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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA FARMÁCIA ANDREWS GUERRA – D960091 ISAÍAS XAVIER – F064BG7 TADEU DE LIMA OLIVEIRA – N3922B2 WEMERSON SILVA DA CONCEIÇÃO - F00HHH9 TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO DE CÂNCER São Paulo Anchieta 2021 1 UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA FARMACIA ANDREWS GUERRA – D960091 ISAÍAS XAVIER – F064BG7 TADEU DE LIMA OLIVEIRA – N3922B2 WEMERSON SILVA DA CONCEIÇÃO - F00HHH9 TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO DE CÂNCER Trabalho apresentado no Curso Superior de Farmácia da UNIP para Atividades Pratica Supervisionado do 5º semestre. Orientador: Profª Summaia Farah São Paulo Anchieta 2021 2 RESUMO O tabagismo se tornou um grande problema de saúde pública mundialmente, causando milhares de óbitos por ano. O tabaco é uma das drogas mais consumidas, que leva a dependência à nicotina, por produzir efeitos agradáveis no cérebro dos fumantes tornando o hábito de fumar cada vez mais freqüente, conhecido como vício, causador de diversas doenças fatais evitáveis, muitas vezes difíceis de ser tratadas. Normalmente o consumo do cigarro começa na adolescência permanecendo até a vida adulta. Os indivíduos que fumam, são chamados de fumantes ativos e os que não fumam, mas estão expostos a fumaça são denominados de fumantes passivos, ou seja, inalam a fumaça que contém componentes tóxicos. Um cigarro possui diversas substâncias tóxicas, dentre elas, as carcinogênicas que tem alto potencial no desenvolvimento do câncer podendo ser do tipo benigno ou maligno. A pesquisa tem como finalidade analisar o tabagismo como um fator de risco de câncer. Para Atividades Pratica Supervisionada, foram utilizados livros virtuais disponíveis na minha biblioteca e biblioteca virtual da Universidade Paulista, imagens e artigos de pesquisas selecionadas do Google acadêmico. A partir do estudo realizado, concluiu-se que o tabagismo é um dos principais fatores de risco de câncer, sendo o principal fator do câncer de pulmão e que a fumaça do cigarro contém enorme capacidade carcinogênica. Foi observado que tanto os fumantes ativos quanto os fumantes passivos tendem a ter altas chances de um possível câncer e que para evitar essa ocorrência a melhor maneira é o abandono total do tabaco, tratamento correto para auxiliar e aconselhar os jovens sobre os danos que o tabagismo causa, evitando assim casos de câncer futuros. Palavras chave: tabagismo, câncer, fator de risco. 3 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Conseqüências que o tabagismo causa ..................................................... 8 Figura 2 – Substâncias presentes no cigarro ............................................................ 10 Figura 3 – Onde as substâncias do cigarro podem ser encontradas ........................ 11 Figura 4 – Efeitos e malefícios causados pelo tabagismo passivo ............................ 13 Figura 5 – Processo da neoplasia ............................................................................. 14 Figura 6 – Tumor benigno e tumor maligno .............................................................. 15 Figura 7 – Tipos de tumores...................................................................................... 16 Figura 8 – Metástase ................................................................................................. 16 Figura 9 – Principais sintomas do câncer de bexiga ................................................. 18 Figura 10 – Fatores de risco do câncer de bexiga .................................................... 19 Figura 11 – Sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço ................................ 21 Figura 12 – Principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço ................... 22 Figura 13 – Câncer de esôfago ................................................................................. 23 Figura 14 – Prevenção para evitar o câncer de esôfago ........................................... 24 Figura 15 – Câncer de estômago .............................................................................. 26 Figura 16 – Câncer de pulmão .................................................................................. 29 Figura 17 – Tabagismo como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão ...................................................................................................................... 30 Figura 18 – Risco de câncer de pulmão, laringe e esôfago ocasionados pelo fumo 31 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 5 2. DESENVOLVIMENTO TEXTUAL ........................................................... 6 2.1. Tabagismo ............................................................................................ 6 2.1.1. Componentes tóxicos do cigarro ............................................................. 8 2.1.2. Tabagismo Passivo .............................................................................. 12 2.2. Câncer ................................................................................................. 13 2.2.1. Tumores Benignos ............................................................................... 14 2.2.2. Tumores Malignos ................................................................................ 15 2.3. Tabagismo e câncer ........................................................................... 17 2.4. Cânceres que tem como fator de risco o tabagismo ........................ 18 2.4.1. Câncer de Bexiga ................................................................................. 18 2.4.2. Câncer de cabeça e pescoço ................................................................ 20 2.4.3. Câncer de esôfago ............................................................................... 22 2.4.4. Câncer de estômago ............................................................................ 24 2.4.5. Câncer de pulmão ................................................................................ 26 2.5. Levantamento de pesquisa científica ................................................ 30 2.6. Tratamento e controle do tabagismo ................................................. 33 2.7. Legistação Brasileira do controle do uso do tabagismo .................. 46 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 48 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 49 5. Copy Spider ........................................................................................ 50 5 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem o propósito de apresentar informações sobre o tabagismo como fator de risco de câncer. Será abordado nesta revisão de literatura referente ao tabagismo e as conseqüências causadas pelo consumo excessivo do tabaco, também como os fatores que levam os indivíduos a entrarem na vida do fumo. O cigarro possui diversos componentes que são prejudiciais à saúde, existem muitas substâncias em sua fumaça que são tóxicas causadoras de enfermidades que podem ser evitadas. O que acontece com o organismo depois de uma tragada em um cigarro, é realmente muito assustador, imagine após anos fumando todos os dias maços de cigarro. Existem 1,25 bilhões de indivíduos fumantes ativos e infelizmente mais de 30 milhões são cidadãos que habitam no Brasil. Para o ano de 2030 esse número pode passar a serem dois bilhões. (GOULART et al, 2010). A relação entre o câncer e o tabagismo, precisa ser destacada, em razão das substâncias cancerígenas liberadas através da fumaça, resultantes da queima do tabaco, que agem diretamente nos processosneoplásicos em diversas partes do corpo. O trabalho foi organizado e separado em tópicos para melhor entendimento do leitor, nos primeiros tópicos como citado acima será informado sobre o tabagismo, suas conseqüências, fatores envolvidos e tabagismo passivo. No segundo tópico temos uma visão geral sobre o câncer e os tipos de câncer que podem surgir. No terceiro tópico uma relação entre o tabagismo e tumores malignos, para que fique mais claro o objetivo. Depois um tópico referente aos cânceres que tem como fator de risco o tabagismo, que inclusive são muitos. Para comprovação das informações, foi deixado um tópico para levantamentos de pesquisas cientificas e por fim os tratamentos utilizados para o processo de tratamento do tabagismo, desde abordagem breve até fármacos que podem auxiliar na cessação do tabagismo. Para a metodologia foram utilizados dados de livros virtuais disponíveis na plataforma virtual da Universidade Paulista, imagens e artigos científicos selecionados sobre o assunto no Google acadêmico. 6 2. DESENVOLVIMENTO TEXTUAL 2.1. Tabagismo O tabagismo é considerado uma patologia crônica de dependência à nicotina, que de modo geral é iniciada logo na adolescência, 90% dos adultos fumantes começa o hábito na juventude, mantendo o vício tabagista na fase adulta 75% dos fumantes. Essa dependência é determinada pela inalação da fumaça resultante da queima do tabaco que se encontra dentro dos cigarros. Sendo um problema muito preocupante de saúde pública em todo o mundo, tanto para quem é fumante quanto para os chamados fumantes passivo, ou seja, os não fumantes, mas que acabam inalando a fumaça (GARCIA e NEVES, 2017; FERNANDES; CASTELLANO; ROMALDINI, 2015). O tabagismo é o principal motivo de morte evitável em todo o mundo. O total de óbitos por causa do consumo do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, equivalente a mais de 10 mil mortes por dia. Se o seu consumo continuar crescendo cada vez mais, esse valor poderá aumentar para 10 milhões de óbitos por ano em 2030 (MEDRADO, 2015). Segundo Garcia e Neves (2017) o tabaco é a segunda droga mais consumida entre os jovens de todo o mundo. Diversas pesquisas têm analisado fatores que induzem o tabagismo entre os adolescentes, sendo eles, idade, sexo, tabagismo de amigos, escolaridade, consumo de outras substancias como álcool e drogas ilícitas, nível socioeconômico, interações sociais como hábitos e comportamentos de tal grupo social, rendimento escolar e bem-estar subjetivo tabagismo de familiares e separação dos pais. As características relacionadas ao crescimento do perigo de se desenvolver uma enfermidade são denominadas fatores de risco, que determina se uma pessoa bem de saúde, desenvolva uma patologia no momento em que manifesta a determinado fator ou a um grupo deles. A mesma causa é capaz de ser ameaça para diversas doenças: por exemplo, o tabagismo que causa diversos cânceres, além de patologias cardiovasculares e respiratórias (GARCIA e NEVES, 2017). Além de acarretar diversas conseqüências para a saúde, o tabagismo é visto como o principal motivo de mais de cinqüenta doenças incapacitantes e fatais evitáveis. Estima-se que ele seja responsável por cerca de seis milhões de mortes 7 ao ano, sendo que cerca de 600 mil desses óbitos são pessoas que não fumam (GARCIA e NEVES, 2017). O tabagismo esta relacionado a patologias cardiovasculares (AVC, IAM e hipertensão) e ao câncer (pulmão, esôfago, cavidade oral, cólon, bexiga, estômago, rins e colo do útero). O fumo além de ser considerado fator de diversas patologias, seu uso está relacionado ao agravamento de algumas situações de saúde (GARCIA e NEVES, 2017). Pessoas com doença cardíaca coronária, câncer ou outras enfermidades, que permanecem fumando tem risco elevado de morte, comparado a pessoas com as mesmas doenças, mas que nunca fumaram ou que suspenderam seu uso, após serem diagnosticados. Já os fumantes classificados como passivos, apresentam riscos parecidos aos tabagistas, por inalarem a fumaça (GARCIA e NEVES, 2017). De acordo com Garcia e neves (2017), 25% das pessoas que fumam constantemente morrem precocemente por causa de patologias relacionadas ao tabagismo, o que equivale à perda aproximada de vinte anos de vida. 45% dos óbitos são por IAM, 20% das mortes por patologias vasculares, 25% dos óbitos por doença cerebrovascular (derrames), 85% das mortes por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 45% de todos os óbitos por câncer e 95% das mortes por câncer de pulmão, que será tratado mais abaixo. Também existem outras patologias relacionadas ao consumo do cigarro como aneurisma arterial, úlcera do aparelho digestivo, trombose vascular, infecções respiratórias e impotência sexual no homem. No Brasil estima-se que anualmente 200 mil pessoas vão a óbito precocemente, por causa das doenças provocadas pelo tabagismo (MEDRADO, 2015). O tabagismo é um acontecimento complicado e multicausal, ou melhor, que tem diversas causas, diversos motivos. Dentre os motivos que podem definir a utilização de tabaco, encontram-se elementos culturais, sociais, comportamentais, econômicos e genéticos. Esses fatores não agem sozinhos, por outra forma, interatua um com o outro e com o próprio tabagismo de forma dinâmica (GARCIA e NEVES, 2017). O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco, ficando atrás apenas da China, é o maior exportador de folhas de tabaco e está em quarto lugar em produção de fumo no mundo, visto que as maiores plantações de fumo do Brasil se 8 encontram no Rio Grande do sul, capital de Porto Alegre (FERNANDES; CASTELLANO; ROMALDINI, 2015; MENEZES et al, 2002). O consumo do tabaco também é um dos problemas que dificultam o desenvolvimento mundial, pois seu uso gera muitas patologias que requerem um alto custo econômico, como por exemplo, o câncer (GARCIA e NEVES, 2017). Figura 1 - Conseqüências que o tabagismo causa Fonte: https://www.ceara.gov.br/2020/02/19/habito-de-fumar-pode-causar-pelo-menos-50-doencas/ Acesso em: 04/05/2021 2.1.1. Componentes tóxicos do cigarro A fumaça gerada pela queima do tabaco é outro fator de risco para a saúde que passa despercebida e são os componentes da fumaça do cigarro que geram a doença, além da liberação de nicotina, contém uma grande porção de produtos extremamente tóxicos que entram no organismo através dos pulmões (FERNANDES; CASTELLANO; ROMALDINI, 2015). Uma simples tragada resulta na passagem de substâncias contidas na fumaça para a corrente circulatória, e rapidamente ocorre a liberação de um bolo de nicotina extremamente concentrado ao cérebro, são de 7 a 10 segundos para que a nicotina chegue até o Sistema Nervoso Central (SNC). Além disso, o fluxo sanguíneo capilar pulmonar é rápido, e todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões em apenas um minuto, dessa maneira as substancias inaladas pelos pulmões se 9 espalham com uma velocidade parecida com a de substâncias introduzidas por uma injeção intravenosa. Um cigarro provoca a entrada de cerca de um miligrama de nicotina no organismo, porém essa quantidade aumenta quando as tragadas são mais freqüentes e mais profundas (SILVA, 2012; FERNANDES; CASTELLANO; ROMALDINI, 2015; MEDRADO, 2015). A nicotina é um alcalóide originário das plantas do tabaco, dos quais seus efeitos são estimulantes e age nos vasos sanguíneos, causando diminuição do diâmetro dos vasos, conhecido como vasoconstrição, que pode contribuir para a ocorrência de isquemia (falta de fornecimento sanguíneo) e age principalmente no sistema nervoso central, pois estimula e aumenta a quantidade dos receptores nicotínicos no cérebro, impulsiona o aumento da liberação de dopamina, causando sensações positivas de prazer nos fumantes, fazendo com que queiram repetir o habito de fumar (SILVA, 2012). Quando a nicotina entra nacorrente sanguínea, ela é distribuída pelo organismo, alcançando todos os tecidos do corpo. Consegue ser eliminada rapidamente, sendo que depois 30 a 60 minutos a quantidade ainda existente no corpo, pode estar menor de acordo com cada pessoa, sendo que 10 % da nicotina são excretadas pela urina. Por conta desse curto período o fumante geralmente não consegue ficar muito tempo sem o habito de fumar, ou seja, necessita repor nicotina no sangue e no cérebro (SILVA, 2012). Essa poluição tabagista proveniente da combustão do tabaco seja por cigarros, charutos, cigarrilhas, cachimbo e outros produtores de fumaça, é constituída de gases e partículas sólidas, formando uma mistura chamada alcatrão, onde possui mais de 4.700 substancias tóxicas. Podem-se mencionar as carcinógenas (benzeno, formaldeído, benzopireno e polônio), irritantes (acroleína), asfixiantes (monóxido de carbono e cianeto), metais (Cadmo, níquel) e pesticidas (diclorodifeniltricloroetano) (GARCIA e NEVES, 2017). Todos os provenientes do tabaco que são utilizados por meio de inalação (cigarro e cigarro de palha, charuto e cachimbo), de mastigação e de aspiração (rapé) são prejudiciais a saúde. Como citado acima esses produtos apresentam mais de 4.700 substâncias tóxicas, contendo nicotina que é a causadora de dependência química, o monóxido de carbono que é o mesmo gás tóxico que sai do escapamento dos veículos e o alcatrão que possui cerca de 48 compostos pré-cancerígenos, 10 sendo eles o agrotóxico e elementos radioativos, que no decorrer do uso desses produtos, são introduzidos e distribuídos para todo o organismo (MEDRADO, 2015). Essa poluição tabagista é extremamente tóxica, visto que contém a fase gasosa e outra denominada particulada. A fase gasosa é constituída por monóxido de carbono, amônia. Cetonas, acetaldeído, formaldeído e acroleina, entre diversos outros componentes, algumas delas são capazes de causar irritação e ardência nos olhos, no nariz, na garganta e de causar paralisia da capacidade dos movimentos dos cílios presentes nos brônquios, sendo que esses cílios são importantes, pois tem como função fazer movimentos de varredura levando objetos estranhos como microorganismos e pó para manter a via aérea limpa dessas secreções. Já a fase particulada possui nicotina, que concentra componentes cancerígenos, entre eles arsênico, chumbo, benzopireno, níquel, Cadmo, restos de agrotóxicos usados em artigos agrícolas e substancias radioativa (MEDRADO, 2015). A fumaça possui ainda 150 microgramas de componentes metálicos: 90% de potássio, 5% de sódio e o restante de alumínio, arsênico, cálcio, cobre, níquel e cromo. Figura 2 – Substâncias presentes no cigarro Fonte: http://www.prevenirlife.com.br/index.php/previna-se-interna/combate-ao-fumo-43 Acesso em: 04/05/2021 11 Figura 3 – Onde as substâncias do cigarro podem ser encontradas Fonte: https://oparana.com.br/noticia/cigarro-piora-circulacao-e-aumenta-risco-de-trombose/ Acesso em: 02/05/2021 São classificados dois tipos de fumaça: Corrente primária, onde o fumante aspira pela boca ao tragar um cigarro, a fumaça é inalada sem diluição e contém alta concentração de seus componentes para os indivíduos que fumam. O mesmo que acontece para o alcatrão que pode passar pelo filtro existente no cigarro e constituir 8% dessa fumaça. E também a corrente secundária, que é liberada pelas pontas de cigarros quando são queimadas, e se espalha pelo ar ambiente, que é inalada pelos não fumantes (GARCIA e NEVES, 2017). Apesar das duas correntes possuírem a mesma composição de substâncias químicas tóxicas, a corrente secundária possui nicotina, monóxido de carbono, alcatrão e óxido nítrico com a concentração mais alta de que a corrente primária. Substâncias cancerígenas, como benzopireno e dimetilnitrosamina, também são em maior porção na corrente secundária (SILVA, 2012). Medrado (2015) também relata que o ar poluído possui, tem em média, o triplo a mais de nicotina, o triplo a mais de monóxido de carbono e até cinqüenta vezes mais componentes cancerígenos do que a fumaça que entra pela boca do fumante após passar pelo filtro do cigarro. 12 Em diversos países já não é permitido fumar em certos locais e ambientes, como por exemplo, em locais fechados e transportes públicos (ônibus, aviões e trens), existem também restrições em relação a certos locais (MEDRADO, 2015). A lei federal brasileira que cuida do assunto proíbe segundo a lei no 9.294/96 de 15 de julho de 1996, a utilização de cigarros, charutos, cachimbos, cigarrilhas, ou seja, qual for o produto fumígero, derivado ou não do tabaco em espaço coletivo fechado, publico ou privado (MEDRADO, 2015). 2.1.2. Tabagismo Passivo Medrado (2015) relata que segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tabagismo passivo pode ser determinado como a ação de inalar a fumaça resultante do tabaco por pessoas que não fumam, mas que freqüentam lugares fechados com fumantes ativos essa fumaça é considerada como poluição tabagista ambiental e quanto mais fechada for à área mais grave ela fica. Relata também que o tabagismo passivo está colocado como o terceiro maior motivo de óbito evitável no mundo. (SILVA, 2012) Os indivíduos que freqüentam e convivem em locais fechados com indivíduos que possuem o hábito de fumar, apresentam alto risco de desenvolver doenças devido ao tabagismo, tendem a um risco de 24% maior de infarto do coração e 30% maior de câncer pulmonar de que os não fumantes que não se expõem. Inclusive sofrem com os efeitos imediatos da poluição tabagista, como irritação nasais, nos olhos, dor de cabeça, tosse, aparecimento e/ou agravamento de problemas alérgicos principalmente das vias respiratórias; e distúrbios cardíacos principalmente aumento da pressão arterial e diminuição da quantidade de oxigênio no coração (angina). Além de efeitos a médio e longo prazo, por exemplo, redução do funcionamento do sistema respiratório e alta ameaça de aterosclerose (acúmulo de ateromas nas paredes das artérias). Pode-se citar que o trabalhador é uma das principais vitimas referente ao tabagismo passivo, pelo fato de se exporem por maior tempo a aspiração da fumaça resultante do tabaco, por mais que seja o trabalhador o próprio fumante ativo, sendo o câncer pulmonar o mais comum ocasionado pelo tabagismo passivo nos ambientes de trabalho (MEDRADO, 2015). 13 Figura 4 – Efeitos e malefícios causados pelo tabagismo passivo Fonte: http://www.unimedpiracicaba.com.br/sem-categoria/tabagismo/ Acesso em: 02/05/2021 2.2. Câncer Câncer ou neoplasias (neo = novo; plasia = formação) é o nome que se deu a um conjunto de patologias que possui em comum a multiplicação exagerada e desordenada de células de certo órgão ou tecido. Isto é, o câncer se origina a partir do momento em que uma célula normal fica descontrolada e começa a proliferar sem controle (OPPERMANN, 2014). Essas células conseguem se separar com rapidez, sendo capazes de apresentar agressividade, causando assim a formação de uma massa celular, denominada de tumor, que podem ser considerados tumores benignos ou malignos. O câncer é um tipo de tumoração maligna, porém nem todo câncer gera um tumor, como por exemplo, as neoplasias do sangue, ou melhor, leucemias, onde as células se encontram dispersas, e em alguns casos os tumores do estômago, que podem aparecer como uma ulceração (OPPERMANN, 2014; MALZYNER e CAPONERO, 2013). 14 As causas que levam ao câncer são diversas , podendo ser por fatores internos (genéticos) e por fatores externos (ambientais). As causas externas estão ligadas ao meio ambiente e aos hábitos do meio social e cultural de certo grupo na qual a pessoa habita. Já as causas internas são , geralmente, geneticamente determinadas e estão relacionada à como o organismo vai se proteger das agressõesexternas (OPPERMANN, 2014). Existem mais de 100 tipos de câncer, que são definidos e nomeados conforme qual o órgão e o tecido de origem. Cada um deles se manifesta e tem um desenvolvimento diferente, específico, então o diagnóstico e o recurso terapêutico de cada indivíduo devem ser realizados individualmente (OPPERMANN, 2014). Figura 5 – Processo da neoplasia Fonte: http://somosmaismassoterapia.blogspot.com/2015/03/neoplasia-aula-professor- evaldo.html Acesso em: 29/04/2021 2.2.1. Tumores Benignos Tumor benigno ou neoplasia benigna não são considerados como câncer. A tumoração benigna é constituída de células com funcionamento normal, não atacam 15 tecidos ou órgãos vizinhos e nem se espalham para outros locais do corpo (OPPERMANN, 2014). Geralmente podem ser tratados e retirados através de métodos cirúrgicos, e na maioria das ocorrências não causam problemas ao organismo e raramente colocam a vida do paciente em risco, mas precisa ser tratado o quanto antes (OPPERMANN, 2014). 2.2.2. Tumores Malignos Diferente do benigno, o tumor maligno ou neoplasia maligna são considerados câncer. Como citado acima às células desse tumor possui a capacidade de se proliferar desordenadamente, deslocando-se para demais tecidos e órgãos do corpo humano. Essas células anormais começam a se multiplicar exageradamente, apresentam capacidade invasiva, alcançando vasos sanguíneos, tecidos adjacentes e vasos linfáticos. Existem diversos fatores que levam ao processo de desenvolvimento tumoral e ao avanço da patologia. E é através desse processo que acontece às metástases, que é a implantação das células tumorais em outros órgãos e tecidos, ou seja, as células cancerígenas passam pela parede dos nódulos linfáticos e vasos sanguíneos, que são levadas para outro órgão, no qual essas células iram desenvolver outro tumor parecido com o de origem (OPPERMANN, 2014). Figura 6 – Tumor benigno e tumor maligno Fonte: https://curiosoando.com/que-es-un-tumor-benigno Acesso em: 29/04/2021 16 Figura 7 – Tipos de tumores Fonte: https://pt.slideshare.net/MilaFernandes3/imunidade-aos-tumores Acesso em: 29/04/2021 Figura 8 – Metástase Fonte: https://www.infoescola.com/cancer/metastase/ Acesso em 29/04/2021 Para que o diagnóstico de um tumor maligno seja confirmado, é preciso realizar uma biópsia, ou seja, obter um fragmento do tecido danificado para realizar uma análise laboratorial. Com essa amostra o patologista consegue determinar o 17 diagnóstico histológico absoluto doença. Porém em algumas ocorrências são necessários exames complementares como histoquímicos (para detectar antígenos e imunofenotipagem de tecidos ou agentes infecciosos) e moleculares (para analisar a natureza genética) que ajudam a determinar com mais precisão a neoplasia. Também é necessário fazer exames após a confirmação do diagnóstico, para indicar a gravidade da patologia, se ela se encontra somente na área de origem ou se já ocorreu metástase. Quando o médico determina a gravidade da doença, junto com o paciente irá definir o melhor tratamento (OPPERMANN, 2014). Existem diversos métodos de recurso terapêutico para as diferentes espécies de câncer, porém os mais aplicados são, a quimioterapia, radioterapia e cirurgia, que são utilizados freqüentemente em conjunto para o tratamento da maioria dos tumores. A escolha criteriosa e objetiva do melhor tratamento vai depender do tipo de câncer e da proporção da doença na hora em que é descoberta (OPPERMANN, 2014). O carcinoma é um distúrbio que tem cura, porém quanto antes for diagnosticado, mais alta será a probabilidade de recuperação da saúde. As possibilidades de uma possível cura reduzem quando a patologia se encontra em fases mais avançadas. Mas mesmo que já tenha ocorrido metástase, também é possível que haja cura com auxilio da quimioterapia (OPPERMANN, 2014). Importante compreender os sinais de alerta que indicam um possível câncer, pois é necessário procurar atendimento médico o mais imediato possível, para que seja tratado precocemente. Importante também ficar alerta a sintomas significativos como, por exemplo, febre persistente e perda de peso rápido em pouco tempo (OPPERMANN, 2014). 2.3. Tabagismo e câncer Há diversos meios pelos quais o tabagismo provoca o desenvolvimento de câncer. Como citado anteriormente sobre a mistura que constitui a fumaça do tabaco, isoladamente, contém sessenta componentes implicados em carcinógenas (GARCIA e NEVES, 2017). Essas substâncias carcinógenas entram no organismo a cada tragada de uma pessoa fumante, e a maioria precisa ser metabolizada a fim de virarem ativas e se 18 unirem às moléculas de DNA, produzindo compostos denominados de adultos, que agem em oncogenes e genes supressores de tumor, causando alteração das células normais, levando ao aparecimento de câncer (GARCIA e NEVES, 2017). Alem do câncer de pulmão, laringe e orofaringe, indícios apontam ainda uma ligação de relação causal entre o tabagismo e a leucemia, de esôfago, estômago, fígado, pâncreas, bexiga, rins e colo (GARCIA e NEVES, 2017). Mas devido ao tabagismo, o câncer pulmonar até então é o principal motivo de morte por câncer no mundo. Outras regiões que também são associadas ao desenvolvimento de câncer no sistema respiratório, por conta do tabaco, são a laringe e a orofaringe (GARCIA e NEVES, 2017). 2.4. Cânceres que tem como fator de risco o tabagismo 2.4.1. Câncer de Bexiga (OPPERMANN, 2014) A neoplasia maligna se desenvolve no interior da bexiga, causando assim o câncer de bexiga. A bexiga se localiza na parte de baixo do abdômen e é responsável por armazenar e expulsar a urina (micção), proveniente dos rins para fora do organismo através da uretra. Os principais sintomas do carcinoma de bexiga são aumento da vontade de urinar (micção), porém com sem conseguir mictar, aparecimento de sangue na urina, dores constantes ao urinar ou dores nas costas na região da lombar (OPPERMANN, 2014). Figura 9 – Principais sintomas do câncer de bexiga Fonte: https://www.roche.com.br/pt/farmaceutica/areas_terapeuticas/oncologia/cancer-de- bexiga/fatos-rapidos-cancer-de-bexiga.html Acesso em: 04/05/2021 19 O diagnóstico é efetuado através de um exame (sistoscopia) que verifica o interior da bexiga com coleta de amostra de tecido da bexiga, que irá ser analisado por um patologista, e assim que for feito o diagnóstico, será estabelecido o tipo e a característica da doença (OPPERMANN, 2014). Existe cura para o câncer de bexiga, que é possível ser tratado através de quimioterapia, radioterapia e cirurgia, ou todos em conjunto. Mas ressaltando que vai depender do estágio da doença, para verificar o melhor método a ser aplicado pela equipe médica (OPPERMANN, 2014). Relata Oppermann (2014) que caso exista a possibilidade de uma suspeita de câncer de bexiga é recomendado primeiramente se direcionar até um urologista que é o profissional responsável por cuidar e tratar dos órgãos reprodutores masculinos, mas também de distúrbios do trato urinário masculino e feminino, para realizar o diagnóstico e caso acuse o câncer de bexiga, será preciso fazer uma discussão com o oncologista que é o especialista em oncologia. Os fatores que aumentam as possibilidades de desenvolver tumor maligno na bexiga são o tabagismo, corantes têxteis, pesticidas, tintas, infecção urinária crônica, exposição a produtos químicos, infecção urinária por parasita e histórico familiar com ocorrência de câncer de bexiga (OPPERMANN, 2014). Figura 10 – Fatores de risco do câncer de bexiga Fonte: https://institutocoi.org/sobre-o-cancer/tipos-de-cancer/cancer-de-bexiga/ Acesso em: 04/05/2021 20 2.4.2. Câncer de cabeça e pescoço (OPPERMANN, 2014) O câncer de cabeça e pescoço compreende os tumores que alcançam a cavidadenasal, seios da fase, boca, laringe, faringe, orofaringe, cordas vocais, glândulas salivares, ou seja, o tumor se desenvolve nessas partes anatômicas do corpo humano. Atualmente o carcinoma de tireóide representa a quinta maior ocorrência de câncer no sexo feminino. A manifestação da patologia vai decorrer da região onde se apresenta. Nós lábios e na pele pode principiar ferimento com crosta ou úlcera persiste por volta de um mês ou até mais, sem haver melhora, causando muita coceira ou sangramento. Já na boca e garganta, pode dar inicio com aparecimento de afta, úlcera ou lesão vegetante, melhor dizendo, com aparência de uma couve-flor, que permanece mais de vinte dias, normalmente pode manifestar na área dores ou sensação de corpo estranho na cavidade oral. No pescoço e nas glândulas salivares, nãos manifestam dores, porém ocorre o aparecimento de massas que geralmente conseguem ser notadas quando possuem mais de dois centímetros de diâmetro e que não melhoram depois de vinte e um dias. Na tireóide, de modo geral não se encontram sintomas, apenas a ação de perceber a presença de um nódulo indolor na região central e inferior do pescoço (OPPERMANN, 2014). (OPPERMANN, 2014) O diagnóstico desses cânceres é realizado através de exames como videolaringoscopia (exame de imagem, que observa as estruturas da boca, orofaringe e laringe), ultrassonografia ou ultrassom (exame de imagem que visualiza qualquer tecido ou órgão do corpo), tomografia computadorizada (exame que capta imagens precisas da doença) ou ressonância magnética (exame que faz uma investigação mais detalhada) e biópsia de lesão (exame que consiste em colher um pequeno fragmento da pele ou mucosa para realizar uma análise patológica). Sendo que um desses exames é o suficiente para o diagnóstico. O tratamento para cada pessoa se dá conforme a localização do tumor, o tipo de tumor e o agravamento da doença, ou seja, o tamanho que o tumor se encontra e se já existe metástase. Os métodos são a cirurgia, quimioterapia e radioterapia (OPPERMANN, 2014). 21 Caso um indivíduo suspeite estar com algum desses cânceres, é necessário que procure o auxilio de um cirurgião de cabeça e pescoço. No decorrer do recurso terapêutico podem ser fundamentais especialistas como oncologistas e radioterapeutas. Também se pode citar o otorrinolaringologista que trata da cabeça e do pescoço como um todo, dermatologista que ajudar na parte de lesões de pele e endocrinologista que auxilia em casos de tireóide (OPPERMANN, 2014). Os fatores de risco envolvidos no carcinoma de cabeça e pescoço são: para lesões de pele e lábios o principal fator é a exposição excessiva sem proteção ao sol. Já para os casos de boca, faringe e laringe o tabagismo é o principal fator de risco. O álcool também é um fator de risco para câncer de cavidade oral e faringe, e ele potencializa os riscos causados pelo tabaco. Por fim nos casos de tireóide e glândulas salivares não é determinado fatores de risco ambientais bem estabelecidos (OPPERMANN, 2014). Figura 11 – Sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço Fonte: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/levantamento-aponta-sinal-de- alerta-para-diagnostico-tardio-de-cancer-de Acesso em: 05/05/2121 22 Figura 12 – Principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço Fonte: https://www.cremepe.org.br/2017/07/07/sbccp-lanca-julho-verde-pela-prevencao-e- conscientizacao-do-cancer-de-cabeca-e-pescoco/ Acesso em 05/05/2021 (OPPERMANN, 2014) Para impedir essa doença aconteça é importante que haja uma prevenção, e a melhor maneira é evitando os fatores de risco citados acima como, exposição solar, consumo de tabaco e de álcool. Mas caso apresente algum dos sintomas, é preciso se direcionar até um médico, assim evita um possível câncer ou se já houver a presença de neoplasia, terá mais chances de cura sendo tratada precocemente. 2.4.3. Câncer de esôfago Segundo Oppermann (2014) o câncer de esôfago é uma neoplasia maligna que ataca o esôfago sob a forma de um estreitamento da luz esofágica. 23 Figura 13 – Câncer de esôfago Fonte: http://tratamentodrogascuritiba.com.br/bebidas-alcoolicas-podem-causar-cancer-de- esofago/ Acesso em: 06/05/2021 O principal sintoma desse câncer é o esforço e a dificuldade para engolir, primeiramente sente dificuldade para ingerir os alimentos sólidos (cereais, frutas, legumes, entre outros) e depois começa a sentir dificuldade para engolir os líquidos (caldos, sopas, sucos, vitaminas, entre outros). Também apresentam outros sintomas, a perda de peso repentina e rápida, dores no meio do peito e em certas ocasiões rouquidão (OPPERMANN, 2014). O diagnóstico do câncer de esôfago é realizado através de endoscopia digestiva alta, que examina a mucosa do esôfago, estômago e do duodeno, com propósito de observar completamente a luz esofágica e identificar lesões que sejam suspeitas, capazes de serem detectadas por biópsia. Para observar se existe uma diminuição da espessura no interior do esôfago é necessário fazer uma biópsia para a confirmação da doença, mesmo que, seja muito significativa de neoplasia. Também pode ser necessário realizar uma radiografia contrastada de esôfago, para tornar as estruturas mais visíveis, e ter uma avaliação mais precisa do local (OPPERMANN, 2014). Os principais fatores de risco que levam a desenvolver esse tipo de câncer são o consumo excessivo do tabagismo e de bebidas alcoólicas. O refluxo gastresofágico também pode auxiliar a gerar a doença, pois o retorno involuntário e persistente das substancias do estômago vão para o esôfago. E foi considerável que 24 o consumo freqüente de bebidas altamente quentes pode ser um fator e uma dieta podre em frutas e legumes (OPPERMANN, 2014). Importante ficar atento para os sintomas do carcinoma de esôfago e caso haja suspeitas, é necessário realizar uma avaliação por um gastrenterologista, para que ele possa diagnosticar e fazer o tratamento de distúrbios não cirúrgicos do sistema digestivo (OPPERMANN, 2014). É necessário que existam precauções para evitar que a doença apareça. É recomendado evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o uso do tabagismo, pois eles são o maior motivo do surgimento do câncer de esôfago. Todos os indivíduos que possuem pirose, azia ou dificuldade para ingerir alimentos, devem se direcionar até um médico para descobrir a sua causa (OPPERMANN, 2014). Figura 14 – Prevenção para evitar o câncer de esôfago Fonte: https://www.bp.org.br/centros-de-especialidades/oncologia/doencas/cancer-do-esofago Acesso em: 06/05/2021 2.4.4. Câncer de estômago (OPPERMANN, 2014) O câncer de estômago também conhecido como câncer gástrico, é uma neoplasia maligna causada pelas células anormais do estômago. O estômago é um órgão existente no tubo digestivo, localizado entre o esôfago e o duodeno, que tem função muito importante na digestão dos alimentos, fazendo uma pré-digestão, ou seja, continua o processo de digestão após o alimento 25 ser mastigado e misturado à saliva (bolo alimentar), antes de percorrer para o intestino, onde serão absorvidos. (OPPERMANN, 2014) O carcinoma de estômago logo no começo do estágio da doença manifesta poucos sintomas ou até mesmo não manifesta nenhum. Mas quando ocorrer presença de dores ou desconforto no abdômen, sem apetência, fadiga e fraqueza, perda de peso, vômitos, sensação desagradável de indigestão e de que o alimento prendeu, pode haver a presença de câncer de estômago. Também pode apontar presença de um tumor quando se identifica sangue nas fezes ou no vômito, porém esses sintomas também acontecem em doenças benignas do estômago. Caso houver suspeita da presença do câncer de estômago primeiro deve-se buscar um médico clínico geral ou um gastrenterologista que tem o papel de tratardistúrbios não cirúrgicos no aparelho digestivo. No momento em que for confirmada a presença do tumor, recomenda-se consultar um cirurgião e/ou um oncologista (OPPERMANN, 2014). No recurso terapêutico como os demais tipos de câncer deve-se ser adaptado ao estado geral do indivíduo, que depende de características específicas do tumor como localização, estrutura física, seu padrão, tamanho da disseminação e o tipo de tumor. Essas características que determinam como a doença vai evoluir em cada paciente e qual será o melhor tratamento para combater a patologia (OPPERMANN, 2014). É significativo que os profissionais (cirurgião, oncologista e radioterapêutica) trabalhem em conjunto para analisarem e decidirem qual o melhor método a ser utilizado. Sendo que a principal alternativa de tratamento é a ressecção cirúrgica com remoção parcial ou completa do estômago. A quimioterapia e a radioterapia aumentam as possibilidades de um bom resultado no tratamento da doença. Também está sendo estudada uma nova alternativa para combater o câncer, chamada de imunoterapia ou terapia biológica, que utiliza o sistema imunológico para combater o tumor ou diminuir os efeitos colaterais (OPPERMANN, 2014). A melhor forma de obter o diagnóstico desse tipo de câncer é realizando o exame de endoscopia digestiva alta, que irá analisar a mucosa do estômago. Outros exames como tomografia computadorizada e, radiológicos com contraste podem auxiliar para uma avaliação mais precisa do tumor (OPPERMANN, 2014). 26 Os principais fatores de risco do tumor maligno de estômago são alimentação inadequada, pobre em verduras e frutas, consumir muitos alimentos defumados, conservados e ricos em sal. Existem outros fatores que também estão envolvidos como infecção pela bactéria Helicobacter pylori, inflamação crônica no estomago, cirurgias que já foram realizadas por outro motivo, familiares que já tiveram ou possuem a doença, histórico de pólipos no estômago e o grande vilão, o tabagismo (OPPERMANN, 2014). Para evitar o desenvolvimento ou o avanço da patologia, manter hábitos saudáveis sempre é a melhor alternativa de prevenção sendo eles, ter uma dieta rica em verduras, fibras e frutas, evitar ao máximo o consumo de tabaco e bebidas alcoólicas (OPPERMANN, 2014). Figura 15 – Câncer de estômago Fonte: http://www.cenapro.com.br/noticias-detalhes.asp?codigo=84 Acesso em: 06/05/2021 2.4.5. Câncer de pulmão O câncer de pulmão é uma neoplasia maligna que se origina nas células do pulmão ou dos brônquios. Existem diferentes tipo de câncer de pulmão, cada um com sua característica, que é definido através do diagnostico (OPPERMANN, 2014). 27 O câncer de pulmão é o mais comum entre os tumores malignos. As grandes maiorias dos casos estão associadas ao tabagismo. É uma das doenças neoplásica mais freqüente e fatal em todo o mundo, com alta mortalidade e ocorrência que cresce cada vez mais. Tanto no sexo masculino como no feminino representa o principal motivo de morte por câncer (OPPERMANN, 2014; ANTUNES; PERDICARIS; GOMES, 2015). O carcinoma de pulmão por vezes não apresenta sintomas nas fases iniciais, mas os sintomas que são mais freqüentes da doença são: muita tosse,falta de ar ou incomodo ao respirar, chiado no peito persistente, ao escarrar observar presença de sangue, dores na região torácica, perda de peso, entre outros. Todos os pacientes fumantes ou ex-fumantes, que apresente algum desses sintomas, precisam passar por uma avaliação médica (OPPERMANN, 2014). Após manifestar algum sintoma descrito acima, o paciente precisa procurar um clínico geral ou um pneumologista para verificar se existe a presença da patologia. Primeiro realiza-se uma análise através de uma biópsia para que seja feita a confirmação da doença, que poderá ser efetuada através de endoscopia ou por biópsia percutânea auxiliada por ultrassonografia ou tomografia. Depois são realizados exames de imagem, radiografia ou tomografia de tórax. Após essa confirmação deve ser feita uma avaliação com o oncologista e com cirurgião torácico. A escolha do recurso terapêutico dependerá do tipo de câncer, da gravidade do distúrbio e da localização. Sendo que os métodos mais utilizados são a cirurgia caso seja possível, a quimioterapia e radioterapia (OPPERMANN, 2014). O principal fator de risco da neoplasia maligna de pulmão é sem dúvidas o tabagismo, ou seja, o consumo de cigarros. A gravidade desse risco vai depender da quantidade de cigarros consumidos durante a vida, ressaltando também que o tempo de exposição também está relacionado como aumento do risco (OPPERMANN, 2014). Segundo Antunes, Perdicaris e Gomes (2015) uma em cada sete pessoas que chegam aos setenta anos de vida com o hábito de fumar terá altas chances de desenvolver câncer de pulmão, independente da quantidade fumada. Fatores genéticos também contribuem para o risco em fumantes serem mais altos, como por exemplo, existência de desequilíbrio entre elastase (enzima com papel importante no tecido pulmonar, digeri células danificadas ou de envelhecimento, e bactérias promovendo a cicatrização) e alfa-1 antitripsina, 28 (proteína produzida no fígado, com papel de proteger os pulmões de neutrófilo), ambos tem um papel em associação com o cigarro para surgir enfisema (doença que aparece após muitos anos de agressão aos tecidos do pulmão, ocasionado pelo cigarro), que também pode auxiliar para o surgimento do câncer de pulmão. A patologia pulmonar obstrutiva crônica, também está associada ao tabagismo, e envolvida no carcinoma pulmonar por contribuir com episódios de inflamação crônica e mutagênica (ANTUNES; PERDICARIS; GOMES, 2015). As pessoas expostas ao fumo passivo também estão designadas ao risco, isto é, que convivem em locais fechados com fumantes. Esses indivíduos que não fumam, mas está expostos a agressão da fumaça tendem a pelo menos 40% mais chances de possuir câncer de pulmão do que pessoas que nunca fumaram ou nunca foram expostas. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse número representa por volta de cinco mil mortes por ano por causa do fumo passivo. No ano de 2000 houve 4,3 milhões de óbitos prematuros que foram causados por conta do tabagismo, já em 2010 foram 10 milhões de mortes, ou seja, do ano de 2000 para 2010 houve um aumento significativo de mortes. No Brasil em 2010 houve por volta de 200 mil mortes por patologias associadas ao fumo, isto é, a cada 5 minutos, um brasileiro falecia naquele ano por conta do tabagismo (ANTUNES; PERDICARIS; GOMES, 2015). A melhor forma de prevenir esse tipo de câncer é evitar o tabagismo ou suspender seu uso para os indivíduos que possuem o hábito de fumar. Sabe-se que quanto mais precoce o diagnóstico, menor será o agravamento doença e maiores serão as possibilidades de uma possível cura. Aconselhar e informar as crianças e adolescentes, referente ao perigo que o cigarro provoca, pode evitar possíveis casos futuros de câncer de pulmão (OPPERMANN, 2014). Antunes, Perdicaris e Gomes (2015) relataram que segundo o estudo intitulado Nacional Lung Screening Trial (NLST), que utilizou mais de 50 mil pacientes, expostos à tomografia computadorizada (TC), apresentou redução de 20% na mortalidade por câncer de pulmão em pacientes fumantes ou ex-fumantes com grande risco de desenvolver carcinoma pulmonar. No entanto, a melhor estratégia de prevenção para o câncer de pulmão, é a prevenção primária, ou seja, que impede o surgimento do tumor maligno. Contudo o método mais efetivo é a cessação do tabagismo. Infelizmente, poucas pessoas interrompem o hábito de fumar sem nenhuma ajuda, precisa ser lembrado que é um 29 vício, e não envolve somente aspectos relacionados à dependência química, como também padrões comportamentais, por esse motivo o tratamento da interrupção ao tabagismo requer uma abordagem mais ampla (ANTUNES; PERDICARIS;GOMES, 2015). Figura 16 – Câncer de pulmão Fonte: https://www.imcbrasil.com/boletins-semanais/cancer-de-pulmao/ Acesso em: 08/05/2021 30 2.5. Levantamento de pesquisa científica Figura 17 – Tabagismo como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão Fonte: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/313/184 Acesso em: 03/04/2021 Esse estudo refere-se a uma revisão de literatura, isto é, analisar as pesquisas que já foram publicadas sobre tal assunto, que nesse caso é sobre o tabagismo como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão (SILVA et al, 2019). Os autores utilizaram dez pesquisas publicadas a partir de 2012 até 2017, sendo a maioria do ano de 2013. Desses dez estudos, seis eram dos Estados Unidos, e o tipo de estudo que predominou foi o de caso-controle. Tendo como objetivo de retratar os indícios científicos referente ao desenvolvimento de câncer de pulmão em conseqüência ao tabagismo, sendo ele o principal fator de risco. Também utilizaram critérios de inclusão e exclusão para selecionar amostras, informações dos artigos selecionados, análise de modo geral e a discussão dos resultados (SILVA et al, 2019). Os indícios científicos mostraram que o tabagismo é uma das principais causas para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Os estudos relatavam a respeito da exposição ativa e passiva ao tabagismo, ele como o principal fator de risco de carcinoma pulmonar e a interação do cigarro e suas substâncias tóxicas ligadas ao câncer de pulmão. Também observaram a associação da exposição tabagista com alto risco de câncer de pulmão, o perfil dos indivíduos que 31 apresentam alto risco de manifestar um possível câncer de pulmão, bem como os seus hábitos e características demográficas (SILVA et al, 2019). Baseado na analise das informações contidas nas pesquisas, a exposição ao tabaco de maneira ativa e passiva e, alto risco de neoplasia maligna pulmonar em pessoas fumantes ativos e não fumantes. Sendo o foco principal da pesquisa, o perigo de desenvolver câncer de pulmão e a confirmação que o consumo do tabaco influenciou diretamente nos casos de pessoas entrevistadas que possuíam câncer de pulmão (SILVA et al, 2019). Nesse estudo os autores concluíram que o tabagismo é o principal fator de risco para desenvolver o carcinoma pulmonar e que a fumaça gerada pela queima do tabaco presente no cigarro apresenta alta quantidade de substâncias cancerígenas. O vício de fumar é o fator de risco mais conhecido, se tornando responsável pelo aumento de chances de gerar esse tipo de câncer. Ficando claro que possuir o hábito de fumar não faz mal apenas para quem fuma, a fumaça tóxica alcança as pessoas que não fumam, mas ficam expostas a essa poluição tabagista. Diante disso recomendam que para combater essa patologia, é necessário orientar os fumantes a pararem de consumir cigarros e conscientizar as crianças e jovens desde cedo sobre o mal que acarreta o consumo do tabaco (SILVA et al, 2019). Figura 18 – Risco de câncer de pulmão, laringe e esôfago ocasionados pelo fumo Fonte: https://www.scielosp.org/pdf/rsp/2002.v36n2/129-134/pt Acesso em: 09/05/2021 32 Nesse estudo foram realizadas três pesquisas de caso e controle, ambas na mesma cidade de médio porte do Brasil, os autores tiveram como objetivo mensurar a relevância do problema da medida do Risco Populacional Atribuível (RPA) ao tabagismo, sendo que se utilizou como apoio para a pesquisa o câncer de pulmão, de laringe e o de esôfago (MENEZES et al, 2002). Começando com o estudo referente ao câncer pulmonar realizado no ano de 1996 com pacientes hospitalizados, sendo que os controles e os casos eram pacientes dos mesmos hospitais, monitorados por sexo, grande maioria dos indivíduos era do sexo masculino, e por idade, que nesse caso grande parte tinha entre 51 a 70 anos. Durante a pesquisa, atingiram-se no total 122 casos de neoplasia pulmonar maligna e 244 controles (MENEZES et al, 2002). Após três anos, em 1999 a 2000, efetuaram o estudo sobre câncer de laringe e esôfago, com amostras de pacientes tratados nos hospitais da mesma cidade que possuíam esses cânceres, levando em conta o sexo e idade desses indivíduos. No final obtiveram 50 casos de câncer de laringe e 48 casos de câncer de esôfago e 96 controles em ambos (MENEZES et al, 2002). Foi aplicado à medida de RPA ao fumo e um questionário referente ao tabagismo com algumas questões para auxiliar no resultado da análise, sendo elas, quantidade de cigarros consumidos no dia, a duração de consumo de cigarros ou se não tiver mais o hábito de fuma, há quanto tempo interrompeu esse vicio, entre outras perguntas associadas ao fumo (MENEZES et al, 2002). Diante de todas as informações e resultados, os autores concluíram que a o risco populacional atribuível ao fumo de câncer de pulmão naquela cidade foi de 63% para ex-fumantes e 71% para fumantes. No câncer de laringe o RAP para ex- fumantes foi 74% e para fumantes 86%, sendo que maior parte dos pacientes eram homens e com mais de 51 anos. Por fim, no câncer de esôfago o sexo que prevaleceu também foi o masculino e maior parte deles tinha 51 anos, no RPA desse câncer para os ex- fumantes foi de 21% e para os pacientes que fumam 54% (MENEZES et al, 2002). Com todos esses dados, ficou claro que o tabagismo faz muito mal a saúde, levando a diversos tipos de câncer, é um fator risco e que para evitá-lo, a melhor maneira é eliminar o consumo do tabaco, fazer o abandono do habito de fumar, e caso não tenha esse hábito ficar longe da fumaça do cigarro (MENEZES et al, 2002). 33 2.6. Tratamento e controle do tabagismo Segundo o autor Viegas (2007) em 1999 a Organização Mundial da Saúde (OMS), determinou o tabagismo como uma patologia, logo, deve-se considerar o tabagismo como patologia crônica que tem cura e que para os indivíduos que fumam abandonarem o hábito de fumar é necessário mais de um tratamento de cessação, para que assim consiga alcançar o objetivo. O recurso terapêutico para as substancias químicas, como o tabaco, abrange abordagem motivacional, aplicações de estratégias, mudança de estilo de vida e a utilização de fármacos para auxilio do tratamento. Para que haja sucesso nos resultados é significativo que exista a motivação, além disso, é considerada como base da intervenção para o tratamento da doença, visto que, somente dizer ao paciente tabagista que precisa mudar seus hábitos e fazer prescrições de remédios não oferece um bom resultado para fumantes que não estão dispostos a pararem de fumar (GARCIA e NEVES, 2017). Inicialmente no tratamento contra o tabagismo, deve-se realizar uma avaliação sobre o grau de prontidão do paciente, em qual estágio ele se encontra (pré- contemplação, contemplação, determinação) a fim de saber se está realmente pronto, para dar o primeiro passo para uma possível mudança, assim poder realizar uma abordagem apropriada para o paciente e conscientizá-lo de sua decisão, seja ela qual for (GARCIA e NEVES, 2017). A abordagem que deve ser aplicada pelo profissional de saúde pode ajudar nessa mudança. A OMS suplicou em 2005, que os profissionais da área da saúde se envolvam mais no assunto sobre o tabagismo. Os profissionais devem Incentivar e abordar os pacientes tabagistas como portadores de doença a pararem de fumar, tendo postura acolhedora, empatia, interesse, compreensão e ajudá-los ativamente. Sem fazer críticas, julgamentos, confrontações e ironias, pois são fatores que causam risco de piora dos resultados do tratamento. Ou seja, os profissionais de saúde são capazes de motivar os fumantes a desistirem do consumo do tabaco, promovendo uma possível transformação na vida desses indivíduos (GARCIA e NEVES, 2017; VIEGAS, 2007). A abordagem deve ser breve, sendo que essa estratégia, bem aplicadapoderá ser muito mais eficaz do que uma abordagem intensiva, pois a abordagem breve apresenta forte impacto social, conseguindo ajudar muitos fumantes. Além do mais, 34 o custo-benefício é bem melhor, tendo como exemplo em patologia coronária que precisa ser tratada com somente um medicamento, porém consegue ter uma despesa mais alta do que a despesa do tratamento breve (VIEGAS, 2007). O abandono do cigarro é um processo muito difícil para os indivíduos com o hábito de fumar, pois cessar o cigarro tem efeito sobre o comportamento, esse método começa com a decisão do fumante em parar com o consumo de cigarros e chega ao fim com a abstinência mantida por um longo prazo (VIEGAS, 2007). Quando o fumante se encontra na fase em que não existe intenção de mudança (pré-contemplação) a abordagem que deve ser feita é focada em informar sobre a importância do abandono do cigarro, os riscos que irão causar se prosseguir fumando, as dificuldades que aparecerão e principalmente ressaltar o retorno positivo que causa na saúde quando se abandona o cigarro, isto é, incentivar a motivação para a mudança, algo que enxergue e encare como uma decisão própria (GARCIA e NEVES, 2017). Para pacientes que pensam na possibilidade de parar com o hábito de fumar (contemplação), deve-se aconselhar redução do consumo de cigarros, pois fumando menos, verá que é capaz de diminuir ainda mais e ver que de fato é possível haver cessação (GARCIA e NEVES, 2017). Caso o fumante esteja motivado e decidido a cessar o tabagismo (determinação). É significativo que o profissional fortaleça o comprometimento com a decisão tomada, questionar e registrar o histórico tabagista, recomendar o abandono do tabagismo de maneira definitiva, avaliar, estabelecer planos e metas, determinar uma data para fazer o inicio do abandono. Sendo que diversas pesquisas mostraram que o método de marcar o dia para começar a não fazer mais o consumo de cigarros, aumenta as possibilidades de cessação, e que interromper o uso do tabaco maneira repentina é mais eficaz do que interromper de forma progressiva, apesar desse segundo método ser muito efetivo nos fumantes ativos pesados, ou seja, fumantes que são extremamente dependentes da nicotina. Por fim, observar todo o processo de cessação e para aqueles que obtiveram sucesso em cessar o hábito de fumar, precisam ser conscientizados dos riscos de recaída (GARCIA e NEVES, 2017). De acordo com Garcia e Neves (2017) ambivalência está ligada a essa motivação, visto que, é uma reação psicológica, que é simultânea em sensações conflitantes referente a tomar decisões da vida. Em indivíduos que possuem 35 dependência ao tabagismo a ambivalência age nos sentimentos conflitantes simultaneamente na ação de fumar ou de parar com o consumo de cigarro, isto é, por parte existe desejo de fumar, mas também existe uma oposição do ato de fumar cigarro. Como por exemplo, em uma balança instável, por um momento inclina-se para um lado e depois se inclina para o outro. Esse desejo de fumar está relacionado às sensações positivas e ao prazer que causam na vida do individuo, devido à nicotina encontrada nos cigarros, que envolve a dependência, padrões de comportamento, os hábitos que o individuo leva e os meios de enfrentamento da vida. Já a resistência do ato de fumar está relacionada ao paciente perceber a perda do controle sobre o cigarro, perda de liberdade, das conseqüências do uso do tabaco e preocupações do que pode ocorrer futuramente (GARCIA e NEVES, 2017). Em ambos possuem vantagens e desvantagens, e a ambivalência sempre estará presente nessa questão. A vantagem de continuar com o habito de fumar é que trás sensações de prazer, relaxa e o individuo consegue pensar melhor. As desvantagens são a falta de ar, cansaço, o gasto de dinheiro em maços, mau cheiro, sem liberdade e familiares tristes pedindo para o fumante parar com o hábito (GARCIA e NEVES, 2017). As vantagens de parar com o hábito fumar são ter liberdade, melhora o funcionamento do corpo, diminui riscos para a saúde, mais disposição, menos gastos por não precisar mais comprar maços de cigarros e sensação de capacidade. Já as desvantagens de abandonar o cigarro são não saber como reagir em momentos de tensão, perda da identidade, se sentir fracassado caso não consiga e aumento de peso (GARCIA e NEVES, 2017). É significativo que os profissionais da área de saúde a todo o momento questionem seus pacientes se fazem a utilização de tabaco. As pessoas fumantes precisam ser motivadas a pararem com o hábito de fumar definitivamente e deve ser ofertado auxilio para cessar o tabagismo em todas as chances que puder. A principal finalidade do recurso terapêutico do individuo tabagista é impedir que haja recaídas e tratá-la de maneira solidária, buscando incentivar o tabagista em todas as tentativas de mudança a não voltarem a consumir cigarros (VIEGAS, 2007). Conforme a motivação do paciente evolui, em relação a mudanças com o planejamento em parar com o hábito de fumar, é necessário incluir abordagens comportamentais e farmacológicas (GARCIA e NEVES, 2017). 36 (GARCIA e NEVES, 2017) Após aplicar a abordagem breve se o paciente estiver disposto a cessar o tabagismo, sabe-se que é preciso auxilio de fármacos para melhores resultados. Dando continuidade ao tratamento é importante efetuar um diagnostico de dependência a nicotina. E logo depois fazer uma avaliação clinica do fumante que abrange histórico do tabagista (idade de início, quantidade de cigarros consumidos por dia, se já houve tentativas de cessação e recaídas se sim quantas vezes, quais foram as manifestações da abstinência, exposição passiva, se convive com outros fumantes ativos, fatores relacionados como, por exemplo, o consumo excessivo de café logo depois das refeições, consumo de bebidas alcoólicas e ansiedade), em qual grau o indivíduo fumante se encontra da dependência de tabaco resultado obtido através do teste de Fagerström; grau em que o indivíduo fumante se encontra em relação à motivação; seus hábitos; oscilações do peso corporal; se existem comorbidades clínicas e psiquiátricas; medicamentos utilizados e alergias; exames físicos; antecedências familiares e exames complementares (hemograma, glicemia, colesterol, triglicérides, radiografia de tórax, espirometria e eletrocardiograma). A utilização de medicamentos intensifica de duas a três vezes a probabilidade de um ótimo resultado conforme o remédio receitado, pois a terapia farmacológica é eficiente para a terapêutica da dependência resultante da nicotina (GARCIA e NEVES, 2017). Precisa ser esclarecido para o fumante referente aos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos que serão empregues. Os fármacos são mais eficazes quando utilizados associados com terapêutica comportamentais e de suporte. Garcia e Neves (2017) relatam que o ministério da saúde recomenda a utilização de remédios para fumantes ativos que fumam mais de vinte cigarros por dia, que fumam o primeiro cigarro até trinta minutos após acorda e ao menos dez cigarros por dia, que pontuam cinco pontos ou mais na escala do teste de Fagerstrom e os que já tentaram parar com o habito de fumar pela a abordagem breve, mas não conseguiram por causa dos sintomas de abstinência. Existem diversos remédios usados para auxiliar no abandono do tabagismo como, a terapia de reposição de nicotina (TRN), a bupropiona, a vareniclina e a nortriptilina. O profissional da área de saúde leva em conta para realizar prescrições de medicamentos, como citado anteriormente, o grau de gravidade da dependência de nicotina, grau motivacional, experiência pregressas com remédios para 37 tabagismo, comorbidades, contra-indicações, efeitos colaterais e precauções (GARCIA e NEVES, 2017). Todas as maneiras de terapia de reposição a nicotina (TRN) mostram-se eficazes em relação ao abandonodo tabagismo por terem mais chances do paciente se manter em abstinência, capazes de dobrar o percentual de cessação por um longo período de tempo, quando comparados ao placebo, que é toda e qualquer substância que não possuem propriedades farmacológicas. Essa terapia combinada a outros fármacos e com orientação é possível ser mais potente do que utilizada sozinha (GARCIA e NEVES, 2017). Essa terapia é indicada para os pacientes que fumam e se encontrem na fase de mudança pronta para colocarem em prática a abstinência e manter ela até o final do tratamento, o paciente precisa abandonar o consumo de cigarro antes de dar início ao tratamento (GARCIA e NEVES, 2017). A terapia de reposição a nicotina atua estimulando os receptores nicotínicos localizados no sistema nervoso central e somente 5% da nicotina encontrada se ligam nas proteínas plasmáticas, sendo metabolizada no fígado e eliminada pelo sistema excretor (GARCIA e NEVES, 2017). É indicado que dure até doze semanas para a goma de nicotina ou pastilha e de dois meses a dois meses e meio para adesivos, porém para cada paciente é diferente, por tanto, será prescrito conforme a precisão de cada um. A terapia de reposição de nicotina pode ocorrer de duas maneiras, por liberação lenta através de adesivos transdérmicos, e por liberação rápida através de gomas, pastilhas, inalador e spray nasal, as duas maneiras são eficientes, mas o método com o adesivo é melhor (GARCIA e NEVES, 2017). No Brasil a terapia de reposição de nicotina está disponível em gomas de dois ou quatro miligramas, deve ser consumida uma goma com intervalos de tempo de uma a duas horas ou caso haja desejo de fumar, a dose média é de oito a doze gomas por dia, e não pode passar de 24 gomas. Não deve ser ingerida antes de quinze minutos após consumir bebidas alcoólicas ou alimentos nem durante o uso, mascar até obter gosto característico, depois repousar entre a gengiva e as bochechas repetindo durante trinta minutos (GARCIA e NEVES, 2017). Também esta disponível através de adesivos de 7mg com duração de duas semanas; de 14mg com duração de quatro semanas; e de 21mg duração de quatro semanas. Dosagens maiores que 21mg é somente para pacientes fumantes com 38 alta dependência em nicotina. Para utilizá-lo basta colar o adesivo entre o pescoço e a cintura, pois são áreas que não possuem muitos pelos e não ficam aparentes. Começar a usá-lo após a data determinada para abandonar o hábito de fumar, trocando a cada 24 horas ou retirando depois de 16 horas de utilização e fazer rodízio entre as áreas de aplicação (GARCIA e NEVES, 2017). Por fim as pastilhas disponíveis devem ser utilizadas a cada uma ou a cada duas horas, reduzindo progressivamente. O mínimo de nove e máximo de quinze pastilhas por dia (GARCIA e NEVES, 2017). Infelizmente existem efeitos adversos, sendo eles, aparecimento de aftas, alta salivação, dificuldade de digestão, irritação na faringe, dores na articulação temporomandibular, dentes amolecidos, dor de cabeça e enjôos. A utilização dos adesivos também pode causar irritações cutâneas no local onde foi aplicado, como prurido, eritema. Como também infiltração da derme, bolhas, insônia e vômitos. Por essa razão precisa ter cautela na utilização nos pacientes com diabetes mellitus, hipertireoidismo e feocromocitoma (GARCIA e NEVES, 2017). A terapia de reposição de nicotina é contra indicada para fumantes que possuem dificuldade para mascar a goma, os que possuem úlcera péptica ativa, dermatites nas áreas de aplicação dos adesivos, gestantes e patologias cardiovasculares, como arritmias graves, angina instável ou infarto agudo do miocárdio recente com menos de quatro semanas (GARCIA e NEVES, 2017). O medicamento chamado bupropiona é usado no recurso terapêutico do tabagismo e dobra as probabilidades de um ótimo resultado no tratamento do fumante em se manter em abstinência. É indicado para fumantes que não querem engordar, o que costuma ocorrer nas primeiras semanas de abstinência do tabagismo, ou fumantes que possuem depressão como comorbidade. Visto que a bupropiona é um antidepressivo que amplia a dopamina e noradrenalina (GARCIA e NEVES, 2017). Sua meia-vida é de 21 horas e sua metabolização é hepática, principalmente pela isoenzima CYP2B6 que é capaz de ser afetada por drogas como cimetidina, valproato de sódio e ciclofosfamida. A bupropina impede a ação da CYP2D6, diminuindo o metabolismo de betabloqueadores e antiarrítmicos Além disso, sua excreção é renal (GARCIA e NEVES, 2017). 39 A duração de seu uso é indicada durante três meses. Não havendo indícios suficientes quanto aos efeitos de utilização da bupropiona por um longo período para evitar recaídas (GARCIA e NEVES, 2017). O fármaco bupropiona está disponível na indústria brasileira em 150mg através de liberação rápida e liberação lenta XL ou em 300mg encontrada somente liberação lenta XL. O recurso terapêutico começa com 150 mg ao acordar, e após o quinto dia aumenta a porção para um comprimido de 150mg duas vezes ao dia. Normalmente, essas porções são consumidas no começo da manhã e no começo da tarde, para impedir a insônia que é uma dos efeitos colaterais. O medicamento de liberação lenta só pode ser utilizado uma dose, consumida pela manhã. Recomendado que o paciente defina uma data para a cessação do tabagismo, indicada para o oitavo dia depois do começo da medicação (GARCIA e NEVES, 2017). Os efeitos colaterais comuns da utilização de bupropiona, que acontecem normalmente em 10% dos fumantes que fazem uso do remédio, o mais comum é a insônia, por essa razão esse fármaco nunca deve ser consumido antes de dormir. Ainda assim pode surgir dor de cabeça, boca seca, perca de peso e de apetite. Pode ocorrer uma complicação rara que se manifesta entre 0,01 e 0,1% dos indivíduos que consomem a quantidade máxima como, as crises de epilepsia, esse efeito pode acontecer também quando ocorre a elevação da dose por meio da combinação da bupropiona com outros remédios (GARCIA e NEVES, 2017). A bupropiona é contra-indicada para pacientes com histórico de epilepsia ou com risco elevado para convulsões como abstinência alcoólica, traumatismo cranioencefálico, derrames, utilização de remédios que diminuem o limiar convulsivo. Também é contra indicado para gestantes, anorexia ou uso de inibidores de monoaminoxidase (GARCIA e NEVES, 2017). Também é usado para o recurso terapêutico do tabagismo o remédio vareniclina, ele é mais eficiente do que o fármaco bupropiona, pois triplica as chances do fumante estar em abstinência depois de seis meses, quando comparada ao placebo aumenta 2,88 vezes, e sendo associada a outros métodos é mais superior do que se for utilizada sozinha. Esse remédio é um agonista parcial dos receptores colinérgicos nicotínicos alfa-4 e beta-2, inibindo a ligação de nicotina com eles e diminuindo o desejo de fumar (GARCIA e NEVES, 2017). 40 A vareniclina que é administrada oralmente é totalmente absorvida através do trato gastrointestinal, ela obtém muita biodisponibilidade sistêmica, concentração máxima por volta de três horas e atinge equilíbrio quatro dias após da administração repetida. A metabolização é mínima, por esse motivo não precisa de ajuste de porções em caso de distúrbios do fígado em desempenhar seu papel de metabolizar e sintetizar proteínas e fazer auto-regeneração. A sua excreção é renal, porém 92% de sua composição são de maneira inalterada (GARCIA e NEVES, 2017). A velocidade e quantidade com o qual esse remédio é absorvido não são afetadas por alimentos nem pelo horário de administração. A utilização de vareniclina não muda o impacto de outros remédios usados no recurso terapêutico do tabagismo, como a bupropiona e os adesivos de nicotina (GARCIA e NEVES, 2017). A duração do uso desse medicamento é indicada até doze semanas. Caso haja o aumento da duraçãopor mais de três meses há chance de abstinência contínua por longo tempo (GARCIA e NEVES, 2017). O fármaco vareniclina está disponível no mercado brasileiro em 0.5 ou 1mg. O tratamento começa com apenas 0,5mg uma vez ao dia, por três dias. A partir do quarto dia, passa-se a ingerir 0,5mg duas vezes ao dia. Após uma semana, deve-se ingerir 1mg duas vezes ao dia. É considerável que o paciente acerte um dia para dar inicio ao abandono do hábito de fumar, que é recomendada para oito dias depois do começo da utilização do medicamento (GARCIA e NEVES, 2017). Os efeitos indesejáveis que são mais comuns que acontecem em mais de 10% dos indivíduos que fazem a utilização do fármaco vareniclina são, o aumento do apetite, náuseas e vômitos, diarréia, sonolência, tonturas, mudança no paladar, constipação, boca seca, distensão abdominal, gases, indigestão, fadiga, corrimento nasal excessivo e falta de ar (dispnéia). Sendo que sua única contra-indicação é para gestantes (GARCIA e NEVES, 2017). O consumo da vareniclina precisa ser utilizado com cuidado, por essa razão os profissionais de saúde precisam ficar atentos a pacientes com histórico de transtornos psiquiátricos associados. Diversas pesquisas mostram pioras dessas reações adversas, incluindo o suicídio em pacientes com predisposição. Além do mais segundo Garcia e Neves (2017) em 2011 foi publicada uma análise que mostrou um possível aumento do risco de ocorrências cardiovasculares graves 41 relacionadas à utilização desse remédio, mas não é algo que foi confirmado em estudos posteriores. (GARCIA e NEVES, 2017) Já o medicamento denominado nortriptilina é um antidepressivo tricíclico que tem sido usado na intervenção do tabagismo e dobra a probabilidade de um bom resultado. No entanto, é visto como um remédio de segunda linha para essa terapêutica. Mas ainda que não seja de primeira linha é uma opção de medicamento barato, normalmente disponível gratuitamente no Serviço Público de Saúde (SUS). Esse antidepressivo impede a recaptação de noradrenalina na pré-sinapse, elevando sua concentração na fenda sináptica e é metabolizado por meio de metabolização hepática. Os indícios evidenciam que a maneira de ação da nortriptilina no abandono do tabagismo é independente de seu efeito antidepressivo (GARCIA e NEVES, 2017). A nortriptilina está disponibilizada na indústria brasileira exibida com 25, 50 ou 70mg. No tratamento contra a depressão é ingerida em maiores porções, já para o recurso terapêutico do tabagismo é utilizada em dose menor. É indicado ingerir 25 mg, de preferência na parte noturna do dia, em razão ao efeito sedativo. Da mesma maneira na utilização de outros fármacos não nicotínicos. O paciente precisa marcar o dia que irá parar com o mau hábito de fumar, sugere-se que a data seja determinada depois do oitavo dia do início do uso do remédio (GARCIA e NEVES, 2017). Diante dos muitos antidepressivos tricíclicos, o fármaco nortriptilina é o que possui os efeitos colaterais mais moderados, principalmente se for ingerido em porções pequenas, como o recomendado para o tratamento do tabagismo. É um medicamento indicado para pacientes fumantes com problemas de insônia ou que necessitam ganhar peso, pois a sonolência e o aumento de peso são efeitos colaterais esperados para esse remédio. Indivíduos que possuem depressão como comorbidade também são capazes de favorecer benefícios e vantagens dessa indicação. Contudo para o recurso terapêutico de um paciente que possui depressão e outra patologia, ou seja, depressão comórbida, recomenda-se fazer o uso com uma dose diária mais concentrada, entre 50 e 150 mg ao dia, que é estabelecida após o resultado do exame de dosagem sérica do medicamento nortriptilina (GARCIA e NEVES, 2017). 42 O uso da droga nortriptilina não é indicado para pessoas com infarto agudo do miocárdio e arritmia (distúrbio do batimento cardíaco), em razão do potencial de induzir distúrbios de condução cardíaca. Também não é recomendado para pessoas com disfunções do fígado, epilepsia, psicose e lactantes (GARCIA e NEVES, 2017). Diversas pesquisas mostram que a utilização do adesivo de nicotina junto com uma maneira de liberação mais rápida de nicotina como a goma ou a pastilha, é capaz de elevar as possibilidades de um excelente resultado, comparado com a utilização somente de uma terapia de reposição a nicotina. Mas os indícios referente à segurança dessa associação são escassos para recomendá-la como tratamento de primeira linha (GARCIA e NEVES, 2017). Garcia e Neves (2017) relatam que segundo Food and Drug Administration (FDA) essa associação é a única aprovada, pois a utilização do adesivo de nicotina juntamente ao fármaco bupropiona não apresenta benefícios, quando é comparada com a utilização da terapia de reposição de nicotina isoladamente. Além do mais, é preciso ter cuidado ao recomendar essa associação, como relatado anteriormente, é capaz de elevar a pressão arterial. A terapia de grupo também é bastante significativa para o tratamento da dependência química, como o tabagismo. Essa ferramenta sempre foi bastante usada no recurso terapêutico da dependência química, por esse motivo é capaz de auxiliar os pacientes a cessar o cigarro. Em alguns estudos foi observada sua eficácia que fica entre 65% a 79%, no qual 62% dos indivíduos que são ex-fumantes permanecem em abstinência 25 meses depois do encerramento do tratamento (GARCIA e NEVES, 2017). Existem dois tipos de grupo, o de mútua ajuda que é um grupo que preserva o status anônimo e fazem trocas de experiências se ajudando mutuamente, é organizado pelos próprios participantes com a finalidade de ajudar na mudança de comportamento. E o grupo terapêutico que é envolvido por pacientes que participam de modo voluntariamente com os mesmos objetivos, organizado por um profissional mediador e terapeuta que determina juntamente com os pacientes, normas, regras e contratos terapêuticos em comum (GARCIA e NEVES, 2017). O grupo oferece o encontro entre indivíduos com problemas parecidos e com o mesmo propósito. Ao irem a esse encontro os pacientes conseguem se sentir abertamente para se expressar por estarem em um ambiente onde se encontram 43 pessoas com problemas parecidos, desse modo, aumenta as probabilidades de se sentirem acolhidos e compreendidos (GARCIA e NEVES, 2017). As informações que são trocadas entre os fumantes proporcionam a aprendizagem através um do outro, esse método de tratamento do tabagismo em grupo possibilita aos pacientes tabagistas o autoconhecimento, visto que, são capazes de mostrarem um para o outro o que sozinhos infelizmente não conseguem mostrar (GARCIA e NEVES, 2017). Além das vantagens que trazem a terapia em grupo, também existem algumas desvantagens como ações destrutivas e negativas que influenciam e se espalham muito fácil, sendo capaz de desenvolver um clima de tensão entre os pacientes de atitudes positivas e os de negativa (GARCIA e NEVES, 2017). Indivíduos que são muito diferentes formam um grupo heterogêneo, o que acaba dificultando o diálogo entre eles, a abordagem e interação de todos. O grau de motivação também pode ser que não sejam parecidos, isto é, dificultando o tratamento, pois um paciente pode pensar de forma diferente do outro como, enquanto um deseja parar de fumar de imediato por estar adoecendo, o outro quer parar de fumar de maneira gradual por medo de ficar sem o habito de fumar. Então as metas e objetivos para cada pessoa fumante é diferente, como também os resultados a serem obtidos (GARCIA e NEVES, 2017). Para um paciente fumante participar do grupo depende primeiro de sua motivação. O indicado é que o indivíduo encontre-se nas fases de pré-contemplação, contemplação ou ação, que envolve comportamentos e resultados diferentes, mas que possuem o mesmo objetivo de acabar com o hábito de fumar.
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