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Teor de Álcool na Gasolina Bruna Lopes (IC)¹, Igor Valezan (IC)2, Júlia Goedert (IC)3, Manoella Neves Pereira (IC)4, Daiana Cardoso de Oliveira (PS). brunal190294@gmail.com1, igorvalezan@gmail.com2, julliagoedert@hotmail.com3, nevespmanu@gmail.com4. Universidade do Sul de Santa Catarina Data: 25 / 06 / 2018 Palavras Chave: Álcool, gasolina. Introdução A utilização do petróleo como fonte de energia foi essencial para garantir o desenvolvimento industrial verificado durante o século XX. Através da sua destilação fracionada, podem-se obter vários produtos derivados de grande importância econômica, tais como o gás natural, o querosene, o diesel, os óleos lubrificantes, a parafina e o asfalto. Mas a fração do petróleo que apresenta maior valor comercial é a gasolina, tipicamente uma mistura de hidrocarbonetos saturados (MORRISON; BOYD, 1996) A gasolina é um produto combustível derivado intermediário do petróleo, na faixa de hidrocarbonetos de 5 a 20 átomos de carbono. É formada por uma mistura de mais de 200 tipos de hidrocarbonetos e outros componentes em menores quantidades. Portanto a gasolina não tem uma fórmula definida, ela varia de acordo com o petróleo e o processo de refino (ABNT, 1996). Com o crescimento acelerado de veículos automotores e do consumo de combustível, principalmente a gasolina, aumenta também o número de distribuidoras e transportadoras que vendem gasolina adulterada. Este fato, além de causar dano aos veículos, aumenta também a preocupação com o meio ambiente, pois a queima do combustíveis adulterado libera gases tóxicos e fuligens comprometendo a qualidade do ar (AMPARADO, 2016). Com o surgimento de motores a combustão interna na década de 50 com altas taxas de compressão, surgiu a necessidade de uma gasolina com maior número de octanagem e fazendo com que as indústrias envolvidas no setor petrolífero procurassem melhorias para a gasolina. Dentre essas pode se destacar a redução de compostos olefinicose a do teor de benzeno obtidos através do hidrocraqueamento catalítico do petróleo. Nesse processo, ocorria a injeção de hidrogênio para reduzir compostos insaturados e aumentar a concentração de hidrocarbonetos de alta octanagem, como cicloexano e compostos (CHAGAS, 2006). O álcool é um dos combustíveis de maior destaque da matriz energética brasileira e é constituído por compostos orgânicos, oriundos de fonte renovável caracterizados pela presença da hidroxila. O Brasil foi o primeiro país no mundo a usar o álcool como combustível e também utilizado como aditivo da gasolina para aumentar a sua octanagem (BARROS et al., 2008). O percentual obrigatório de etanol anidro combustível na gasolina comum é de 27%, enquanto a gasolina premium deve-se adicionar 25% de etanol anidro combustível, conforme disposto na Resolução do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima) nº 1, de 4 de março de 2015, sendo aceitável uma margem de erro de mais ou menos 1%, conforme disposto no Art. 1°, da Lei 10.203/2001 (ANP, 2017). O presente relatório tem como objetivo principal a determinação e análise do teor de álcool adicionado na gasolina. Materiais e Métodos Os materiais e reagentes utilizados no experimento estão, respectivamente, descritos na Tabela 1 e na Tabela 2 representadas a seguir. Tabela 1. Materiais utilizados no experimento Materiais Capacidade (mL) Proveta graduada com rolha esmerilhada 100 Proveta 50 Fonte: Autores, 2018. Tabela 2. Reagentes utilizados no experimento Reagentes Quantidade Solução Saturada de Cloreto de Sódio --- Fonte: Autores, 2018. Colocou-se em uma proveta graduada com rolha esmerilhada, 50 mL da gasolina a ser analisada e completou-se o volume, até a marca de 100 mL com uma solução saturada de NaCl. Fechou-se a proveta com rolha esmerilhada, homogeneizou-se bem a mistura e deixou-se em repouso até a separação das duas camadas líquidas imiscíveis. A pratica foi realizada em triplicata. Fez-se então a leitura do volume de gasolina para, posteriormente, realizar-se o cálculo da percentagem de etanol na mistura com a seguinte expressão: Resultados e Discussão Na análise, fica evidente a separação de fases e mudança no volume da gasolina assim que a solução aquosa de NaCl é misturada com a amostra coletada. A separação do álcool e da gasolina ocorre por que o álcool possui parte polar e outra apolar. A sua parte apolar é atraída pelas moléculas da gasolina, que também são apolares, mas, sua parte polar possui o grupo hidroxila, que é atraída pelas moléculas da solução de cloreto de sódio, que também são polares, realizando ligações de hidrogênio e separando a gasolina do álcool. Na parte inferior da proveta, ficou o álcool com a solução de cloreto de sódio, e na parte superior, a gasolina. Os resultados obtidos nas triplicatas realizadas foram de 40%, 42% e 42% de álcool, resultando na média de 41,33% ± 0,94. Sendo assim a gasolina foi considerada fora do padrão exigido pela ANP, ou seja, ficou acima 27% de teor de álcool permitido pela legislação. Conclusões A partir da determinação de álcool realizada com adição de NaCl em uma amostra de gasolina, pôde-se obter um resultado de 41,33% ± 0,94 de álcool adicionado à gasolina, assim representando que obteve-se excesso de etanol na amostra analisada. Sendo assim, torna-se contraindicado a utilização desta gasolina em automóveis. Este excesso de etanol adicionado à gasolina, pode ter ocorrido devido aos distribuidores e transportadores venderem gasolina adulterada para obter maior lucro. Portanto, sugere-se uma fiscalização do produto, visando, garantir a qualidade e segurança da gasolina. Referências AMPARADO, B. L. R. Análise do Teor de Etanol na Gasolina nos Postos de Combustíveis do Município de Passos-Mg. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade do Estado de Minas Gerais, Passos, 2016. ANP - AGÊNCIA NACIONAL DO PETROLEO GAS NATURAL E BIOCOMBUSTIVEL. Disponível em: http://www.anp.gov.br/wwwanp. Acesso em: 20 jul. de 2017. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Determinação da Massa Específica e do Teor Alcoólico do Álcool Etílico e suas Misturas com Água. Rio de Janeiro. ABNT, NBR – 5992. 1966. BARROS, D.; OLIVEIRA, V.; SANTANA, M. F. E.; CARVALHO, D. D. Caracterização ambiental dos postos de revenda de combustíveis no rio de janeiro. XV Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas. 2008 CHAGAS, I. P. Desenvolvimento de um fotômetro portátil NIR para determinação do teor de água no álcool combustível e do teor de etanol na gasolina. Instituto de Química, Universidade Estadual Campinas, Campinas, 2006. MORRISON, R.; BOYD, R. Química Orgânica. 13ª ed. Trad. M.A. da Silva. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. 2
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