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Aline Camargo Ramos, PhD @EquipeMySete @JessicaJulioti NEUROCIÊNCIAS Aula 1 – Introdução às neurociências @aline_cramos NEUROCIÊNCIAS O homem deve saber que de nenhum outro lugar, mas apenas do encéfalo, vem a alegria, o prazer, o riso e a diversão, o pesar e o luto, o desalento e a lamentação. E por meio dele, de uma maneira especial, nós adquirimos sabedoria e conhecimento, enxergamos e ouvimos, sabemos o que é justo e injusto, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é insípido... E pelo mesmo órgão nos tornamos loucos e delirantes, e medos e terrores nos assombram... Todas essas coisas nós temos de suportar quando o encéfalo não está sadio... Nesse sentido, opino que é o encéfalo quem exerce o maior poder no homem. Hipócrates, Da Doença Sagrada (Século IV a.C.) NEUROCIÊNCIAS • Como vemos e ouvimos? Por que algumas coisas são prazerosas e outras nos magoam? Como nos movemos, raciocinamos, aprendemos, lembramos e esquecemos? Qual a natureza da raiva e da loucura? Buscar as respostas destas perguntas é a base das pesquisas em Neurociências NEUROCIÊNCIAS • Sistema nervoso é o foco comum Abordagem multidisciplinar Medicina, biologia, física, química, matemática • Campo relativamente novo Society for Neuroscience – 1970 • Apesar que... 7 mil anos – trepanação 5 mil anos – Egito antigo já se sabia sintomas de lesões encefálicas NEUROCIÊNCIAS • História moderna ainda está sendo escrita Compreender como o sistema nervoso funciona é um grande desafio Neurociências moleculares – mensageiros, fatores de crescimento Neurociências celulares – neurônios e glia Neurociências de sistemas – circuitos Neurociências comportamental – resultado final Neurociências cognitiva – consciência, imaginação, linguagem NEUROCIÊNCIAS • Pesquisas: Experimental, clínica e teórica Cara, porém com muito impacto na vida das pessoas Doenças causam alto custo econômico, porém maiores custos são emocionais Paciente e familiares Prevenção e tratamento requer conhecimento do funcionamento normal do sistema nervoso Objetivo da neurociência NEUROCIÊNCIAS • Pesquisas: NEUROCIÊNCIAS • Doenças causam alto custo econômico, porém maiores custos são emocionais Paciente e familiares NEUROCIÊNCIAS • Prevenção e tratamento requer conhecimento do funcionamento normal do sistema nervoso Objetivo da neurociência SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO Sistema Nervoso Sistema Nervoso Central Cérebro Medula Espinhal Sistema Nervoso Periférico Somático Autônomo Simpático Parassimpático SN PERIFÉRICO SOMÁTICO • Sistema nervoso periférico somático: comunica o meio externo ao sistema nervoso central (SNC) Ações voluntárias Nervos aferentes: periferia para o SNC Nervos eferentes: SNC para músculos esqueléticos • Sistema nervoso periférico somático: comunica o meio externo ao sistema nervoso central (SNC) Ações voluntárias Nervos aferentes: periferia para o SNC Nervos eferentes: SNC para músculos esqueléticos SN PERIFÉRICO SOMÁTICO SN PERIFÉRICO AUTÔNOMO • Sistema nervoso periférico autônomo: comunica o meio interno ao sistema nervoso central (SNC) Ações involuntárias Nervos aferentes: órgãos internos para o SNC Nervos eferentes: SNC para órgãos Simpáticos: partem da região lombar e torácica Parassimpáticos: partem da região cervical e sacral • Sistema nervoso periférico autônomo simpático: estimulam o consumo energético (luta ou fuga) Excitação psicológica Sinapse longe do órgão alvo • Sistema nervoso periférico autônomo parassimpático: conserva energética Relaxamento psicológico Sinapse próxima do órgão alvo SN PERIFÉRICO AUTÔNOMO SN PERIFÉRICO AUTÔNOMO SISTEMA NERVOSO CENTRAL • Sistema nervoso central: Cérebro Medula espinhal • O cérebro está protegido pelo crânio (estrutura óssea), pelas meninges e pelo líquido cerebrospinal Meninges: dura-máter, aracnoide e pia-máter Líquido cerebrospinal: sustenta e protege Barreira hematoencefálica: impede a passagem de inúmeras substâncias do sangue para o cérebro SISTEMA NERVOSO CENTRAL • O cérebro está protegido pelo crânio (estrutura óssea), pelas meninges e pelo líquido cerebrospinal SISTEMA NERVOSO CENTRAL • As células que compõe o SNC são os neurônios e células da glia Neurônios: células especializadas para recepção, condução e transmissão de sinais SISTEMA NERVOSO CENTRAL • As células que compõe o SNC são os neurônios e células da glia Neurônios: células especializadas para recepção, condução e transmissão de sinais Unipolar Bipolar Multipolar Interneurônios SISTEMA NERVOSO CENTRAL • As células que compõe o SNC são os neurônios e células da glia Neurônios: células especializadas para recepção, condução e transmissão de sinais Unipolar Bipolar Multipolar Interneurônios SISTEMA NERVOSO CENTRAL • As células que compõe o SNC são os neurônios e células da glia Glia: apoio físico e funcional aos neurônios Astrócitos: auxílio na passagem de substâncias do sangue para os neurônios Oligodendrócitos: bainha de mielina Micróglia: fagocitose - macrófagos SISTEMA NERVOSO CENTRAL • As células que compõe o SNC são os neurônios e células da glia Glia: apoio físico e funcional aos neurônios SISTEMA NERVOSO CENTRAL • O cérebro é dividido em cinco regiões: Telencéfalo (hemisférios) Diencéfalo (tálamo e hipotálamo) Mesencéfalo (teto e tegumento) Metencéfalo (ponte e cerebelo) Mielencéfalo (bulbo) SISTEMA NERVOSO CENTRAL TRANSMISSÃO SINÁPTICA • Potencial de membrana: diferença de carga elétrica entre as partes interna e externa Potencial de repouso: -70mV Neurônio polarizado • Potencial de membrana: diferença de carga elétrica entre as partes interna e externa Potencial de repouso: -70mV Neurônio polarizado Permeabilidade diferencial: K+ e Cl- passam com facilidade e Na+ com dificuldade Bomba de sódio-potássio: 3Na+ para dentro e 2K+ para fora TRANSMISSÃO SINÁPTICA • Potencial de ação: abertura de canais de Na+ e despolarização da membrana TRANSMISSÃO SINÁPTICA • Transmissão sináptica: tudo-ou-nada e saltatória TRANSMISSÃO SINÁPTICA TRANSMISSÃO SINÁPTICA • Receptores: Metabotrópicos: acoplados à proteína G Início mais demorado Efeito duradouro TRANSMISSÃO SINÁPTICA • Receptores: Ionotrópicos: canais iônicos Início rápido Efeito curto TRANSMISSÃO SINÁPTICA TRANSMISSÃO SINÁPTICA • Fim da transmissão: Recaptação: removidos e reciclados Metabolização: ação de enzimas e reutilização de subprodutos TRANSMISSÃO SINÁPTICA NEUROCIÊNCIAS “O desenvolvimento atual das neurociências é verdadeiramente fascinante e gera grandes esperanças de que, em breve, tenhamos novos tratamentos para uma grande parte dos distúrbios do sistema nervoso, que debilitam e incapacitam milhões de pessoas todos os anos. Apesar dos progressos durante as últimas décadas e os séculos que as precederam, contudo, ainda existe um longo caminho a percorrer antes que possamos compreender completamente como o encéfalo realiza suas impressionantes façanhas. Isso, porém, é a parte divertida de ser um neurocientista: uma vez que nossa ignorância a respeito das funções do encéfalo é tão vasta, uma nova descoberta surpreendente nos espreita praticamente a cada volta do caminho.” O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Aline Camargo Ramos aline-camargo@hotmail.com OBRIGADA! Aline Camargo Ramos, PhD @EquipeMySete @JessicaJulioti NEUROCIÊNCIAS Aula 2 – Memória @aline_cramos O QUE É MEMÓRIA? MEMÓRIA • Processo pelo qual adquirimos, formamos,conservamos e evocamos informações Acervo de memórias faz com que cada ser humanos seja único Acervo pessoal de dados Individual (personalidade) e coletiva (costumes e culturas) MEMÓRIA • Codificada por neurônios, armazenada e codificada por redes neurais Modulada por emoções, nível de consciência, e estado de humor Alerta/bom humor – facilita Cansaço/tristeza/ansiedade – dificulta Memória humana é parecida a dos demais mamíferos no que se refere aos mecanismos neurais, mas não nos conteúdos MEMÓRIA • Às vezes descarta coisas triviais e incorpora fatos irreais Ao longo dos anos vamos perdendo informações que não nos interessa ou não nos marcou, mas também vamos incorporando mentiras ou variações que enriquecem nossas lembranças MEMÓRIA • Aquisição: Segundos – choque por dedo na tomada Semanas – andar de bicicleta Anos – formação acadêmica • Áreas: Visuais – casa da infância Olfatórias – café Motora – nadar MEMÓRIA • Prazerosas ou terríveis • Associação entre memórias preexistentes ou não requer nenhum conhecimento prévio • Mescla de informações e sensações sem lógica associativa Sonhos MEMÓRIA • Tipos: MEMÓRIA • Tipos: MEMÓRIA • Tipos: MEMÓRIA DE TRABALHO • Crucial no momento da aquisição e evocação de qualquer tipo de memória Mantém informação disponível enquanto está sendo percebida e/ou processada Sustentada pela atividade neuronal do CPF e interação com córtex entorrinal, hipocampo e amígdala Não deixa traços Depende da atividade neuronal naquele momento específico Prejudicada na esquizofrenia Distorção da percepção e alucinações MEMÓRIA DE TRABALHO • Crucial no momento da aquisição e evocação de qualquer tipo de memória MEMÓRIA DE CURTO PRAZO • Duração entre 30 minutos e 6 horas Mantém informação comportamentalmente disponível durante as horas enquanto a memória de longa duração não adquiriu forma definitiva Processamento é paralelo ao de longa duração e ambas são processadas nas mesmas regiões encefálicas Hipocampo, córtex entorrinal e córtex parietal MEMÓRIA DE CURTO PRAZO • Duração entre 30 minutos e 6 horas Agentes farmacológicos específicos para funcionalidade e eficácia de sistemas enzimáticos e neurorreceptores prejudica memória de curta duração sem afetar memória de longa duração Hipocampo: PKA – MAPK ERK 1/2 – JNK e p38 Ativação de receptores glutamatérgicos Não necessita da via CaMK II e PKC MEMÓRIA DE LONGO PRAZO • Requer cascata de eventos moleculares que dura várias horas e está suscetível a diversas influências MEMÓRIA DE LONGO PRAZO • Requer cascata de eventos moleculares que dura várias horas e está suscetível a diversas influências Circuito: CA1 do hipocampo – córtex entorrinal – giro denteado – CA3 do hipocampo MEMÓRIA DE LONGO PRAZO • Hipocampo, amígdala, córtex entorrinal, CPF e córtex parietal Recebem informações de áreas responsáveis por processar informações relacionadas a consciência, alerta e ansiedade Vias dopaminérgicas (D1) Vias noradrenérgicas (β) Vias serotoninérgicas (5-HT1A) Vias colinérgicas (M1) MEMÓRIA DE LONGO PRAZO • Fase inicial: Vias GABAérgicas e colinérgicas provenientes da amígdala e núcleo medial do septo modulam a formação da memória no hipocampo Alerta Ansiedade Estresse Reguladas por corticóides e epinefrina Estimulação moderada – favorece, hiperestimulação – impede/prejudica MEMÓRIA DE LONGO PRAZO • Consolidação Acontece de 3 a 6 horas após aquisição Vias dopaminérgicas (D1), noradrenérgicas (β) e sorotoninérgicas (5-HT1A) Avaliação afetiva e estado de humor Atuam sobre o hipocampo, córtex parietal e entorrinal Determina se memória de longa duração será ou não efetivamente formada Estimulação intensa 5-HT e inibição DA ou NA – cancela formação definitiva da memória MEMÓRIA DE LONGO PRAZO • Consolidação Acontece de 3 a 6 horas após aquisição MEMÓRIA DECLARATIVA/EXPLÍCITA • Contém informações que sabemos que possuímos e temos acesso consciente Conhecimento da nossa história pessoal e do mundo que nos rodeia Episódicas: informações sobre nossa própria vida e eventos relacionados a ela Semânticas: informações sobre o ambiente que nos rodeia Regiões corticais CPF, córtex entorrinal, córtex parietal e hipocampo MEMÓRIA DECLARATIVA/EXPLÍCITA • Contém informações que sabemos que possuímos e temos acesso consciente MEMÓRIA Ñ DECLARATIVA/IMPLÍCITA • Informações que temos acesso consciente Procedimentos automáticos Dirigir carro Informações adquiridas durante processo de habituação e condicionamento Principalmente circuitos subcorticais Núcleo caudado e circuitos cerebelares MEMÓRIA Ñ DECLARATIVA/IMPLÍCITA • Informações que temos acesso consciente para procedimentos automáticos, habituação e condicionamento MEMÓRIAS MEMÓRIAS ESQUECIMENTO • Informações não armazenadas Importância Atenção Excesso Patologias Emoção Não sobrecarregar espaço Manter detalhes excessivos pode ser prejudicial para o indivíduo EXTINÇÃO • Resultado de evocação repetida de uma memória na ausência de um reforço Desaparecimento comportamental, mas não esquecimento Nova memória substitui memória original Expressão gênica e síntese proteica no hipocampo e amígdala Memória extinta permanece latente Podem ser evocadas em determinadas circunstâncias Reapresentação do estímulo usado na aquisição, pista, quadro emocional, situação comportamental que se assemelhe a aquisição inicial Memória extinta pode reaparecer, memória esquecida não EXTINÇÃO • Papel terapêutico Fobias Síndrome do pânico TEPT Extinção facilitada ou potenciada Supressão ou inibição de determinada memória considerada prejudicial CPF e hipocampo EXTINÇÃO AMNÉSIA • Falha ou perda da memória declarativa Em casos mais graves há perda de memória não declarativa Anterógrada: Impossibilidade de armazenar novas informações de forma duradoura Não se lembra do ocorrido por mais de breves instantes Retrógrada: Impede lembranças de fatos e eventos que tinham acontecido antes do início da patologia AMNÉSIA • Anterógrada ou retrógrada AMNÉSIA • Pode ser causada por doenças ou traumas Depressão: mais comum e menos grave Geralmente não há dano neuronal Demências: Alzheimer Lesão no córtex entorrinal e hipocampo Perda de memória declarativas Parkinson Doença avançada Dependência crônica de álcool e cocaína AVC e traumatismo craniano Doenças metabólicas: Síndrome de Creutzfeldt-Jakob, doença de Pick AMNÉSIA O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Aline Camargo Ramos aline-camargo@hotmail.com OBRIGADA! Aline Camargo Ramos, PhD @EquipeMySete @JessicaJulioti NEUROCIÊNCIAS Aula 3 – Aprendizado @aline_cramos COMO É QUE NÓS APRENDEMOS? COMO É QUE NÓS APRENDEMOS? COMO É QUE NÓS APRENDEMOS? • Mudança de atividade elétrica, segundos mensageiros intracelulares e modificação de proteínas sinápticas Mudança temporária Mudança permanente Alteração da estrutura sináptica Síntese de novas proteínas Estabelecimento de novos microcircuitos Rearranjo de circuitos existentes Mecanismos de refinamento da circuitaria encefálica semelhantes aos do neurodesenvolvimento APRENDIZADO • Aquisição e consolidação de memória Modificação física do encéfalo causada pela entrada da informação sensorial da transmissão sináptica entre neurônios sensoriais e motores APRENDIZADO • Consolidação: Processo pelo qual algumas informações e experiências são selecionadas para armazenamento permanente Algumas informações são retidas, enquanto que outrassão perdidas • Reapresentação: Repetidas apresentações fazem com que a resposta celular mude e a seletividade surja Aumento da resposta neuronal cortical Conexão mais estável APRENDIZADO • Reforço de sinapses Plasticidade sináptica Alteração na estrutura sináptica Surgimento de espinhos dendríticos pós-sinápticos Novo contato sináptico com axônios Maior probabilidade de disparo do potencial de ação e liberação de GLU Aumento da superfície pós sináptica Aumento da força entre as sinapses Armazenamento de informações APRENDIZADO • LTP Potenciação de longa duração no hipocampo Melhora duradoura na transmissão do sinal entre dois neurônios resultado da estimulação síncrona Um dos principais mecanismos celulares relacionados com aprendizagem e memória Longevidade: pode durar muitas semanas até a vida toda Cooperatividade: número suficiente de sinapses deve ser atividade simultaneamente para causar somação espacial suficiente para produzir despolarização APRENDIZADO • LTP Potenciação de longa duração no hipocampo APRENDIZADO • LTP Potenciação de longa duração no hipocampo APRENDIZADO • LTP Potenciação de longa duração no hipocampo Dependente de GLU (NMDA e AMPA) APRENDIZADO • LTP e LTD nas sinapses hipocampais APRENDIZADO • LTP e LTD nas sinapses hipocampais Dependente de NMDA Pouca ativação de receptores NMDA no hipocampo é ruim para o aprendizado Hiperativação de receptores NMDA resulta em capacidade aumentada em algumas tarefas APRENDIZADO • Fosforilação das proteínas pode mudar a efetividade sináptica e formar memórias Apenas enquanto os fosfatos estiverem ligados às proteínas Memórias formadas podem não ser consolidadas e se tornarem aprendizado de fato Fosforilação não é permanente (2 semanas) Consolidação e aprendizado dependem de mecanismos que convertem mudanças na fosforilação de proteínas sinápticas em algo que possa ter duração mais longa APRENDIZADO • Fosforilação das proteínas pode mudar a efetividade sináptica e formar memórias Proteínas quinases persistentemente ativas Enzimas que unem os fosfatos às proteínas Se quinases forem reguladas para se manterem ativas, memórias são consolidadas e haverá aprendizado APRENDIZADO • Proteínas quinases persistentemente ativas CaMK II: quando ativação inicial é suficientemente forte há mais autofosforilação do que desfosforilação Molécula ficará ativada Manutenção da potenciação sináptica APRENDIZADO • Proteínas quinases persistentemente ativas PKM Zeta: atividade persistente mantém força sináptica pela fosforilação contínua dos seus substratos Ativação sináptica forte e aumento dos níveis de Ca2+ promove síntese proteica e surgimento de novas moléculas Fosforila proteínas sinápticas envolvidas na regulação do número de receptores AMPA APRENDIZADO • Síntese proteica é importante para consolidação da memória Necessário que ocorra a síntese de novas proteínas durante período de consolidação da memória Memória de curto prazo é convertida em memória de longo prazo Aprendizado APRENDIZADO • Síntese proteica é importante para consolidação da memória LTP causada por estimulação fraca que ativa brevemente apenas pequeno número de sinapses decai de volta a linha de base após algumas horas Não desencadeia síntese proteica Episódios repetidos de estimulação forte que recrutam grande número de sinapses estimulam síntese proteica Capazes de gerar síntese proteica em neurônios eferentes próximos que sofreram estimulação fraca se ocorrerem até 2 horas após Evento trivial pode ser gravado/aprendido se ocorrer em um intervalo de 2 horas em relação a um evento importante que resulte em síntese proteica APRENDIZADO • Evento trivial pode ser gravado/aprendido se ocorrer em um intervalo de 2 horas em relação a um evento importante que resulte em síntese proteica APRENDIZADO • Síntese proteica é importante para consolidação da memória Produção de RNAm transcrito de um gene é o primeiro passo para a síntese proteica Regulado por fatores de transcrição localizados no núcleo da célula CREB – proteína de ligação ao elemento responsivo ao AMPc Regula expressão gênica requerida para consolidação da memória Modulação da expressão gênica por CREB é um mecanismo molecular capaz de controlar força de uma memória/aprendizado APRENDIZADO • Síntese proteica é importante para consolidação da memória Produção de RNAm transcrito de um gene é o primeiro passo para a síntese proteica Regulado por fatores de transcrição localizados no núcleo da célula CREB – proteína de ligação ao elemento responsivo ao AMPc APRENDIZADO • Mudanças estruturais encefálicas após aprendizado Diferença estrutural entre animais com amplas oportunidades de aprender e àqueles com poucas chances Ambiente enriquecido e complexo – brinquedos e outros animais Aumento de 25% no número de sinapses por neurônio no córtex occipital Formação de novos espinhos dendríticos nos córtex visual e somatossensorial Exposição aumentada Aumento de novas sinapses e eliminação de sinapses antigas Retirada do ambiente Espinhos encolhem, mas não desaparecem APRENDIZADO • Mudanças estruturais encefálicas após aprendizado Diferença estrutural entre animais com amplas oportunidades de aprender e àqueles com poucas chances APRENDIZADO • Mudanças estruturais encefálicas após aprendizado Diferença estrutural entre animais com amplas oportunidades de aprender e àqueles com poucas chances APRENDIZADO • Plasticidade estrutural é limitada no encéfalo adulto Grandes mudanças na circuitaria estão restritas aos período críticos das fases precoces da vida Crescimento e retração axonal na maioria dos neurônios do SNC de adultos são restritos Fim do período crítico não significa o fim das mudanças nas estruturas axonais e efetividade das sinapses NUNCA É TARDE PARA APRENDER • Plasticidade estrutural é limitada no encéfalo adulto Fim do período crítico não significa o fim das mudanças nas estruturas axonais e efetividade das sinapses APRENDER O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Aline Camargo Ramos aline-camargo@hotmail.com OBRIGADA! Aline Camargo Ramos, PhD @EquipeMySete @JessicaJulioti NEUROCIÊNCIAS Aula 4 – Emoção @aline_cramos EMOÇÕES • Sentimentos subjetivos que suscitam manifestações fisiológicas e comportamentais Positivas: alegria, bem-estar, prazer Negativas: medo, tristeza, desespero, nojo, raiva SNA – expressão das emoções • Conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente Emoções e memória SISTEMA LÍMBICO • Conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente Emoções e memória SISTEMA LÍMBICO • Conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente Emoções e memória Emoções: Áreas corticais: córtex cingulado anterior, córtex insular anterior e CPF orbitofrontal Áreas subcorticais: hipotálamo, área septal, núcleo accumbens, habênula e amígdala SISTEMA LÍMBICO • Conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente Emoções e memória Emoções: SISTEMA LÍMBICO • Conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente Emoções e memória Memória: Áreas corticais: hipocampo, giro denteado, córtex entorrinal, córtex para-hipocampal e córtex cingulado posterior Áreas subcorticais: fórnix, corpo mamilar, trato mamilotalâmico e núcleos anteriores do tálamo SISTEMA LÍMBICO • Parte anterior do giro do cíngulo Ablação em animaisselvagens – domesticação; Humanos – tratamento de psicóticos agressivos Processamento de emoções: ativado em episódio de tristeza Depressão: não há ativação, mais delgado CÓRTEX CINGULADO ANTERIOR • Ínsula Empatia Sentimento subjetivo das emoções CÓRTEX INSULAR ANTERIOR • CPFof – corpo do estriado – núcleo talâmico DM alça Processamento de informações – resposta de medo Adequação comportamental – filtro CPF ORBITOFRONTAL • Núcleo ventromedial do hipotálamo Coordenação e integração de processos emocionais Raiva, medo, serenidade SNA – manifestação periférica das emoções Lesão em animais agressividade HIPOTÁLAMO • Abaixo do rosto do corpo caloso Diversas conexões: amígdala, hipocampo, tálamo, giro do cíngulo, hipotálamo e formação reticular Recebe projeções de neurônios dopaminérgicos da VTA (via mesolímbica) Sistema de recompensa/centro de prazer Euforia ÁREA SEPTAL • Abaixo do rosto do corpo caloso Estimulação: alteração da pressão arterial e ritmo respiratório Regulação de atividades viscerais Lesão bilateral: Hiperatividade emocional, ferocidade e raiva perante situações que não causavam alteração comportamental (reação anormal) Reação anormal à estímulos sexuais ÁREA SEPTAL • Núcleos da base – entre cabeça do núcleo caudado e putâmen – estriado ventral Recebe aferências dopaminérgicas da VTA e projeta para CPFof Componente mais importante do sistema mesolímbico Sistema de recompensa/centro do prazer NÚCLEO ACCUMBENS • Sistema dopaminérgico mesolímbico VTA, área septal, núcleo accumbens e córtex pré-frontal orbitofrontal Estimulação Prazer SISTEMA DE RECOMPENSA • Sistema dopaminérgico mesolímbico Drogas de abuso estimulam sistema dopaminérgico mesolímbico (principalmente accumbens) Causam prazer Dependência: estimulação exagerada dos neurônios resulta em diminuição do número e sensibilidade dos receptores Necessidade de maiores doses para causar a mesma sensação Renúncia de outros aspectos da vida (humanos e animais experimentais) SISTEMA DE RECOMPENSA • Amêndoa – núcleos da base e principal estrutura do sistema límbico Estrutura pequena composta por 12 núcleos Conexões locais (GLU) – processamento local de informações Conexões aferentes e eferentes Importância AMÍGDALA • Principal responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do comportamento emocional Estimulação corticomedial: agressão e defesa Estimulação basolateral: medo e fuga AMÍGDALA • Principal responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do comportamento emocional Maior concentração de receptores para hormônios sexuais no SNC: Estimulação: comportamento sexual Lesão: hipersexualidade Processamento de medo: Lesão: indivíduo não sente medo mesmo em situação de perigo Ativada quando se vê alguém com expressão de medo Reconhecimento de expressão facial Prejudicado na esquizofrenia AMÍGDALA • Principal responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do comportamento emocional Processamento de medo: AMÍGDALA • “As experiências emocionais são o resultado de interações complexas entre estímulos sensoriais, circuitos encefálicos, experiências passadas e atividade de sistemas de neurotransmissores. À luz dessa complexidade, provavelmente não deveríamos ficar surpresos de que os seres humanos podem exibir um amplo espectro de transtornos emocionais e de humor.” Transtorno de ansiedade, transtorno depressivo maior, transtorno bipolar, raiva e agressividade EMOÇÕES • Expressão inapropriada e duradoura de medo que pode ser desencadeada por perigo inexistente, de baixo risco ou ainda por recordação de eventos supostamente perigosos Estresse (crônico): maior ativação da amígdala e menor atividade do hipocampo Danos ao organismo TRANSTORNOS DE ANSIEDADE • Pouco afeto positivo e muito afeto negativo TRANSTORNOS DEPRESSIVO MAIOR • Pouco afeto positivo e muito afeto negativo Déficit de neurotransmissores monoamínicos TRANSTORNOS DEPRESSIVO MAIOR • Oscilação entre episódios depressivos e episódios maníacos TRANSTORNO BIPOLAR • Oscilação entre episódios depressivos e episódios maníacos Alteração em neurotransmissores, circuitos neurais e mecanismos reguladores 5-HT, DA e NA TRANSTORNO BIPOLAR • Raiva – emoção básica Causada por frustração, mágoa, estresse, etc • Agressividade – não é emoção Resultado comportamental da raiva Amígdala CPFof e CCA Aumento da atividade Hipotálamo posterior VTA – Substância cinzenta periaquedutal RAIVA E AGRESSIVIDADE • CPFof – CCA – amígdala – hipotálamo – VTA RAIVA E AGRESSIVIDADE • Serotonina: Regula raiva e agressividade Neurônios partem dos núcleos da Rafe para hipotálamo e outras áreas límbicas Deficiência serotoninérgica Aumento da expressão de raiva 5-HT1A e 5-HT1B RAIVA E AGRESSIVIDADE O conteúdo desse curso foi oferecido pelo Centro Educacional Sete de Setembro em parceria com a Professora Aline Camargo Ramos aline-camargo@hotmail.com OBRIGADA!
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