do equipamento e é possível analisar o comportamento dos resultados ao longo do tempo Coeficientes de Variação (%CV) indicativos da precisão do métoto Gráfico dos Scans dos Phantons, com as datas de cada análise, onde as “bolinhas” verdes deverão estar dentro dos limites das Linhas Pontilhadas Vermelhas, indicando assim a calibragem do Densitômetro. Gráfico gerado pelo software de Controle de Qualidade. Se o valor obtido diferir em mais de 1,5% do valor esperado, deve-se repetir a medida e, mantendo a diferença, deve-se interromper o uso do equipamento e acionar a assistência técnica 45 Corpo Inteiro – CQ semanal Para calibração ser considerada com sucesso, o valor de “Low Air” deverá estar abaixo ou igual a 2.0, se o valor ficar superior, refazer a calibração, se continuar com o valor acima de 2.0, comunicar a aasistência técnica Corpo Inteiro – CQ semanal Controle de Qualidade – Calibração Teste Diário GE-Lunar Bloco de Calibração consiste em material equivalente a tecido com 3 câmaras simulando ossos com conteudo mineral conhecido. • O phanton que realiza um teste semanal e uma barra de alumínio que simula uma coluna vertebral de T12 a L5, onde cada vertebra apresenta densidades diferentes, • para realizar o teste é necessário que este phanton seja submerso e centralizado em um recipiente com aproximadamente 11 litros de água, este líquido simulará a densidade do tecido mole do corpo Teste Semanal Gráfico de Tendência L2-L4 Phantom Acrílico Spine • Dois fatores são de extrema importância para se obterem exames de alta precisão: técnica de posicionamento/análise e Controle de Qualidade. • A performance de um método de densitometria óssea é caracterizada pela sua sensibilidade diagnóstica, acurácia e precisão. • Precisão – expressa a reprodutibilidade ou consistência de medidas repetidas • A acurácia – é a habilidade do sistema em medir o mesmo conteúdo mineral ósseo • A sensibilidade diagnóstica – é a capacidade de uma medida de fazer a distinção entre indivíduos normais e osteoporóticos e entre a perda óssea relacionada à idade ou à doença. A Importância da Precisão na Densitometria: Doses de radiação em exames DXA - Dose Efetiva (µSv) • DXA de adulto em modo padrão: 0,2 - 8,4 µSv* (coluna ou fêmur) • Radiação Natural de fundo: 0,3-1,4 µSv por dia (1-5 mSv por ano) Dose para o profissional técnico • Distância da mesa de exames – dose de radiação insignificante (radiação de fundo ambiental): – 1 m - Pencil Beam – 2 a 3m - Fan Beam Fan beam: 2-3m distância mesa-operador Proteção Radiológica • No Brasil, a Secretaria de Vigilância Sanitária regulamenta e estabelece os requisitos básicos de proteção radiológica em radiodiagnóstico, visando a defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do público em geral, • baseados nas normas de radioproteção ditadas pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), • que segue as orientações da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) • A Portaria 453/1998, que regulamentava o setor anteriormente, era considerada defasada • Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde publicou em 20 de dezembro de 2019 a RESOLUÇÃO - RDC Nº 330, que tem como objetivos: estabelecer os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista, regulamentar o controle das exposições médicas, ocupacionais e do público decorrentes do uso de tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas. • A RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 330 da Anvisa é direcionada aos serviços de saúde humana • São três os seus pilares: – proteção radiológica – educação permanente – e garantia de qualidade • Devido à baixa radiação emitida pelo densitômetro não há necessidade de proteção radiológica (biombo, paredes baritadas, etc...), desde que a sala tenha as dimensões necessárias indicadas pelo fabricante, e respeitada a distância recomendada operador- fonte • O Densitômetro é altamente sensível às emissões externas, caso haja alguma fonte de radiação próxima, deve-se assegurar que não haverá nenhuma interferência. • OBS: MN- paciente é uma fonte de radiação, então sensililiza o detector Proteção Radiológica em DXA • Introduzido em 1995 pela SBDens • ABrASSO - Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo • é um programa com finalidade educativa desenvolvido para avaliar, monitorar, dar suporte e certificar serviços de densitometria que têm como plataforma a busca pela excelência na prática do método. • Isto significa um maior controle dos processos e princípios que regem o procedimento e pelos padrões de qualidade. • A interferência de profissional qualificado é a maior garantia que assegura os níveis de precisão, acurácia e reprodutibilidade ProQuaD Programa de Qualidade em Densitometria Imagens: cortesia do InRad – HCFMUSP; Clínica Santa Helena, Bragança Paulista Ragi S: DEXA Problemas & Soluções, 1998 Prado M: ABRASSO http://www.sbdens.org.br http://www.iscd.org http://www.gehealthcare.com http://www.hologic.com http://www.medilink.fr/4.html http://www.braincon.com http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2214031X15000637 https://www.in.gov.br/web/dou/-/ CNEN-NE – 3.01. Diretrizes Básicas de Radioproteção, 1988 Diretrizes de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico. Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária no. 453, de 1 de junho de 1998 Portaria/MS/SVS nº 453, de 01 de junho de 1998. Referências http://www.sbdens.org.br/ http://www.iscd.org/ http://www.gehealthcare.com/ http://www.hologic.com/ http://www.medilink.fr/4.html http://www.braincon.com/ http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2214031X15000637 https://www.in.gov.br/web/dou/-/ Além da tecnologia envolvida, a qualidade do resultado de qualquer exame depende muito da capacitação do profissional que o realiza. marta.dichel@hu.usp.br
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