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Profº Orlando Sodré Gomes Planejamento e Controle de Obras Aula 16 Classificação ABC Quando se está orçando uma obra, é fácil constatar que um mesmo insumo aparece em várias composições de custos diferentes. É o caso do CIMENTO, que entra como insumo na composição do REBOCO, da ALVENARIA e do CONCRETO. Na categoria mão de obra, é intuitivo perceber que o SERVENTE é um recurso quase universal, aparecendo na maioria dos serviços. Para o ORÇAMENTISTA e para quem vai gerir uma obra, é de suma importância saber quais são os principais insumos, o total de cada insumo na obra e qual a sua representatividade. Isso serve para priorizar as cotações de preços, definir as negociações mais criteriosas, canaliza a energia dos responsáveis por compras etc. Curva ABC Classificação ABC A Curva ABC de insumos, é exatamente uma relação de insumos, em ordem decrescente de custos. No topo estão os principais insumos da obra em termos de custos e à medida que a tabulação vai descendo, vão surgindo os insumos menos significativos. Exemplo: Seja uma obra simples, com os seguintes quantitativos. Curva ABC Classificação ABC Exemplo: Seja uma obra simples, com os seguintes quantitativos. Para totalizar o custo da obra, atribui-se a cada serviço uma composição de custos unitários, conforme a seguir: Curva ABC Classificação ABC Curva ABC Classificação ABC Curva ABC Classificação ABC Curva ABC Classificação ABC O orçamento da obra é, então: Curva ABC Classificação ABC • Para se calcular a quantidade total de cada insumo na obra, é preciso multiplicar a quantidade unitária deles em cada serviço e totalizar. • Para se calcular o custo total de cada insumo, é preciso multiplicar o custo unitário deles em cada serviço pelo quantitativo do serviço e totalizar. Uma análise rápida revele que o PEDREIRO, SERVENTE, CIMENTO, CAL e AREIA são insumos que aparecem em mais de uma composição. Curva ABC Classificação ABC Para o CIMENTO, por exemplo: Curva ABC Após obter os quantitativos totais e os respectivos custos para todos os insumos, estes devem ser dispostos em ordem decrescente de custo total. Classificação ABC Para esta obra, tem-se que: Curva ABC Classificação ABC Esta é a Curva ABC de Insumos da obra. É a tabulação dos insumos em ORDEM DECRESCENTE DE CUSTO TOTAL, indo do mais representativo em termos de custo – no caso, o AZULEJO que corresponde a 32,63% dos custo da obra – até o menos representativo – a LIXA com 0,12%. Curva ABC Classificação ABC Colunas da Tabela da Curva ABC Classificação ABC Colunas da Tabela da Curva ABC Classificação ABC Colunas da Tabela da Curva ABC Classificação ABC Características da Curva ABC Classificação ABC Características da Curva ABC Classificação ABC A Curva ABC é uma ferramenta que o orçamentista não pode deixar de gerar ao final do processo de orçamentação. A Curva ABC traz benefícios para o ORÇAMENTISTA e também para o ENGENHEIRO da obra. A Curva ABC aponta os itens que mais custam na obra. É justamente nesses itens que o ENGENHEIRO ou GERENTE deve se concentrar para melhorar o resultado da obra. Utilidade da Curva ABC Classificação ABC Utilidade da Curva ABC Exercício 1: No mesmo exemplo anterior, verificar se é mais vantajoso para o construtor perseguir um desconto de 5% na compra da ARGAMASSA ou 10% na compra da AREIA. Recursos e Prazos • Um ganho de 5% na ARGAMASSA geraria um ganho de 5% x R$ 633,60 = R$ 31,68 para a obra. • Um ganho de 10% na AREIA geraria um ganho de 10% x R$ 238,42 = R$ 23,84 para a obra. É mais vantajoso perseguir o desconto de 5% na aquisição da ARGAMASSA PRÉ-FABRICADA. Classificação ABC A Curva ABC de Serviços é simplesmente a ordenação dos serviços da planilha orçamentária em ordem decrescente, com as colunas de percentual simples e acumulado. A Curva ABC de Serviços não desce ao nível de insumos, ficando apenas nos ITENS DA PLANILHA DE CUSTO classificados por custo total. Curva ABC de Serviços Classificação ABC O serviço mais representativo da obra é ASSENTAMENTO DE AZULEJO (46,13%), seguido da ALVENARIA (22,42%). Juntos, estes dois serviços perfazem 68,56% do custo total da obra. Curva ABC de Serviços Exercício 2: ESTUDO DE CASO Seja a obra do exemplo anterior. Durante a execução do contrato, o AZULEJO sofreu um inesperado aumento de preço de 80%. A construtora do contrato logo apresentou a seu cliente um pleito de reajuste contratual. Conceitualmente, o cliente concordou com a solicitação, por se tratar de um caso fortuito ao qual o construtora não tinha dado causa. Em seu pleito a construtora alegava que o aumento dos referidos insumos onerava seu custo em 25% e requeria um alinhamento de preços desta ordem. A princípio o cliente não soube bem como estimar a veracidade da afirmativa da construtora. O Diretor Técnico, então chamou um Assessor e lhe encomendou um parecer. O Assessor recorreu ao Setor de Orçamento, que prontamente delineou os passos para a solução do impasse: Recursos e Prazos Exercício 2: ESTUDO DE CASO Exercício 2: ESTUDO DE CASO Exercício 2: ESTUDO DE CASO Curva S A CURVA S é uma curva totalizadora, acumulada, da distribuição porcentual, parcial, relativa à alocação de determinado fator de produção ao longo do tempo. Ao montar o planejamento da obra, o planejador obtém o CRONOGRAMA e, como decorrência a CURVA S, seja ela de AVANÇO FÍSICO ou MONETÁRIO. A CURVA S geralmente reflete o progresso LENTO- RÁPIDO-LENTO do projeto e, portanto, adquire seu aspecto sinuoso. Curva S Curva S Curva S Curva S Quando se tem um CRONOGRAMA com atividades tão díspares quanto ESCAVAÇÃO DE VALA e COLOCAÇÃO DE FORRO DE GESSO, fica complicado somar a produção dos dois serviços, pois são de natureza distinta e não podem ser medidos na mesma unidade. Para avaliar o progresso da obra até determinado ponto, é preciso referenciar as atividades a um parâmetro comum: TRABALHO (homem-hora) ou CUSTO. A CURVA S é gerada depois de ter sido montada a rede. O planejador elege o parâmetro que será acompanhado e, a partir do CRONOGRAMA, acumula os valores a cada unidade de tempo. Os valores acumulados são então plotados em gráfico AVANÇO ACUMULADO X TEMPO. Curva S de Trabalho Curva S Cronograma com Hh mês a mês e acumulado Curva S de Trabalho O cálculo de Hh mensais é simples: é a quantidade de operários da equipe multiplicada por 200 horas mensais. Para a atividade de FUNDAÇÃO, por exemplo, que demanda 3 Pedreiros e 6 Serventes, o total mensal de homem- hora é (3+6) x 200 = 1.800 Hh. Curva S Histograma de Hh e Trabalho acumulado Curva S de Trabalho O histograma tem a forma aproximada de uma Curva de Gauss, enquanto a curva acumulada tem o padrão de uma letra S. Se o trabalho (Hh) mensal fosse igual todos os meses, a Curva S seria uma linha reta ascendente. Curva S Para se obter a CURVA S de CUSTOS, o processo é idêntico. A única diferença é que o parâmetro de cálculo agora é o VALOR MONETÁRIO de cada atividade, considerando MÃO DE OBRA, MATERIAL e EQUIPAMENTO. Curva S de Custos Curva S Cronograma com Custo mês a mês e acumulado Curva S de Custos Curva S Histograma de Custo e Custo acumulado Curva S de Custos Curva S Na falta de dados reais de projetos similares, ou quando o planejamento ainda é preliminar, é sempre interessante gerar uma CURVA S Padrão (ou Teórica) para fins de estimativa de avanço. Chama-se de CURVA S Padrão aquela proveniente de uma equação matemática, correspondendo a um comportamento ideal. Curva S Padrão Curva S Análise de cinco opções de CURVA S Padrão: Curva S Padrão Curva S Análise de cinco opções de CURVA S Padrão: Curva S Padrão Curva S Equação da Curva S Padrão Curva S Equação da Curva S Padrão O Coeficiente I é o porcentual do prazo total no qual a Curva de Gauss apresenta sua ordenada máxima. É nesse instante que a Curva S muda de concavidade.Por exemplo, I = 60 em um projeto de 15 meses significa que o uso máximo do recurso ocorrerá no 9º mês (=60% x 15) e é nesse mês que a Curva S muda de concavidade – é a Curva S a 60%. O Coeficiente I não entra na fórmula como porcentual, mas como inteiro (Ex: Se o ponto de inflexão está a 45% do prazo total, I = 45 e não 0,45). Curva S Equação da Curva S Padrão O Coeficiente S baliza o formato mais ou menos “fechado” da curva. Os valores mais comuns ficam em torno de 2. Para alguns valores de I e de S podem ocorrer distorções no comportamento da curva, o que leva o planejador a restringir o espectro ideal de trabalho. Exercício 1: Para um projeto de 12 meses, pede-se: a) Estabelecer a Curva S (adotar I = 40 e S = 2,5); b) Comparar o formato da Curva S para I = 30, 50 e 70 S(adotar S = 2,5); Curva S a) Estabelecer a Curva S (adotar I = 40 e S = 2,5) Exercício 1: Curva S a) Estabelecer a Curva S (adotar I = 40 e S = 2,5) - Continuação Exercício 1: Curva S b) Comparar o formato da Curva S para I = 30, 50 e 70 S(adotar S = 2,5) Exercício 2: Para o cronograma abaixo, comparar a Curva S do Projeto com a Curva S Padrão. Curva S Exercício 2: Para o cronograma abaixo, comparar a Curva S do Projeto com a Curva S Padrão. Curva S Exercício 2: Para o cronograma abaixo, comparar a Curva S do Projeto com a Curva S Padrão. Curva S A Curva S do Projeto tem, em relação à Curva S Padrão, a maior incidência de Hh nos primeiros meses, ou seja, o projeto se inicia com um ritmo mais rápido do que o comportamento teórico e somente no 8º mês é que as duas curvas se cruzam. Curva S Benefícios da Curva S • É uma curva única que mostra o desenvolvimento do projeto do começo ao fim. • É aplicável de projetos simples e pequenos a empreendimentos complexos e extensos. • Permite visualizar o parâmetro acumulado (TRABALHO OU CUSTO) em qualquer época do projeto. • Aplica-se o detalhamento de engenharia por homem-hora, quantidade de serviço executado, uso de recurso ou valores monetários. • É uma ótima ferramenta de controle PREVISTO x REALIZADO. • É de fácil leitura e permite apresentação rápida da evolução do projeto. • Serve para decisões gerenciais sobre desembolsos e fluxo de caixa. • De acordo com o formato do S, pode-se constatar se há grande (ou pequena) concentração de atividades no começo (ou fim) da obra.
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