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TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 1 Neurofisiologia SENSIBILIDADE: DOR PROF. DR. RENATO MARCONDES ∴ Geral • Dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável, associada a um dano ou potencial dano em tecido ou em função; EX: Lesão que gera processo inflamatório acarretando em dor. • O nome vem do latim ‚dolore‛ que significa sofrimento; também do latim ‚nocere‛ que significa doer, por isso nocicepção (percepção da dor); e do inglês ‚pain‛ que significa dor ou quem tem pena por causa da dor; • Etapas: ➠Transdução ➠Transmissão – há dois pontos de transmissão: do ponto até a medula; Da medula até o cérebro. ➠ Modulação – há dois momentos: momento modular e cerebral ** Há também modulação que age nessa fase na medula e na percepção. ➠ Percepção ∴ Transdução • Etapa em que os receptores são estimulados . • Nociceptores – fazem percepção de sentido para dor; é específico para dor. ➠Termorreceptores ➠Quimiorreceptores ➠Mecanoceptores: Receptores da pele, por exemplo. • Esse processo de percepção da dor ocorre quando vem um estímulo álgico do processo de transdução, como um corte, que lesa terminações livres e desencadeia potencial de ação que devido à exposição abre canais de Sódio e dá- se início ao processo. • As dores superficiais são mais agudas, pois são conduções moderadas (Fibra delta – no momento da lesão); Mas o processo inflamatório ali continua estimulando as fibras lentas a manter a dor.. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 2 • As dores crônicas ocorrem em todo processo – mecanismo do processo inflamatório. A fibra não foi lesada, mas sofre efeitos do processo inflamatório do tecido lesado (fibra lente) – serve para manter aviso sobre a lesão que ocorreu. ∴ Transmissão • DOR N O C I C E P T I V A: ➠ Devido a estímulo direto dos nociceptores – dor periférica. ➠ Dor aguda, constante, localizada, pulsátil. ➠ Pode ser de duas maneiras: ↪ SOMÁTICA (é do corpo) – Podendo ser Profunda (geralmente é menos dolorosa e é lesada no processo de dor neuropática) ou Superficial (dor mais aguda, mas por tempo menor, já que, o processo inflamatório é menor). ↪ VISCERAL (é das vísceras) • INTERPRETAÇÃO DO GRÁFICO ➠ Quando ocorre lesão há ativação dos receptores ocasionando: ↪ Nenhuma dor onde não há estímulos. ↪ Nenhuma dor no estímulo (geralmente não doloroso) ↪ Resposta nos estímulos dolorosos (mecanismo de desencadear) ➠ Quando gera lesão tecidual ocorre processo inflamatório que libera Bradicinina (auxilia no processo da dor), fatores de necrose tumoral e outras substâncias. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 3 • DOR INFLAMATÓRIA ➠ Dor transitória, pois acaba incomodando o tecido periférico ao ser lesado gerando dor periférica semelhante a nociceptiva, mas a diferença é que ela possui aumento da sensibilidade a dor não aonde foi lesado, mas próximo da onde foi. • DOR NEUROPÁTICA ➠ Devido a resposta inflamatória mais extensa do que a lesão tecidual envolvendo a área ao redor – dor ao redor da lesão para processo crônico gerando Dor Neuropática. ➠ Envolve lesão do SNC, podendo ser periférica quando não há estímulos do receptor, mas há lesão do nervo mantendo o processo álgico (em estímulos potencialmente dolorosos são muito mais amplificados); Lesão de coluna ou cérebro. Na TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 4 maioria das vezes o paciente evolui sem dor, mas eventualmente pode ocorrer processo de dor generalizado, como por exemplo, a Fibromialgia. ➠ Essa lesão neuropática pode gerar ↪ DOR CRÔNICA – de difícil tratamento (sensação desagradável) ∴ EXEMPLO: NEFROPATIA DIABÉTICA– gera formigamento e sensação contínua de queimação). ∴ EXEMPLO: DOR DO MEMBRO FANTASMA: Quando ocorre lesão (principalmente quando traumática), mas no processo de cicatrização daquele nervo forma-se um granuloma que continua desencadeando potencial de ação como se estivesse vindo do receptor, que no caso não existe. É uma dor mal localizada, não é pulsátil, é de queimação (receptores térmicos) e de difícil diagnóstico, pois pode achar que é ‘psicológico’. Por isso, o tratamento é cirúrgico, a fim de retirar o granuloma ou tratar com medicamento que inibe a dor por transmissão sináptica (inibição dos canais de Sódio ou Cálcio) para inibir a dor. ∴ Inibidores de Canal de Cálcio: Galapetina, Pré-Gabalina. ∴ Inibidores de Canal de Sódio: Carbamazepina. Para tratar esse tipo de dor é necessário pela transdução (inativação canais de Cálcio e Sódio) ou aumentando os mecanismos que inibem a dor no cérebro, como os Antidepressivos. ➠ FUNCIONAMENTO: ↪ Após lesão ocorre o estímulo gerando dor aguda que irá liberar, no local da lesão, Bradicinina que irá gerar processo inflamatório estimulando processo de dor. A Bradicinina se une ao processo de degradação permeando uma extensão periférica de onde teve a lesão, e assim, se estendendo um pouco mais e estimulando as fibras do tipo C, e diminuindo a atividade da substância P de histamina, e o aumento da atividade inflamatória Perilesional. Posteriormente, ocorre o processo inflamatório, menor, devido a liberação de Prostaglandina e bradicinina que estimulam o nervo. Esse é o funcionamento a fibra/dor crônica, para que haja lembrança da dor, a fim de que, continue cuidando do ferimento (devido à lesão periférica). RESUMINDO.... A Bradicinina estimula os receptores 5-HT, Serotonina, Prostaglandina e abri as fibras C (lentas) e todo esse processo irá gerar Histaminas e estimular fibras lentas. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 5 ∴ Modulação • Regula a intensidade da dor • Utiliza associação de fibras C e A • Receptores nos Corno Posterior (no H medular há lâminas de I a V) ➠ As fibras A delta vão para lâminas I, I I (e V) ➠ As fibras A beta (toque) vão para lâminas I I I e IV (e V) ➠ As fibras C vão para lâminas I, I I (e V) ∴ A lâmina V é uma ÁREA COMUM, que é excitada por todas elas, ou seja, uma área difusa. As fibras C estimulam e regulam junto com a sensibilidade tátil, e por isso que o toque perto de uma área de dor melhora, pois a informação chega mais rápida e inibe as fibras lentas. EXEMPLO: Em uma pancada, na fase aguda – se apertar do lado também irá doer, pois é uma área difusa. Esse processo é mantido nessa região, pois ela estimula receptores NMDA-R e AMP-R, que são bloqueados pelo Magnésio, mas em processos inflamatórios há quebro do magnésio e, ao tirá-lo abrem os receptores NMDA-R e AMP-R do corno posterior da coluna e, ocorre influxo de sódio iniciando mecanismo de dor crônica. Um dos tratamentos para dor crônica também é reposição de Magnésio Bitolado /Sulfato, pois inibem esses receptores e assim, a dor crônica também. Todas as fibras agirão sobre a Lâmina V, que ao receber faz modulação, pois ao receber a aguda novamente, de uma informação que já está indo para via crônica, a medula entende que já avisou a dor aguda e que está chegando a crônica (lenta), por isso há atenuação da dor. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 6 ➠ ➠ SOMATOTOPIA: ↪ Região Medial – perna ↪ Região Lateral - braço ↪ Como na imagem, de medial para lateral há braço, tronco e perna, pois quanto mais próxima da substância cinzenta terá mais membros superiores; Enquanto mais distante membros inferiores. ✤TEORIA DAS COMPORTAS: - A fibra C não excita direto, ela faz uma sinapse no Inter neurônio que projeta para o Sistema Anterolateral (sistema de dor). A fibra de dor crônica (C) precisa ter conexão (sinapse modular), já que, não vai direto, - As fibras de dor aguda e de toque vão direto como possuem excitação de ponto direto conseguem inibir a dor crônica, por isso Teoria dasComportas, ou seja, o que vai mandar dor crônica, para o cérebro é o Sistema Anterolateral da dor que cruza para o Trato Espinotalâmico Lateral (inclusive a dor lenta e crônica) e vai mandar a informação. Quando há estímulo tátil ou de dor aguda há inibição da dor crônica, pois a fibra da oprimeira é mais rápida e se conecta ao TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 7 inter neurônio para avisar ao Trato Espinotalâmico Lateral e ocorre inibição da dor crônica (só presente se houver ausência de fibra rápida que ela) - A Teoria das Comportas possui esse nome, pois apenas uma coisa passa por vez, e nesse caso, quem passa mais rápido é a informação mais rápida, inibindo a crônica que é mais lenta. Há dois mecanismos de comportas tanto no cérebro como na medula, justamente para modular esse tipo de dor, pois a crônica é boa, mas atrapalha se durar muito. - O cérebro possui dois mecanismos de dor, um é o W I N D UP, que é quando a dor crônica se torna extremamente excitável por não ter magnésio para inibir os receptores NMDA-R na parte posterior e a Teoria das Comportas. A Teoria das Comportas falha quando o estímulo é muito grande a ponto de bloquear a via aguda e manter apenas a crônica, pois ela é auto excitável. Essa teoria modula a dor, e a Teoria de Wind UP amplifica a dor pela falha da primeira teoria (comuns em pacientes mais velhos); Mas em uma pessoa normal, sem comprometimento crônico, a primeira teoria funciona normalmente. ∴ Transmissão • VIA ASCENDENTE: (excitatória): ↪ Maneira pela qual a informação chegará à Coluna e fará sinapse. ↪ A dor vai ser transmitida pelos Tratos Espinotalâmico Anterior e Lateral, sendo esse último mais usado, já que, o primeiro não costuma levar informação de dor, mas eventualmente leva informação de tato e ela pode se transformar em dor. Esses Tratos Espinotalâmico Anterior e Lateral seguem o mesmo trajeto (A alfa e C- mais lenta), e ao estimular leva informação de dor pelo Lateral. Logo encontra com a fibra mielinizada e posteriormente, a central. (possui A afla e C também). No mesmo trajeto, se dá o Sistema Anterolateral que vai para a formação reticular e ativa o cérebro com relação a dor (com processo álgico, o cérebro acorda) e ativa a substância cinzenta periaquedutal (no colículo superior), importante na regulação descendente da dor. Depois, se divide em Paleoespinotalâmico e Neoespinotalaâmico e ambos vão ao Tálamo, principalmente no ventre posterolateral, em sequência o Paleoespinotalâmico vai para o Sistema Líbico criando a memória de dor (aqui que funciona a dor crônica cerebral), e o Neoespinotalâmico vai para o Córtex. # Há dois tipos de vias no córtex, que irão ativar de maneira diferente o córtex devido ao Sistema Límbico e Reticular. ∴ Sensorio-Discriminativa Sistema Lateral, de dor aguda., vai na área discriminativa da dor e nos sistemas medial (Giro do Cíngulo Medial) e posterior (Sensação de sofrimento, desagradável – ativa Sistema Límbico), principalmente nesse último. ∴ Afetiva-Motivacional Sistema Medial, de dor crônica. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 8 ➠ Modulação Central • Gera via descendente que ativa substância na Lâmina I I; Quando a informação chega, a informação reticular ativa a substância cinzenta periaquedutal que ativa o córtex, que ativa o Sistema Límbico, que, ao mesmo tempo, ativa o hipotálamo e a partir daí tudo é mandado de volta; tanto vai quanto volta. ** O Sistema límbico pode inibir a Substância periaquedutal ou aumentar; A informação reticular da mesma maneira pode inibir ou estimular mais a via. ∴ EM SITUAÇÃO DE PERIGO – não se sente dor, pois o Sistema Límbico manda informação para substância cinzenta periaquedutal para aumentar a inibição da dor; Da mesma maneira, o hipotálamo manda informação para o Sistema Reticular inibir o Trato Espinotalâmico Lateral e assim, mesmo que a informação chegue ele estará inibido por modulações centrais. • A dor Aguda vai para o Córtex Sensorial, e quem irá definir se é dor ou não é o Sistema Medial, pois a dor é, em sua maioria, desagradável (mas é a via afetivo-motivacional que define se é boa ou ruim – a fim de gerar TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 9 sofrimento EX: Masoquismo a dor é visto como algo bom; Apertar os seios é dolorido, mas quando ocorre a mesma coisa na Amamentação a informação passa a ser interpretada como bom); A formação reticular é importante, pois ela manda informação para os núcleos da rafe, e eles produzem três tipos de substâncias (Endorfinas, Encefalinas e Dnorfinas – OPIOIDES endógenos), que estimulam a diminuição do influxo de cálcio passando menos neurotransmissores e assim, diminuindo a resposta excitatória Ela faz isso se ligando nos receptores do tipo K, Delta e esses receptores ao se ligarem nos canais de cálcio aumentam o efluxo tornando a célula mais hiperpolarizada, diminuindo a respostas, ininbindo assim, tanto o efeito pré- sinápitco quando o pós-sináptico. • VIA DESCENDENTE: ↪ Quando o Sistema Límbico percebe a dor ele manda para a substância cinzenta periaquedutal que também produz inibição da dor e manda uma via descendente direto no corno Posterior inibindo a fibra de dor crônica; Então a via regulatória descendente da dor é inibitória a dor, e a ascendente é uma via excitatória a dor, ambas trabalham de maneira síncrona para gerar regularidade e modular a dor. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 10 Os núcleos da rafe ficam próximos do Locus Ceruleus (Ponte)e são importantes para produção de Serotonina (em Locus Ceruleus) e noradrenalina para regularizarem a dor, e assim, acabam estimulando a produção de opioides endógenos, que vão fazer a via inibitória descendente da dor, mas também acaba interferindo na via ascendente inibindo que ela continue subindo. A substância cinzenta periaquedutal fica do lado do aqueduto do Mesencéfalo, no Mesencéfalo. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 11 ∴ Percepção • Se dá, principalmente, no Giro Pós-Central (área sensitiva) que é a área discriminativa enquanto tem-se a interpretação da dor no Sistema Límbico, • CIRCUITO DA DOR: ↪ Estímulo Tátil Gânglio Dorsal Núcleo Vento Póstero Lateral do Tálamo Área de Percepção Discriminativa da dor. ** é importante saber que em todo esse processo de dor há via ascendente e descendente e há opioides endógenos regulando a dor, os núcleos da rafes (importantes para Serotonina e Noradrenalina no controle da dor) e a Teoria das Comportas auxilia no processo de inibição na medula da dor crônica fazendo com que as dores da via aguda – mais rápida – seja mais importante.. ∴ Caso Clínico • Um paciente de 42 anos, sexo masculino, pedreiro chega ao consultório reclamando de dor com irradiação para membro inferior direito na face posterior da perna; Refere-se a dor há mais de 2 anos com piora progressiva nos últimos meses.. RESOLUÇÃO... - Processo crônico de compressão da via periférica que mantém a via crônica de dor; Apresenta hérnia grande na transição da L5 para S1, que está comprimindo o nervo – gera essa dor. - O processo crônico de dor: tem-se hérnia comprimindo nervo e ao comprimir manda informação a coluna do que está vindo da perna, o processo degenerativo da coluna gera processo álgico; Lembrar que a via Crônica tem que se perdurar por mais tempo e tem que ter um processo inflamatório por tempo maior, pois quando é curto é dor aguda. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 12 Neurofisiologia LINGUAGEM ∴ GeraL • DEFINIÇÃO: é capacidade que a espécie tem em reconhecer palavras (mecanismo de comunicação) e de expressaras suas ideias através da mesma forma, ou seja, não só capaz de reconhecer mas de se expressar. Quando se diz linguagem, não é apenas a linguagem falada, pode-se escrever, falar, se expressar através do corpo (movimento) e pode-se perceber palavras como por exemplo o braille, que ao passar a mão sente-se com o dedo e gera um processo de entendimento (funções superiores do cérebro - junção das vias sensitivas com as motoras para interagir com o meio, uma vez que a função do sistema nervoso central é interagir com o meio externo). A linguagem não é exclusiva pelos seres humanos mas ela é aprimorada e evoluída por eles, então a linguagem é um método de comunicação que as espécies utilizaram para poderem se relacionar, por isso ela utiliza todos os sentidos para essa comunicação ∴ Idioma • A linguagem é diferente do idioma, porque o idioma é uma característica da linguagem, específica para cada cultura. A linguagem é geral, todo ser humano é capaz de desenvolver um tipo dela. Os idiomas são muito variáveis e dependem de elementos culturais, porque dependendo da cultura é possível estimular fonemas diferentes. Toda linguagem hoje tem a modalidade falada, não necessariamente com som mas tem a modalidade expressa (falas, desenhos, mímicas etc.) mas nem toda modalidade é escrita. Por exemplo: uma criança de 2 anos consegue falar mas não consegue escrever, por isso ela consegue utilizar a linguagem mas não todos os seus critérios. Existe também em ilhas afastadas (ou idiomas mais antigos), o idioma só é falado pelo fato de que, por não terem conseguido desenvolver a escrita, desenvolveram outro método de armazenamento. ∴ Fala • A fala, por sua vez, é um componente biológico inato do ser humano, uma vez que todos têm a capacidade de falar. Ela não é exclusiva dos seres humanos, mas ela é sofisticada por eles, e isso se deve devido a uma característica da formação acústica da boca e a fisiologia sonora (características exclusivas dos seres humanos) (golfinhos conseguem se comunicar por sons mais simples mas não são palavras, são gritos como sinal de alerta ou reprodução, por exemplo. Além disso, mesmo TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 13 em grupos diferentes, se um gritar o outro entende) • A capacidade de falar envolve um componente psicomotor–sensitiva, sendo um processo complexo (propriocepção perfeita e conhecimento da semântica). A fala se deve a algumas características como o tamanho de traquéia e laringe (compridas e largas), presença de corda vocal com micro musculaturas (aritenóide, omohioide, estilo-hióide resumindo toda a musculatura que tem na laringe e na traqueia) e as pregas vocais que se modificam abrindo e fechando funcionando como uma flauta, um instrumento de sopro. Por isso, nossa voz nada mais é do que um instrumento de sopro que pra ela sair do jeito que deve sair é necessário quatro características principais: ➠ 1. ATUADOR: Método ou instrumento de sopro que no caso dos seres humanos é o pulmão. Tem-se uma caixa grande que é o pulmão (Caixa pulmonar) que utiliza outros elementos como a traquéia, a laringe, a boca, a cavidade oral e os movimentos da musculatura. É o momento de sopro (voz). ➠ 2. VIBRADOR: Age antes da ressonância e, ao vibrar, ele permite a característica de o ser humano ouvir a própria voz (ressonância) antes dela sair. Osso acontece através do ângulo da mandíbula que vai até a mastóide e, nesse ponto de ligação, o som sai antes da voz sair, isso acontece para que o cérebro possa corrigir esse movimento nos moduladores que seria a boca (órgão que ajuda na modulação do som). ➠ 3. RESSONADOR: O aparelho que ressoa o som e amplifica o som, melhorando-o, uma vez que ele chega ao ouvido e tem como escutá-lo durante a ressonância. É um instrumento que emite som, e todo som depende da alteração das propagação das ondas sonoras, que são ondas vibratórias que vibram e gera o som. Por isso todo o sistema sonoro tem que ter um vibrador, um ressonador e uma caixa. ➠ 4. ATUADOR: Para modular a voz usa-se os músculos articuladores emitindo som com diferenças. A voz em si exige que os 4 elementos estejam funcionando de forma síncrona. O atuador manda pro vibrador, que manda pro ressonador, que manda pro articulador que, ao perceber esses movimentos e escutar a voz, processa-se a linguagem antes e checa para ver se o que foi processado foi falado daquela forma. ∴ Escrita • A linguagem escrita é mais complexa porque ela envolve idiomas então ela não é simplesmente falada, não é só som, e é uma construção cultural. Às vezes a mesma frase ela é falada e desenvolvida de formas complexas e diferentes. Exemplo: eu gosto disso, i like it, je l’aime, ich mag das… são falados de formas diferentes, mas significam a mesma coisa. A linguagem é universal, mas o idioma não. Consiste em converter a imagem na fala, por TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 14 exemplo, colocar uma foto fazendo joinha todos entendem que a pessoa gostou. • Todo processo de linguagem ele envolve o complemento sensorial motor (compreensão e expressão). O sistema sensorial é o que a gente vê, é a compreensão que pode ser visual, auditiva, tátil. Já a expressão é a capacidade de se comunicar de forma motora que é a fala, movimento a boca, movimento das cordas vocais, ela é escrita - movimento da mão, são sinais. Então, ao se comunicar, alguém está se expressando e alguém está compreendendo e essa é a principal eficiencia da linguagem, quando não se tem essa característica não tem linguagem. • A linguagem mas expressa no mundo é uma linguagem que não é compreensível, é a linguagem binária, porque simultaneamente todos os computadores estão se comunicando em 010101, mas o fato das pessoas não compreenderem se torna um sistema pouco utilizável no ponto de vista prático porque ela é incompreensível. ∴ Etapas da linguagem ➠ 3 MESES: o ser humano balbucia e esse balbuciar é extremamente importante porque a criança está aprendendo, de forma motora, como utilizar seu aparelho de voz (atuador, ressonador, vibrador, modulador {músculos articuladores}). Aprende a coordenar o seu movimento de fala. ➠ 9 MESES: a criança consegue a repetir palavras complexas (ex:papai, mamãe- papa, mama), mas não tem vocabulário, apenas repete. Não tem um aprendizado semântico, está começando a desenvolver. ➠ 12-18 MESES: a criança consegue falar palavras mais complexas mas palavras simples (ex:comida, papai, mamãe, escola), mas não há formação de frases. Começa a ter um desenvolvimento semântico. ➠ 18-24 MESES: a criança tem um aumento do vocabulário (300 /400 palavras de conhecimento), começando a montar frases simples pelo conhecimento semântico moderado (ex: quero mama, quero papa). Usa toda a conjunção de sujeito, verbo, adjetivo entendendo que há complementos maiores. ➠ 2-3 ANOS: a criança tem um aumento muito grande no aprendizado semântico, podendo ter o vocabulário de até 1000 palavras. Forma frases confusas por não ter tanto convívio social mas pega uma palavra ou outra de uma forma muito interessante. ➠ >3 ANOS: o desenvolvimento é muito maior, a criança tem um vocabulário amplo, a TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 15 partir desse momento o conhecimento por palavras é exponencial chegando na adolescência com um conhecimento de mais de dezenas de mil palavras, sabendo empregá-las. Começa a ser mais pragmático, que é quando ele começa a saber como/onde deve utilizar as palavras. Emprego das palavras é bem mais complexo. • Até os 2 anos a capacidade de absorção é muito maior, quanto mais velho essa capacidade vai diminuindo porque o conhecimento atrapalha o processo de absorção de informação.EX: se trazer uma criança japonesa, que acabou de nascer, pro brasil, ela vai conseguir falar aquilo que os japoneses têm dificuldade (L, R), mas a partir dos 2 anos se ela só escutar os fonemas mais simples ela para de treinar, e por não fixar aqueles fonemas diferentes ela pode perdê-los. Além disso, quanto mais conhecimento (informação), mais vias está criando e maior a chance de confundir o cérebro, e para eliminar o processo de confusão tem que usar um mecanismo mais complexo de aprendizado, que envolve mais vias (EX: videos, imagens e palavras - aulas do Renatinho). • Crianças que são bilíngues têm mais facilidade de aprender outros idiomas. O primeiro idioma vai pra linguagem mãe, e o segundo vai para linguagem secundária. Pessoa bilíngue que tem AVC na área da fala não vai ter dificuldade de falar, mas ela vai confundir os idiomas. ∴ Momentos da linguagem – métodos de aprendizado ➠ 1. FONÉTICO: A criança aprende a emitir sons, aprendizado dos sons (ex: ba – bé – bi – bo – bu) ➠ 2. SEMÂNTICO: Junta as sílabas e atribui um valor e um sentido, isso é bom para fazer associações. Atribuir valor/sentido para as coisas, bom pra fazer associação (ex: cadeira – imagem da cadeira). ➠ 3. PAGMÁTICO: Uso social. Adquire-se o saber de como empregar as frases num contexto social. Ex: que dia bonito. ➠ 4. GRAMATICAL: Começa-se a adequar o conhecimento com as regras da linguagem de tanto escutar alguém falar. Ex: a gente estamos felizes → nós estamos felizes.. ∴ Processo da Linguagem ➠ LINGUAGEM MOTORA: Pierre Paul Broca (1861) - Paciente que se chamava Thai, possuía esse nome por repetir várias vezes THAI THAI que, ao morrer, ele estudou esse paciente e descobriu que ele tinha uma lesão no giro frontal inferior perto da parte opercular do lado do hemisfério esquerdo. Após pegar para estudar vários cérebros de pessoas que tinham problema de fala, ele concluiu que o hemisfério esquerdo é o hemisfério da fala (‚nos falamos pelo hemisfério esquerdo‛). Depois de muitos estudos conclui-se que 96% dos destros tem o lado esquerdo como dominante e 70% dos canhotos tem o lado esquerdo como dominante. No caso dos destros TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 16 4% hemisfério direitos e, no casos dos canhotos, em média 14% bilateral (atende os dois lados) e 16% do lado esquerdo. Ou seja, mesmo os canhotos tendo um discreto aumento aos destro em relação do hemisfério dominante, ainda assim o lado esquerdo ainda é o dominante (hemisfério esquerdo: hemisfério da fala). A área de broca (anterior a área motora primária – Lobo Frontal Esquerda– EXPRESSÃO da linguagem falada, ou seja, as palavras a serem pronunciadas serão formadas), essa área do hemisfério direito auxilia na linguagem, mas não faz parte do planejamento motor. Por isso que quando o paciente apresenta isquemia do lado direito ele fala com a voz empastada, chamado de disartria.. ** ESQUERDO – responsável pelo pensamento lógico controla os movimentos do lado direito. ** DIREITO – responsável pela criatividade controla os movimentos do lado esquerdo. ➠LINGUAGEM DE COMPREENSÃO: Karl Wernicke percebeu que não havia só essa área porque avaliou outras pessoas e percebeu que próximo do giro angular e do giro supramarginal quando tinha lesão na área de Wernicke à esquerda, as pessoas apresentavam dificuldade de fala, mas era uma dificuldade de fala diferente, eles conseguiam falar, mas não havia semântica. Por isso conclui-se que existia 2 áreas da fala, a primeira área ficou conhecida como área de broca (área motora) e a segunda área de wernicke (área de compreensão) Área associativa auditiva – compreensão/interpretação da linguagem falada, Giro Angular – transforma as palavras ouvidas, lidas e tateadas em um único código de linguagem. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 17 ∴ Processamento da linguagem • Composto por input (via ventral) e output (via dorsal). ➠VIA VENTRAL: Analisa o som; Determina a origem; Identifica o som e reconhece a palavra com o léxico disponível; Dá forma a palavra combinando elementos para gerar a estrutura ➠VIA DORSLAL: Articula as palavras; Traduz a informação auditiva em motora. ∴ Circuito da Fala • Apresenta-se um complexo sistema de linguagem, um complexo sistema de fala e todas essas áreas são unificadas. • O sistema de linguagem funciona primeiramente com a área da audição (área primária da audição) que processa as frequências no giro de Heschl, uma vez que primeiro deve-se escutar O giro de Heschl passa para a segunda área (transição entre ela e a área de wernicke - que faz a compreensão, pega as frequências e tenta converter em palavra) da audição que fica no giro temporal transverso, que é a segunda área auditiva que passa para a Área de wernicke (local que processa a linguagem ouvida e a linguagem vista). A visão (quando se vê uma palavra, um gesto,uma intenção) manda para a Área de Wernicke para tentar processar aquele tipo de linguagem, então a leitura também está relacionada com a Área de Wernicke (por isso que pacientes com lesão na área de wernicke apresentam dificuldade em ler, entendem as palavras mas não conseguem associar da mesma forma que não conseguem escutar). Nessas duas áreas, que são áreas de compreensão, uma vez que toda linguagem TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 18 deve-se ter uma compreensão e expressão ela deve projetar uma linguagem compreendida para a Área de broca. A Área de broca (giro frontal superior da área opercular) vai processar o que foi ouvido ou visto e que venha de informação da área de wernicke e mandar para a área motora (giro pré central) pegando a área da mão (quando for escrita) e a área do rosto (quando for falada), simplesmente para poder falar, e ao falar vai mandar toda essa informação para os devidos músculos que são responsáveis, pegando o trato corte espinal e trato córtico nuclear, mandando para os núcleos da fala (núcleo do facial, núcleo do trigêmeo, núcleo do vago, núcleo do hipoglosso) para auxiliar no processo de fala (tendo contração da caixa torácica, saída do ar pelas brânquias e laringe, contração e relaxamento das cordas vocais, controle da musculatura da língua, musculatura da boca) e depois todo um evento de expulsar o ar para sair o som. ∴ Distúrbios de fala ➠AFASIA: Comprometimento da fala ➠AFONIA: Dificuldade de emitir sons ➠DISFASIA: Comprometimento na fala ➠DISARTRIA: Dificuldade de articular a boca para falar • AFASIA DE BROCA (expressão): ↪ Lesão na área de Broca (no Lobo Frontal região posterior, inferior em hemisfério dominante para linguagem – hemisf. Esquerdo); ↪ Compreensão preservada, mas a capacidade de formação da palavra pode ficar prejudicada, pois tem-se capacidade em falar, mas é uma capacidade não fluente, não consegue-se montar um sistema de linguagem.. ↪ Campo visual preservado ↪ Apresenta a fala empastada ↪ Comprometimento da Artéria Cerebral média divisão superior. • AFASIA DE WERNICKE (compreensão): ↪ O paciente é incapaz de compreender, ele não tem a linguagem mas ele fala; Ele fala TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 19 fluentemente (‘aflasia fluente’), mas pode falar de forma incoerente, sem perceber, e usar palavras que não fazem sentido achando que estão corretas (parafasias), e essas palavras podem nem existir. Não há lógica (comprometimento da compreensão oral e escrita) ↪ Geralmente, ocorre mais posteriormente no hemisfério esquerdo (giro superior ou posterior do lobo temporal esquerdo), locais responsáveis pela recepção da linguagem, ou seja, compreensão. – próximoao córtex auditivo primário. ↪ Comprometimento da Artéria Cerebral média divisão inferior. ↪ Pode apresentar Quadrantopsia superior e hemianopsia. • AFASIA DE CONDUCAO: ↪ O paciente não consegue conectar a área de wernicke com a área de broca. (Lesão nos feixes arqueados entre essas duas áreas) – tipicamente no Lobo Parietal Inferior (local de nomeação de objetos).. ↪ Lesão na Artéria Cerebral Média na bifurcação. ↪ O paciente não consegue repetir o que foi falado. Mas ele entende e fala, porém é incapaz de reproduzir o que você falou, por isso ele muda a frase, mas mantém o sentido (compreensão e fluência preservadas) ↪ Realização de Parafasias.. • AFASIA GLOBAL: ↪ Incapacidade de falar (Fala não fluente), de entender – compreensão oral e escrital alteradas. - e incapacidade de nomear e repetir. ↪ Lesão que envolve as áreas de Broca à Wernicke. ↪ Comprometimento da Artéria Cerebral Média antes da ramificação. • AFASIA NOMINATIVA: ↪ Pessoa vê um objeto e acaba chamando-o pela via ventral e não pela dorsal, por isso ele não consegue dar nome pro objeto (não TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 20 comunica com a área de wernicke). Ele sabe o que que é, entende mas não consegue dar nome. • AFASIA DE BROCA NO HEMISFERIO DIREITO OU NO HEMISFERIO NAO DOMINANTE: fala com uma disartria. •AFASIA SENSORIAL: ↪ Lesão na área de Wernicke, e com isso o paciente não compreende, mas ele fala; não conseguem repetir frases simples. • DISLEXIA: ↪ Dificuldade da conversão da imagem, déficit de leitura. O paciente compreende a fala normalmente é só uma dificuldade de conversão da imagem para área de wernicke (não consegue associar letras e sons) ↪ Dificuldade de encadear as letras e formar palavras – troca a ordem de algumas letras, principais as que são parecidas, ao ler (fala prejudicada) e escrever. • DISGRAFIA: ↪ Dificuldade no período de escrita, ela vê e manda mas não consegue processar de forma adequada pro giro pré-central, por isso não vai direito pra área de broca pro giro pré-central, nem da área de wernicke pro giro-pré central. Por isso dificuldade de escrita, ao escrever a pessoa esquece da palavra. (lentidão – velocidade motora lenta) • SINDROME DE GERSTMANN: ↪ Envolve o giro angular (Lobo Parietal próximo ao Lobo Temporal) do hemisfério dominante Evolui com Acalculia (dificuldade/incapacidade de fazer cálculos matemáticos); agrafia (dificuldade/incapacidade de escrever); Agnosia digital (incapacidade de reconhecer os dedos da mão) e Desorientação em relação a direita-esquerda (comum em mulheres). ↪ Lesão do giro angular no hemisfério não dominante: discreta agrafia e heminegligência. RESUMINHO... ➼ AFASIAS FLUENTES EM LESÕES POSTERIORES AO SULCO CENTRAL: ✤Afasia de Wernicke ✤Afasia de Condução ➼ AFASIAS NÃO FLUENTES EM LESÕES POSTERIORES AO SULCO CENTRAL: ✤Afasia de Broca TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 21 ✤Afasia de Global RESUMINHO... ➼ LOBO TEMPORAL- armazena novas palavras e recupera as que já foram armazenadas. ➼ LOBO PARIETAL – processamento mais analítico. ➼ LOBO FRONTAL – função sintetizadora, responsável pela compreensão e expressão. ~a linguagem está lateralizada no hemisfério esquerdo. ~ CASO CLÍNICO Paciente de 32 anos, sexo masculino deu entrada no hospital após um evento súbito de perda da consciência dificuldade de fala, dificuldade de emitir sons (lesão na área de broca) - o paciente apresentava um AVC isquêmico (da pra notar na ressonância) no giro frontal inferior (área de broca) - paciente apresenta afasia de broca TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 22 Neurofisiologia Aprendizado e memória • A capacidade de memória é um processo cognitivo que permite a capacidade de integrar, mas principalmente aprender, reter e recuperar informações. Não serve simplesmente ver a informação, precisa reter e saber recuperar. • Dependendo do tipo de memória, o tempo de recuperação é diferente. Existem as memórias de muito curto prazo (momentâneas), as memórias de trabalho (pouco tempo), as memórias de longo prazo e as memórias remotas (dura anos). O mecanismo com o qual a memória foi armazenada e o motivo desse armazenamento interferem no tempo de recuperação. • APRENDIZADO é a aquisição de novas informações e MEMÓRIA é a retenção das informações aprendidas para poder recuperá-las mais tardiamente. ➠ PROCESSO DE MEMÓRIA: AQUISIÇÃO + RETENÇÃO + RECORDAÇÃO. ∴ Memória Sensorial • Toda memória é necessariamente oriunda de um estímulo sensorial. Para interagir com o meio externo, precisamos percebê-lo. • Chamada de memória dos sentidos. • Armazenamento curto, de 0,1 a 2 segundos. E depois se perde ➼ Para ser retida, precisa ser processada e reestimulada. ➼ Repetição da memória Informações não repetidas são perdidas. A memória de curto prazo repetida se torno de longo prazo. ∴ Memória de Curto Prazo • A memória sensitiva também é de curto prazo, mas ela é mais de ação, responsável pelo segundo momento. • Pode durar cerca de 15 a 30 segundos. • Enquanto estiver trabalhando em um processo, sua memória ficará retida. ➼ EX: enquanto você está discando o telefone de alguém você lembra os números, mas depois que parar/não estimular essa via, ela é perdida e não retida. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 23 O principal órgão envolvido é o hipocampo. • Se a memória não for reestimulada em curto período, seu esquecimento é progressivo. • Se a memória for estimulada dentro de segundos, a retenção vai ser maior. Quanto mais tempo demorar para recuperar a memória, mais ela se perde. ➠PROCESSO • A aquisição sensorial (visual ou auditivo) acontece e quanto maior os estímulos sensoriais pelos quais ela vier, maior a retenção. ➼ EX: ver e ouvir o número é mais fácil de reter do que só ouvir ou só ver. ∴ Memória de Longo Prazo • Depende de um estímulo recorrente e precisa ser recordada com frequência. • A memória de curto prazo se fixa apenas no momento de trabalho, é um período curto. A de longo prazo é mais fixada quanto mais vias forem criadas para ela e quanto mais for recordada e recuperada. • O envolvimento emocional facilita a fixação; Ao passar pela amigdala (sistema límbico), a memória fica fixada com mais força e um único evento pode fazê-la ser bem fixada. • Consolidação de 5 minutos a 1 hora. • Podem ser consideradas declarativas ou não declarativas. ✔ DECLARATIVAS (explícitas): são mais discriminativas. Envolve uma situação e é muito mais descritiva. ✔ NÃO DECLARATIVAS (implícitas): maior processo envolve comportamentos e habilidades, é menos descritiva. É mais associada ao processo motor; Memória de comportamento e habilidades (associada a um processo motor: procedural – saber ou não saber andar de bicicleta – não ´eum conteúdo -.) Sendo menos descritiva.. ➼ EX: é saber andar de bicicleta, tocar um instrumento. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 24 ~ É uma habilidade, não é algo para descrever. • Eventos para manter a fixação: 1. CODIFICAÇÃO: codificar o estímulo recebido por via sensorial; processo no qual a informação chega e é traduzida em código. ➼ Sons em palavras; luz em imagens, tato em formas... ➼ Transforma em algo passível de descrição. 2. ARMAZENAMENTO: por repetição. A informação é retida em várias áreas do cérebro. Envolve o processo de reconhecimento e recordação. É importante que essa memória seja relacionada a algo para fixar melhor. ➼ Reconhecimento: essa memória existe? ➼ Recordação: remontar a memória. ➼ O cérebro pode inventar memórias ao reconstruí-las.3. RECUPERAÇÃO: quanto mais recuperada, maior o armazenamento. ∴ Tipos de memórias de curto prazo ➠ MEMÓRIA IMEDIATA • Na maioria das vezes é perdida, é a memória daquele momento específico. Não teve um estímulo ou importância. ➠ MEMÓRIA DE TRABALHO • Curta duração, mantem-se apenas durante um trabalho (nome de pessoas, telefone etc., são coisas reestimuladas enquanto você precisa daquela informação).. É esquecida depois que para de ser necessária. • Dura geralmente de 5 a 10 segundos. • Limitada: quando se fala de número, ela se limita a cerca de 7 números por vez (variando para +2 e -2). • O cérebro é capaz de melhorá-la se associá-la a outras coisas e quebrá-las em partes, sendo assim adaptativa. ➼ EX: você não fala seu número de telefone + número do seu país + DDD tudo direto, você quebra em partes e associa esses números a outras informações (como associar o +55 ao Brasil ou o 035 a MG). • Quando mais quebrada a memória e mais fracionada a informação, mais fácil de o cérebro armazená-la. ∴ Tipos de memória de Longo Prazo ➠ MEMÓRIA DESCRITIVA • Memória descritiva: nome, data, características... • Pode ser dividida em: TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 25 ✔ EPISÓDICA: memória de um episódio (pessoal). É algo seu, não é de domínio público. É um evento que te envolveu. Você vai conseguir descrever esse evento associando vários componentes. ➼ EX: Evento da infância. ↪Tem maior ligação com o sistema límbico e é mais fácil de ser associada. ↪ Por mais que você explique e possa descrever, ninguém vai criar a mesma memória que você se não tiver vivido aquilo. ✔ SEMÂNTICA: conhecimentos gerais (conhecimento médico, significado das palavras). Menos pessoal. É mais geral, são coisas de conhecimento mais geral. ➼ EX: quem descobriu o Brasil, capital do Brasil... Se a pessoa recebeu essa informação alguma vez, ela sabe responder. Não precisa ter vivido. ↪ Requer mais repetição. ➠ MEMÓRIA NÃO DESCRITIVA • Memória sem registro. É mais implícita. • Envolve elementos do sistema límbico. ↪ Ele guarda que alguma memória te faz bem, mas você não consegue explicar por que te faz bem. ↪ O fato de gostar ou não gostar entra aqui, pois você pode falar o que você não gosta, mas não tem como descrever porque a pessoa não sentiu o que você sentiu. É pessoal. • Habilidades motoras. ➼ EX: você não consegue descrever como se anda de bicicleta, cada um forma por si só. Não tem como você explicar quanto contrai de fibra, onde coloca a mão exatamente. Cada um tem que testar e criar sua memória. ↪ É uma memória principalmente motora. ↪ É a memória de procedimento. • Não pode ser descrita. ∴ Mecanismos da memória • Aprendizagem: é o processo de fixar. É essencial para a codificação e recordação da memória. ↪ Cada tipo de memória usa um mecanismo diferente de aprendizado. ↪ APRENDIZADO NÃO ASSOCIATIVO: HABITUAÇÃO - quando você está acostumado a fazer algo. É um processo TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 26 que ignora estímulos, você aprende que aquele estímulo não precisa ser respondido. EX: Quando você sabe que toda vez que toca a campainha não é para você, então você começa a ignorar esse estímulo e não vai mais até a porta para atender. SENSITIZAÇÃO - processo no qual, mesmo habituado, você modifica uma percepção a estímulos. É uma intensificação de estímulos. EX: Quando você ignora a campainha, mas alguém te liga avisando que vai passar na sua casa para te ver. Sendo assim, você começa a ficar mais atento à campainha dessa vez, mesmo que você esteja habituado a ignorá-la e atende todas as vezes que ela toca. EX: Criança quando o amiguinho vai na casa – intensifica se estímulo à ATENÇÃO de forma singular a sua capacidade de associar aprendizado ou não). ↪ APRENDIZADO ASSOCIATIVO: É condicionado. É o aprendizado modificado por associações. Muito usado em crianças e animais. Condicionamento clássico/PAVLOV: um exemplo é o que se faz com animais. Se você soar um sino todas as vezes que colocar comida para o cachorro, ele vai associar o som ao momento de receber comida. Após um tempo, ele aprende que toda vez que ele ouvir o sino ele vai receber comida, então o corpo já se prepara para isso todas TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 27 as vezes que ele ouve o barulho e já começa a salivar. Independente se ele estiver com fome ou não, ele vai reagir ao estímulo do som. Condicionamento operante/Skinner - Aprendizado motivacional, condicionamento operante: um exemplo é quando o ratinho é colocado em uma caixa de Skinner que possui uma alavanca que, quando apertada, faz cair comida. O ratinho aprende que a alavanca traz comida, então ele aprende que, quando estiver com fome, deve apertá-la. Ele não aperta a todo momento, mas sim quando motivado pela fome. Isso é um aprendizado, pois ele fixou que aquela alavanca dá comida. Em humanos, o condicionamento PAVLOV pode ser aplicado quando aprendemos que, ao dirigir e o sinal ficar vermelho, você deve parar o carro. Também se aplica para quando você estuda em uma escola que tem sinal para definir o final da aula. Toda vez que o sinal tocar, você já fica preparado para sair para o intervalo, independente se realmente é mesmo o fim da aula ou não (ficava preparado para se levantar antes de raciocinar se era realmente o momento disso). O condicionamento operante em humanos pode ser percebido quando abrimos a geladeira toda vez que sentimos fome, pois aprendemos que ali dentro tem comida. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 28 O ser humano tem a tendência de usar muito mais a motivação para o aprendizado do que o condicionamento. O ser humano, quando criança, aprende muito por condicionamento. Depois de um tempo esse aprendizado começa a ser motivacional. • Consolidação: repetição. • Evocação: recuperação. ∴ Mecanismos de Interferência • Após estudos sobre o mecanismo de memória, foi descoberto que em nós, seres humanos, o lobo frontal tinha uma importância muito grande na memória, tanto que pacientes com alteração no lobo frontal tinham perversão da memória, ao ponto de querer fazer uma coisa ou não, mesmo sabendo que era errado ou certo, ou seja, havia uma modificação de suas motivações para realizar alguma coisa. ➠ LOBO PRÉ-FRONTAL: • Nos seres humanos, o lobo pré-frontal tem importante função no armazenamento da memória de trabalho (de curto período, que ficam de 5 a 10 minutos no cérebro) • A maioria das informações de memória de trabalho são perdidas se esse lobo for lesado. • A memória é condicionada pelo comportamento. Se você não quiser aprender algo, você não aprende e não retém. Se você quiser, você consegue reter. Isso ocorre até de forma involuntária. • O comportamento é condicionado, ou seja, você sabe o que é certo e o que é errado porque você foi condicionado a isso. Isso fica no lobo frontal. **Um paciente com uma lesão no lobo pré frontal teve alteração comportamental (justamente porque o comportamento é condicionado, sabendo o que é certo e o que é errado e esse condicionamento fica armazenado no lobo pré-frontal).** • No lobo frontal do córtex pré-frontal há 2 áreas principais: ** Capacidade de decisão (motivacional) e Capacidade de flexibilização (condicional). • Influencia no aprendizado porque modifica como vamos reagir àquele estímulo. Não quer dizer que não aprende, mas exerce influência sobre como vamos entender aquele estímulo para aprender. Por isso o lobo frontal é extremamente importante na retenção de memória e como essa memória é retida, mas nãosó na retenção como também na capacidade de organização da memória e na capacidade de evocação da memória TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 29 TESTES PARA AVALIAR:. • Teste de Wisconsin: consiste em dar várias cartas a alguém e pedir para a pessoa organizar. Cada pessoa organiza da forma que achar melhor. Por exemplo, a pessoa organiza por cor. Se alguém falar que aquilo está errado, a pessoa irá evocar e utilizar outro critério, como formas. Assim por diante até que o avaliador veja que ela agrupou da forma que ele quer. ↪ Nesse caso, a pessoa evoca a memória de cor primeiro. Depois que alguém fala que está errado, essa pessoa evoca a memória de que aquilo está errado e a memória de formas. ↪ Quem tem deficiência/ lesão no lobo frontal não consegue evocar a memória de que está errado. Se ela organizar por cor e alguém falar que está errado, ela vai reorganizar por cor novamente. • Teste no Computador: Pede-se para uma pessoa memorizar os rostos em uma tela e depois mostra uma imagem qualquer daqueles rostos e perguntava se era uma face que já havia sido vista. Esse teste mostrou que as principais regiões que eram estimuladas eram a área de Broca (na hora de falar se já havia visto) e a área visual (quando a pessoa procurava na imagem alguma informação conhecida, ou seja, tentava lembrar se já viu). Depois colocavam um rosto diferente e perguntavam se estava na mesma localização. Observavam que as áreas mais estimuladas eram o giro TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 30 frontal e o hipocampo no caso da memória espacial. • Com esses testes acima, percebeu-se que grande parte das memórias estava alocada no lobo frontal. ∴ Memória Declarativa (Discriminativa/Explícita) • Armazena nossas memórias que podem ser evocadas de forma consciente. • A grupamento de Hebb: o processo de memória é o processo de armazenar memórias em diversas regiões.; Pega-se um círculo, ativando vários neurônios para perceber cor, forma, tamanho e, ao fazer com que um grupo de neurônios seja ativado, e quanto mais esse grupo é estimulado, mais a informação é reforçada; Esse grupo de neurônios é ativado para reter memória, além deles se conectam entre si (inter conceptibilidade). ↪ Quanto mais esse grupo de neurônios é estimulado, mais aquela informação é reforçada. ↪ Mesmo quando o estímulo cessa essa via criada pelos neurônios se mantém. Quando a memória é evocada, esse círculo é parcialmente ativado e, por associação, a memória é reconstruída novamente, o círculo é refeito. • A memória não é um filme, um evento ou uma foto. Ela é uma reconstrução e cada parte está armazenada em certos pontos. O problema da reconstrução de memória é que o cérebro pode juntar informações erradas, pois as memórias de longo prazo demoram mais tempo para serem fixadas e, por isso, sofrem mais interferência. Seu cérebro reconstrói a informação de acordo com o que mais agrada ele. ** As vezes ele reconstrói do jeito que mais agrada ele, por exemplo quando você erra uma questão na prova que tinha certeza de que estava certa, mas a sua certeza estava errada. ** TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 31 ➠ LOBO TEMPORAL MEDIAL • Penfield percebeu que a porção medial do lobo temporal era essencial para a aquisição de memória, principalmente a de curto prazo. Mesmo a memória de longo prazo tinha que passar, pelo menos em parte, pela memória de curto prazo/hipocampal para ser recordada. ↪ CASO CLÍNICO HM22 - O paciente de Penfield tinha epilepsia e seus 2 hipocampos foram retirados na cirurgia. Com isso, ele desenvolveu uma dificuldade de fixação/conversão de memória de curto prazo em memória de longo prazo. Ele só tinha memória de trabalho, que durava poucos minutos. Ele não tinha mais a capacidade de aprender/fixar, tanto que não conseguia se reconhecer no espelho porque não aprendeu que envelheceu. Ele só foi capaz de fixar memórias de procedimento, ou seja, memórias não discriminativas (sabia se gostava ou não de algo, sabia desenhar coisas que ele não sabia que sabia desenhar...). • Amnésia anterógrada -: lesão do hipocampo faz perder as memórias a partir do momento da lesão. ** Concluiu que o hipocampo e o sistema límbico têm uma grande participação na conexão/reconsolidação das memórias ** ➠ HIPOCAMPO E NEOCÓRTEX (córtex cerebral): • O hipocampo e o sistema límbico têm uma grande participação na conexão das memórias. • O córtex recebe as informações e o hipocampo agrupa/reconstrói aquela informação. Eventualmente, o neocórtex pode criar uma rede de reconstrução e apenas informar ao hipocampo. • Quanto mais vias participando da rede de memória, mais eficiente é a memória. ↪ O paciente HM22 não conseguia reconstruir as memórias após a cirurgia, mas principalmente as memórias antigas ficaram fixadas de alguma forma. Mesmo ele não TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 32 conseguindo reconstruir, as memórias mais antigas participavam de um sistema muito mais amplo que apenas o hipocampo ou sistema límbico, participando do Circuito de Papez. ➠ CIRCUITO DE PAPEZ • É o circuito de retenção e evocação de memória. • O paciente percebe uma nova informação no hipocampo e, através do fórnice, essa informação Vai aos corpos mamilares. A informação se comunica com o tálamo e o tálamo projeta para o giro do cíngulo buscar uma memória. Obs.: o hipocampo gera essa reconstrução, mas, se não reconstruir, ele cria dentro do tálamo uma via neocortical. • Depois do giro do cíngulo, a informação giro para-hipocampal córtex rinal e isso volta para o hipocampo. Se for uma informação nova, o hipocampo refaz o processo e distribui pelo giro do cíngulo. Quanto mais essa via é rodada, mais fixada a memória, mais permanente fica essa memória. Quanto mais fixada a memória é, maior a chance de ela ser reconstruída. :~> Então, Hebb descobriu que havia um circuito de comunicação entre os neurônios que ficam em diversas regiões afastadas, mas não conseguiu descrever onde ficavam essas partes. Com isso, Penfield descreveu que todo o circuito se localizava no lobo temporal medial. E por último, Papez descreveu todo o mecanismo, finalizando o fluxo de memória do sistema límbico. Obs.: Embora a amígdala participe do processo de aprendizado, ela não participa do circuito de Papez que é o circuito de retenção e evocação de memória. ∴ Memória Procedural (Não Discriminativa) TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 33 • Fixada pelo sistema límbico, não envolve o hipocampo. • Relaciona todos os eventos do circuito de Papez ao sistema límbico. Nesse momento, todos os demais elementos do sistema límbico passam a ser envolvidos, inclusive a amigdala. Com isso, há mais um mecanismo de fixação. ** Amígdalas – sente um cheiro, por exemplo, de uma rosa e ativa o Córtex Límbico e ativa o Córtex Otorrinal do hipocampo para fixar a memória - Circuito de Papez para ter reação ou Córtex Frontal ↪ Sistema Límbico ➠Hipotálamo (Regula o sono, libido, apetite, temperatura corporal fazendo o sangue resfriar) ➠Corpos mamilares (Se relaciona com o hipotálamo – função de regular reflexos alimentares, deglutição e o desejo por algum alimento delicioso) ➠Tálamo (Ambos lados do Cérebro – responsável pelos quatro sentidos e sensação de dor, quente ou frio, pressão de um ambiente nos ouvidos) ➠Giro Cingulado (Ao lado do tálamo; Ao ser estimulado pode acarretar em alucinações, alterações de emoções; Controla o poder do Olfato e Visão) ➠Amígdala (no lobo temporal – Relacionada com reconhecimento, formação e manutenção das emoções envolvidas com a sensação de perigo, medo e ansiedade;Relacionada com a Memória Emocional) ➠Hipocampo (no lobo temporal – memória recente, quando acessado aumenta o fluxo sanguíneo) ∴ Pontos da memória • Cerebelo: temporal. • Córtex cerebral em geral: memória semântica, de conhecimento e perceptiva. • Hipocampo: memória semântica (conhecimento), evocação de memória e memória episódica. • Amigdala: memória emocional. • Núcleos da base: memória de procedimento, não discriminativa, procedural. • Córtex pré-frontal: memória de trabalho, de curto tempo. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 34 ∴ Distúrbios da memória • AMNÉSIA RETRÓGRADA -: esquecimento de fatos anteriores ao evento que fez perder a memória. ↪ Geralmente associado à lesão de núcleos da base e memória procedural.. • AMNÉSIA ANTERÓGRADA -:: esquecimento de fatos pós-evento que fez perder a memória. ↪ Geralmente associada a eventos hipocampais. ➼ EX: paciente HM22 que teve seu hipocampo retirado; Ele lembrava tudo que tinha acontecido antes da cirurgia, depois da cirurgia ele não lembrava das coisas. ∴ Processo de esquecimento natural • Não estimular: redução das vias, o que requer um estímulo mais rigoroso. • Adição de elementos para confundir a memória e modificá-la. TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA – MEDALFENAS T39 35 Neurofisiologia Sono e consciência ∴ Geral ➠SONO – CONCEITO: Característica inata do ser vivo do reino animal, já que, todo animal, obrigatoriamente, precisa dormir; Não sendo simplesmente fechar os olhos e descansar, pois cada animal tem sua peculiaridade no ato de descansar, dormir. ➠DEFINIÇÃO: O ato de dormir e de sono - é uma redução da atividade de interação com o meio externo de fácil reversão. Ao ativar vias da consciência o ser acorda. Se for de difícil reversão, deixa de ser sono e passa a ser coma. • MENTIRA que há animais que não dormem, pois todos necessitam dormir, porém cada um dentro de suas peculiaridades. ↪ Os Golfinhos (mamíferos), ficam embaixo d’água por volta de, no máximo, 30 minutos, e por isso não podem ter longos sonos, ainda mais por não boiarem por apresentarem dificuldade no controle pulmonar. Dessa forma, eles dormem com ‘meio cérebro’, já que, ativam e desativam cada hemisfério cerebral, a fim de, descansar no momento em que desativam tal hemisfério, repondo assim, suas necessidades. Além disso, eles possuem ‘micro sonos’ - dormem 5 – 10 segundos aproveitando fluxos marítimos, e durante esse momento descansam e voltam. ↪ As girafas dormem cerca de 2 horas ao dia, sendo em ciclos de 10 minutos de pé; Não se abaixam, pois seu habitat, Savanas, as faz serem alvos fáceis, com isso, ficam de pé, e assim, ficam muito tempo acordadas., ou seja, fazem vigílias alternando entre sono e acordado para não morrerem. ↪ Os tubarões dormem enquanto estão em movimento, dessa maneira, eles não param de interagir com o meio externo de forma ativa, já que, como os golfinhos, aproveitam de correntes marítimas, pois se pararem, eles afundam e morrem. E com isso, eles dormem de 10 a 15 minutos (já viram tubarões dormindo até 2h/dia) ∴ Sono humano 36 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX • Importante para a produção de GH e mecanismos reparadores do corpo. ↪ Crianças precisam dormir mais, pois precisam produzir GH - ele é produzido durante um ciclo de sono. • Dependendo assim, de fases da vida/ idade.: ↪ Crianças em fases de estirões dormem mais (jovem dorme muito devido ao gasto energético);. ↪ Adolescentes / Adultos jovens precisam dormir até 10,5 horas a 14 horas por dia, pois como estão maturando o sistema circadiano, possuem dificuldade de achar o horário certo de sono (algumas idades fica sendo regulado pelo ciclo circadiano e poucas alterações nesse ciclo afetam completamente a nossa vida). • A dieta é importante na qualidade de sono, pois uma dieta RICA em nutrientes dá uma necessidade de sono muito menor; Enquanto que, uma dieta com POUCO nutrientes dá uma necessidade de sono muito maior, pois o corpo tenta repor o que falta dormindo. • A única energia do corpo que não é reparada de outra forma é o sono; ↪ Dessa maneira, se a pessoa estiver com FOME até certo momento e dormir, ela consegue acordar no outro dia sem fome. O mesmo acontece com a SEDE. Já com o SONO isso não ocorre, ou seja, não se pode comer para parar o sono (muitas pessoas comem para reparar o sono engordam). Por isso o sono é a única energia que não reparada de outra forma a não ser dormindo. • O ser humano consegue ficar diversos dias sem comer, beber água, mas sem dormir não consegue. ↪ Quando privados do sono (3 a 4 dias), alguns ratos chegam a cometer suicídio. O máximo que o ser humano conseguiu ficar sem dormir foi 14 dias, mas com grande prejuízo, porém assim que dormiu conseguiu restaurar suas atividades cognitivas, dormindo 14h seguidas depois 10h seguidas, mas durante os 14 dias apresentou déficit de memória, atenção, irritabilidade. • SONO REM é acumulativo, ou seja, se a pessoa fica muito tempo sem atingir o sono REM, quando dorme ela o atinge por mais tempo. ∴ Ritmos EEG • Para registrar o sono e as ondas encefálicas é utilizado o ELETROENCEFALOGRAMA (EEG) – avalia amplitude (altura de cada onde) e a 37 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX frequência de cada onde, a fim de, avaliar cada tipo de atividade cerebral. ↪ ONDAS GAMA – Foram descobertas há pouco tempo, e são muito rápidas, dessa forma, atingem ALTA FREQUÊNCIA – há muita atividade cerebral e assim, alto gasto de energia Presentes, geralmente, em casos de alta vigília e durante o SONO REM. ↪ ONDAS BETA – Ondas de vigílias, geralmente, quando se está acordado / falando – usando o cérebro normal. Para percepção do tempo e espaço. ↪ ONDAS ALFA – Designadas a momentos de meditação, calma e sonolência. Permite aumento da memória, desenvolvimento de intuição, etc. ↪ ONDAS THETA – Frequências lentas, presentes durante o sono (não sono profundo). ↪ ONDAS DELTA – Ondas do SONO PROFU:NDO e REPARADOR BAIXA frequência e ALTA amplitude – há pouca atividade cerebral e assim, baixo gasto de energia. ∴ Fases do sono ↪ SONO REM - Fase mais ativa do ponto de vista cerebral, ou seja, mesmo a pessoa não estando acordada nem se movimentando há uma ALTA atividade cerebral chegando aos mesmos níveis do eletroencefalograma de vigília. Nesse SONO REM acontece a maior quantidade de fixação de memória. ↪ SONO NÃO REM: Maior quantidade de sono com maior restauração metabólica de neurotransmissores. Representa cerca de 75% do sono • Durante o período de sono (de 8 a 10 horas) há ciclos (de 5 a 6 ciclos) de 90 minutos chamados de ULTRADIANOS (ciclos menores que só acontecem no período de sono). A partir do início do sono, entra em fase ALFA, - há diminuição da atividade cerebral e os movimentos, batimentos, 38 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX raciocínios começam a diminuir e entra em ondas THETA - restauração do corpo, no qual, está se estabilizando os níveis hormonais.. Em seguida entra em onda DELTA - diminuição da temperatura e da atividade cerebral de maneira significante, e logo volta, de maneira gradativa, retomando a consciência até entrar em SONO REM - ainda não se tem consciência, ou seja, a pessoa ainda está inconsciente, porém com ALTA atividade cerebral. (maior quantidade de fixação de memória). ∴ Etapas do sono • O sono é subdividido em fases de SONO REM e NÃO REM, sendo esse último realizado em 4 estágios (o 3 e 4 são muito próximos) ↪ ESTÁGIO 1– Leve / Superficial, a pessoa se encontra entre onda BETA e ALFA Transição da vigília para o sono 9nem consciente e nem inconsciente) ocorrendo uma lentificação dos movimentos – parecido com paciente que possui sintomas obnubilados (sonolência e meio acordado). Fica de 5 a 10 minutos no máximo, e segue ao próximo estágio. ↪ ESTÁGIO 2 – Sono um pouco mais profundo / Intermediário, iniciando o SONO NÃO REM. Predomínio da Onda ALFA – aparece COMPLEXO K, que é usado na sinalização de que se está indo para atingir o inconsciente. Conforme há lentificação da onda há sinais de inconsciência que dura entre 5 a 10 minutos de sono. Seguindo assim, para o próximo estágio. ↪ ESTÁGIO 3 – (inconsciente) PROFUNDO, predomina a Onda DELTA e THETA de ALTA amplitude, mas com movimentos ausentes ainda; Início do sono profundo e do processo de recuperação fisiológica (relacionado a funções metabólicas, como produção de GH) Dura cerca de 10 a 20 minutos, e demonstra transição de theta e delta; ↪ ESTÁGIO 4 – (inconsciente) Predomínio de Ondas muito lentas 39 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX (< 2Hz) – há referências de pacientes que atingiram 0,5 Hz – *** MORTE ENCEFÁLICA < 0,2 mV de Amplitude e <0,2 de Frequência quando não é reversível; Quando é classifica-se como sendo um sono extremamente profundo. Dessa forma, é o estágio do sono profundo com diminuição da frequência cardíaca e PA. A média populacional é de 2Hz com duração desse sono entre 20 a 40 minutos. ↪ A pessoa começa a recuperar a consciência de forma muito rápida até o SONO REM (= SONO PARADOXAL), no qual, pessoa continua em inconsciência usando alguns mecanismos que não ativam o córtex, mas tem predomínio de onda rápida e onda GAMA, é como se o paciente estivesse acordado - em vigília). Há movimentos dos olhos muito rápidos (devido ação do tálamo), mas sem mexer (relaxamento máximo dos músculos – hipotonia / atonia muscular) o corpo devido à inativação da via motora (desativado ao nível da ponte à via cortico-espinhal e, mesmo o paciente sonhando que está movimentando, o trato cortico-espinal é desativado) – EEG com ritmos rápidos e de baixa voltagem. Essa é a fase do sonho e, geralmente, dura poucos minutos. ** Quanto menos tempo fica no SONO REM, a fim de compensar, o segundo ciclo fica mais tempo em SONO REM, podendo durar 20 a 30 minutos, (sonhos duram de 40 a 50 segundos - são curtos) ** ** Se estiver é acordado durante o SONO REM, ele se lembra do sonho porque ele está superficial, em alta atividade, mas está inconsciente e essa é a principal fase para fixação de memória e aprendizado. ** Dura de 5 a 10 minutos em pacientes adultos, e em criança (RN) pode durar até 30 minutos em SONO REM, e fica difícil de acordar o paciente mesmo não estando consciente, porém é mais fácil do que no sono profundo. No SONO REM há reestruturação da via sináptica, por isso há fixação de 40 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX memória. Todo o cérebro começa a mandar informação para o sistema límbico, que se modula fixando informações. Ocorre aumento da Temperatura, FR e FC. O SONO REM não é extremamente necessário, ou seja, dá pra viver sem ele, mas há comprometimento de memória durante o dia. ** Pessoas que ficam pouco no estágio 3 e 4 - fase que restaura o corpo - costumam ter sono no outro dia, por isso é importante ficar mais tempo nesse período de sono. ✤SONO REM é o mais importante na parte da fixação da memória do que na metabólica (fase 3 e 4), já o SONO REM possui gasto de energia maior até de quando está acordado, mas como não está interrompendo a atenção com outras informações, acaba sendo o momento em que o cérebro usa para se reorganizar e durante o sono, e assim, passa-se durante várias vezes por esse ciclo. ✤PARALISIA DO SONO - pode ocorrer durante SONO REM, mas há casos no Estágio 2, e assim, a pessoa volta a consciência, mas não reativa a via cortico-espinhal; Ou seja, a pessoa está consciente, mas não voltou a ativação cortical da via motora, por isso parece que ela está paralisada. Se acordar uma pessoa durante o SONO REM fica mais fácil de acontecer paralisia, mas pode acontecer momentos em que a pessoa na fase 2 ela desperta, mas não movimenta. Na fase 3 e 4 ela não vai despertar (mais profundo). ∴ Ciclos do Sono • Estágio / Fase 1 = permanece por pouco tempo • Estágio / Fase 2 = fase que MAIS permanece, mesmo que seja de supra importância ocorrer fase 3 e 4. • Estágio / Fase 3 • Estágio / Fase 4 = Onde ocorre maior parte da reestruturação. • Fase REM = ALTA atividade cerebral e organização. / fixação da memória. • Varia de 5 a 7 ciclos por noite 41 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX • A partir da fase 2 tem-se uma atividade cerebral muito baixa - perde grande parte da consciência, mas não é subconsciente e sim um mecanismo de quase inconsciente; Na fase 3 e 4 é inconsciência completa, a fase 1 é a fase de transe (não está consciente e nem inconsciente). • Há momentos durante o sono que a pessoa acorda e o fato de não lembrar não significa que não acordou, pois ela desperta e depois volta a dormir. • A criança tem muitos poucos despertares (muito tempo em 3 e 4) atingindo o REM, aumentado progressivamente, em média de 1 a 2 despertares a noite. • O adulto já tem em média de 2 a 6 despertares durante o ciclo de sono, cada vez que ele entra na fase REM ele fica mais tempo, até que ele sacia e começa a diminuir. • O idoso, por sua vez, acorda muito fazendo muitos ciclos de despertar a noite (dorme muito menos ficando muito mais cansado), podendo ter + 10 despertares noturnas de forma fisiológica. ∴ Centros de Controle 42 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX • O controle do sono ocorre por meio de um sistema que faz ativação do Córtex e regulando-o; Esse sistema fica no meio do cérebro - no tronco encefálico = Sistema Reticular Ativador Ascendente (SARA / SRAA). As estruturas que auxiliam esse sistema parecem uma rede, por isso do nome. : Representa uma via de vários neurônios conectados entre si que comunicam com vários núcleos (3 principais Núcleo Basal de Meynert; Núcleo da Rafe e o Lócus Cerúleos). ↪O Núcleo da Rafe produz SEROTONINA que trabalha como um mecanismo de auxílio para REPARAÇÃO NEURONAL, que é importante na inibição da atividade motora e na ativação do córtex durante a fase REM. Por isso é ativado durante essa fase: Produz serotonina Ativa o Córtex Fixa memória. ↪O Lócus Cerúleos produz NORADRENALINA, a fim de despertar o cérebro, ou seja, acordar a pessoa. Há produção, no hipotálamo, de Hipocretina (neurotransmissor que regula excitação / vigília / apetite – sua falta pode acarretar em atonia muscular) que auxilia no estímulo dos Núcleos da Rafe e do Lócus Cerúleos controlando desse mecanismo. Os Núcleos da Rafe ATIVADOS Produzem Serotonina (durante o SONO NÃO REM) e inibem a atividade motora Ocorrendo a Estimulação do Lócus Cerúleos Produz Noradrenalina. (inibição motora, ao inibir a via do trato cortico-espinal na ponte), e com isso, não deixa a informação descer, mas ela ativa o córtex, revertendo à inibição de Serotonina, para que tenha uma ALTA atividade metabólica no sono REM. A Serotonina + Noradrenalina irá estimular o Núcleo Basal de Meynert Produz Acetilcolina (MUITO importante na fixação da memória, dessa forma, é necessário que seja ativado para isso acontecer). . 43 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX • Segundo estudos em animais Quando há diminuição/ inibição da produção de Hipocretina, os animais dificilmente entram em SONO REM Para entrar em SONO REM (ALTA ativação do córtex), obrigatoriamente tem que ter ativação dos Núcleos da Rafe –Serotonina -, do Lócus Cerúleos – Noradrenalina -, dos Núcleos Posteriores do Tronco Encefálico pela substância ativador reticular ascendente e ativação do Núcleo Basal de Meynert - Acetilcolina -. ** Devido a essa ALTA ativação dos Núcleos do Tronco Encefálico tem-se a movimentação ocular e facial – mastigação-, mas, ao mesmo tempo, essa ALTA produção inibe a via decente motora que é a via do trato cortico-espinal.. Durante o SONO NÃO REM ocorre ativação dos Núcleos da Rafe Produzem Serotonina que, ao chegar no limiar estimula Lócus Cerúleos Produz Noradrenalina, que estimula a substância basal de de Meynert tudo de forma simultânea e tudo ATIVA o córtex SEM levar a consciência, principalmente via límbica. A Serotonina começa a ser produzida no SONO NÃO REM e, quando chega ao valor ótimo, ela ativa o SONO REM (nas fase 2, 3 e 4 concentra Serotonina e, ao chegar no seu auge, libera para ativar o SONO REM). • Ocorre o oposto com as demais substâncias que auxiliam no controle do sono, principalmente a Adenosina - começa a ser produzida quando ainda se está acordado e, quando no seu pico, libera alguns mecanismos para iniciar o sono. -. Portanto, quando os pacientes começam a entrar em sono, encontra-se o pico de adenosina e quando o paciente acorda encontra- se o menor valor de concentração de adenosina no ciclo circadiano. Conforme se tem gasto de energia deposita-se adenosina (metabólico do ATP) e quando chega ao limiar desencadeia o mecanismo de sono Liberando Citocinas (Interleucina 1 – aumenta durante o período acordado e no seu auge estimula o sono.). ** Se houver lesões pelo corpo que acarretem em processo inflamatório que estimule a reparação durante o período 44 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX de sono O Óxido Nitroso realiza vasodilatação -principalmente cerebral** • São 3 substâncias que aumentam no ciclo circadiano e desencadeiam o ‘gatilho’ de sono. Além da Adenosina também auxiliar na produção de MAELATONINA.. ∴ Sono REM x Sono NÃO REM • O sono é um importante regulador do RITMO CIRCADIANO (ciclo do que o corpo vai fazer durante o dia e está diretamente ligado com o sono, por isso, ele é influenciado pelo que faz durante o sono). Esse ritmo é muito importante para a homeostase do corpo (o que o corpo vai produzir em certos períodos). Ele sabe que logo depois que a pessoa passar do período de SONO REM e SONO NÃO REM, o hipotálamo possui o ‘gatilho’ para liberar a produção de Noradrenalina para causar o despertar / Produzir mecanismos de estresse na suprarrenal corticoide / Ativar TSH, T3 e T4 / Aumentar picos de hormônio no período diurno . De acordo com a fase do sono, pode-se ter a diminuição dessas proteínas, atrapalhando o ciclo circadiano, isso pode ocorrer, por exemplo, com uso de substâncias como a Taurina e Cafeína - que se inibe Adenosina deixando a pessoa acordada só que, ao dormir menos, a pessoa não promove restauração e desencadeia sono rebote -. • A atividade entre o momento de vigília e o momento de sono muda no gráfico. • O pico da ALERTA ocorre quase no meio do dia e depois tende a cair, de maneira que, durante o sono, não se tem - inativação da atividade de alerta -.. Quando acorda, essa atividade torna a aumentar, e logo há uma queda brusca. Esses meios de ATIVAÇÃO do lobo pré- frontal para causar ALERTA são regulados pelo Sistema Circadiano; Assim como, a temperatura (sobe durante o dia e ao entrar no sono cai de uma forma brusca). • O hormônio de crescimento quase não é produzido durante o dia, ou seja, possui seu pico de produção durante a noite, de maneira que, até que no final da noite começa a cair. • o Cortisol encontra-se mais baixo durante o sono; Quando acorda faz-se a estimulação do mesmo e com isso, tem seu pico; Além de apresentar também 45 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX um pico secundário durante por volta das 17 horas e 18 horas da tarde. • O Potássio sofre alterações também No momento de acordar ocorre Hipopotassemia; e durante o dia tende a aumentar, até que, no final do dia acontece uma nova queda. Os hormônios / íons / partes do corpo são regulados pelo Ciclo Circadiano que apresenta funcionalidade por meio do RELÓGIO BIOLÓGICO - apresenta um gene. • ZeitGebers representa elementos capazes de regular o relógio biológico, como: barulho, sol, luz, que advém do meio externo e interferem no ciclo circadiano. O relógio biológico do ser humano é variável, de 24,5 horas a 25,5 horas, dependendo da fase da vida. ✤ Estudos colocaram grupos de pessoas em um local fechado, como uma caverna, deixando que fizessem o que quisessem, mas tudo sem ter interferência meio externo.; 46 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX Percebeu-se que, o relógio do ser humano funciona 24 horas por questões genéticas O relógio biológico não é apenas para animais, mas também para algumas plantas; Assim, cada célula do corpo possui seu próprio sistema biológico, mas o sistema que mais regula o sistema do relógio biológico é o Núcleo Supraquiasmático (regula o sono e vigília, pois a maior parte do relógio biológico funciona por meio da ausência / presença de luz). ** QUANDO HÁ PRESENÇA de luz Inibe o Núcleo Supraquiasmático Inibindo o mecanismo de ativação cortical e, assim, inicia-se o ciclo circadiano. ** QUANDO HÁ AUSÊNCIA de luz Ativação do Núcleo Supraquiasmático Manda informação Via Estria Medular até o Epitálamo Produz MELATONINA (não é o único neurotransmissor para o sono, mas é um importante regulador). ** Quando o Núcleo Supraquiasmático é ATIVADO Inibe o Núcleo Posterior do Hipotálamo Inibe a via simpática Estimula o sono. • Notou-se que, com a inibição do Sódio dos Núcleos Supraquiasmáticos – inibindo-o, deveria, em tese, ativar o Ciclo Circadiano e assim, a pessoa deveria ficar mais acordada, mas isso não ocorria., e então notou-se que, há algumas moléculas, GENE CLOCK - presente em todas as células do corpo e possuem seu próprio relógio biológico, com um mecanismo de ativação biológica próprio.. • De acordo com o horário, o fígado eleva a temperatura corporal, por meio da liberação de certos hormônios, estimulando o metabolismo do corpo, independente da presença do Cérebro.. ✤ Mesmo quando o paciente possui morte cerebral, há pico de cortisol pela manhã, pois a Adrenal tem o seu relógio biológico. ✤ Pacientes internados no hospital por muito tempo se há muita luz, eles começam a perder o sistema de Sono e Vigília, após certo tempo. Mesmo com essa perca, ocorre à ativação de seu relógio biológico natural e genético e as células do corpo mantém seu ciclo normal. Um ciclo normal pode variar de pessoa para pessoa e chegar até 36 horas. 47 TRANSCRIÇÃO ADRIANE SOUZA MEDALFENAS XXXIX ∴ Consciência • Durante o sono a pessoa está inconsciente. • A consciência Capacidade de conhecer a si mesmo, saber sobre o seu organismo (atividade cortical, ou seja, o quanto que o córtex sabe de alguma coisa em relação ao corpo.) É subdividida em: ↪ QUANTITATIVA - Mais matemática – avaliação do índice de vigília, quanto o paciente está acordado ou não. -.
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