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ESQUIZOFRENIA

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ESQUIZOFRENIA 
 
 
DEFINIÇÃO 
É definida como uma deterioração da personalidade. Embora seja discutida como se fosse uma única doença, a esquizofrenia 
engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações clínicas, resposta ao 
tratamento e cursos da doença variáveis. Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na percepção, na emoção, na cognição, 
no pensamento e no comportamento. A expressão dessas manifestações varia entre os pacientes e ao longo do tempo, mas o 
efeito da doença é sempre grave e geralmente de longa duração. O transtorno costuma começar antes dos 25 anos, persiste 
durante toda a vida e afeta pessoas de todas as classes sociais. Tanto os pacientes como suas famílias muitas vezes sofrem de 
cuidados deficientes e ostracismo social devido a ignorância sobre o transtorno. A esquizofrenia é um dos mais comuns dos 
transtornos mentais graves, mas sua natureza essencial ainda não foi esclarecida; portanto, às vezes, ela é referida como uma 
síndrome, como o grupo de esquizofrenias ou, como na quinta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais 
(DSM-5), o espectro da esquizofrenia. Os médicos devem entender que o diagnóstico de esquizofrenia tem base inteiramente na 
história psiquiátrica e no exame do estado mental. Não existe um exame laboratorial para esse transtorno. 
A esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado pela perda de contato com a realidade (psicose), alucinações (é comum 
ouvir vozes), falsas convicções (delírios), pensamento e comportamento anômalo, redução das demonstrações de emoções, 
diminuição da motivação, uma piora da função mental (cognição) e problemas no desempenho diário, incluindo no âmbito 
profissional, social, relacionamentos e autocuidado. 
TIPOS 
Esquizofrenia Paranóide: Os principais sintomas são alucinações, delírios, sensação de perseguição e pensamentos sobre 
conspirações. Pode apresentar fala e escritas confusas, alteração no humor e isolamento social. 
 
Esquizofrenia Catatônica: Os sintomas predominantes são os distúrbios do movimento. Com redução na execução de movimentos 
corporais, ou quando aumentam drasticamente. Por vezes, o paciente exibe alternância rápida entre extremos de excitação e 
estupor. 
 
Esquizofrenia Hebefrênica (ou desorganizada): Caracterizada por um comportamento mais infantil, com respostas emocionais 
inadequadas e pensamentos incoerentes. Nesse tipo, as alucinações e os delírios são menos comuns. 
 
Esquizofrenia Residual: Quando já não apresenta nenhum sintoma proeminente ou apresenta, mas em baixa intensidade. 
 
Esquizofrenia Indiferenciada: Quando o paciente tem sintomas que ainda não estão completamente formados ou não são 
suficientemente específicos. 
 
Alguns especialistas classificam a esquizofrenia em subtipos com déficits e sem déficits, com base na presença e na gravidade dos 
sintomas negativos, tais como afeto embotado, perda da motivação e redução do sentido de propósito. 
Os pacientes do subtipo com déficit têm sintomas negativos proeminentes, os quais não são explicados por outros fatores (p. ex., 
depressão, ansiedade, ambiente sem estimulação, efeitos adversos de fármacos). 
 
Aqueles com subtipos sem déficit podem ter delírios, alucinações e distúrbios do pensamento, mas são indivíduos relativamente 
sem sintomas negativos. 
Os subtipos anteriormente reconhecidos da esquizofrenia (paranóide, desorganizado, catatônico, residual, indiferenciado) não 
provaram ser válidos ou confiáveis e não são mais usados. 
ESQUIZOFRENIA X PSICOSE 
Psicose é a quebra de contato com a realidade, apresentando sintomas como delírios (alteração do pensamento), alucinações 
(alteração de um dos cinco sentidos) e comportamento desorganizado. A psicose pode estar presente em várias condições ou 
patologias: esquizofrenia, transtornos de humor (mania ou depressão), intoxicação e abstinência de substâncias químicas, uso de 
medicamentos e delirium. 
A psicose trata-se de uma perturbação mental que faz com que o indivíduo não consiga distinguir o que é a realidade do que não 
é. Com isso, é comum ocorrer delírios (crenças irreais e inflexíveis) e alucinações (percepção de um objeto que não existe). 
ESQUIZOFRENIA 
 
Já a esquizofrenia, trata-se de um transtorno psíquico, na qual é comum ocorrer a psicose nos momentos de crise. Como outros 
sintomas da esquizofrenia, pode ocorrer também comprometimentos emocionais, como apatia, depressão, falta de prazer) e 
distúrbios cognitivos, como prejuízos na linguagem, tomada de decisões, atenção, raciocínio), uma vez que ocorrem lesões 
cerebrais nos pacientes esquizofrênicos. Além disso, é comum o discurso desorganizado, pensamento confuso, habilidade motora 
anormal, postura inadequada e diminuição na interação social. 
DELÍRIOS 
São crenças fixas, não passíveis de mudança à luz de evidências conflitantes. Seu conteúdo pode incluir uma variedade de temas 
como: 
− Delírios persecutórios: crença de que será prejudicado, assediado, por outra pessoa ou grupo) 
− Delírios de Referência: crença de que alguns gestos, comentários, estímulos ambientais são direcionados à pessoa) 
− Delírios de grandeza: crença de que tem habilidades excepcionais, riqueza ou fama. 
− Delírios Erotomaníacos: crença falsa de que outra pessoa está apaixonada por ela. 
− Delírios niilistas: convicção de que ocorrerá uma grande catástrofe 
− Delírios somáticos: preocupações referentes à saúde e à função dos órgãos. 
ILUSÃO 
Percepção errônea ou interpretação incorreta de um estímulo externo real, como ouvir o farfalhar de folhas secas como se fosse 
o som de vozes. 
O fenômeno descrito como ilusão se caracteriza pela percepção deformada, alterada, de um objeto real e presente. Na ilusão, há 
sempre um objeto externo real, gerador do processo de sensopercepção, mas tal percepção é deformada, adulterada, por fatores 
patológicos diversos. 
ALUCINAÇÃO 
Por outro lado, a par das alterações do juízo, encontramos uma categoria que diz respeito às alterações da sensopercepção e é 
nela que se localizam a ilusão e a alucinação, e é por ela que a realidade interna e externa nos chega de forma entendível e comum 
à espécie. 
DELIRIUM 
O delirium, também denominado estado confusional agudo, é um quadro clínico frequente entre os idosos hospitalizados que se 
caracteriza por início agudo, curso flutuante, déficit de atenção, pensamento desorganizado e alteração do nível de consciência. 
HIPOMANIA 
A hipomania é considerada um tipo de transtorno bem mais leve que a mania. Seus sintomas estão relacionados à energia em 
excesso, impaciência, agitação e impulsividade. No entanto, quando comparados à mania, eles aparecem em níveis menos 
elevados 
MANIA 
É um distúrbio mental definido como um período distinto, durante o qual existe um humor anormal e persistentemente elevado, 
expansivo ou irritável. É característico, embora não exclusivo, do transtorno bipolar no qual os episódios maníacos alternam com 
episódios depressivos. 
MANIA PSICÓTICA 
É a mania associada a alucinações e delírios. 
EPIDEMIOLOGIA 
Prevalência: 
− 1% da população mundial ( + 23 milhões de pessoas) 
− Sexo masculino (mais comum e ocorre mais precocemente, 10-25 anos) 
Incidência: 
ESQUIZOFRENIA 
 
− 10x maior em filhos de migrantes africanos e caribenhos 
Carga global da doença: 
− Expectativa de vida: 65 anos 
− YLL – anos de vida perdidos – 14,5 
FATORES CAUSAIS E FATORES PREDITIVOS 
As pessoas que têm um progenitor ou um irmão com esquizofrenia têm um risco de cerca de 10% de desenvolver o transtorno 
em comparação com um risco de 1% entre o resto da população. Um gêmeo cujo irmão gêmeo tenha esquizofrenia tem um risco 
de 50% de desenvolver a doença. Essas estatísticas sugerem que a hereditariedade está envolvida. 
A genética também desempenha um papel fundamental - há uma taxa de concordância de 46% em gêmeos monozigóticos e um 
risco de 40% de desenvolver esquizofreniase ambos os pais forem afetados. O gene neuregulina (NGR1), que está envolvido na 
sinalização do glutamato e no desenvolvimento do cérebro, foi implicado, juntamente com a disbindina (DTNBP1), que ajuda na 
liberação de glutamato, e o polimorfismo da catecolamina O-metiltransferase (COMT), que regula a função da dopamina. 
Como mencionado acima, também existem vários fatores ambientais associados a um risco aumentado de desenvolver a doença: 
− Desenvolvimento fetal anormal e baixo peso ao nascer 
− Diabetes gestacional 
− Pré-eclâmpsia 
− Cesariana de emergência e outras complicações no parto 
− Desnutrição materna e deficiência de vitamina D 
− Nascimentos no inverno - associados a um risco relativo 10% maior 
− Residência urbana - aumenta o risco de desenvolver esquizofrenia em 2 a 4% 
OBS: Uso de cannabis precoce aumenta o risco de 40% de desenvolvimento para quem tem pré-disposição 
 
QUADRO CLÍNICO 
A manifestação completa com frequência é precedida por um período de sintomas iniciais. Nesse período prodrômico 
o paciente pode comportar-se de maneira excêntrica, isolar-se, exibir um afeto embotado, pobreza de discurso, 
capacidade limitada de atenção e falta de motivação. No momento em que a doença se manifesta totalmente, 
ESQUIZOFRENIA 
 
ocorrem períodos de psicose plena acompanhado por pensamentos desordenados e alteração da regulação das 
emoções. Esses períodos de psicose notória, são entremeados de períodos de sintomas residuais. 
 
Sintomas da esquizofrenia podem ser agrupados em positivos, negativos e cognitivos. E cada um desses sintomas 
costuma responder diferentemente às medicações. 
 
Positivos (ou psicóticos) - mesolimbico: incluem fenômenos mentais como delírios e alucinações. Podem ser notáveis 
e surgir de repente quando um paciente descompensa com um episódio psicótico. São os sintomas mais efetivamente 
tratados pelos antipsicóticos. 
Negativos – nível cortical: resultam de prejuízos de funções normais e podem incluir respostas emocionais embotadas, 
afastamento de interações sociais, conteúdo empobrecido de discurso e pensamento e falta de motivação. 
2 são especialmente proeminentes na esquizofrenia: 
− Expressão emocional diminuída: inclui reduções na expressão de emoções pelo rosto, no contato visual, na 
entonação da fala e nos movimentos das mãos. 
− Avolia: redução em atividades motivadas, autoiniciadas e com uma finalidade. 
Outros sintomas negativos: 
− Alogia: manifestada por produção diminuída do discurso. 
− Anedonia: capacidade reduzida de ter prazer resultante de estímulos positivos, ou degradação na lembrança do prazer 
anteriormente vivido. 
− A falta de sociabilidade: aparente ausência de interesse em interações sociais, podendo estar associada à avolia. 
 
FISIOPATOLOGIA 
1. TEORIA DOPAMINÉRGICA: 
A. Sintomas agudos (aumento de dopamina): 
Aumento da liberação de dopamina (+) atua sobre os neurônios colinérgicos (-) que em feedback negativo faz com que ocorra a 
disfunção do gaba (-) e sua consequente diminuição no hipotálamo. 
B. Sintomas crônicos (diminuição da dopamina): 
Diminuição da liberação de dopamina nos neurônios colinérgicos faz com que, em feedback negativo, ocorra a disfunção do GABA 
e consequentemente seu aumento no hipotálamo. 
2. TEORIA SERATOMINÉRGICA 
Aumento da biossíntese de serotonina no núcleo dorsal da rafe gera uma hiperperfusão de STH no accumbens, essa serotonina 
vai se ligar no receptor 5H1A fazendo com que ocorra a diminuição da dopamina gerando os sinais de agressividade (sintomas 
negativos) 
3. TEORIA GLUTAMINÉRGICA 
O glutamato sofre polimorfismo fazendo com que ocorra o hipofuncionamento do receptor ionotrópico ativado pelo ácido 
glutâmico gerando acúmulo de glutamato. Sendo assim, ocorre a DOWN REGULATION das células piramidais diminuindo a 
liberação de GABA. 
EXAME PSÍQUICO 
Alterações: 
− Biotipo: longilíneo 
− Afeto: primariamente alterado – distanciamento, incongruência, indiferença, embotamento. 
− Pensamento: conteúdo 
− Juízo de realidade: afetado – ideia delirante 
− Sensopercepção: presença de alucinações e ilusões 
DIAGNÓSTICO 
ESQUIZOFRENIA 
 
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5 (DSM-5) 
Dois ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes por uma parte significativa do tempo durante o período de um mês: 
− Delírios 
− Alucinações 
− Discurso desorganizado 
− Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico 
− Sintomas negativos. 
Também deve haver disfunção social / ocupacional, enquanto os sinais de perturbação devem persistir por pelo menos seis meses, 
incluindo pelo menos um mês de sintomas. 
Classificação Internacional de Doenças (CID-10): 
O paciente deve apresentar pelo menos um dos seguintes, por um período maior ou igual a um mês: 
− Inserção, eco, transmissão ou retirada de pensamento 
− Delírios de controle, influência ou 
− passividade 
− Vozes alucinatórias fornecendo um comentário contínuo do paciente 
− Delírios persistentes que são culturalmente inadequados ou implausíveis 
Ou, pelo menos, dois dos seguintes sintomas devem ser observados, por um período maior ou igual a um mês: 
− Alucinações persistentes em qualquer modalidade quando acompanhadas por delírios fugazes 
− Quebras de interpolações no pensamento, resultando em incoerência ou neologismos 
− Comportamento catatônico 
− Sintomas negativos 
− Transformação significativa e consistente na qualidade geral do comportamento que se manifesta como anedonia e 
retraimento social 
Ao contrário do DSM-5, a CID-10 subcategoria esquizofrenia adicional com base nos principais sintomas apresentados como 
esquizofrenia paranóide, esquizofrenia hebefrênica, esquizofrenia catatônica, esquizofrenia indiferenciada, depressão pós-
esquizofrênica, esquizofrenia residual e esquizofrenia simples. 
DIAGNOSTICOS DIFERENCIAIS 
Embora a esquizofrenia seja principalmente um diagnóstico clínico, investigações laboratoriais e radiográficas específicas são úteis 
para excluir outras causas potenciais: 
− Uréia e eletrólitos - um desequilíbrio eletrolítico pode causar delírio 
− Cálcio sérico - hipoparatireoidismo ou hiperparatireoidismo pode, ocasionalmente, ter manifestações psiquiátricas 
− Glicose no sangue - a hipoglicemia pode produzir confusão que pode ser confundida com psicose 
− Testes de função tireoidiana - a depressão está associada ao hipotireoidismo e pode apresentar características 
psicóticas - o hipertireoidismo grave também se correlaciona com mudanças no estado mental 
− Coleta de cortisol de 24 horas - tanto o hipercortisolismo (síndrome de Cushing) quanto a insuficiência adrenocortical 
(doença de Addison) podem se manifestar com sintomas psiquiátricos 
− Coleta de catecolaminas / 5-HIAA de 24 horas - em casos de suspeita de feocromocitoma / síndrome carcinóide 
− Exame de toxicologia urinária - detecção de drogas recreativas, como cannabis 
− TC de crânio / ressonância magnética - em casos de comprometimento neurológico significativo ou suspeita de 
anormalidade neurológica 
− Sorologia para HIV / sífilis - ambas as infecções podem causar sintomas psiquiátricos 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
Primeira e segunda tentativa: antipsicóticos atípicos 
ESQUIZOFRENIA 
 
1. RISPERIDONA 
− Mecanismo de ação: Antagoniza fortemente os receptores (do tipo 2) da serotonina e fracamente os receptores (do tipo 
2) da dopamina. 
− Indicações: desordens psicóticas (esquizofrenia e outras desordens psicóticas); desordem bipolar. 
− Efeito terapêutico: 
− Posologia: 
o Manutenção: 
▪ Inicial: 2mg/dia 
▪ Máxima: 6mg/dia 
o Episódio agudo/mania: 
▪ Inicial: 2 a 3mg/dia 
▪ Máxima: 6mg/dia 
− Efeitos adversos: taquicardia, erupção cutânea, aumento de peso, aumento da salivação, constipação intestinal, ma 
digestão, náusea, alteração no tônus muscular, rinite, ansiedade, fadiga, reações extrapiramidais, sonolência, visão 
anormal, incapacidade de permanecer sentado. 
− Contraindicações:CA de mama, doença de parkinson 
2. OLANZAPINA 
− Mecanismo de ação: antagonização da dopamina e da serotonina em receptores específicos no sistema nervoso central. 
− Indicações: esquizofrenia (sintomas positivos) /bipolaridade 
− Efeito terapêutico: 
− Posologia: 
o > 13 anos: 
▪ Inicial: 5-10mg 
▪ Dose máxima: 20mg 
o Idosos: 
▪ 5mg 
− Efeitos adversos: boca seca, constipação intestinal, má digestão, tontura, tremor, fraqueza, incapacidade de permanecer 
quieto, alterações na personalidade, queda da pressão por alteração de posição, aumento do apetite, aumento de peso, 
sonolência. 
− Contraindicações: lactantes 
3. ARIPIPRAZOL 
− Mecanismo de ação: o aripiprazol tem mecanismo de ação único, de potente agonismo parcial nos receptores D2, 
agonismo parcial nos receptores 5HT1A, e antagonismo nos receptores 5HT2A, agindo, portanto, como um estabilizador 
do sistema dopamina-serotonina. 
− Indicações: esquizofrenia e transtorno bipolar 
− Efeito terapêutico: 4 a 6 semanas 
− Posologia: 
o Inicial: 10mg ao dia 
o Máxima: 30mg ao dia 
− Efeitos adversos: náusea, vômito, constipação, cefaleia, vertigem, acatisia, ansiedade, insônia e inquietação. 
− Contraindicações: idosos com demência, mal de Alzheimer, sindrome neuroléptica maligna, lactantes, 
4. QUETIAPINA 
− Mecanismo de ação: A quetiapina e seu metabólito ativo no plasma humano, a norquetiapina, interagem com ampla 
gama de receptores de neurotransmissores. A quetiapina e a norquetiapina exibem afinidade pelos receptores de 
serotonina (5HT2) no cérebro e pelos receptores de dopamina D1 e D2. É esta combinação de antagonismo ao receptor 
com alta seletividade para receptores 5HT2 em relação ao receptor de dopamina D2 que, acredita-se contribuir para as 
propriedades antipsicóticas e reduzir a suscetibilidade das reações adversas extrapiramidais (EPS) da quetiapina. 
Adicionalmente, a norquetiapina tem alta afinidade pelo transportador de norepinefrina (NET). A quetiapina e a 
norquetiapina têm também alta afinidade pelos receptores histamínicos e alfa1-adrenérgicos, afinidade mais baixa aos 
ESQUIZOFRENIA 
 
receptores alfa2-adrenérgicos e receptores de serotonina 5HT1A. A quetiapina não possui afinidade apreciável aos 
receptores muscarínicos colinérgicos ou benzodiazepínicos. 
− Indicações: é indicado para o tratamento da esquizofrenia, como monoterapia ou adjuvante no tratamento dos episódios 
de mania associados ao transtorno afetivo bipolar, dos episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar, 
no tratamento de manutenção do transtorno afetivo bipolar I (episódios maníaco, misto ou depressivo) em combinação 
com os estabilizadores de humor lítio ou valproato, e como monoterapia no tratamento de manutenção no transtorno 
afetivo bipolar (episódios de mania, mistos e depressivos). 
− Efeito terapêutico: 
− Posologia: 
o Inicial: 50mg/dia 
o Máxima: 800mg/dia 
− Efeitos adversos: boca seca, elevação do nível sérico de triglicérides, elevação do colesterol total, ganho de peso, tontura, 
sonolência, sintomas extrapiramidais, leucopenia, taquicardia 
− Contraindicações: pacientes com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente de sua fórmula. 
5. CLOZAPINA 
− Mecanismo de ação: 
− Indicações: 
− Efeito terapêutico: 
− Posologia: 
− Efeitos adversos: 
− Contraindicações: 
Terceira tentativa: antipsicóticos típicos 
1. HALOPERIDOL 
− Mecanismo de ação: O decanoato de haloperidol é um éster de haloperidol com ácido decanoico e, como tal, um 
antipsicótico pertencente ao grupo das butirofenonas. Após injeção intramuscular, o decanoato de haloperidol é liberado 
gradativamente do tecido muscular e hidrolisado lentamente em haloperidol livre, que entra na circulação sistêmica.O 
haloperidol é um potente antagonista central do receptor de dopamina tipo 2 e, nas dosagens recomendadas, tem baixa 
atividade antiadrenérgica alfa 1 e nenhuma atividade anti-histaminérgica ou anticolinérgica. 
− Indicações: tratamento de manutenção de pacientes psicóticos crônicos establizados 
− Efeito terapêutico: 2 a 4 meses 
− Posologia: 
o Inicial: 1 a 10 ng/ml 
o Máxima: 17 ng/ml 
− Efeitos adversos: acatisia, distonias, hipercinesia, hipertonia, parkinsonismo, sonolência, tremor. 
− Contraindicações: Estados comatosos; depressão do sistema nervoso central (SNC) devido ao álcool ou outra droga 
depressora; doença de Parkinson; hipersensibilidade conhecida ao haloperidol ou a qualquer um dos excipientes da 
fórmula; demência com corpos de Lewy (demencia senil); paralisia supranuclear progressiva. 
2. CLORPROMAZINA 
− Mecanismo de ação: Ação estabilizadora no sistema nervoso central e periférico e uma ação depressora seletiva sobre o 
SNC, permitindo assim, o controle dos mais variados tipos de excitação. 
− Indicações: esquizofrénicos resistentes ao tratamento e em doentes com esquizofrenia que apresentem reações adversas 
neurológicas graves e refratárias à terapêutica com outros agentes antipsicóticos, incluindo antipsicóticos atípicos. está 
também indicada em perturbações do foro psiquiátrico que ocorrem durante o curso da doença de Parkinson, nos casos 
em que o tratamento convencional falhou. 
− Efeito terapêutico: 2-3 semanas 
− Posologia: 
o Inicial: 12,5mg 
o Máxima: 300mg/dia 
− Efeitos adversos: sonolência, tonturas, fadiga, palpitações cardíacas, obstipação, aumento na produção de saliva 
ESQUIZOFRENIA 
 
− Contraindicações: 
o Hipersensibilidade à substância ativa; 
o Doentes que não possam ser submetidos a análises hematológicas regulares; 
o Antecedentes de granulocitopénia/agranulocitose tóxica ou idiossincrática (com excepção de 
granulocitopénia/agranulocitose resultante de quimioterapia anterior); 
o Antecedentes de agranulocitose induzida por Clozapina; 
o Insuficiência a nível da função da medula óssea; 
o Epilepsia não controlada; 
o Psicoses alcoólicas e outras psicoses tóxicas, intoxicações por fármacos, estados comatosos; 
o Colapso circulatório e/ou depressão do SNC de qualquer etiologia; 
o Doenças renais ou cardíacas graves (ex. miocardite); 
o Doença hepática ativa associada a náuseas, anorexia ou icterícia; doença hepática progressiva, insuficiência 
hepática; 
o Íleos paralítico; 
Associações 
1. LÍTIO 
− Mecanismo de ação: O lítio pode simular o papel do Na+ em tecidos excitáveis, sendo capaz de penetrar canais de Na+ 
controlados por voltagem que são responsáveis pela geração de potenciais de ação. Entretanto, não participa do 
bombeamento pela bomba Na+/K+ATPase, tendendo a se acumular no espaço intracelular. 
− Indicações: mania aguda, hipomania, depressão bipolar e unipolar em adultos e manutenção/prevenção da recorrência 
do transtorno bipolar. 
− Efeito terapêutico: 
− Posologia: 
o Mania aguda: 1800mg 
o Manutenção: 900mg/1350mg 
− Efeitos adversos: náusea, poliúria, polidipsia, diarreia e tremor fino postural indistinguível do tremor essencial. 
− Contraindicações: O lítio deve ser evitado em pacientes com hipersensibilidade ou com doença renal ou cardiovascular 
significativa. Também se recomenda que não seja utilizado concomitantemente com tratamento diurético ou em 
pacientes com quadro de depleção de sódio. É preferível que não seja utilizado durante a gestação. 
2. VALPROATO 
− Mecanismo de ação: O mecanismo de ação do valproato de sódio consiste no aumento da neurotransmissão GABAérgica, 
através da intensificação da síntese e liberação do GABA ao atuar nos receptores GABAA, por meio da ativação da enzima 
glutâmica descarboxilase e da inibição das enzimas que degradam o GABA 
− Indicações: Na epilepsia, como monoterapia ou terapêutica adjuvante no tratamento de crises parciais complexas, 
ausências ou crises de tipo misto. Atua igualmente sobre o humor nas psicoses maníaco-depressivas e pode ser útil na 
profilaxia da enxaqueca. 
− Efeito terapêutico: 
− Posologia: 
o Inicial: 600mg/dia 
o Máxima: 2500mg/dia 
− Efeitos adversos: náusea, vômito, dor de estômago, diarreia,sonolência, sensação de fraqueza ou tontura, dor de cabeça, 
tremor, dificuldade de coordenação motora, visão borrada ou embaçada, queda de cabelo, aumento do peso 
− Contraindicações: Doença hepática ou disfunção hepática significativa, hipersensibilidade ao ácido valpróico. 
3. CARBAMAZEPINA 
− Mecanismo de ação: carbamazepina estabiliza a membrana do nervo hiperexcitado, inibe a descarga neuronal repetitiva 
e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. Considera-se que a prevenção de estímulos repetitivos dos 
potenciais de ação sódio-dependentes na despolarização dos neurônios via bloqueio do canal de sódio voltagem-
dependente pode ser o principal mecanismo de ação. Enquanto a redução da liberação de glutamato e a estabilização 
das membranas neuronais podem ser consideradas responsáveis principalmente pelos efeitos antiepilépticos, o efeito 
ESQUIZOFRENIA 
 
depressivo no turnover (quantidade metabolizada) de dopamina e noradrenalina poderia ser responsável pelas 
propriedades antimaníacas da carbamazepina. 
− Indicações: 
o Crises epiléticas parciais com sintomatologia complexa ou simples. 
o Crises epiléticas primária e secundariamente generalizadas com componente clónico-tónica. 
o Formas epiléticas mistas. 
o Mania e Tratamento profiláctico da Doença Maníaco-depressiva. 
o Neuralgia do Trigémio. 
o Neuralgia Essencial Glossofaríngea. 
o Síndroma de privação Alcoólica. 
− Efeito terapêutico: 
− Posologia: 
o Inicial: 400mg/dia 
o Máxima: 1600mg/dia 
− Efeitos adversos: Edema, retenção de líquido, aumento de peso, hiponatremia e redução de osmolaridade do sangue 
− Contraindicações: 
o História prévia de depressão da medula óssea (depressão da função hematopoiética). 
o Tratamento prévio a inibidores da monoaminoxidase, a não ser que tenham decorrido pelo menos 14 dias após 
a interrupção dos mesmos. 
o Hipersensibilidade ao fármaco ou sensibilidade conhecida a outros antidepressivos tricíclicos, como a 
aminotriptilina, imipramina, nortriptilina, etc. 
o Qualquer anormalidade da condução auriculoventricular. 
o Porfírias. 
o Recomenda-se uma cautelosa dosificacção em pacientes com lesões hepáticas, renais, cardiovasculares, idosos 
e glaucoma. 
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 
Estratégias da equipe para garantir a adesão do paciente esquizofrênico ao tratamento? 
− Educação em saúde (CAPS, grupos de apoio psicologico) associada a mudanças no estilo de vida. 
− Internação 
PACIENTES EM SURTO: COMO CONDUZIR FARMAOCLOGICAMENTE? 
− Diazepam IM 
− Conversar com paciente para entender o que está acontecendo 
− Dependendo do caso, pode ser indicado e prescrito contenção físico 
− Negociar com o paciente 
QUAIS OS CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO DO PACIENTE ESQUIZOFRÊNICO? 
Nos casos em que sejam avaliados, principalmente, o risco de suicídio, o alto do grau de agitação e a agressividade do paciente 
ou a não compreensão acerca da sua condição, a internação pode ser necessária. Se indicada, a internação deve ser a mais curta 
possível, em geral, 15 a 30 dias são suficientes para controlar os sintomas mais evidentes. Assim que houver melhora da agitação 
ou agressividade, é possível o acompanhamento ambulatorial, mesmo que não tenha ocorrido a remissão total dos sintomas. 
SINTOMAS DE PRIMEIRA ORDEM DE KURT SCHNEIDER 
Kurt Schneider: Interessado em identificar sintomas patognomônicos, como Bleuler. Ele estabeleceu uma hierarquia de sintomas, 
de acordo com sua importância para o diagnóstico da esquizofrenia – Sintomas de 1ª Ordem (considerados bastante sugestivo de 
esquizofrenia) e Sintomas de 2ª Ordem (com menor valor para o diagnóstico da doença). Ele dizia que a presença de sintomas de 
1ª Ordem não era obrigatória para o diagnóstico de esquizofrenia. 
− 1ª Ordem: Percepção delirante, alucinações auditivas (vozes que fazem comentários e/ou vozes que dialogam entre si), 
sonorização do pensamento, roubo do pensamento, vivências de influência sobre o pensamento, difusão do pensamento. 
− 2ª Ordem: Outros distúrbios sensoperceptivos, intuição delirante, perplexidade, disposições de ânimo depressivos ou 
maníacos, vivência de empobrecimento afetivo. 
ESQUIZOFRENIA 
 
 
INTERNAÇÕES 
Internação voluntária: A pessoa que solicita voluntariamente a própria internação, ou que a consente, deve assinar, no momento 
da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. O término da internação se dá por solicitação escrita 
do paciente ou por determinação do médico responsável. Uma internação voluntária pode, contudo, se transformar em 
involuntária e o paciente, então, não poderá sair do estabelecimento sem a prévia autorização. 
Internação involuntária: É a que ocorre sem o consentimento do paciente e a pedido de terceiros. Geralmente, são os familiares 
que solicitam a internação do paciente, mas é possível que o pedido venha de outras fontes. O pedido tem que ser feito por escrito 
e aceito pelo médico psiquiatra. A lei determina que, nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento de saúde têm 
prazo de 72 horas para informar ao Ministério Público do estado sobre a internação e os motivos dela. O objetivo é evitar a 
possibilidade de esse tipo de internação ser utilizado para a cárcere privado. Consideram-se critérios técnicos para a internação 
involuntária, os direitos do paciente, a existência de um transtorno mental grave e o risco pessoal eminente ou de outrem e, 
critérios substantivos, a impossibilidade de tratamento em regime ambulatorial e a recusa ao tratamento proposto pelo médico. 
Internação compulsória: Nesse caso não é necessária a autorização familiar. A internação compulsória é sempre determinada pelo 
juiz competente, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a própria condição 
psicológica e física. O juiz levará em conta o laudo médico especializado, as condições de segurança do estabelecimento, quanto 
à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários. 
RELAÇÃO ENTRE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS E A ESQUIZOFRENIA 
Existem diversas evidências na literatura de que o abuso de drogas psicotrópicas desencadeia a esquizofrenia (relação de 
casualidade) e que, também, ocorre o modelo da automedicação, ou seja, pacientes esquizofrênicos usam drogas de abuso com 
mais frequência do que pessoas normais, para evitar o desconforto dos sintomas da doença. As substâncias psicoativas mais 
utilizadas são álcool, tabaco, maconha, cocaína e anfetamina, havendo a possibilidade de que a vulnerabilidade genética para 
desenvolver esquizofrenia também aumenta o risco para o uso de substâncias como álcool, cannabis e nicotina em indivíduos sem 
psicose. Por outro lado, o abuso de drogas tais como a cannabis pode desencadear a esquizofrenia em pessoas predispostas 
havendo evidências de que a co-ocorrência de esquizofrenia e uso de maconha na adolescência pode ter base neural. Por exemplo, 
as regiões do cérebro implicadas nos sintomas da esquizofrenia são áreas onde estão distribuídos os receptores canabinoides do 
tipo CB1 e, além disso, foi detectado um aumento nos níveis de endocanabinoides no líquido cefalorraquidiano em pacientes com 
esquizofrenia. Um estudo em camundongos transgênicos mostra evidências de que a disfunção de receptores NMDA para a 
dopamina cerebral é um possível mecanismo neural da comorbidade esquizofrenia e abuso de cocaína 
QUESTÕES DE FIXAÇÃO 
1. Qual a diferença entre delirium, delírio, ilusão e psicose? 
2. Qual a diferença entre hipomania, mania e mania psicótica? 
3. Quais os diagnósticos diferenciais para transtornos psicóticos? 
4. Como realizar o exame psíquico para esquizofrenia? (o que está alterado?) 
5. Como realizar o exame psíquico para mania? 
6. Quais são os sintomas de primeira ordem de Kurt Schneider? 
7. Quais são os critérios para internação: 
a. Voluntária 
b. Involuntária 
c. Compulsória 
8. Qual a relação do uso de substâncias psicoativas (maconha, cocaína etabaco) com a esquizofrenia?

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