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APS -Tabagismo como fator de risco de câncer - 2021

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 
FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
ANDREWS GUERRA – D960091 
ISAÍAS XAVIER – F064BG7 
TADEU DE LIMA OLIVEIRA – N3922B2 
 WEMERSON SILVA DA CONCEIÇÃO - F00HHH9 
 
 
 
 
 
 
 
TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO DE CÂNCER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
Anchieta 
2021 
1 
 
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA 
FARMACIA 
 
 
 
 
 
 
ANDREWS GUERRA – D960091 
ISAÍAS XAVIER – F064BG7 
TADEU DE LIMA OLIVEIRA – N3922B2 
WEMERSON SILVA DA CONCEIÇÃO - F00HHH9 
 
 
 
 
TABAGISMO COMO FATOR DE RISCO DE CÂNCER 
 
 
 
 
Trabalho apresentado no Curso 
Superior de Farmácia da UNIP para 
Atividades Pratica Supervisionado do 
5º semestre. 
Orientador: Profª Summaia Farah 
 
 
 
 
 
São Paulo 
Anchieta 
2021 
2 
 
 
RESUMO 
 
 
O tabagismo se tornou um grande problema de saúde pública mundialmente, 
causando milhares de óbitos por ano. O tabaco é uma das drogas mais consumidas, 
que leva a dependência à nicotina, por produzir efeitos agradáveis no cérebro dos 
fumantes tornando o hábito de fumar cada vez mais freqüente, conhecido como vício, 
causador de diversas doenças fatais evitáveis, muitas vezes difíceis de ser tratadas. 
Normalmente o consumo do cigarro começa na adolescência permanecendo até a 
vida adulta. Os indivíduos que fumam, são chamados de fumantes ativos e os que 
não fumam, mas estão expostos a fumaça são denominados de fumantes passivos, 
ou seja, inalam a fumaça que contém componentes tóxicos. Um cigarro possui 
diversas substâncias tóxicas, dentre elas, as carcinogênicas que tem alto potencial 
no desenvolvimento do câncer podendo ser do tipo benigno ou maligno. A pesquisa 
tem como finalidade analisar o tabagismo como um fator de risco de câncer. Para 
Atividades Pratica Supervisionada, foram utilizados livros virtuais disponíveis na 
minha biblioteca e biblioteca virtual da Universidade Paulista, imagens e artigos de 
pesquisas selecionadas do Google acadêmico. A partir do estudo realizado, 
concluiu-se que o tabagismo é um dos principais fatores de risco de câncer, sendo o 
principal fator do câncer de pulmão e que a fumaça do cigarro contém enorme 
capacidade carcinogênica. Foi observado que tanto os fumantes ativos quanto os 
fumantes passivos tendem a ter altas chances de um possível câncer e que para 
evitar essa ocorrência a melhor maneira é o abandono total do tabaco, tratamento 
correto para auxiliar e aconselhar os jovens sobre os danos que o tabagismo causa, 
evitando assim casos de câncer futuros. 
 
Palavras chave: tabagismo, câncer, fator de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 - Conseqüências que o tabagismo causa ..................................................... 8 
Figura 2 – Substâncias presentes no cigarro ............................................................ 10 
Figura 3 – Onde as substâncias do cigarro podem ser encontradas ........................ 11 
Figura 4 – Efeitos e malefícios causados pelo tabagismo passivo ............................ 13 
Figura 5 – Processo da neoplasia ............................................................................. 14 
Figura 6 – Tumor benigno e tumor maligno .............................................................. 15 
Figura 7 – Tipos de tumores...................................................................................... 16 
Figura 8 – Metástase ................................................................................................. 16 
Figura 9 – Principais sintomas do câncer de bexiga ................................................. 18 
Figura 10 – Fatores de risco do câncer de bexiga .................................................... 19 
Figura 11 – Sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço ................................ 21 
Figura 12 – Principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço ................... 22 
Figura 13 – Câncer de esôfago ................................................................................. 23 
Figura 14 – Prevenção para evitar o câncer de esôfago ........................................... 24 
Figura 15 – Câncer de estômago .............................................................................. 26 
Figura 16 – Câncer de pulmão .................................................................................. 29 
Figura 17 – Tabagismo como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de 
pulmão ...................................................................................................................... 30 
Figura 18 – Risco de câncer de pulmão, laringe e esôfago ocasionados pelo fumo 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 5 
2. DESENVOLVIMENTO TEXTUAL ........................................................... 6 
2.1. Tabagismo ............................................................................................ 6 
2.1.1. Componentes tóxicos do cigarro ............................................................. 8 
2.1.2. Tabagismo Passivo .............................................................................. 12 
2.2. Câncer ................................................................................................. 13 
2.2.1. Tumores Benignos ............................................................................... 14 
2.2.2. Tumores Malignos ................................................................................ 15 
2.3. Tabagismo e câncer ........................................................................... 17 
2.4. Cânceres que tem como fator de risco o tabagismo ........................ 18 
2.4.1. Câncer de Bexiga ................................................................................. 18 
2.4.2. Câncer de cabeça e pescoço ................................................................ 20 
2.4.3. Câncer de esôfago ............................................................................... 22 
2.4.4. Câncer de estômago ............................................................................ 24 
2.4.5. Câncer de pulmão ................................................................................ 26 
2.5. Levantamento de pesquisa científica ................................................ 30 
2.6. Tratamento e controle do tabagismo ................................................. 33 
2.7. Legistação Brasileira do controle do uso do tabagismo .................. 46 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 48 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 49 
5. Copy Spider ........................................................................................ 50 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente trabalho tem o propósito de apresentar informações sobre o 
tabagismo como fator de risco de câncer. Será abordado nesta revisão de literatura 
referente ao tabagismo e as conseqüências causadas pelo consumo excessivo do 
tabaco, também como os fatores que levam os indivíduos a entrarem na vida do 
fumo. 
O cigarro possui diversos componentes que são prejudiciais à saúde, existem 
muitas substâncias em sua fumaça que são tóxicas causadoras de enfermidades 
que podem ser evitadas. O que acontece com o organismo depois de uma tragada 
em um cigarro, é realmente muito assustador, imagine após anos fumando todos os 
dias maços de cigarro. 
Existem 1,25 bilhões de indivíduos fumantes ativos e infelizmente mais de 30 
milhões são cidadãos que habitam no Brasil. Para o ano de 2030 esse número pode 
passar a serem dois bilhões. (GOULART et al, 2010). 
A relação entre o câncer e o tabagismo, precisa ser destacada, em razão das 
substâncias cancerígenas liberadas através da fumaça, resultantes da queima do 
tabaco, que agem diretamente nos processosneoplásicos em diversas partes do 
corpo. 
O trabalho foi organizado e separado em tópicos para melhor entendimento 
do leitor, nos primeiros tópicos como citado acima será informado sobre o tabagismo, 
suas conseqüências, fatores envolvidos e tabagismo passivo. No segundo tópico 
temos uma visão geral sobre o câncer e os tipos de câncer que podem surgir. No 
terceiro tópico uma relação entre o tabagismo e tumores malignos, para que fique 
mais claro o objetivo. Depois um tópico referente aos cânceres que tem como fator 
de risco o tabagismo, que inclusive são muitos. Para comprovação das informações, 
foi deixado um tópico para levantamentos de pesquisas cientificas e por fim os 
tratamentos utilizados para o processo de tratamento do tabagismo, desde 
abordagem breve até fármacos que podem auxiliar na cessação do tabagismo. 
Para a metodologia foram utilizados dados de livros virtuais disponíveis na 
plataforma virtual da Universidade Paulista, imagens e artigos científicos 
selecionados sobre o assunto no Google acadêmico. 
6 
 
2. DESENVOLVIMENTO TEXTUAL 
2.1. Tabagismo 
 
O tabagismo é considerado uma patologia crônica de dependência à nicotina, 
que de modo geral é iniciada logo na adolescência, 90% dos adultos fumantes 
começa o hábito na juventude, mantendo o vício tabagista na fase adulta 75% dos 
fumantes. Essa dependência é determinada pela inalação da fumaça resultante da 
queima do tabaco que se encontra dentro dos cigarros. Sendo um problema muito 
preocupante de saúde pública em todo o mundo, tanto para quem é fumante quanto 
para os chamados fumantes passivo, ou seja, os não fumantes, mas que acabam 
inalando a fumaça (GARCIA e NEVES, 2017; FERNANDES; CASTELLANO; 
ROMALDINI, 2015). 
O tabagismo é o principal motivo de morte evitável em todo o mundo. O total 
de óbitos por causa do consumo do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes 
anuais, equivalente a mais de 10 mil mortes por dia. Se o seu consumo continuar 
crescendo cada vez mais, esse valor poderá aumentar para 10 milhões de óbitos por 
ano em 2030 (MEDRADO, 2015). 
Segundo Garcia e Neves (2017) o tabaco é a segunda droga mais consumida 
entre os jovens de todo o mundo. Diversas pesquisas têm analisado fatores que 
induzem o tabagismo entre os adolescentes, sendo eles, idade, sexo, tabagismo de 
amigos, escolaridade, consumo de outras substancias como álcool e drogas ilícitas, 
nível socioeconômico, interações sociais como hábitos e comportamentos de tal 
grupo social, rendimento escolar e bem-estar subjetivo tabagismo de familiares e 
separação dos pais. 
As características relacionadas ao crescimento do perigo de se desenvolver 
uma enfermidade são denominadas fatores de risco, que determina se uma pessoa 
bem de saúde, desenvolva uma patologia no momento em que manifesta a 
determinado fator ou a um grupo deles. A mesma causa é capaz de ser ameaça 
para diversas doenças: por exemplo, o tabagismo que causa diversos cânceres, 
além de patologias cardiovasculares e respiratórias (GARCIA e NEVES, 2017). 
Além de acarretar diversas conseqüências para a saúde, o tabagismo é visto 
como o principal motivo de mais de cinqüenta doenças incapacitantes e fatais 
evitáveis. Estima-se que ele seja responsável por cerca de seis milhões de mortes 
7 
 
ao ano, sendo que cerca de 600 mil desses óbitos são pessoas que não fumam 
(GARCIA e NEVES, 2017). 
O tabagismo esta relacionado a patologias cardiovasculares (AVC, IAM e 
hipertensão) e ao câncer (pulmão, esôfago, cavidade oral, cólon, bexiga, estômago, 
rins e colo do útero). O fumo além de ser considerado fator de diversas patologias, 
seu uso está relacionado ao agravamento de algumas situações de saúde (GARCIA 
e NEVES, 2017). 
Pessoas com doença cardíaca coronária, câncer ou outras enfermidades, que 
permanecem fumando tem risco elevado de morte, comparado a pessoas com as 
mesmas doenças, mas que nunca fumaram ou que suspenderam seu uso, após 
serem diagnosticados. Já os fumantes classificados como passivos, apresentam 
riscos parecidos aos tabagistas, por inalarem a fumaça (GARCIA e NEVES, 2017). 
De acordo com Garcia e neves (2017), 25% das pessoas que fumam 
constantemente morrem precocemente por causa de patologias relacionadas ao 
tabagismo, o que equivale à perda aproximada de vinte anos de vida. 45% dos 
óbitos são por IAM, 20% das mortes por patologias vasculares, 25% dos óbitos por 
doença cerebrovascular (derrames), 85% das mortes por Doença Pulmonar 
Obstrutiva Crônica (DPOC), 45% de todos os óbitos por câncer e 95% das mortes 
por câncer de pulmão, que será tratado mais abaixo. 
Também existem outras patologias relacionadas ao consumo do cigarro como 
aneurisma arterial, úlcera do aparelho digestivo, trombose vascular, infecções 
respiratórias e impotência sexual no homem. No Brasil estima-se que anualmente 
200 mil pessoas vão a óbito precocemente, por causa das doenças provocadas pelo 
tabagismo (MEDRADO, 2015). 
O tabagismo é um acontecimento complicado e multicausal, ou melhor, que 
tem diversas causas, diversos motivos. Dentre os motivos que podem definir a 
utilização de tabaco, encontram-se elementos culturais, sociais, comportamentais, 
econômicos e genéticos. Esses fatores não agem sozinhos, por outra forma, 
interatua um com o outro e com o próprio tabagismo de forma dinâmica (GARCIA e 
NEVES, 2017). 
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco, ficando atrás apenas 
da China, é o maior exportador de folhas de tabaco e está em quarto lugar em 
produção de fumo no mundo, visto que as maiores plantações de fumo do Brasil se 
8 
 
encontram no Rio Grande do sul, capital de Porto Alegre (FERNANDES; 
CASTELLANO; ROMALDINI, 2015; MENEZES et al, 2002). 
O consumo do tabaco também é um dos problemas que dificultam o 
desenvolvimento mundial, pois seu uso gera muitas patologias que requerem um 
alto custo econômico, como por exemplo, o câncer (GARCIA e NEVES, 2017). 
 
Figura 1 - Conseqüências que o tabagismo causa 
 
Fonte: https://www.ceara.gov.br/2020/02/19/habito-de-fumar-pode-causar-pelo-menos-50-doencas/ 
Acesso em: 04/05/2021 
 
2.1.1. Componentes tóxicos do cigarro 
 
A fumaça gerada pela queima do tabaco é outro fator de risco para a saúde que 
passa despercebida e são os componentes da fumaça do cigarro que geram a 
doença, além da liberação de nicotina, contém uma grande porção de produtos 
extremamente tóxicos que entram no organismo através dos pulmões 
(FERNANDES; CASTELLANO; ROMALDINI, 2015). 
Uma simples tragada resulta na passagem de substâncias contidas na fumaça 
para a corrente circulatória, e rapidamente ocorre a liberação de um bolo de nicotina 
extremamente concentrado ao cérebro, são de 7 a 10 segundos para que a nicotina 
chegue até o Sistema Nervoso Central (SNC). Além disso, o fluxo sanguíneo capilar 
pulmonar é rápido, e todo o volume de sangue do corpo percorre os pulmões em 
apenas um minuto, dessa maneira as substancias inaladas pelos pulmões se 
9 
 
espalham com uma velocidade parecida com a de substâncias introduzidas por uma 
injeção intravenosa. Um cigarro provoca a entrada de cerca de um miligrama de 
nicotina no organismo, porém essa quantidade aumenta quando as tragadas são 
mais freqüentes e mais profundas (SILVA, 2012; FERNANDES; CASTELLANO; 
ROMALDINI, 2015; MEDRADO, 2015). 
A nicotina é um alcalóide originário das plantas do tabaco, dos quais seus 
efeitos são estimulantes e age nos vasos sanguíneos, causando diminuição do 
diâmetro dos vasos, conhecido como vasoconstrição, que pode contribuir para a 
ocorrência de isquemia (falta de fornecimento sanguíneo) e age principalmente no 
sistema nervoso central, pois estimula e aumenta a quantidade dos receptores 
nicotínicos no cérebro, impulsiona o aumento da liberação de dopamina, causando 
sensações positivas de prazer nos fumantes, fazendo com que queiram repetir o 
habito de fumar (SILVA, 2012). 
Quando a nicotina entra nacorrente sanguínea, ela é distribuída pelo 
organismo, alcançando todos os tecidos do corpo. Consegue ser eliminada 
rapidamente, sendo que depois 30 a 60 minutos a quantidade ainda existente no 
corpo, pode estar menor de acordo com cada pessoa, sendo que 10 % da nicotina 
são excretadas pela urina. Por conta desse curto período o fumante geralmente não 
consegue ficar muito tempo sem o habito de fumar, ou seja, necessita repor nicotina 
no sangue e no cérebro (SILVA, 2012). 
Essa poluição tabagista proveniente da combustão do tabaco seja por 
cigarros, charutos, cigarrilhas, cachimbo e outros produtores de fumaça, é 
constituída de gases e partículas sólidas, formando uma mistura chamada alcatrão, 
onde possui mais de 4.700 substancias tóxicas. Podem-se mencionar as 
carcinógenas (benzeno, formaldeído, benzopireno e polônio), irritantes (acroleína), 
asfixiantes (monóxido de carbono e cianeto), metais (Cadmo, níquel) e pesticidas 
(diclorodifeniltricloroetano) (GARCIA e NEVES, 2017). 
Todos os provenientes do tabaco que são utilizados por meio de inalação 
(cigarro e cigarro de palha, charuto e cachimbo), de mastigação e de aspiração 
(rapé) são prejudiciais a saúde. Como citado acima esses produtos apresentam mais 
de 4.700 substâncias tóxicas, contendo nicotina que é a causadora de dependência 
química, o monóxido de carbono que é o mesmo gás tóxico que sai do escapamento 
dos veículos e o alcatrão que possui cerca de 48 compostos pré-cancerígenos, 
10 
 
sendo eles o agrotóxico e elementos radioativos, que no decorrer do uso desses 
produtos, são introduzidos e distribuídos para todo o organismo (MEDRADO, 2015). 
Essa poluição tabagista é extremamente tóxica, visto que contém a fase 
gasosa e outra denominada particulada. A fase gasosa é constituída por monóxido 
de carbono, amônia. Cetonas, acetaldeído, formaldeído e acroleina, entre diversos 
outros componentes, algumas delas são capazes de causar irritação e ardência nos 
olhos, no nariz, na garganta e de causar paralisia da capacidade dos movimentos 
dos cílios presentes nos brônquios, sendo que esses cílios são importantes, pois tem 
como função fazer movimentos de varredura levando objetos estranhos como 
microorganismos e pó para manter a via aérea limpa dessas secreções. Já a fase 
particulada possui nicotina, que concentra componentes cancerígenos, entre eles 
arsênico, chumbo, benzopireno, níquel, Cadmo, restos de agrotóxicos usados em 
artigos agrícolas e substancias radioativa (MEDRADO, 2015). 
 A fumaça possui ainda 150 microgramas de componentes metálicos: 90% de 
potássio, 5% de sódio e o restante de alumínio, arsênico, cálcio, cobre, níquel e 
cromo. 
 
Figura 2 – Substâncias presentes no cigarro 
 
Fonte: http://www.prevenirlife.com.br/index.php/previna-se-interna/combate-ao-fumo-43 
Acesso em: 04/05/2021 
 
 
11 
 
Figura 3 – Onde as substâncias do cigarro podem ser encontradas 
 
Fonte: https://oparana.com.br/noticia/cigarro-piora-circulacao-e-aumenta-risco-de-trombose/ 
Acesso em: 02/05/2021 
 
São classificados dois tipos de fumaça: Corrente primária, onde o fumante 
aspira pela boca ao tragar um cigarro, a fumaça é inalada sem diluição e contém alta 
concentração de seus componentes para os indivíduos que fumam. O mesmo que 
acontece para o alcatrão que pode passar pelo filtro existente no cigarro e constituir 
8% dessa fumaça. E também a corrente secundária, que é liberada pelas pontas de 
cigarros quando são queimadas, e se espalha pelo ar ambiente, que é inalada pelos 
não fumantes (GARCIA e NEVES, 2017). 
Apesar das duas correntes possuírem a mesma composição de substâncias 
químicas tóxicas, a corrente secundária possui nicotina, monóxido de carbono, 
alcatrão e óxido nítrico com a concentração mais alta de que a corrente primária. 
Substâncias cancerígenas, como benzopireno e dimetilnitrosamina, também são em 
maior porção na corrente secundária (SILVA, 2012). 
 Medrado (2015) também relata que o ar poluído possui, tem em média, o 
triplo a mais de nicotina, o triplo a mais de monóxido de carbono e até cinqüenta 
vezes mais componentes cancerígenos do que a fumaça que entra pela boca do 
fumante após passar pelo filtro do cigarro. 
12 
 
Em diversos países já não é permitido fumar em certos locais e ambientes, 
como por exemplo, em locais fechados e transportes públicos (ônibus, aviões e 
trens), existem também restrições em relação a certos locais (MEDRADO, 2015). 
A lei federal brasileira que cuida do assunto proíbe segundo a lei no 9.294/96 
de 15 de julho de 1996, a utilização de cigarros, charutos, cachimbos, cigarrilhas, ou 
seja, qual for o produto fumígero, derivado ou não do tabaco em espaço coletivo 
fechado, publico ou privado (MEDRADO, 2015). 
 
2.1.2. Tabagismo Passivo 
 
Medrado (2015) relata que segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o 
tabagismo passivo pode ser determinado como a ação de inalar a fumaça resultante 
do tabaco por pessoas que não fumam, mas que freqüentam lugares fechados com 
fumantes ativos essa fumaça é considerada como poluição tabagista ambiental e 
quanto mais fechada for à área mais grave ela fica. Relata também que o tabagismo 
passivo está colocado como o terceiro maior motivo de óbito evitável no mundo. 
(SILVA, 2012) Os indivíduos que freqüentam e convivem em locais fechados 
com indivíduos que possuem o hábito de fumar, apresentam alto risco de 
desenvolver doenças devido ao tabagismo, tendem a um risco de 24% maior de 
infarto do coração e 30% maior de câncer pulmonar de que os não fumantes que 
não se expõem. Inclusive sofrem com os efeitos imediatos da poluição tabagista, 
como irritação nasais, nos olhos, dor de cabeça, tosse, aparecimento e/ou 
agravamento de problemas alérgicos principalmente das vias respiratórias; e 
distúrbios cardíacos principalmente aumento da pressão arterial e diminuição da 
quantidade de oxigênio no coração (angina). Além de efeitos a médio e longo prazo, 
por exemplo, redução do funcionamento do sistema respiratório e alta ameaça de 
aterosclerose (acúmulo de ateromas nas paredes das artérias). 
Pode-se citar que o trabalhador é uma das principais vitimas referente ao 
tabagismo passivo, pelo fato de se exporem por maior tempo a aspiração da fumaça 
resultante do tabaco, por mais que seja o trabalhador o próprio fumante ativo, sendo 
o câncer pulmonar o mais comum ocasionado pelo tabagismo passivo nos 
ambientes de trabalho (MEDRADO, 2015). 
 
13 
 
 
Figura 4 – Efeitos e malefícios causados pelo tabagismo passivo 
 
Fonte: http://www.unimedpiracicaba.com.br/sem-categoria/tabagismo/ 
Acesso em: 02/05/2021 
 
2.2. Câncer 
 
Câncer ou neoplasias (neo = novo; plasia = formação) é o nome que se deu a 
um conjunto de patologias que possui em comum a multiplicação exagerada e 
desordenada de células de certo órgão ou tecido. Isto é, o câncer se origina a partir 
do momento em que uma célula normal fica descontrolada e começa a proliferar 
sem controle (OPPERMANN, 2014). 
Essas células conseguem se separar com rapidez, sendo capazes de 
apresentar agressividade, causando assim a formação de uma massa celular, 
denominada de tumor, que podem ser considerados tumores benignos ou malignos. 
O câncer é um tipo de tumoração maligna, porém nem todo câncer gera um tumor, 
como por exemplo, as neoplasias do sangue, ou melhor, leucemias, onde as células 
se encontram dispersas, e em alguns casos os tumores do estômago, que podem 
aparecer como uma ulceração (OPPERMANN, 2014; MALZYNER e CAPONERO, 
2013). 
14 
 
As causas que levam ao câncer são diversas , podendo ser por fatores 
internos (genéticos) e por fatores externos (ambientais). As causas externas estão 
ligadas ao meio ambiente e aos hábitos do meio social e cultural de certo grupo na 
qual a pessoa habita. Já as causas internas são , geralmente, geneticamente 
determinadas e estão relacionada à como o organismo vai se proteger das 
agressõesexternas (OPPERMANN, 2014). 
Existem mais de 100 tipos de câncer, que são definidos e nomeados 
conforme qual o órgão e o tecido de origem. Cada um deles se manifesta e tem um 
desenvolvimento diferente, específico, então o diagnóstico e o recurso terapêutico 
de cada indivíduo devem ser realizados individualmente (OPPERMANN, 2014). 
 
Figura 5 – Processo da neoplasia 
 
Fonte: http://somosmaismassoterapia.blogspot.com/2015/03/neoplasia-aula-professor-
evaldo.html 
Acesso em: 29/04/2021 
 
2.2.1. Tumores Benignos 
 
Tumor benigno ou neoplasia benigna não são considerados como câncer. A 
tumoração benigna é constituída de células com funcionamento normal, não atacam 
15 
 
tecidos ou órgãos vizinhos e nem se espalham para outros locais do corpo 
(OPPERMANN, 2014). 
Geralmente podem ser tratados e retirados através de métodos cirúrgicos, e na 
maioria das ocorrências não causam problemas ao organismo e raramente colocam 
a vida do paciente em risco, mas precisa ser tratado o quanto antes (OPPERMANN, 
2014). 
 
2.2.2. Tumores Malignos 
 
Diferente do benigno, o tumor maligno ou neoplasia maligna são considerados 
câncer. Como citado acima às células desse tumor possui a capacidade de se 
proliferar desordenadamente, deslocando-se para demais tecidos e órgãos do corpo 
humano. Essas células anormais começam a se multiplicar exageradamente, 
apresentam capacidade invasiva, alcançando vasos sanguíneos, tecidos adjacentes 
e vasos linfáticos. Existem diversos fatores que levam ao processo de 
desenvolvimento tumoral e ao avanço da patologia. E é através desse processo que 
acontece às metástases, que é a implantação das células tumorais em outros órgãos 
e tecidos, ou seja, as células cancerígenas passam pela parede dos nódulos 
linfáticos e vasos sanguíneos, que são levadas para outro órgão, no qual essas 
células iram desenvolver outro tumor parecido com o de origem (OPPERMANN, 
2014). 
Figura 6 – Tumor benigno e tumor maligno 
 
Fonte: https://curiosoando.com/que-es-un-tumor-benigno 
Acesso em: 29/04/2021 
 
 
16 
 
Figura 7 – Tipos de tumores 
 
Fonte: https://pt.slideshare.net/MilaFernandes3/imunidade-aos-tumores 
Acesso em: 29/04/2021 
 
 
Figura 8 – Metástase 
 
Fonte: https://www.infoescola.com/cancer/metastase/ 
Acesso em 29/04/2021 
 
Para que o diagnóstico de um tumor maligno seja confirmado, é preciso 
realizar uma biópsia, ou seja, obter um fragmento do tecido danificado para realizar 
uma análise laboratorial. Com essa amostra o patologista consegue determinar o 
17 
 
diagnóstico histológico absoluto doença. Porém em algumas ocorrências são 
necessários exames complementares como histoquímicos (para detectar antígenos 
e imunofenotipagem de tecidos ou agentes infecciosos) e moleculares (para analisar 
a natureza genética) que ajudam a determinar com mais precisão a neoplasia. 
Também é necessário fazer exames após a confirmação do diagnóstico, para indicar 
a gravidade da patologia, se ela se encontra somente na área de origem ou se já 
ocorreu metástase. Quando o médico determina a gravidade da doença, junto com o 
paciente irá definir o melhor tratamento (OPPERMANN, 2014). 
Existem diversos métodos de recurso terapêutico para as diferentes espécies 
de câncer, porém os mais aplicados são, a quimioterapia, radioterapia e cirurgia, que 
são utilizados freqüentemente em conjunto para o tratamento da maioria dos 
tumores. A escolha criteriosa e objetiva do melhor tratamento vai depender do tipo 
de câncer e da proporção da doença na hora em que é descoberta (OPPERMANN, 
2014). 
O carcinoma é um distúrbio que tem cura, porém quanto antes for 
diagnosticado, mais alta será a probabilidade de recuperação da saúde. As 
possibilidades de uma possível cura reduzem quando a patologia se encontra em 
fases mais avançadas. Mas mesmo que já tenha ocorrido metástase, também é 
possível que haja cura com auxilio da quimioterapia (OPPERMANN, 2014). 
Importante compreender os sinais de alerta que indicam um possível câncer, 
pois é necessário procurar atendimento médico o mais imediato possível, para que 
seja tratado precocemente. Importante também ficar alerta a sintomas significativos 
como, por exemplo, febre persistente e perda de peso rápido em pouco tempo 
(OPPERMANN, 2014). 
 
2.3. Tabagismo e câncer 
 
Há diversos meios pelos quais o tabagismo provoca o desenvolvimento de 
câncer. Como citado anteriormente sobre a mistura que constitui a fumaça do tabaco, 
isoladamente, contém sessenta componentes implicados em carcinógenas (GARCIA 
e NEVES, 2017). 
Essas substâncias carcinógenas entram no organismo a cada tragada de uma 
pessoa fumante, e a maioria precisa ser metabolizada a fim de virarem ativas e se 
18 
 
unirem às moléculas de DNA, produzindo compostos denominados de adultos, que 
agem em oncogenes e genes supressores de tumor, causando alteração das células 
normais, levando ao aparecimento de câncer (GARCIA e NEVES, 2017). 
Alem do câncer de pulmão, laringe e orofaringe, indícios apontam ainda uma 
ligação de relação causal entre o tabagismo e a leucemia, de esôfago, estômago, 
fígado, pâncreas, bexiga, rins e colo (GARCIA e NEVES, 2017). 
Mas devido ao tabagismo, o câncer pulmonar até então é o principal motivo 
de morte por câncer no mundo. Outras regiões que também são associadas ao 
desenvolvimento de câncer no sistema respiratório, por conta do tabaco, são a 
laringe e a orofaringe (GARCIA e NEVES, 2017). 
 
2.4. Cânceres que tem como fator de risco o tabagismo 
2.4.1. Câncer de Bexiga 
 
(OPPERMANN, 2014) A neoplasia maligna se desenvolve no interior da 
bexiga, causando assim o câncer de bexiga. A bexiga se localiza na parte de baixo 
do abdômen e é responsável por armazenar e expulsar a urina (micção), proveniente 
dos rins para fora do organismo através da uretra. 
Os principais sintomas do carcinoma de bexiga são aumento da vontade de 
urinar (micção), porém com sem conseguir mictar, aparecimento de sangue na urina, 
dores constantes ao urinar ou dores nas costas na região da lombar (OPPERMANN, 
2014). 
 
Figura 9 – Principais sintomas do câncer de bexiga 
 
Fonte: https://www.roche.com.br/pt/farmaceutica/areas_terapeuticas/oncologia/cancer-de-
bexiga/fatos-rapidos-cancer-de-bexiga.html 
Acesso em: 04/05/2021 
19 
 
 
O diagnóstico é efetuado através de um exame (sistoscopia) que verifica o 
interior da bexiga com coleta de amostra de tecido da bexiga, que irá ser analisado 
por um patologista, e assim que for feito o diagnóstico, será estabelecido o tipo e a 
característica da doença (OPPERMANN, 2014). 
Existe cura para o câncer de bexiga, que é possível ser tratado através de 
quimioterapia, radioterapia e cirurgia, ou todos em conjunto. Mas ressaltando que vai 
depender do estágio da doença, para verificar o melhor método a ser aplicado pela 
equipe médica (OPPERMANN, 2014). 
Relata Oppermann (2014) que caso exista a possibilidade de uma suspeita de 
câncer de bexiga é recomendado primeiramente se direcionar até um urologista que 
é o profissional responsável por cuidar e tratar dos órgãos reprodutores masculinos, 
mas também de distúrbios do trato urinário masculino e feminino, para realizar o 
diagnóstico e caso acuse o câncer de bexiga, será preciso fazer uma discussão com 
o oncologista que é o especialista em oncologia. 
Os fatores que aumentam as possibilidades de desenvolver tumor maligno na 
bexiga são o tabagismo, corantes têxteis, pesticidas, tintas, infecção urinária crônica, 
exposição a produtos químicos, infecção urinária por parasita e histórico familiar com 
ocorrência de câncer de bexiga (OPPERMANN, 2014). 
 
Figura 10 – Fatores de risco do câncer de bexiga 
 
Fonte: https://institutocoi.org/sobre-o-cancer/tipos-de-cancer/cancer-de-bexiga/ 
Acesso em: 04/05/2021 
20 
 
 
2.4.2. Câncer de cabeça e pescoço 
 
(OPPERMANN, 2014) O câncer de cabeça e pescoço compreende os 
tumores que alcançam a cavidadenasal, seios da fase, boca, laringe, faringe, 
orofaringe, cordas vocais, glândulas salivares, ou seja, o tumor se desenvolve 
nessas partes anatômicas do corpo humano. Atualmente o carcinoma de tireóide 
representa a quinta maior ocorrência de câncer no sexo feminino. 
A manifestação da patologia vai decorrer da região onde se apresenta. Nós 
lábios e na pele pode principiar ferimento com crosta ou úlcera persiste por volta de 
um mês ou até mais, sem haver melhora, causando muita coceira ou sangramento. 
Já na boca e garganta, pode dar inicio com aparecimento de afta, úlcera ou lesão 
vegetante, melhor dizendo, com aparência de uma couve-flor, que permanece mais 
de vinte dias, normalmente pode manifestar na área dores ou sensação de corpo 
estranho na cavidade oral. No pescoço e nas glândulas salivares, nãos manifestam 
dores, porém ocorre o aparecimento de massas que geralmente conseguem ser 
notadas quando possuem mais de dois centímetros de diâmetro e que não 
melhoram depois de vinte e um dias. Na tireóide, de modo geral não se encontram 
sintomas, apenas a ação de perceber a presença de um nódulo indolor na região 
central e inferior do pescoço (OPPERMANN, 2014). 
(OPPERMANN, 2014) O diagnóstico desses cânceres é realizado através de 
exames como videolaringoscopia (exame de imagem, que observa as estruturas da 
boca, orofaringe e laringe), ultrassonografia ou ultrassom (exame de imagem que 
visualiza qualquer tecido ou órgão do corpo), tomografia computadorizada (exame 
que capta imagens precisas da doença) ou ressonância magnética (exame que faz 
uma investigação mais detalhada) e biópsia de lesão (exame que consiste em colher 
um pequeno fragmento da pele ou mucosa para realizar uma análise patológica). 
Sendo que um desses exames é o suficiente para o diagnóstico. 
O tratamento para cada pessoa se dá conforme a localização do tumor, o tipo 
de tumor e o agravamento da doença, ou seja, o tamanho que o tumor se encontra e 
se já existe metástase. Os métodos são a cirurgia, quimioterapia e radioterapia 
(OPPERMANN, 2014). 
21 
 
Caso um indivíduo suspeite estar com algum desses cânceres, é necessário 
que procure o auxilio de um cirurgião de cabeça e pescoço. No decorrer do recurso 
terapêutico podem ser fundamentais especialistas como oncologistas e 
radioterapeutas. Também se pode citar o otorrinolaringologista que trata da cabeça 
e do pescoço como um todo, dermatologista que ajudar na parte de lesões de pele e 
endocrinologista que auxilia em casos de tireóide (OPPERMANN, 2014). 
Os fatores de risco envolvidos no carcinoma de cabeça e pescoço são: para 
lesões de pele e lábios o principal fator é a exposição excessiva sem proteção ao sol. 
Já para os casos de boca, faringe e laringe o tabagismo é o principal fator de risco. 
O álcool também é um fator de risco para câncer de cavidade oral e faringe, e ele 
potencializa os riscos causados pelo tabaco. Por fim nos casos de tireóide e 
glândulas salivares não é determinado fatores de risco ambientais bem 
estabelecidos (OPPERMANN, 2014). 
 
Figura 11 – Sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço 
 
Fonte: https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/levantamento-aponta-sinal-de-
alerta-para-diagnostico-tardio-de-cancer-de 
Acesso em: 05/05/2121 
 
22 
 
 
Figura 12 – Principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço 
 
Fonte: https://www.cremepe.org.br/2017/07/07/sbccp-lanca-julho-verde-pela-prevencao-e-
conscientizacao-do-cancer-de-cabeca-e-pescoco/ 
Acesso em 05/05/2021 
 
(OPPERMANN, 2014) Para impedir essa doença aconteça é importante que 
haja uma prevenção, e a melhor maneira é evitando os fatores de risco citados 
acima como, exposição solar, consumo de tabaco e de álcool. Mas caso apresente 
algum dos sintomas, é preciso se direcionar até um médico, assim evita um possível 
câncer ou se já houver a presença de neoplasia, terá mais chances de cura sendo 
tratada precocemente. 
 
2.4.3. Câncer de esôfago 
 
Segundo Oppermann (2014) o câncer de esôfago é uma neoplasia maligna 
que ataca o esôfago sob a forma de um estreitamento da luz esofágica. 
 
 
 
23 
 
Figura 13 – Câncer de esôfago 
 
Fonte: http://tratamentodrogascuritiba.com.br/bebidas-alcoolicas-podem-causar-cancer-de-
esofago/ 
Acesso em: 06/05/2021 
 
O principal sintoma desse câncer é o esforço e a dificuldade para engolir, 
primeiramente sente dificuldade para ingerir os alimentos sólidos (cereais, frutas, 
legumes, entre outros) e depois começa a sentir dificuldade para engolir os líquidos 
(caldos, sopas, sucos, vitaminas, entre outros). Também apresentam outros 
sintomas, a perda de peso repentina e rápida, dores no meio do peito e em certas 
ocasiões rouquidão (OPPERMANN, 2014). 
O diagnóstico do câncer de esôfago é realizado através de endoscopia 
digestiva alta, que examina a mucosa do esôfago, estômago e do duodeno, com 
propósito de observar completamente a luz esofágica e identificar lesões que sejam 
suspeitas, capazes de serem detectadas por biópsia. Para observar se existe uma 
diminuição da espessura no interior do esôfago é necessário fazer uma biópsia para 
a confirmação da doença, mesmo que, seja muito significativa de neoplasia. 
Também pode ser necessário realizar uma radiografia contrastada de esôfago, para 
tornar as estruturas mais visíveis, e ter uma avaliação mais precisa do local 
(OPPERMANN, 2014). 
Os principais fatores de risco que levam a desenvolver esse tipo de câncer 
são o consumo excessivo do tabagismo e de bebidas alcoólicas. O refluxo 
gastresofágico também pode auxiliar a gerar a doença, pois o retorno involuntário e 
persistente das substancias do estômago vão para o esôfago. E foi considerável que 
24 
 
o consumo freqüente de bebidas altamente quentes pode ser um fator e uma dieta 
podre em frutas e legumes (OPPERMANN, 2014). 
 Importante ficar atento para os sintomas do carcinoma de esôfago e caso 
haja suspeitas, é necessário realizar uma avaliação por um gastrenterologista, para 
que ele possa diagnosticar e fazer o tratamento de distúrbios não cirúrgicos do 
sistema digestivo (OPPERMANN, 2014). 
É necessário que existam precauções para evitar que a doença apareça. É 
recomendado evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o uso do 
tabagismo, pois eles são o maior motivo do surgimento do câncer de esôfago. Todos 
os indivíduos que possuem pirose, azia ou dificuldade para ingerir alimentos, devem 
se direcionar até um médico para descobrir a sua causa (OPPERMANN, 2014). 
 
Figura 14 – Prevenção para evitar o câncer de esôfago 
 
Fonte: https://www.bp.org.br/centros-de-especialidades/oncologia/doencas/cancer-do-esofago 
Acesso em: 06/05/2021 
 
2.4.4. Câncer de estômago 
 
 (OPPERMANN, 2014) O câncer de estômago também conhecido como 
câncer gástrico, é uma neoplasia maligna causada pelas células anormais do 
estômago. O estômago é um órgão existente no tubo digestivo, localizado entre o 
esôfago e o duodeno, que tem função muito importante na digestão dos alimentos, 
fazendo uma pré-digestão, ou seja, continua o processo de digestão após o alimento 
25 
 
ser mastigado e misturado à saliva (bolo alimentar), antes de percorrer para o 
intestino, onde serão absorvidos. 
(OPPERMANN, 2014) O carcinoma de estômago logo no começo do estágio 
da doença manifesta poucos sintomas ou até mesmo não manifesta nenhum. Mas 
quando ocorrer presença de dores ou desconforto no abdômen, sem apetência, 
fadiga e fraqueza, perda de peso, vômitos, sensação desagradável de indigestão e 
de que o alimento prendeu, pode haver a presença de câncer de estômago. 
Também pode apontar presença de um tumor quando se identifica sangue nas fezes 
ou no vômito, porém esses sintomas também acontecem em doenças benignas do 
estômago. 
Caso houver suspeita da presença do câncer de estômago primeiro deve-se 
buscar um médico clínico geral ou um gastrenterologista que tem o papel de tratardistúrbios não cirúrgicos no aparelho digestivo. No momento em que for confirmada 
a presença do tumor, recomenda-se consultar um cirurgião e/ou um oncologista 
(OPPERMANN, 2014). 
No recurso terapêutico como os demais tipos de câncer deve-se ser adaptado 
ao estado geral do indivíduo, que depende de características específicas do tumor 
como localização, estrutura física, seu padrão, tamanho da disseminação e o tipo de 
tumor. Essas características que determinam como a doença vai evoluir em cada 
paciente e qual será o melhor tratamento para combater a patologia (OPPERMANN, 
2014). 
É significativo que os profissionais (cirurgião, oncologista e radioterapêutica) 
trabalhem em conjunto para analisarem e decidirem qual o melhor método a ser 
utilizado. Sendo que a principal alternativa de tratamento é a ressecção cirúrgica 
com remoção parcial ou completa do estômago. A quimioterapia e a radioterapia 
aumentam as possibilidades de um bom resultado no tratamento da doença. 
Também está sendo estudada uma nova alternativa para combater o câncer, 
chamada de imunoterapia ou terapia biológica, que utiliza o sistema imunológico 
para combater o tumor ou diminuir os efeitos colaterais (OPPERMANN, 2014). 
A melhor forma de obter o diagnóstico desse tipo de câncer é realizando o 
exame de endoscopia digestiva alta, que irá analisar a mucosa do estômago. Outros 
exames como tomografia computadorizada e, radiológicos com contraste podem 
auxiliar para uma avaliação mais precisa do tumor (OPPERMANN, 2014). 
26 
 
Os principais fatores de risco do tumor maligno de estômago são alimentação 
inadequada, pobre em verduras e frutas, consumir muitos alimentos defumados, 
conservados e ricos em sal. Existem outros fatores que também estão envolvidos 
como infecção pela bactéria Helicobacter pylori, inflamação crônica no estomago, 
cirurgias que já foram realizadas por outro motivo, familiares que já tiveram ou 
possuem a doença, histórico de pólipos no estômago e o grande vilão, o tabagismo 
(OPPERMANN, 2014). 
Para evitar o desenvolvimento ou o avanço da patologia, manter hábitos 
saudáveis sempre é a melhor alternativa de prevenção sendo eles, ter uma dieta rica 
em verduras, fibras e frutas, evitar ao máximo o consumo de tabaco e bebidas 
alcoólicas (OPPERMANN, 2014). 
 
Figura 15 – Câncer de estômago 
 
Fonte: http://www.cenapro.com.br/noticias-detalhes.asp?codigo=84 
Acesso em: 06/05/2021 
 
2.4.5. Câncer de pulmão 
 
O câncer de pulmão é uma neoplasia maligna que se origina nas células do 
pulmão ou dos brônquios. Existem diferentes tipo de câncer de pulmão, cada um 
com sua característica, que é definido através do diagnostico (OPPERMANN, 2014). 
27 
 
O câncer de pulmão é o mais comum entre os tumores malignos. As grandes 
maiorias dos casos estão associadas ao tabagismo. É uma das doenças neoplásica 
mais freqüente e fatal em todo o mundo, com alta mortalidade e ocorrência que 
cresce cada vez mais. Tanto no sexo masculino como no feminino representa o 
principal motivo de morte por câncer (OPPERMANN, 2014; ANTUNES; 
PERDICARIS; GOMES, 2015). 
O carcinoma de pulmão por vezes não apresenta sintomas nas fases iniciais, 
mas os sintomas que são mais freqüentes da doença são: muita tosse,falta de ar ou 
incomodo ao respirar, chiado no peito persistente, ao escarrar observar presença de 
sangue, dores na região torácica, perda de peso, entre outros. Todos os pacientes 
fumantes ou ex-fumantes, que apresente algum desses sintomas, precisam passar 
por uma avaliação médica (OPPERMANN, 2014). 
Após manifestar algum sintoma descrito acima, o paciente precisa procurar 
um clínico geral ou um pneumologista para verificar se existe a presença da 
patologia. Primeiro realiza-se uma análise através de uma biópsia para que seja feita 
a confirmação da doença, que poderá ser efetuada através de endoscopia ou por 
biópsia percutânea auxiliada por ultrassonografia ou tomografia. Depois são 
realizados exames de imagem, radiografia ou tomografia de tórax. Após essa 
confirmação deve ser feita uma avaliação com o oncologista e com cirurgião torácico. 
A escolha do recurso terapêutico dependerá do tipo de câncer, da gravidade do 
distúrbio e da localização. Sendo que os métodos mais utilizados são a cirurgia caso 
seja possível, a quimioterapia e radioterapia (OPPERMANN, 2014). 
O principal fator de risco da neoplasia maligna de pulmão é sem dúvidas o 
tabagismo, ou seja, o consumo de cigarros. A gravidade desse risco vai depender da 
quantidade de cigarros consumidos durante a vida, ressaltando também que o 
tempo de exposição também está relacionado como aumento do risco 
(OPPERMANN, 2014). 
Segundo Antunes, Perdicaris e Gomes (2015) uma em cada sete pessoas 
que chegam aos setenta anos de vida com o hábito de fumar terá altas chances de 
desenvolver câncer de pulmão, independente da quantidade fumada. 
Fatores genéticos também contribuem para o risco em fumantes serem mais 
altos, como por exemplo, existência de desequilíbrio entre elastase (enzima com 
papel importante no tecido pulmonar, digeri células danificadas ou de 
envelhecimento, e bactérias promovendo a cicatrização) e alfa-1 antitripsina, 
28 
 
(proteína produzida no fígado, com papel de proteger os pulmões de neutrófilo), 
ambos tem um papel em associação com o cigarro para surgir enfisema (doença 
que aparece após muitos anos de agressão aos tecidos do pulmão, ocasionado pelo 
cigarro), que também pode auxiliar para o surgimento do câncer de pulmão. A 
patologia pulmonar obstrutiva crônica, também está associada ao tabagismo, e 
envolvida no carcinoma pulmonar por contribuir com episódios de inflamação crônica 
e mutagênica (ANTUNES; PERDICARIS; GOMES, 2015). 
As pessoas expostas ao fumo passivo também estão designadas ao risco, 
isto é, que convivem em locais fechados com fumantes. Esses indivíduos que não 
fumam, mas está expostos a agressão da fumaça tendem a pelo menos 40% mais 
chances de possuir câncer de pulmão do que pessoas que nunca fumaram ou nunca 
foram expostas. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse número representa por 
volta de cinco mil mortes por ano por causa do fumo passivo. No ano de 2000 houve 
4,3 milhões de óbitos prematuros que foram causados por conta do tabagismo, já 
em 2010 foram 10 milhões de mortes, ou seja, do ano de 2000 para 2010 houve um 
aumento significativo de mortes. No Brasil em 2010 houve por volta de 200 mil 
mortes por patologias associadas ao fumo, isto é, a cada 5 minutos, um brasileiro 
falecia naquele ano por conta do tabagismo (ANTUNES; PERDICARIS; GOMES, 
2015). 
A melhor forma de prevenir esse tipo de câncer é evitar o tabagismo ou 
suspender seu uso para os indivíduos que possuem o hábito de fumar. Sabe-se que 
quanto mais precoce o diagnóstico, menor será o agravamento doença e maiores 
serão as possibilidades de uma possível cura. Aconselhar e informar as crianças e 
adolescentes, referente ao perigo que o cigarro provoca, pode evitar possíveis casos 
futuros de câncer de pulmão (OPPERMANN, 2014). 
Antunes, Perdicaris e Gomes (2015) relataram que segundo o estudo 
intitulado Nacional Lung Screening Trial (NLST), que utilizou mais de 50 mil 
pacientes, expostos à tomografia computadorizada (TC), apresentou redução de 
20% na mortalidade por câncer de pulmão em pacientes fumantes ou ex-fumantes 
com grande risco de desenvolver carcinoma pulmonar. 
No entanto, a melhor estratégia de prevenção para o câncer de pulmão, é a 
prevenção primária, ou seja, que impede o surgimento do tumor maligno. Contudo o 
método mais efetivo é a cessação do tabagismo. Infelizmente, poucas pessoas 
interrompem o hábito de fumar sem nenhuma ajuda, precisa ser lembrado que é um 
29 
 
vício, e não envolve somente aspectos relacionados à dependência química, como 
também padrões comportamentais, por esse motivo o tratamento da interrupção ao 
tabagismo requer uma abordagem mais ampla (ANTUNES; PERDICARIS;GOMES, 
2015). 
 
Figura 16 – Câncer de pulmão 
 
Fonte: https://www.imcbrasil.com/boletins-semanais/cancer-de-pulmao/ 
Acesso em: 08/05/2021 
 
 
 
 
 
 
30 
 
2.5. Levantamento de pesquisa científica 
 
Figura 17 – Tabagismo como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de 
pulmão 
 
Fonte: https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/313/184 
Acesso em: 03/04/2021 
 
Esse estudo refere-se a uma revisão de literatura, isto é, analisar as 
pesquisas que já foram publicadas sobre tal assunto, que nesse caso é sobre o 
tabagismo como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão (SILVA 
et al, 2019). 
Os autores utilizaram dez pesquisas publicadas a partir de 2012 até 2017, 
sendo a maioria do ano de 2013. Desses dez estudos, seis eram dos Estados 
Unidos, e o tipo de estudo que predominou foi o de caso-controle. Tendo como 
objetivo de retratar os indícios científicos referente ao desenvolvimento de câncer de 
pulmão em conseqüência ao tabagismo, sendo ele o principal fator de risco. 
Também utilizaram critérios de inclusão e exclusão para selecionar amostras, 
informações dos artigos selecionados, análise de modo geral e a discussão dos 
resultados (SILVA et al, 2019). 
Os indícios científicos mostraram que o tabagismo é uma das principais 
causas para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Os estudos relatavam a 
respeito da exposição ativa e passiva ao tabagismo, ele como o principal fator de 
risco de carcinoma pulmonar e a interação do cigarro e suas substâncias tóxicas 
ligadas ao câncer de pulmão. Também observaram a associação da exposição 
tabagista com alto risco de câncer de pulmão, o perfil dos indivíduos que 
31 
 
apresentam alto risco de manifestar um possível câncer de pulmão, bem como os 
seus hábitos e características demográficas (SILVA et al, 2019). 
Baseado na analise das informações contidas nas pesquisas, a exposição ao 
tabaco de maneira ativa e passiva e, alto risco de neoplasia maligna pulmonar em 
pessoas fumantes ativos e não fumantes. Sendo o foco principal da pesquisa, o 
perigo de desenvolver câncer de pulmão e a confirmação que o consumo do tabaco 
influenciou diretamente nos casos de pessoas entrevistadas que possuíam câncer 
de pulmão (SILVA et al, 2019). 
Nesse estudo os autores concluíram que o tabagismo é o principal fator de 
risco para desenvolver o carcinoma pulmonar e que a fumaça gerada pela queima 
do tabaco presente no cigarro apresenta alta quantidade de substâncias 
cancerígenas. O vício de fumar é o fator de risco mais conhecido, se tornando 
responsável pelo aumento de chances de gerar esse tipo de câncer. Ficando claro 
que possuir o hábito de fumar não faz mal apenas para quem fuma, a fumaça tóxica 
alcança as pessoas que não fumam, mas ficam expostas a essa poluição tabagista. 
Diante disso recomendam que para combater essa patologia, é necessário orientar 
os fumantes a pararem de consumir cigarros e conscientizar as crianças e jovens 
desde cedo sobre o mal que acarreta o consumo do tabaco (SILVA et al, 2019). 
 
Figura 18 – Risco de câncer de pulmão, laringe e esôfago ocasionados pelo fumo 
 
Fonte: https://www.scielosp.org/pdf/rsp/2002.v36n2/129-134/pt 
Acesso em: 09/05/2021 
 
 
32 
 
Nesse estudo foram realizadas três pesquisas de caso e controle, ambas na 
mesma cidade de médio porte do Brasil, os autores tiveram como objetivo mensurar 
a relevância do problema da medida do Risco Populacional Atribuível (RPA) ao 
tabagismo, sendo que se utilizou como apoio para a pesquisa o câncer de pulmão, 
de laringe e o de esôfago (MENEZES et al, 2002). 
Começando com o estudo referente ao câncer pulmonar realizado no ano de 
1996 com pacientes hospitalizados, sendo que os controles e os casos eram 
pacientes dos mesmos hospitais, monitorados por sexo, grande maioria dos 
indivíduos era do sexo masculino, e por idade, que nesse caso grande parte tinha 
entre 51 a 70 anos. Durante a pesquisa, atingiram-se no total 122 casos de 
neoplasia pulmonar maligna e 244 controles (MENEZES et al, 2002). 
Após três anos, em 1999 a 2000, efetuaram o estudo sobre câncer de laringe 
e esôfago, com amostras de pacientes tratados nos hospitais da mesma cidade que 
possuíam esses cânceres, levando em conta o sexo e idade desses indivíduos. No 
final obtiveram 50 casos de câncer de laringe e 48 casos de câncer de esôfago e 96 
controles em ambos (MENEZES et al, 2002). 
Foi aplicado à medida de RPA ao fumo e um questionário referente ao 
tabagismo com algumas questões para auxiliar no resultado da análise, sendo elas, 
quantidade de cigarros consumidos no dia, a duração de consumo de cigarros ou se 
não tiver mais o hábito de fuma, há quanto tempo interrompeu esse vicio, entre 
outras perguntas associadas ao fumo (MENEZES et al, 2002). 
Diante de todas as informações e resultados, os autores concluíram que a o 
risco populacional atribuível ao fumo de câncer de pulmão naquela cidade foi de 
63% para ex-fumantes e 71% para fumantes. No câncer de laringe o RAP para ex-
fumantes foi 74% e para fumantes 86%, sendo que maior parte dos pacientes eram 
homens e com mais de 51 anos. Por fim, no câncer de esôfago o sexo que 
prevaleceu também foi o masculino e maior parte deles tinha 51 anos, no RPA desse 
câncer para os ex- fumantes foi de 21% e para os pacientes que fumam 54% 
(MENEZES et al, 2002). 
Com todos esses dados, ficou claro que o tabagismo faz muito mal a saúde, 
levando a diversos tipos de câncer, é um fator risco e que para evitá-lo, a melhor 
maneira é eliminar o consumo do tabaco, fazer o abandono do habito de fumar, e 
caso não tenha esse hábito ficar longe da fumaça do cigarro (MENEZES et al, 2002). 
 
33 
 
2.6. Tratamento e controle do tabagismo 
 
Segundo o autor Viegas (2007) em 1999 a Organização Mundial da Saúde 
(OMS), determinou o tabagismo como uma patologia, logo, deve-se considerar o 
tabagismo como patologia crônica que tem cura e que para os indivíduos que fumam 
abandonarem o hábito de fumar é necessário mais de um tratamento de cessação, 
para que assim consiga alcançar o objetivo. 
O recurso terapêutico para as substancias químicas, como o tabaco, abrange 
abordagem motivacional, aplicações de estratégias, mudança de estilo de vida e a 
utilização de fármacos para auxilio do tratamento. Para que haja sucesso nos 
resultados é significativo que exista a motivação, além disso, é considerada como 
base da intervenção para o tratamento da doença, visto que, somente dizer ao 
paciente tabagista que precisa mudar seus hábitos e fazer prescrições de remédios 
não oferece um bom resultado para fumantes que não estão dispostos a pararem de 
fumar (GARCIA e NEVES, 2017). 
Inicialmente no tratamento contra o tabagismo, deve-se realizar uma avaliação 
sobre o grau de prontidão do paciente, em qual estágio ele se encontra (pré-
contemplação, contemplação, determinação) a fim de saber se está realmente 
pronto, para dar o primeiro passo para uma possível mudança, assim poder realizar 
uma abordagem apropriada para o paciente e conscientizá-lo de sua decisão, seja 
ela qual for (GARCIA e NEVES, 2017). 
A abordagem que deve ser aplicada pelo profissional de saúde pode ajudar 
nessa mudança. A OMS suplicou em 2005, que os profissionais da área da saúde se 
envolvam mais no assunto sobre o tabagismo. Os profissionais devem Incentivar e 
abordar os pacientes tabagistas como portadores de doença a pararem de fumar, 
tendo postura acolhedora, empatia, interesse, compreensão e ajudá-los ativamente. 
Sem fazer críticas, julgamentos, confrontações e ironias, pois são fatores que 
causam risco de piora dos resultados do tratamento. Ou seja, os profissionais de 
saúde são capazes de motivar os fumantes a desistirem do consumo do tabaco, 
promovendo uma possível transformação na vida desses indivíduos (GARCIA e 
NEVES, 2017; VIEGAS, 2007). 
A abordagem deve ser breve, sendo que essa estratégia, bem aplicadapoderá 
ser muito mais eficaz do que uma abordagem intensiva, pois a abordagem breve 
apresenta forte impacto social, conseguindo ajudar muitos fumantes. Além do mais, 
34 
 
o custo-benefício é bem melhor, tendo como exemplo em patologia coronária que 
precisa ser tratada com somente um medicamento, porém consegue ter uma 
despesa mais alta do que a despesa do tratamento breve (VIEGAS, 2007). 
O abandono do cigarro é um processo muito difícil para os indivíduos com o 
hábito de fumar, pois cessar o cigarro tem efeito sobre o comportamento, esse 
método começa com a decisão do fumante em parar com o consumo de cigarros e 
chega ao fim com a abstinência mantida por um longo prazo (VIEGAS, 2007). 
Quando o fumante se encontra na fase em que não existe intenção de 
mudança (pré-contemplação) a abordagem que deve ser feita é focada em informar 
sobre a importância do abandono do cigarro, os riscos que irão causar se prosseguir 
fumando, as dificuldades que aparecerão e principalmente ressaltar o retorno 
positivo que causa na saúde quando se abandona o cigarro, isto é, incentivar a 
motivação para a mudança, algo que enxergue e encare como uma decisão própria 
(GARCIA e NEVES, 2017). 
Para pacientes que pensam na possibilidade de parar com o hábito de fumar 
(contemplação), deve-se aconselhar redução do consumo de cigarros, pois fumando 
menos, verá que é capaz de diminuir ainda mais e ver que de fato é possível haver 
cessação (GARCIA e NEVES, 2017). 
Caso o fumante esteja motivado e decidido 
a cessar o tabagismo (determinação). É significativo que o profissional fortaleça o 
comprometimento com a decisão tomada, questionar e registrar o histórico tabagista, 
recomendar o abandono do tabagismo de maneira definitiva, avaliar, estabelecer 
planos e metas, determinar uma data para fazer o inicio do abandono. Sendo que 
diversas pesquisas mostraram que o método de marcar o dia para começar a não 
fazer mais o consumo de cigarros, aumenta as possibilidades de cessação, e que 
interromper o uso do tabaco maneira repentina é mais eficaz do que interromper de 
forma progressiva, apesar desse segundo método ser muito efetivo nos fumantes 
ativos pesados, ou seja, fumantes que são extremamente dependentes da nicotina. 
Por fim, observar todo o processo de cessação e para aqueles que obtiveram 
sucesso em cessar o hábito de fumar, precisam ser conscientizados dos riscos de 
recaída (GARCIA e NEVES, 2017). 
De acordo com Garcia e Neves (2017) ambivalência está ligada a essa 
motivação, visto que, é uma reação psicológica, que é simultânea em sensações 
conflitantes referente a tomar decisões da vida. Em indivíduos que possuem 
35 
 
dependência ao tabagismo a ambivalência age nos sentimentos conflitantes 
simultaneamente na ação de fumar ou de parar com o consumo de cigarro, isto é, 
por parte existe desejo de fumar, mas também existe uma oposição do ato de fumar 
cigarro. Como por exemplo, em uma balança instável, por um momento inclina-se 
para um lado e depois se inclina para o outro. 
 Esse desejo de fumar está relacionado às sensações positivas e ao prazer 
que causam na vida do individuo, devido à nicotina encontrada nos cigarros, que 
envolve a dependência, padrões de comportamento, os hábitos que o individuo leva 
e os meios de enfrentamento da vida. Já a resistência do ato de fumar está 
relacionada ao paciente perceber a perda do controle sobre o cigarro, perda de 
liberdade, das conseqüências do uso do tabaco e preocupações do que pode 
ocorrer futuramente (GARCIA e NEVES, 2017). 
Em ambos possuem vantagens e desvantagens, e a ambivalência sempre 
estará presente nessa questão. A vantagem de continuar com o habito de fumar é 
que trás sensações de prazer, relaxa e o individuo consegue pensar melhor. As 
desvantagens são a falta de ar, cansaço, o gasto de dinheiro em maços, mau cheiro, 
sem liberdade e familiares tristes pedindo para o fumante parar com o hábito 
(GARCIA e NEVES, 2017). 
As vantagens de parar com o hábito fumar são ter liberdade, melhora o 
funcionamento do corpo, diminui riscos para a saúde, mais disposição, menos 
gastos por não precisar mais comprar maços de cigarros e sensação de capacidade. 
Já as desvantagens de abandonar o cigarro são não saber como reagir em 
momentos de tensão, perda da identidade, se sentir fracassado caso não consiga e 
aumento de peso (GARCIA e NEVES, 2017). 
É significativo que os profissionais da área de saúde a todo o momento 
questionem seus pacientes se fazem a utilização de tabaco. As pessoas fumantes 
precisam ser motivadas a pararem com o hábito de fumar definitivamente e deve ser 
ofertado auxilio para cessar o tabagismo em todas as chances que puder. A principal 
finalidade do recurso terapêutico do individuo tabagista é impedir que haja recaídas 
e tratá-la de maneira solidária, buscando incentivar o tabagista em todas as 
tentativas de mudança a não voltarem a consumir cigarros (VIEGAS, 2007). 
Conforme a motivação do paciente evolui, em relação a mudanças com o 
planejamento em parar com o hábito de fumar, é necessário incluir abordagens 
comportamentais e farmacológicas (GARCIA e NEVES, 2017). 
36 
 
(GARCIA e NEVES, 2017) Após aplicar a abordagem breve se o paciente 
estiver disposto a cessar o tabagismo, sabe-se que é preciso auxilio de fármacos 
para melhores resultados. Dando continuidade ao tratamento é importante efetuar 
um diagnostico de dependência a nicotina. E logo depois fazer uma avaliação clinica 
do fumante que abrange histórico do tabagista (idade de início, quantidade de 
cigarros consumidos por dia, se já houve tentativas de cessação e recaídas se sim 
quantas vezes, quais foram as manifestações da abstinência, exposição passiva, se 
convive com outros fumantes ativos, fatores relacionados como, por exemplo, o 
consumo excessivo de café logo depois das refeições, consumo de bebidas 
alcoólicas e ansiedade), em qual grau o indivíduo fumante se encontra da 
dependência de tabaco resultado obtido através do teste de Fagerström; grau em 
que o indivíduo fumante se encontra em relação à motivação; seus hábitos; 
oscilações do peso corporal; se existem comorbidades clínicas e psiquiátricas; 
medicamentos utilizados e alergias; exames físicos; antecedências familiares e 
exames complementares (hemograma, glicemia, colesterol, triglicérides, radiografia 
de tórax, espirometria e eletrocardiograma). 
A utilização de medicamentos intensifica de duas a três vezes a probabilidade 
de um ótimo resultado conforme o remédio receitado, pois a terapia farmacológica é 
eficiente para a terapêutica da dependência resultante da nicotina (GARCIA e 
NEVES, 2017). 
Precisa ser esclarecido para o fumante referente aos tratamentos 
farmacológicos e não farmacológicos que serão empregues. Os fármacos são mais 
eficazes quando utilizados associados com terapêutica comportamentais e de 
suporte. Garcia e Neves (2017) relatam que o ministério da saúde recomenda a 
utilização de remédios para fumantes ativos que fumam mais de vinte cigarros por 
dia, que fumam o primeiro cigarro até trinta minutos após acorda e ao menos dez 
cigarros por dia, que pontuam cinco pontos ou mais na escala do teste de 
Fagerstrom e os que já tentaram parar com o habito de fumar pela a abordagem 
breve, mas não conseguiram por causa dos sintomas de abstinência. 
Existem diversos remédios usados para auxiliar no abandono do tabagismo 
como, a terapia de reposição de nicotina (TRN), a bupropiona, a vareniclina e a 
nortriptilina. O profissional da área de saúde leva em conta para realizar prescrições 
de medicamentos, como citado anteriormente, o grau de gravidade da dependência 
de nicotina, grau motivacional, experiência pregressas com remédios para 
37 
 
tabagismo, comorbidades, contra-indicações, efeitos colaterais e precauções 
(GARCIA e NEVES, 2017). 
 Todas as maneiras de terapia de reposição a nicotina (TRN) mostram-se 
eficazes em relação ao abandonodo tabagismo por terem mais chances do paciente 
se manter em abstinência, capazes de dobrar o percentual de cessação por um 
longo período de tempo, quando comparados ao placebo, que é toda e qualquer 
substância que não possuem propriedades farmacológicas. Essa terapia combinada 
a outros fármacos e com orientação é possível ser mais potente do que utilizada 
sozinha (GARCIA e NEVES, 2017). 
 Essa terapia é indicada para os pacientes que fumam e se encontrem na fase 
de mudança pronta para colocarem em prática a abstinência e manter ela até o final 
do tratamento, o paciente precisa abandonar o consumo de cigarro antes de dar 
início ao tratamento (GARCIA e NEVES, 2017). 
A terapia de reposição a nicotina atua estimulando os receptores nicotínicos 
localizados no sistema nervoso central e somente 5% da nicotina encontrada se 
ligam nas proteínas plasmáticas, sendo metabolizada no fígado e eliminada pelo 
sistema excretor (GARCIA e NEVES, 2017). 
É indicado que dure até doze semanas para a goma de nicotina ou pastilha e 
de dois meses a dois meses e meio para adesivos, porém para cada paciente é 
diferente, por tanto, será prescrito conforme a precisão de cada um. A terapia de 
reposição de nicotina pode ocorrer de duas maneiras, por liberação lenta através de 
adesivos transdérmicos, e por liberação rápida através de gomas, pastilhas, inalador 
e spray nasal, as duas maneiras são eficientes, mas o método com o adesivo é 
melhor (GARCIA e NEVES, 2017). 
No Brasil a terapia de reposição de nicotina está disponível em gomas de dois 
ou quatro miligramas, deve ser consumida uma goma com intervalos de tempo de 
uma a duas horas ou caso haja desejo de fumar, a dose média é de oito a doze 
gomas por dia, e não pode passar de 24 gomas. Não deve ser ingerida antes de 
quinze minutos após consumir bebidas alcoólicas ou alimentos nem durante o uso, 
mascar até obter gosto característico, depois repousar entre a gengiva e as 
bochechas repetindo durante trinta minutos (GARCIA e NEVES, 2017). 
Também esta disponível através de adesivos de 7mg com duração de duas 
semanas; de 14mg com duração de quatro semanas; e de 21mg duração de quatro 
semanas. Dosagens maiores que 21mg é somente para pacientes fumantes com 
38 
 
alta dependência em nicotina. Para utilizá-lo basta colar o adesivo entre o pescoço e 
a cintura, pois são áreas que não possuem muitos pelos e não ficam aparentes. 
Começar a usá-lo após a data determinada para abandonar o hábito de fumar, 
trocando a cada 24 horas ou retirando depois de 16 horas de utilização e fazer 
rodízio entre as áreas de aplicação (GARCIA e NEVES, 2017). 
Por fim as pastilhas disponíveis devem ser utilizadas a cada uma ou a cada 
duas horas, reduzindo progressivamente. O mínimo de nove e máximo de quinze 
pastilhas por dia (GARCIA e NEVES, 2017). 
Infelizmente existem efeitos adversos, sendo eles, aparecimento de aftas, alta 
salivação, dificuldade de digestão, irritação na faringe, dores na articulação 
temporomandibular, dentes amolecidos, dor de cabeça e enjôos. A utilização dos 
adesivos também pode causar irritações cutâneas no local onde foi aplicado, como 
prurido, eritema. Como também infiltração da derme, bolhas, insônia e vômitos. Por 
essa razão precisa ter cautela na utilização nos pacientes com diabetes mellitus, 
hipertireoidismo e feocromocitoma (GARCIA e NEVES, 2017). 
A terapia de reposição de nicotina é contra indicada para fumantes que 
possuem dificuldade para mascar a goma, os que possuem úlcera péptica ativa, 
dermatites nas áreas de aplicação dos adesivos, gestantes e patologias 
cardiovasculares, como arritmias graves, angina instável ou infarto agudo do 
miocárdio recente com menos de quatro semanas (GARCIA e NEVES, 2017). 
O medicamento chamado bupropiona é usado no recurso terapêutico do 
tabagismo e dobra as probabilidades de um ótimo resultado no tratamento do 
fumante em se manter em abstinência. É indicado para fumantes que não querem 
engordar, o que costuma ocorrer nas primeiras semanas de abstinência do 
tabagismo, ou fumantes que possuem depressão como comorbidade. Visto que a 
bupropiona é um antidepressivo que amplia a dopamina e noradrenalina (GARCIA e 
NEVES, 2017). 
 Sua meia-vida é de 21 horas e sua metabolização é hepática, principalmente 
pela isoenzima CYP2B6 que é capaz de ser afetada por drogas como cimetidina, 
valproato de sódio e ciclofosfamida. A bupropina impede a ação da CYP2D6, 
diminuindo o metabolismo de betabloqueadores e antiarrítmicos Além disso, sua 
excreção é renal (GARCIA e NEVES, 2017). 
39 
 
 A duração de seu uso é indicada durante três meses. Não havendo indícios 
suficientes quanto aos efeitos de utilização da bupropiona por um longo período para 
evitar recaídas (GARCIA e NEVES, 2017). 
 O fármaco bupropiona está disponível na indústria brasileira em 150mg 
através de liberação rápida e liberação lenta XL ou em 300mg encontrada somente 
liberação lenta XL. O recurso terapêutico começa com 150 mg ao acordar, e após o 
quinto dia aumenta a porção para um comprimido de 150mg duas vezes ao dia. 
Normalmente, essas porções são consumidas no começo da manhã e no começo da 
tarde, para impedir a insônia que é uma dos efeitos colaterais. O medicamento de 
liberação lenta só pode ser utilizado uma dose, consumida pela manhã. 
Recomendado que o paciente defina uma data para a cessação do tabagismo, 
indicada para o oitavo dia depois do começo da medicação (GARCIA e NEVES, 
2017). 
Os efeitos colaterais comuns da utilização de bupropiona, que acontecem 
normalmente em 10% dos fumantes que fazem uso do remédio, o mais comum é a 
insônia, por essa razão esse fármaco nunca deve ser consumido antes de dormir. 
Ainda assim pode surgir dor de cabeça, boca seca, perca de peso e de apetite. Pode 
ocorrer uma complicação rara que se manifesta entre 0,01 e 0,1% dos indivíduos 
que consomem a quantidade máxima como, as crises de epilepsia, esse efeito pode 
acontecer também quando ocorre a elevação da dose por meio da combinação da 
bupropiona com outros remédios (GARCIA e NEVES, 2017). 
 A bupropiona é contra-indicada para pacientes com histórico de epilepsia ou 
com risco elevado para convulsões como abstinência alcoólica, traumatismo 
cranioencefálico, derrames, utilização de remédios que diminuem o limiar convulsivo. 
Também é contra indicado para gestantes, anorexia ou uso de inibidores de 
monoaminoxidase (GARCIA e NEVES, 2017). 
 Também é usado para o recurso terapêutico do tabagismo o remédio 
vareniclina, ele é mais eficiente do que o fármaco bupropiona, pois triplica as 
chances do fumante estar em abstinência depois de seis meses, quando comparada 
ao placebo aumenta 2,88 vezes, e sendo associada a outros métodos é mais 
superior do que se for utilizada sozinha. Esse remédio é um agonista parcial dos 
receptores colinérgicos nicotínicos alfa-4 e beta-2, inibindo a ligação de nicotina com 
eles e diminuindo o desejo de fumar (GARCIA e NEVES, 2017). 
40 
 
A vareniclina que é administrada oralmente é totalmente absorvida através do 
trato gastrointestinal, ela obtém muita biodisponibilidade sistêmica, concentração 
máxima por volta de três horas e atinge equilíbrio quatro dias após da administração 
repetida. A metabolização é mínima, por esse motivo não precisa de ajuste de 
porções em caso de distúrbios do fígado em desempenhar seu papel de metabolizar 
e sintetizar proteínas e fazer auto-regeneração. A sua excreção é renal, porém 92% 
de sua composição são de maneira inalterada (GARCIA e NEVES, 2017). 
A velocidade e quantidade com o qual esse remédio é absorvido não são 
afetadas por alimentos nem pelo horário de administração. A utilização de 
vareniclina não muda o impacto de outros remédios usados no recurso terapêutico 
do tabagismo, como a bupropiona e os adesivos de nicotina (GARCIA e NEVES, 
2017). 
A duração do uso desse medicamento é indicada até doze semanas. Caso 
haja o aumento da duraçãopor mais de três meses há chance de abstinência 
contínua por longo tempo (GARCIA e NEVES, 2017). 
O fármaco vareniclina está disponível no mercado brasileiro em 0.5 ou 1mg. 
O tratamento começa com apenas 0,5mg uma vez ao dia, por três dias. A partir do 
quarto dia, passa-se a ingerir 0,5mg duas vezes ao dia. Após uma semana, deve-se 
ingerir 1mg duas vezes ao dia. É considerável que o paciente acerte um dia para dar 
inicio ao abandono do hábito de fumar, que é recomendada para oito dias depois do 
começo da utilização do medicamento (GARCIA e NEVES, 2017). 
Os efeitos indesejáveis que são mais comuns que acontecem em mais de 
10% dos indivíduos que fazem a utilização do fármaco vareniclina são, o aumento 
do apetite, náuseas e vômitos, diarréia, sonolência, tonturas, mudança no paladar, 
constipação, boca seca, distensão abdominal, gases, indigestão, fadiga, corrimento 
nasal excessivo e falta de ar (dispnéia). Sendo que sua única contra-indicação é 
para gestantes (GARCIA e NEVES, 2017). 
 O consumo da vareniclina precisa ser utilizado com cuidado, por essa razão 
os profissionais de saúde precisam ficar atentos a pacientes com histórico de 
transtornos psiquiátricos associados. Diversas pesquisas mostram pioras dessas 
reações adversas, incluindo o suicídio em pacientes com predisposição. Além do 
mais segundo Garcia e Neves (2017) em 2011 foi publicada uma análise que 
mostrou um possível aumento do risco de ocorrências cardiovasculares graves 
41 
 
relacionadas à utilização desse remédio, mas não é algo que foi confirmado em 
estudos posteriores. 
(GARCIA e NEVES, 2017) Já o medicamento denominado nortriptilina é um 
antidepressivo tricíclico que tem sido usado na intervenção do tabagismo e dobra a 
probabilidade de um bom resultado. No entanto, é visto como um remédio de 
segunda linha para essa terapêutica. Mas ainda que não seja de primeira linha é 
uma opção de medicamento barato, normalmente disponível gratuitamente no 
Serviço Público de Saúde (SUS). 
 Esse antidepressivo impede a recaptação de noradrenalina na pré-sinapse, 
elevando sua concentração na fenda sináptica e é metabolizado por meio de 
metabolização hepática. Os indícios evidenciam que a maneira de ação da 
nortriptilina no abandono do tabagismo é independente de seu efeito antidepressivo 
(GARCIA e NEVES, 2017). 
A nortriptilina está disponibilizada na indústria brasileira exibida com 25, 50 ou 
70mg. No tratamento contra a depressão é ingerida em maiores porções, já para o 
recurso terapêutico do tabagismo é utilizada em dose menor. É indicado ingerir 25 
mg, de preferência na parte noturna do dia, em razão ao efeito sedativo. Da mesma 
maneira na utilização de outros fármacos não nicotínicos. O paciente precisa marcar 
o dia que irá parar com o mau hábito de fumar, sugere-se que a data seja 
determinada depois do oitavo dia do início do uso do remédio (GARCIA e NEVES, 
2017). 
 Diante dos muitos antidepressivos tricíclicos, o fármaco nortriptilina é o que 
possui os efeitos colaterais mais moderados, principalmente se for ingerido em 
porções pequenas, como o recomendado para o tratamento do tabagismo. É um 
medicamento indicado para pacientes fumantes com problemas de insônia ou que 
necessitam ganhar peso, pois a sonolência e o aumento de peso são efeitos 
colaterais esperados para esse remédio. Indivíduos que possuem depressão como 
comorbidade também são capazes de favorecer benefícios e vantagens dessa 
indicação. Contudo para o recurso terapêutico de um paciente que possui depressão 
e outra patologia, ou seja, depressão comórbida, recomenda-se fazer o uso com 
uma dose diária mais concentrada, entre 50 e 150 mg ao dia, que é estabelecida 
após o resultado do exame de dosagem sérica do medicamento nortriptilina 
(GARCIA e NEVES, 2017). 
42 
 
 O uso da droga nortriptilina não é indicado para pessoas com infarto agudo 
do miocárdio e arritmia (distúrbio do batimento cardíaco), em razão do potencial de 
induzir distúrbios de condução cardíaca. Também não é recomendado para pessoas 
com disfunções do fígado, epilepsia, psicose e lactantes (GARCIA e NEVES, 2017). 
Diversas pesquisas mostram que a utilização do adesivo de nicotina junto 
com uma maneira de liberação mais rápida de nicotina como a goma ou a pastilha, é 
capaz de elevar as possibilidades de um excelente resultado, comparado com a 
utilização somente de uma terapia de reposição a nicotina. Mas os indícios referente 
à segurança dessa associação são escassos para recomendá-la como tratamento 
de primeira linha (GARCIA e NEVES, 2017). 
 Garcia e Neves (2017) relatam que segundo Food and Drug Administration 
(FDA) essa associação é a única aprovada, pois a utilização do adesivo de nicotina 
juntamente ao fármaco bupropiona não apresenta benefícios, quando é comparada 
com a utilização da terapia de reposição de nicotina isoladamente. Além do mais, é 
preciso ter cuidado ao recomendar essa associação, como relatado anteriormente, é 
capaz de elevar a pressão arterial. 
 A terapia de grupo também é bastante significativa para o tratamento da 
dependência química, como o tabagismo. Essa ferramenta sempre foi bastante 
usada no recurso terapêutico da dependência química, por esse motivo é capaz de 
auxiliar os pacientes a cessar o cigarro. Em alguns estudos foi observada sua 
eficácia que fica entre 65% a 79%, no qual 62% dos indivíduos que são ex-fumantes 
permanecem em abstinência 25 meses depois do encerramento do tratamento 
(GARCIA e NEVES, 2017). 
Existem dois tipos de grupo, o de mútua ajuda que é um grupo que preserva o 
status anônimo e fazem trocas de experiências se ajudando mutuamente, é 
organizado pelos próprios participantes com a finalidade de ajudar na mudança de 
comportamento. E o grupo terapêutico que é envolvido por pacientes que participam 
de modo voluntariamente com os mesmos objetivos, organizado por um profissional 
mediador e terapeuta que determina juntamente com os pacientes, normas, regras e 
contratos terapêuticos em comum (GARCIA e NEVES, 2017). 
O grupo oferece o encontro entre indivíduos com problemas parecidos e com 
o mesmo propósito. Ao irem a esse encontro os pacientes conseguem se sentir 
abertamente para se expressar por estarem em um ambiente onde se encontram 
43 
 
pessoas com problemas parecidos, desse modo, aumenta as probabilidades de se 
sentirem acolhidos e compreendidos (GARCIA e NEVES, 2017). 
 As informações que são trocadas entre os fumantes proporcionam a 
aprendizagem através um do outro, esse método de tratamento do tabagismo em 
grupo possibilita aos pacientes tabagistas o autoconhecimento, visto que, são 
capazes de mostrarem um para o outro o que sozinhos infelizmente não conseguem 
mostrar (GARCIA e NEVES, 2017). 
 Além das vantagens que trazem a terapia em grupo, também existem 
algumas desvantagens como ações destrutivas e negativas que influenciam e se 
espalham muito fácil, sendo capaz de desenvolver um clima de tensão entre os 
pacientes de atitudes positivas e os de negativa (GARCIA e NEVES, 2017). 
 Indivíduos que são muito diferentes formam um grupo heterogêneo, o que 
acaba dificultando o diálogo entre eles, a abordagem e interação de todos. O grau 
de motivação também pode ser que não sejam parecidos, isto é, dificultando o 
tratamento, pois um paciente pode pensar de forma diferente do outro como, 
enquanto um deseja parar de fumar de imediato por estar adoecendo, o outro quer 
parar de fumar de maneira gradual por medo de ficar sem o habito de fumar. Então 
as metas e objetivos para cada pessoa fumante é diferente, como também os 
resultados a serem obtidos (GARCIA e NEVES, 2017). 
 Para um paciente fumante participar do grupo depende primeiro de sua 
motivação. O indicado é que o indivíduo encontre-se nas fases de pré-contemplação, 
contemplação ou ação, que envolve comportamentos e resultados diferentes, mas 
que possuem o mesmo objetivo de acabar com o hábito de fumar.

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