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AVC ISQUÊMICO (1)

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Habilidades II (aula 05 – 2° estágio) – Prof. André Teixeira 
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- 87% dos AVC’s são isquêmicos, envolvendo o infarto 
cerebral e o ataque isquêmico transitório. 
- Janela terapêutica pequena: 3 horas, porém em 
alguns pacientes pode ser até 4 horas e meia 
- Fisiopatologia está relacionada à interrupção do 
suprimento sanguíneo por um coágulo se for isquêmico 
ou rupturas de vasos sanguíneos se for hemorrágico, 
ou seja, uma interrupção metabólica neuronal, as células 
neuronais não recebem glicose nem O2., entrando em 
isquemia neuronal (infarto cerebral). 
- Pode haver formação de placa de ateroma (presente 
nas paredes arteriais, estreitando o vaso), pode atingir 
qualquer sítio vascular, tendo predileção pela A. carótida 
e origem da A. cerebral média, A. cerebral anterior e A. 
vertebral. O paciente pode ter, a depender do grau de 
estreitamento do vaso, ataque isquêmico transitório. 
- Além de placas de ateroma, pode haver a formação 
de trombos que se desprendem e formam êmbolos 
que geram obstrução. Nesses casos é comum 
alterações neurológicas súbitas. 
- Infarto lacunar: a obstrução do fluxo sanguíneo ocorre 
em um único lúmen vascular, sinais e sintomas típicos 
da região afetada, onde esse vaso irriga. 
- Em pacientes com taquiarritmia estável (FC acima de 
100 sem sinais e sintomas de emergência 
cardiovascular), realiza massagem no seio carotídeo 
(manobra vagal), em apenas um lado. Essa estimulação 
vagal faz com que haja a redução da FC por ação 
vagal, porém se o paciente tiver placa de ateroma, 
poderá desenvolver um AVC. 
 A ausência de sopro carotídeo não quer dizer 
que não há placa de ateroma. 
- Mais da metade dos pacientes com placa de ateroma, 
antes do AVC, apresentam ataque isquêmico transitório 
ou diminuição neuronal, como sinais de alerta. 
- É possível minimizar as lesões cerebrais, evitar a 
morte e maximizar a recuperação do paciente quando 
usado o algoritmo de AVC corretamente e seguem a 
cadeia de sobrevivência do AVC e os 8 D’s do 
tratamento do AVC: 
• Cadeia de sobrevivência AVC: 
✓ Rápido reconhecimento e reação aos 
sinais de alerta do AVC 
✓ Rápido envio do Serviço Médico de 
Emergência (SAMU) 
✓ Rápido transporte do Serviço Médico de 
Emergência (SAMU) e notificação 
antecipada ao hospital de entrada 
apropriado 
✓ Rápido diagnóstico e tratamento no 
hospital 
• 8 D’s do tratamento do AVC: 
1. Detecção dos sintomas 
2. Comunicação. 
3. Transporte para o hospital. 
4. Porta (triagem e acomodação no leito). 
5. Coleta de dados nos primeiros 25 
minutos (avaliação neurológica e TC do 
crânio) 
6. Decisão de tratamento. 
7. Medicamento. 
8. Encaminhamento 
SINAIS E SINTOMAS 
 Fraqueza súbita ou entorpecimento da face, 
braço ou perna; 
 Confusão súbita; 
 Dificuldade para falar ou compreender; 
 Dificuldade súbita para enxergar; 
 Dificuldade súbita para caminhar; 
 Tontura ou perda de equilíbrio ou da 
coordenação 
- Deve ser feito diagnósticos de exclusão através da 
triagem, exame físico e histórico do paciente. 
- Metas principais do tratamento: 
✓ Seguir o elo da cadeia de sobrevivência (não 
pular etapas). 
✓ Meta: minimizar a lesão cerebral e maximizar a 
recuperação do paciente. 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE 
- Ao chegar até a paciente, os profissionais do Serviço 
Médico de Emergência observar o ambiente e se o 
paciente estiver inconsciente realiza uma avaliação de 
SBV, se estiver consciente realiza avaliação primária 
(ABCDE) e secundária. 
 Durante a avaliação primária, realiza o MOVE 
(monitorização, oxigenoterapia., obter acesso 
venoso e Exame) 
 Durante a avaliação secundária, realiza o 
SAMPLE. 
 Excluir outras causas, como hipoglicemia, 
diabetes, convulsões, uso de anticoagulantes 
 Avaliar os sinais vitais e a glicemia. Se a 
saturação de O2 for inferior a 94% ou tiver 
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valores desconhecidos de saturação devem 
receber O2 complementar 
 Examinar a condição neurológica utilizando a 
escala pré-hospitalar de Cincinnati para AVC o 
qual avalia o desvio da rima (paralisia facial), 
queda do braço e dificuldade de fala. Se um 
indicador for anormal, a probabilidade de AVC é 
72%, se os 3 forem anormais, a probabilidade 
é maior do que 82%. 
 É importante perguntar aos familiares há 
quanto tempo a paciente está com esses 
sintomas. Quando não se sabe, estabelece 
como tempo de início a última vez que ele foi 
visto bem. 
- Após chegar ao hospital, a avaliação deve ocorrer 
durante 10 minutos. 
 Coletar sangue para exames: glicemia, 
eletrólitos séricos, hemograma completo e 
estudos de coagulação 
 Obter ECG de 12 derivações, para identificação 
de infarto do miocárdio recente ou arritmia 
como possível causa 
- Em 25 minutos após a entrada na emergência deve 
ser feito a tomografia computadorizada para saber se é 
hemorrágico ou isquêmico 
 Em AVC isquêmico, a tomografia aparece 
normal nas primeiras horas do início dos 
sintomas 
 A tomografia deve ser avaliada e diagnosticada 
em no máximo 45 minutos após a chegada do 
paciente 
 Nesses 25 minutos, também é feita a avaliação 
neurológica através da National Institutes of 
Health Stroke Scale (NIHSS): uso de 15 itens de 
avaliação 
Resultados possíveis da TC de crânio: 
o Sem hemorragia: candidato ao tratamento 
fibrinolítico 
o Com hemorragia: o tratamento fibrinolítico é 
contraindicado, deve ser consultado o 
neurologista ou neurocirurgião. 
- Lista de verificação da fibrinólise: para ver se o 
paciente é elegível para tratamento com fibrinolíticos, 
que deve ocorrer em 3 horas. 
 Antes de recomendar esse tratamento, é 
preciso realizar um segundo exame 
neurológico. Se a paciente ainda não apresentar 
melhora, deve-se reavaliar o histórico da 
paciente e verificar se há alguma doença pré-
existente 
 Contraindicações para o tratamento: 
hemorragia cerebral, AVC anterior, vasos 
sanguíneos anormais no cérebro, hemorragia 
recente, histórico de problemas de coagulação, 
cirurgia ou acidentes recentes, histórico 
diabético, ataque cardíaco, uso de alguma 
medicação 
- Normalmente, em vítimas de AVC pode ocorrer 
elevação da PA para melhorar o fluxo sanguíneo 
cerebral. Deve tratar esse paciente de AVC com 
hipertensão? Depende 
 Até 185/110 mmHg pode tratar. Acima desse 
valor, está em contraindicação relativa a 
fibrinolíticos. É preciso baixar a PA em torno de 
15-20% antes de tratar. 
 De acordo com o manual do SUS, deve reduzir 
a PA menor ou igual a 180-105 mmHg, com 
drogas IV (como, nitroprussinato, metoprolol e 
esmolol). 
- Se o histórico da paciente for aceitável, se o início dos 
sintomas for inferior a 3 horas e se for possível 
controlar o estado atual do paciente dentro dos 
parâmetros adequados é recomendado o uso de 
fibrinolíticos e alertar a paciente sobre os possíveis 
riscos. 
 Risco: possibilidade de hemorragia cerebral e a 
condição da paciente pode piorar e até ser 
fatal (5% dos casos). 
 Deve ser assinado o Termo de Consentimento 
Livre Esclarecido 
- No tratamento endovascular, a medicação é feita por 
rtPA intra-arterial durante uma hora, em até 6 horas do 
início dos sintomas. Os pacientes devem atender ao 
critério de infusão 
- Recuperação ideal: na UTI, com controle de glicemia, 
temperatura e PA. 
PRAZOS CRÍTICOS

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