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@jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Cimento Ionômero de Vidro É o nome genérico para os materiais que tomam presa por meio da reação entre o pó de vidro e o ácido poliacrílico. Foi desenvolvido em 1970, com o objetivo de combinar as boas propriedades do cimento de silicado e do cimento de policarboxilato de zinco. Cimento de Silicato: Possuem propriedades anticariogênicas devido a liberação de fluor. Cimento de policarboxilato de zinco: Possuem adesão à estrutura dentária e ocasiona pouca irritação pulpar. Desta forma, a combinação de um material com propriedades e com partículas de vídro alumínio e silicato com uma solução aquosa de ácido poliacrilico, produz-se um material muito versátil e com excelente durabilidade quando corretamente manipulado. Aplicações na Odontologia • Dentistica: Restauração de dentes decíduos e permanentes • Endodontia: Agente obturador • Prótese: Agente cimentante • Ortodontia: Agente cimentante Material muito utilizado em odontopediatria e saúde pública, pois está diretamente relacionado a promoção de saúde pelas suas características de liberação de flúor. Composição básica do cimento de ionômero de vidro Pó de vidro misturado com um ácido alquenoico. O pó é formado por: • SiO2 (Sílica) - Resistência do material • Al2O3 (Alumina) - Resistência do material • Caf2 (Fluoreto de cálcio) - Reação de presa e responsável pela liberação de flúor para o meio bucal • NaF (Fluoreto de Sódio) - responsável pela liberação de flúor para o meio bucal O tamanho das partículas do pó varia de acordo com as indicações do material. O líquido é composto por: • Ácido poliacrílico: Contém grupamentos carboxilicos responsáveis pela união das particulas de vídeo a estrutura dentária. • Ácido itacônico • Ácido tartárico (diminui a viscosidade, aumenta a validade, aumenta o tempo de trabalho) • Água: Imprescindível para que ocorra a ionização do ácido poliacrílico. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 CIV - Apresentação Comercial • Pó e líquido (convencional) • Pasta/pasta ou pasta/líquido • Cápsulas • Reação de Presa A reação é exotérmica e se inicia a partir da aglutinação ou mistura do pó com o líquido. É uma reação entre um ácido e uma base para formar um sal. Fases da reação de presa: • 1º Fase: Deslocamento de íons e ionização do ácido poliacrílico. Após a aglutinação, o ácido poliacrilico é ionizado na presença de água. Os íons de hidrogênio são liberados dos grupamentos poliacrilicos e passam a atacar a superfície das partículas do pó. A inserção dos ionômeros de vidro deve ser feita nessa etapa, pois ainda existem grandes quantidades de grupamento carboxílicos ionizados, que poderão unir-se quimicamente ao dente. Clinicamente, a presença de brilho úmido na superfície do material, indica que há grupos carboxílicos disponíveis para a união química com a estrutura dentária. • 2º Fase: Formação da matriz de polissais – policarboxilato de cálcio e de alumínio. Os íons H+ iniciam o ataque à partícula de pó, os grupamentos carboxílicos se ligam ao Ca+2 (formação do policaboxilato de cálcio) e logo após há a união ao Al+3 (formação do policaboxilato de alumínio - fase 3). Clinicamente, essa fase pode ser reconhecida pela perda do brilho que ocorre no cimento. A partiri deste momento, este material não pode ser inserido na cavidade dentaria, pois, a adesão já está comprometida pela diminuição dos grupos carboxílicos. • 3º Fase: Formação do gel de sílica e presa final. A presa do material se dá pela precipitação da matriz de gel de sílica ao redor das partículas de vidro. A estrutura final do material é composta por partículas não reagidas e outras circundadas por um gel de sílica unidos quimicamente em uma matriz de polissais. Classificação quanto ao uso Clínico: Possuem vários usos na odontologia, ex: Utilizados como materiais restauradores, principalmente na dentição decídua e também como forramento, bases, selantes de fissuras e agentes cimentantes. Podem ser classificados em três tipos, dependendo do uso clínico pretendido: • Tipo I: Cimentação @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Utilizado para cimentação de próteses fixas, tais como: coroas, pontes em inlays e onlays e cimentação de aparelhos ortodônticos. Para essa finalidade a proporção de pó e líquido é menor, a fim de permitir o adequado escoamento do cimento. • Tipo II: Restauração É utilziado para restauração, sendo dubdividido em: Tipo IIa: Restauração estética. Indicado para a região anterior, onde a estética é necessária. Apresentando opções de cores e translucidez. Tipo IIb: Restauração na região posterior (reforçados). • Tipo III: Base e forramento É utilizado para base, atuando como substituto da dentina e utilizado em associação com rezina composta (técnica do sanduiche) ou também é utilizado no forramento da cavidade, atuando como agente de proteção pulpar em cavidades profundas. Classificação quanto à composição: • Convencional São caracterizados por uma reação química ácido-base entre o pó de alumina e silica com uma solução aquosa de ácido poliacrílico. A principal característica deste tipo de ionômero é o seu tempo de presa prolongado. Que obriga o dentista a proteger a superfície da restauração contra os fenômenos de sinérese (perda de água para o ambiente) e embição (ganho de água pelo ambiente). • Reforçado por metal Partículas metálicas foram incorporadas aos cimentos de ionômero convencional, para melhorar suas propriedades mecânicas. Tais como: tenacidade a fratura e capacidade de suportar tensões mastigatórias. No entanto, o resultado foi um material pouco estético, opaco e de cor acinzentada. A carga metálica, pode ser incorporada como pó de liga de prata ou pela sinterização de partículas de prata ao vidro. De acordo com o modo de incorporação da carga metálica, esses cimentos são conhecidos como ionômero de mistura de prata e sevent, respectivamente. • Reforçado por metal x Convencional Quando comparado ao ionômero de vidro convencional, o sevent libera menor quantidade de flúor, uma vez que a superfície das partículas de vidro está recoberta por metal. Além disso, esses cimentos tomam presa mais rápido. • Modificado por resina Além das partículas de vidro e dos ácidos policarboxilicos, apresentam ionômeros como por exemplo o metacrilato 2-hidroxietil denominado de Emma. E o iniciador associado, por exemplo a canforoquinona. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Neste material, acontece duas reações simultaneamente, sendo elas: Uma reação ácido-base, mais lenta. E a polimerização, mais rápida. A rede polimérica formada protege a matriz de policarboxilato de cálcio e policarboxilato de alumínio em formação. Vantagens dos CIV modificado por resina • Aumenta a resistência inicial e resistência à tração; • Aumenta a velocidade de reação; • Maior tempo de trabalho; • Melhor estética (maior possibilidade de cores); Usos: • Base e forramento, restaurações, selantes de fóssulas e fissuras, cimentação. CIV de alta viscosidade O Tratamento Restaurador Atraumático é um conceito de prevenção e restauração de cáries, desenvolvidos para programas de saúde bucal que não tem infraestrutura. Este tratamento depende de instrumentos manuais para abrir as cavidades, remover a dentina cariada, misturar esse material e inserir ele na cavidade preparada. O CIV de alta viscosidade está indicado para essas situações. • Usado na técnica de ART (Tratamento Restaurador Atraumático) • Contém partículas de vidro menores e usam uma relação Pó e Liquido maior, resultando em maior resistência a compressão. • São facilmente condensáveis (para técnica de ART) Propriedades positivas - Liberação de flúor O flúor liberado pelos ionômeros de vidro é incorporadoaos tecidos mineralizados do dente. Tornando-os mais resistentes aos ciclos de desmineralização e remineralizarão. Como o flúor fica fracamente ligado a estrutura do material, este é facilmente liberado. Sendo assim, alto percentual de flúor é imediatamente liberado após a inserção do cimento de ionômero de vidro na cavidade dentária, principalmente nas primeiras 24h a 48h e permanece constante durante períodos prolongados. Além disso, a restauração com cimento ionômero de vidro, pode ser carregada. Desde que, outras fontes de flúor entrem em contato com a superfície do material, isso garante a presença constante do flúor no meio bucal. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Propriedades positivas - Adesão à estrutura dental • Ocorre por ligações químicas dos radicais carboxílicos (COOH) e os íons de cálcio existentes na apatita do esmalte e dentina. • A união adesiva ao esmalte é superior que na dentina. Isto ocorre pois o esmalte possui estrutura mais mineralizada. Fatores importantes para a adesão: • É necessário que a dentina esteja limpa para que aconteça uma adequada união; • Condicionar a cavidade dentária com ác. Poliacrílico (10 – 25%) por 10 – 20 segundos. Remoção do smear layer, aumenta à ades]ao. • A mistura deve apresentar-se plástica e brilhante, denotando a disponibilidade de líquido suficiente para que ocorra a adesão ao dente. Propriedades positivas - Biocompatibilidade • Produzem baixa irritabilidade pulpar. Uma vez que o ácido poliacrílico e os ácidos afins presentes no líquido, são fracos e com alto peso molecular. Consequentemente, a uma maior afinidade e uma maior união química a estrutura dentária. O que leva a uma boa biocompatibilidade. • Alta capacidade de união química. Propriedades positivas - Adesão à estrutura dental • Ocorre por ligações químicas dos radicais carboxílicos (COOH) e os íons de cálcio existentes na apatita do esmalte e dentina. • Alta capacidade de união química. Propriedades positivas – Coeficiente de expansão térmica • As mudanças de temperatura poderão causar espaços na interface dente/restauração; • Os CIV apresentam os coeficientes de expansão térmica mais próximos aos da estrutura dentárias. Fator importante para longevidade da restauração e evitar ressidivas de lesões cariosas. Vantagens • Excelente biocompatibilidade; • Liberação de flúor; • Adesão química ao esmalte e dentina; • Manipulação fácil e rápida. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Desvantagens • Estética (material com menor translucidez); • Deve ser protegido da umidade para evitar sorção de água; • Baixa resistência ao desgaste; • Baixa resistência à tração. Quando comparamos o cimento ionômero de vidro modificado por resina com o cimento ionômero de vidro convencional, observamos que a resistência ao desgaste à tração do cimento modificado por resina, é maior do que a do convencional. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Sistemas Adesivos em Odontologia São colas/adesivos e são utilizados para colar os materiais em determinada estrutura. Adesão: Força atrativa de origem molecular, entre superfícies de corpos distintos, postas em contacto. Importância: Unir o dente (substrato sólido) ao material restaurador a ser aplicado. Esmalte Dental: Tecido mais mineralizado do corpo humano, aproximadamente 96% de minerais. (ácido no tecido mineral, desmineraliza) Formas de adesão Físicas ou mecânicas • Macromecânica: depende do preparo cavitário/retentivo • Micromecânica: mudança dimensional na morfologia dental (na micro estrutura dental) Química: Reação química das superfícies em contato por ligações primárias e secundárias. Dificultantes da adesão Dentina: Complexa e dinâmica, com baixa energia superficial (baixa atratividade) Esmalte: É contaminado com filmes e películas Altos ângulos de contato: Nenhuma retenção mecânica A meta é minimizar o ângulo de contato. Pois quanto menor o ângulo de contato, maior o molhamento. Preparo da superfície dental Limpeza absoluta • Raspagem com curetas ou ultrassom • Pasta de pedra pomes com água: Neutra • Jato de bicarbonato de sódio Com isso, há uma melhora, porém a adesão não é durável nem forte suficiente. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Michael Buonocore Michael Buonocore: Pai da odontologia adesiva Em 1955, Michael Buonocore propôs o condicionamento ácido do esmalte para tentar melhorar a adesão. Fez um artigo “como aumentar a retenção da resina no esmalte”. Ele descobriu que o ácido fosfórico cria microporosidades no esmalte, onde os materiais restauradores poderiam se imbricar. Fenômeno de rugosidade de superfície É muito mais fácil ter união com uma superfície rugosa do que lisa. Condicionamento ácido do esmalte • Altera sua estrutura superficial • Cria irregularidades nessa estrutura • Limpa toda a superfície • Aumenta a energia de superfície (ângulo de contato diminui) Cria união física (principal): Cria reentrâncias, possibilitando o travamento mecânico Cria união química: Aumenta a área de reação química Ácido utilizado em odontologia Ácido fosfórico 35 a 37% Tempo de aplicação: 15 a 30 segundos no esmalte e 10 a 15 segundos na dentina. Esmalte Microscopicamente Ocorre a ação de dissolução seletiva: Desmineraliza mais uma parte do que outra. Isso proporciona uma melhor retenção. Há vários padrões de desmineralização e todos padrões propiciam imbricamento mecânico. Dentina • Composição química variável • Altera-se de acordo com a profundidade • Conteúdo Aquoso variável (1 a 22%) @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Smear Layer: É um esfregaço dentinário aderido frouxamente (0,5 a 15um) em média. É difícil de remover, mas o ácido remove. Quando aplica o ácido sobre a dentina: A parte mineral desmineraliza e a parte orgânica permanecem ali. Microscopicamente: Ocorre a desmineralização e exposição das fibras colágenas. O tubulo dentinario se abre mais. Após aplicar o ácido: É importante lavar bem e secar sem desidratar, para manter as fibras úmidas e separadas entre si. Sistemas Adesivos Classificação dos sistemas adesivos • 1º Geração - 1956 (não existe mais) • 2º Geração - 1978 (não existe mais) • 3º Geração - 1986 (não existe mais) • 4º Geração - 1993 • 5º Geração - 1993 • 6º Geração - 1998 • 7º Geração - 2014 • 8º Geração - 2016 Primeira geração (1956) Logo depois que o Buonocore preconizou o condicionamento ácido do esmalte e dentina. Ex: Cosmic Bone e Cervidente (55 white) Porém: • Adesivo era hidrofóbico (ruim em presença de umidade) • Fraquíssima força de união • Muita sensibilidade pós operatória Ex: Cervident – SS White. Segunda geração (1978) • Não condicionava mais a dentina com ácido • Adesão puramente química ao “smear layer” Ex: ScotchBond (3M) @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Porém: • O “Smear layer” tem força de adesão muito fraca (5MPa) • Portanto, a resistência adesiva era fraca, apesar da não sensibilidade. Terceira geração (1986) • Não condicionava dentina • Porém, os adesivos (dois frascos) eram acídicos. • Penetravam através do “smear layer” e uniam-se quimicamente a dentina subjacente Ex: ScotchBond 2 (3M). Apesar das limitações, mostrou bons resultados em termos de união adesiva à dentina, particularmente em cavidades médias e profundas. Quarta geração (1993) A quarta geração e a revolução adesiva. • Adesivo hidrofílico Além do esmalte, a dentina é condicionada com ácido fosfórico, para expor as fibras colágenas (15s). As fibras então, quando não desnaturadas permanecem separadas entre si. Propiciando as penetrações de sistemaadesivo hidrofílico entre elas. Zona ou camada híbrida: • Formada pela junção adesivo/fibra colágena. • Indissolúvel em ácidos • Resistente à penetração bacteriana A Quarta geração sempre tem dois frascos: Primer (1) e adesivo (2). Antes dele usa-se o ácido. Quinta geração (1993) União dos dois frascos em um só. Mesma química, mais prático. Sexta geração (1998) Auto condicionantes (Self Etch): Não precisam do ácido. Também comercializado em dois frascos. Garante adesão sem condicionamento ácido prévio na dentina. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Sétima geração (2014) Auto condicionantes, mas agora em um único frasco. Oitava geração (2016) São os adesivos universais, com condicionamento opcional da dentina. Vantagens dos Adesivos Evita sensibilidade Pós-operatória. Outra classificação do sistema adesivo Convencionais • 3 passos (ácido, primer e bonde): Quarta geração • 2 passos (ácido e primer + bonde juntos): Quinta geração Autocondicionantes • 2 passos (primer separado do bonde): Sexta geração • 1 passos (juntos no mesmo frasco): Sétima e oitava geração Composição básica 10-MDP, Fenil-P e 4-META: Adesão química ao cálcio e às fibras colágenas, cimentos e materiais restauradores. BisGMA: Aumenta a taca de polimerização, parte hidrofóbica. HEMA: Estabiliza as fibras colágenas e melhora impregnação na superfície, diminui a viscosidade do sistema. Água: Reidrata fibras colágenas, ioniza monômeros. Etanol ou Acetona: Solvente, evapora a umidade dentinária. Silano: União química às cerâmicas. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Resinas Compostas Definição: É uma combinação de materiais, formada por dois ou mais constituintes que são insolúveis entre si. Raphael (Ray) Bowen - 1962: Desenvolveu a resina composta. A resina composta existe a 56 anos. 1964: Addent (3M) - Pó e líquido 1969: Adaptic (J & J) - Pasta/pasta Indicações das resinas compostas • Restaurações diretas anteriores e posteriores • Fixação de restaurações indiretas • Fixação de bráquetes ortodônticos • Ferulização de dentes com mobilidade • Outras Indicações das resinas compostas 1- Matriz resinosa 2- Iniciadores polimerização 3- Carga inorgânica 4- Agente de união carga/matriz Matriz Resinosa É um aglutinante orgânico, constituído por monômeros. Os principais monômeros são: • Bis-GMA/UDMA: Diacrilatos alifáticos ou aromáticos Ela era muito viscosa, então acrescentaram mais alguns monômeros: • TEGDMA/EDGMA: Monômeros diluentes de baixa viscosidade @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Agentes iniciadores Após a ativação, eles iniciam o processo de polimerização. A luz/calor ativa esses agentes. • Iniciador das Quimicamente ativadas: O iniciador Peróxido de Benzoíla reage com uma amina terciária aromática (catalisador) formando radicais livres. Muito comuns nos cimentos resinosos. • Iniciador das Fisicamente ativadas: Uma luz azul excita o iniciador Candorquinona, o qual interage com uma amina terciária alifática, formando radicais livres. Precisa misturar base e catalizador para ela começar a polimerizar. Ativação física (luz) - Fotoativação É utilizada a Luz azul visível, que tem comprimento de onda de 450 a 490nm LED: Estreita faixa de espectro de emissão (450 a 490nm), sua intensidade é medida em mW/cm2 (Intensidade em torno de 100). Somente da cor AZUL. Carga inorgânica Fase inorgânica dispersa na matriz resinosa. Normalmente é o quartzo e vidros moídos (bário, estrôncio). A sílica é muito usada, pode ser obtida por precipitação ou queima. Vantagens dos agentes de carga: • Dimensionalmente estável. • Redução na contração de polimerização. • Menor sorção de água. • Menor coeficiente de expansão térmica. • Aumento das resistências a tração, compressão e abrasão. • Maior módulo de elasticidade. Corantes Garantem as cores das resinas para diferentes dentes. Agente de cobertura @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Resina composta e concreto: Uma resina só de matriz resinosa, ia contrair muito e ficar fraca. Colocando partículas de carga, ela fica muito mais forte, contrai muito menos e tem expansão térmica é muito menor. Para essa carga não separar da matriz, o fabricante faz um tratamento nesta carga, usa um organosilano, ele promove a união entre carga e matriz resinosa. O organosilano serve para transferir/unir as tensões de carga/matriz e garantem a estabilidade hidrolítica. Classificação das resinas • Carga utilizada • Indicação Classificação - Carga • Macropartículas (5-12um) - Evita-se usar, muito grosseiras • Micropartículas (0,04um) • Híbridas (0,6 a 3.0um). É subdividida em Microhíbridas (0,4 a 1.0um) e Nanohíbridas (0,04 e 3.0um) • Nanopartículas (0,005 a 0,07um) Classificação - Indicação • Resinas convencionais: Restaurações maiores, esculpir e etc. Há inumeras cores/opacidades. • Resinas “Flow”: Resinas fluidas, indicada para microcavidades. • Resinas “Bulk”: Fazer tudo de uma vez só, em quantidade. É mais transparente para ocorrer a fotoativação. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Amálgamas Dentários Definição: É uma liga que contém mercúrio. Mercúrio: Líquido em temperatura ambiente, pode dissolver diferentes metais e com eles reagir e formar ligas. Como é produzido: Produzido pela mistura da liga (pó) com o mercúrio. Ligas de amálgama 1) Partículas irregulares: Produzidas pela moagem ou fresagem de um lingote da liga de amálgama. 2) Partículas Esféricas: Produzidas pela atomização da liga líquida em uma câmara preenchida com um gás inerte. 3) Limalha + esféricas: Mistura de partículas irregulares e esféricas. Trituração Trituração é a reação que ocorre entre a liga e o mercúrio, havendo uma homogeneização. E tem a finalidade de promover maior contato entre a liga e o mercúrio. Muito importante, pois as propriedades físicas são influenciadas pela trituração. Como é feita: Pode ser feita de forma manual ou de forma mecânica com o auxílio de um dispositivo chamado de amalgmador. Se tudo for feito corretamente, as propriedades físicas se equivalem nas duas maneiras. Desde que sejam usadas as duas proporções. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Cápsula Quantidade pré-determinada de pó de liga e mercúrio em um receptáculo selado. Atualmente existe ligas com alto teor de cobre e com baixo teor de cobre. Amálgama Composição das Ligas (% peso) AMÁLGAMA AG SN CU ZN Baixo Cobre (limalha) 70,3 25,9 2,8 0,9 Baixo Cobre (esférica) 72,0 25,0 3,0 - Alto Cobre (limalha) 69,5 17,7 11,8 1,0 Alto cobre (esférica) 61,0 26,0 13,0 - Em todos os tipos os componentes principais são prata e estanho. Motivo da adição do cobre: As ligas compostas somente por prata e estanho, eram muito frágeis. E isto deixava elas difíceis de triturar de maneira uniforme. Para melhorar, aumentou-se a quantidade de cobre para substituir parte da prata, com isso aumentou-se a dureza e a resistência da liga. Configuração do Pó A configuração da partícula influencia no processo de cristalização, que é o momento em que o amálgama endurece. As ligas esféricas: Possuem menor área de superfície, com isso necessita de menos mercúrio, para melhores propriedades. As ligas irregulares ou irregulares+esféricas: Possuem maior resistência a condensação. O que deixa mais fácil obter ponto de contato (classe II). Manipulação clínica • Não apresenta adesão a estruturas dentárias, então ele precisa ser aplicado em uma cavidade autoretentiva. Isto quer dizer que a porção oclusal precisa ser menor que a porção voltada para câmara pulpar. • Não é utilizada em áreas estéticas, por conta da sua cor.E nem em cavidades expulsivas. • É preciso tomar cuidado com a umidade, precisa utilizar um isolamento absoluto. Se houver necessidade, o paciente pode ser anestesiado. Passos da manipulação/restauração • Inserção @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 • Condensação (pressão na cavidade): objetivo de não deixar espaços vazios e permitir que o mercurio aflore, gerando a união das camadas de amalgma. Coloca-se um pouco mais de amalgma. • Brunimento pré-escultura. • Escultura • Brunimento pós-escultura Relação Mercúrio/Liga Massa precisa ficar coesa e plástica. Sem excesso de mercúrio. • Limalha – 50% peso • Esférica - 42% peso Trituração Sub: • Cristaliza rápido • Grande quantidade mercúrio • Espaços vazios na massa • Escultura precário • Polimento precário • Menor resistência mecânica Super: • Massa lisa adequada • Mercúrio melhor removido • Poucos espaços vazios • Menos irregularidades • Maior resistência mecânica Condensação Compactar a liga dentro da cavidade para se conseguir maior densidade possível. Para ter menores espaços vazios possíveis, assim ele fica mais denso e resulta em maior resistência mecânica. A condensação ocorre após cada incremento. Escultura e acabamento @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Tem a finalidade de reproduzir os contornos adequados do dente. Será feita a remoção dos excessos de mercúrio e será feita a correta anatomia. Nesta etapa, quando se passa o instrumental ocorre um barulho chamado “grito do amalgama” Tempo de trabalho Cerca de 3-15 minutos Cristalização rápida: 3-6 min Cristalização regular: 6-10 min Cristalização lenta: 10-15 min Acabamento Não pode ocorrer de forma imediata, precisa-se aguardar um prazo de pelo menos 24h. Amalgama pode desaparecer do armamentário Clínico • Riscos do emprego do mercúrio • Avanços da odontologia restauradora • Avanços resinas compostas Materiais para acabamento e polimento Definição: Acabamento é o corte ou desgaste da superfície de um material pela fricção de outra superfície com maior dureza, para redução grosseiras e/ou remoção de rugosidades (abrasivos com tamanhos de partículas sequencialmente decrescentes), deixando a superfície regular e preparada para o polimento. O acabamento deixa um desgaste maior, já o polimento irá polir o material, buscando uma superfície mais lisa. Abrasivo – substrato: O material que causa o desgaste é chamado de abrasivo e o que sofre a abrasão de substrato. Polimento: Busca de uma superfície lisa e especular (brilho), virtualmente livre de sulcos, pela utilização de abrasivos com tamanhos de partículas sequencialmente decrescentes. Aglutinantes @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Os aglutinantes dão união e suporte para as partículas abrasivas. Sem ele, as partículas ficam soltas, sem fixação. Tipos de aglutinantes: • Cerâmico (pedras abrasivas) • Metálico (pontas diamantadas) • Silicone (pontas de silicone) • Resinosos (discos e tiras) Classificação Instrumento abrasivo: Ação de desgaste por instrumento com partículas abrasivas aglutinas, impregnadas ou metalizadas, dispostas irregularmente. Instrumento de corte: Ação de corte por instrumento com lâminas cortantes dispostas de forma regular. Razões para o acabamento e polimento • Conforto do paciente • Estética (reflexão da luz) • Prevenção do acúmulo de placa e resíduos • Prevenção de manchas e corrosão • Maior durabilidade da restauração e prótese Comprimento de onda da luz visível é 0,5um: Superfícies com sulcos de largura inferior refletem a luz indicando uma superfície polida (estética) Sensibilidade tátil da língua é 2um: Superfícies com sulcos de largura inferior proporcionam sensação de lisura. Características desejáveis de um abrasivo • Partículas com formato irregular (bordas agudas) • Maior dureza do que a da peça a ser abrasionada • Alta resistência ao impacto (resistência de corpo) • Resistência ao atrito Dureza de substratos e abrasivos Substrato Dureza Knoop Abrasivo Dureza Knoop Resina acrílica 20 Pedra pomes 460 @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Resina composta (micro) 30 Quartzo 820 Resina composta (hibrida) 55 Esmeril 2000 Dentina 70 Óxido de alumínio 2100 Esmalte 340 Óxido de silício 2500 Porcelana 560 Diamante 7000 Fatores que afetam a velocidade de abrasão • Diferença de dureza entre o abrasivo e o substrato • Tamanho das partículas do abrasivo • Formato das partículas do abrasivo • Velocidade de rotação • Pressão aplicada • Lubrificação Mecanismo de ação Acabamento -> Polimento -> Brilho Tamanho de partículas decrescentes ou finura crescente, ou seja, da maior para a menor. Abrasivo -> Substrato Nas partículas mais duras é possível fazer acabamento, mas não polimento, pois deixa-se rainhuras. Tipo de movimento • Rotatório • Planar • Reciprocante Tipo de abrasivos • Esmeril (óxido de alumínio natural – bauxita) • Óxido de alumínio (sinterizado) • Pedra-pomes (sílicio de origem vulcânica) • Granada (silicatos de Al, Co, Mg, Fe e Mn) • Diatomita (silício de plantas aquáticas) • Trípole (rochas porosas) • Rouge (óxido de ferro) @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Apresentação Instrumentos rotatórios de corte • Brocas carbeto de tungstênio (carbide) • Brocas de aço • Broca carbelo de tungstênio (carbide) - frese Instrumentos rotatórios com abrasivos impregnados, metalizados ou aglutinados • Pontas diamantadas • Discos (diamantados, lixa) • Pedras abrasivas Tiras de lixa com abrasivo impregnado Na forma de pó Pastas ou géis com abrasivos aglutinados • Pastas para polimento • Pastas profiláticas • Dentifrícios Tipos de abrasivos Óxido de alumínio Apresentação: Pedras • Indicações: Dependendo do tamanho das partículas, acabamento e polimento em resinas acrílicas, compostas, ajuste esmalte, acabamento de ligas metálicas e materiais cerâmicos. Apresentação: Disco – Sof-Lex espiral • Indicações: Acabamento e polimento / usinagem de metais Apresentação: Pontas silicone • Indicações: Acabamento e polimento, passo único. Resina composta, amálgama e ionômero de vidro. (não indicado para cerâmica) Apresentação: Tiras de lixa poliéster • Indicações: Acabamento e polimento - resina composta e ionômero. Carbeto de silício (carburundum) Apresentação: Disco e escovas • Indicações: Corte em metais e polimento na estrutura dental, resinas e porcelana. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Diamante Apresentação: Pontas diamantadas • Indicações: Corte (preparo) da estrutura dental e acabamento e polimento em resina composta. Extra fina: 30um Fina: 46um Média: 91um –126um Grossa: 151um Ordem de uso: Das grossas para as finas. Apresentação: Pontas diamantadas abrasivas • Indicações: Acabamento e polimento em cerâmicas. Apresentação: Pontas diamantadas • Indicações: Acabamento e polimento de resinas. Apresentação: tiras • Indicações: Acabamento em resina composta, amálgama e ionômero. Carbeto tungstênio (carbide) Apresentação: Pontas • Indicações: Acabamento e polimento em resina composta e preparos dentais. • Número de lâminas (8 – 12 – 20 – 30): Quanto maior o número de lâminas, maior o acabamento, mais regular fica a superfície. Apresentação: Pontas - Fresas • Indicações: Redução, corte, acabamento e polimento em resina acrílica, metais e porcelana. Arkansas (sílicio) Apresentação: Pontas • Indicações: Acabamento de porcelana, compósitos, amálgama, metais precisos e não preciosos. Considerações técnicas • Ordem de abrasividade: Do maior para o menor • Direção de abrasão: Várias direções diferentes @jesmartinss Materiais dentários I -Conteúdo P2 • Limpeza da peça: Sempre limpa • Controle da temperatura: Pressão, velocidade, incorporação de géis e água. Clareamento O clareamento causou uma revolução na estética. O que significa dentes brancos para sociedade atual? Status, juventude, beleza e saúde. Há uma necessidade individual e social de se apresentar com dentes brancos e hígidos. Em tempos atuais: Antes de iniciar o tratamento se questiona quando será o melhor momento para se clarear os dentes. Cirurgião dentista frente ao clareamento • Desconfiado dos muitos produtos • Inseguro em sua técnica • Descrente, pelas frustrações e insucessos encontrados O que o dentista conhece do clareamento • Geralmente conhece pouco ou nada. • Não estuda o mecanismo de ação e acha que a culpa é de sua técnica ou do produto. Reflexão de luz O clareamento dental é um fenômeno de reflexão de luz (escurecimento dental também). Objeto branco: Todos os comprimentos de ondas batem no objeto e todos são refletidos. Objeto vermelho: Todos os comprimentos de ondas batem no objeto, mas somente o vermelho é refletido. Objeto preto: Todos os comprimentos de ondas batem no objeto, mas nenhum é refletido. Tudo é absorvido. Cromóforos É tudo o que deixa o dente mais escuro. São cadeias longas moleculares que absorvem a luz. Então quanto mais escuro o objeto, mais cromóforos há nele. Podem ser extrínsecos e intrínsecos @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Extrínsecos: Café, chá Intrínsecos: Via sanguínea Em dentes mais escuros, a luz irá bater e será absorvida pelos cromóforos, muito pouco será refletido. Química do clareamento Peróxido de hidrogênio (H2O2): Água oxigenada Peróxido de carbamida (CH4N3O-H2O2): Primeiro inventado Perborato de sódio (2NabO2 [OH] 2[nH2O]): Clareamentos internos Os três produtos possuem como ingrediente ativo o peróxido de hidrogênio. Peróxido de hidrogênio • Incolor • Molaridade 34,01g/mol (baixa) • Alta capacidade de penetração O peróxido de hidrogênio se decompõe em elétrons instáveis, os quais são absorvidos pelo dente. Ocorre da seguinte forma: A molécula de peróxido forma radicais com elétrons instáveis. Formando o O, OH, OOH ou outros, estes elétrons sem par que provocarão o clareamento, quebrando os cromóforos. Os produtos são: • Peridroxil (HO2-) • Hidroxil (OH-) • Ânions O 2 (O 2 -) • O 2 molecular (O 2) Os mais poderosos são o peridroxil e hidroxil. E eles, elétrons sem par, irão quebrar as ligações duplas de carbono dos cromóforos, formando cadeias simples que são claras. Isto é um fenômeno de oxidação (transformação molecular). Tipos de clareamento Caseiro Isto iniciou em 1991, com o Opalescence, o primeiro clareador caseiro. Seus benefícios são: Baixo custo e facilidade técnica. @jesmartinss Materiais dentários I - Conteúdo P2 Desvantagens: Tempo longo (ideal 3 semanas), cooperação do paciente (não ingerir café, chá, boa higienização), sensibilidade prolongada. Clinico Como é feito o clareamento caseiro 1) Faz-se uma moldagem do paciente com alginato. 2) Encima do modelo de gesso faz-se um alivio, para caber mais agente clareador entre a moldeira e o dente. Este alivio não vai na cervical. 3) O alivio é fotoativado 4) A moldagem é colocada em uma máquina secadora a vácuo.
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