Buscar

Fisiopatologia Diabetes Mellitus tipo 1 e 2 (anatofisiologia pancreátia, fatores de risco e manifestações clínicas)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

APG 3- CARTILHA DO DIABÉTICO 
OBJETIVOS: 
• ANATOFISIOLOGIA DO PÂNCREAS 
• FISIOPATOLOGIA DIABETES TIPO 1 E 2 
• MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIABETES TIPO 1 E 2 
• FATORES DE RISCO, INCLUINDO OS MODIFICÁVEIS 
ANATOFISIOLOGIA PÂNCREAS 
ILHOTAS PANCREÁTICAS 
➢ Pâncreas: glândula endógena e 
exócrina 
➢ Órgão achatado, medindo cerca 
de 12,5 a 15 cm de comprimento 
➢ Localizado na curvatura do 
duodeno 
➢ Consiste em uma cabeça, um 
corpo e uma cauda 
➢ Ácinos: função exógena 
➢ Ilhotas pancreáticas: função 
endócrina 
 
➢ Células ilhota: 
1. Células alfa: 17%; secretam 
glucagon 
2. Células beta: 70%; secretam 
insulina 
3. Células delta: 7%; secretam 
somatostatina 
4. Células F: restante; secretam 
polipeptídio pancreático 
➢ Glucagon eleva o nível sanguíneo 
de glicose e a insulina reduz 
➢ Somatostatina inibe secreção de 
insulina e glucagon, funciona 
como hormônio circulante para 
retardar a absorção de nutrientes 
do sistema digestório e inibe a 
secreção de GH 
➢ Polipeptídio pancreático inibe 
secreção de somatostatina, a 
contração da vesícula biliar e a 
secreção de enzimas digestivas 
pelo pâncreas 
CONTROLE SECREÇÃO GLUCAGON E 
INSULINA 
Feedback negativo: 
➢ Hipoglicemia estimula secreção do 
glucagon pelas céls. Alfa 
➢ Glucagon atua nos hepatócitos: 
1. acelerando a glicogenólise 
(quebra glicogênio em glicose) 
2. promovendo gliconeogênese 
➢ Hepatócitos liberam glicose no 
sangue de forma mais rápida e 
glicemia aumenta 
➢ Com hiperglicemia, inibe-se 
secreção de glucagon e estimula-
se secreção de insulina pelas 
células beta 
➢ Insulina age em várias células do 
corpo para: 
1. Acelerar a difusão facilitada da 
glicose para as células 
2. Facilitar a glicogênese 
(conversão de glicose em 
glicogênio) 
3. Intensificar captação de 
aminoácidos e síntese proteica 
4. Acelerar síntese de ácidos 
graxos (lipogênese) 
5. Retardar a conversão de 
glicogênio em glicose 
(glicogenólise) 
6. Tornar mais lenta a formação 
de glicose a partir do ácido 
lático e de aminoácidos 
(gliconeogênese) 
➢ Resultado: queda do nível de 
glicose no sangue → inibição da 
secreção de insulina → estimulo a 
secreção de glucagon 
Outros hormônios e neurotransmissores 
também controlam a liberação desses 
dois hormônios 
Indiretamente, o hormônio do 
crescimento humano (GH) e ACTH 
estimulam secreção de insulina pois 
atuam elevando glicose sanguínea 
 
Secreção de insulina também é 
estimulada por: 
➢ Acetilcolina 
➢ Aminoácidos arginina e leucina 
(presentes no sangue após 
refeição) 
➢ Peptídeo insulinotrópico 
dependente de glicose (GIP) 
liberado pelas células 
enteroendócrinas do intestino 
delgado em resposta à presença 
de glicose no sistema digestório 
Digestão e absorção de alimentos 
contendo carboidratos e proteínas 
são forte estímulo 
Secreção do glucagon é estimulada por: 
➢ Atividade mais intensa da parte 
simpática do SNA (ex: durante 
exercício) 
➢ Elevação dos aminoácidos 
sanguíneos quando o nível 
sanguíneo de glicose está baixo 
(ex: após refeição contendo 
principalmente proteína) 
METABOLISMO DA GLICOSE 
➢ Glicose é fonte de combustível 
➢ Função cerebral normal depende 
do fornecimento ininterrupto de 
glicose pela circulação, já que o 
mesmo não sintetiza ou armazena 
➢ Indivíduos normais: taxa de glicose 
entre 70 e 100 mg/dl 
➢ Após refeição, níveis sanguíneos 
de glicose aumentam e a insulina 
é secretada e resposta a essa 
elevação 
➢ 2/3 da glicose ingerida na refeição 
são removidos do sangue e 
armazenados no fígado na forma 
de glicogênio 
➢ Entre as refeições, fígado libera a 
glicose para o sangue 
➢ Glicose não necessária como 
fonte de energia é armazenada 
como glicogênio ou convertida 
em gordura (quando tecidos 
como fígado e musculo 
esquelético estão saturados de 
glicogênio, a glicose adicional é 
convertida em ácidos graxos pelo 
fígado e armazenada como 
triglicerídeos nos adipócitos 
➢ Quando nível de glicose sanguínea 
está baixo, glicogênio sofre 
glicogenólise e glicose é liberada 
➢ Fígado pode sintetizar glicose a 
partir de aminoácidos, ácido 
láctico (gliconeogênese) 
DIABETES MELITO 
INTRODUÇÃO 
➢ Problema crônico de saúde 
➢ Maioria possui diabetes tipo 2 
➢ Pré-Diabetes e diabetes afetam 
pacientes de todas as faixas 
etárias e todos os extratos sociais 
➢ O diabetes e o impacto resultante 
das oscilações da glicose 
sanguínea a curto e longo prazos 
podem causar várias 
complicações, inclusive 
emergências clinicas agudas, 
incapacidade e morte 
➢ Diabetes é principal causa de 
cegueira e doença renal crônica, 
além de ser causa comum de 
amputações 
➢ Controle rigoroso da glicemia por 
meio de intervenções clinicas 
reduz as complicações associadas 
ao diabetes 
➢ Diabetes melito descreve um 
grupo de distúrbios metabólicos 
comuns, que têm em comum o 
fato de causarem hiperglicemia 
➢ Diabetes é uma doença do 
metabolismo dos carboidratos, das 
proteínas e das gorduras resultante 
de um desiquilíbrio entre produção 
e necessidade de insulina 
FATORES DE RISCO E ORIENTAÇÕES 
➢ Não modificáveis: 
Não caucasiano/asiático 
Idade> 45 anos 
Parente 1° grau com DM 
➢ Modificáveis: 
IMC > ou igual 25 
Obesidade central 
Sedentarismo 
➢ Outras doenças: 
HAS 
Doença cardiovascular 
Ovários policísticos 
HDL< 35 ou TG >250 
Soluções como ajuste de dietas (e perda 
de peso no tipo 2). Dieta rica em 
alimentos integrais ao invés de 
processados. Carboidratos de alta 
qualidade e conter quantidades 
adequadas de fibras, vitaminas e 
minerais, e baixo teor de açúcar, gordura 
e sódio 
Exercícios aeróbicos e de resistência 
melhoram o controle glicêmico no 
diabetes tipo 2. No tipo 1 exercícios 
diminuem mortalidade e melhoram 
hemoglobina A1c. Deve ser feito 150 
minutos/semana com acompanhamento 
glicêmico (tipo 1 pode levar a 
hipoglicemia), e também testar limite de 
esforço de cada um 
Perda ponderal é recomendada no tipo 
2 
DIABETES MELITO TIPO 1 
FISIOPATOLOGIA 
➢ 1A→Mediado por mecanismos 
imunes 90% dos casos 
➢ 1B → Idiopático 
➢ 1A imunomediado: 
Destruição total das células Beta 
Mais comum nos indivíduos jovens 
Gene: Antígenos leucocitários humanos 
(HLA) do cromossomo 6 
Distúrbio autoimune resultante de 
predisposição genética (genes 
diabetogênicos), fator ambiental 
desencadeante (ex: infecção) e uma 
reação de hipersensibilidade mediada 
por linfócitos T contra algum antígeno 
das células Beta 
Forma rapidamente progressiva mais 
encontrada em crianças enquanto 
lentamente progressiva, em adultos 
Deficiência absoluta de insulina, nível 
sanguíneo alto de glicose e 
decomposição das gorduras e proteínas 
do corpo 
Especialmente susceptíveis a desenvolver 
cetoacidose (insulina inibe lipólise e 
liberação de AGL dos adipócitos. Na sua 
ausência, pacientes entram em cetose 
quando AG são liberados dos adipócitos 
e convertidos em cetonas no fígado) 
Todos pacientes necessitam de 
reposição de insulina exógena para 
reverter o estado catabólico, controlar os 
níveis sanguíneos da glicose e evitar 
cetose 
Autoanticorpos podem existir por vários 
anos antes que o paciente tenha 
hiperglicemia 
Tipos de autoanticorpos: 
1. Autoanticorpos contra insulina 
(AAI) 
2. Autoanticorpos contra células das 
ilhotas 
3. Anticorpos dirigidos contra outro 
autoantígenos das células 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
➢ Identificação dos indivíduos 
geneticamente suscetíveis 
➢ Intervenção precoce nos casos 
recém-diagnosticados de diabetes 
tipo 1 
➢ Após diagnostico, há intervalo 
curto de regeneração de céls. 
Beta, onde os sinais e sintomas 
regridem e injeções de insulina são 
reduzidas ou desnecessárias 
(período da lua-de-mel) 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DM 1 
Sintomas flutuantes dependendo do nível 
de glicose no momento 
➢ Hiperglicemia que causa 
glicosúria, e assim, diurese 
osmótica(déficit de água em 
relação a quantidade de sódio 
corporal, ocasionado pela perda 
de água livre), levando ao 
aumento da frequência urinária, 
poliúria e polidipsia (sede 
excessiva). Pode ocorrer evolução 
para hipotensão ortostática e 
desidratação 
➢ Fraqueza, fadiga e alteração do 
estado mental devido 
desidratação grave 
➢ Polifagia (fome excessiva e 
ingestão alta de sólidos devido 
interpretação do corpo de que as 
células não receberem glicose 
significa um estado de jejum) 
➢ Perda ponderal (“jejum” estimula 
hormônios contrainsulínicos a 
promover lipólise) 
➢ Cetoacidose diabética 
Lipólise libera ácidos graxos, utilizados 
como fonte de energia 
Com exagero de ácidos graxos, fígado 
faz cetogênese (produção de corpos 
cetônicos a partir desses ácidos) 
Dos 3 corpos cetônicos produzidos, 2 são 
ácidos (acetoacético e beta-
hidroxibutírico) 
Aumenta-se então a quantidade de íons 
H+ no sangue, levando a um ânion-gap 
elevado (diferença entre quantidade de 
íons positivos e negativos) e 
manifestações como: 
1. Hipocalemia (troca de íons pela 
bomba H+/K+) 
2. Hálito de acetona (acetona é o 3° 
corpo cetônico, inócua ao 
organismo, porém produz 
alterações no hálito) 
3. Respiratórias (Kussmaul- tentativa 
do pulmão de eliminar o H+) 
Respiração rápida e profunda, 
seguida por apneia e expiração 
rápida e breve, seguida por outra 
apneia 
4. Gastrointestinal Dor abdominal 
(atrito folhetos abdominais 
desidratados); náuseas e vômitos 
DIABETES MELITO TIPO 2 
FISIOPATOLOGIA 
➢ Responsável por cerca de 90% dos 
casos 
➢ DM tipo 2 descreve um grupo 
heterogêneo de distúrbios 
caracterizados pela hiperglicemia 
associada a deficiência relativa da 
insulina (e sem destruição 
autoimune as células beta) 
➢ Adultos e crianças com sobrepeso 
e obesos 
➢ Podem ou não necessitar de uso 
de insulina 
➢ Componente genético inequívoco 
(pais diabéticos dão maior risco de 
desenvolvimento) 
➢ Alguns fatores patogênicos 
genéticos e adquiridos foram 
implicados na deterioração 
progressiva da função das células 
beta dos pacientes 
➢ Pacientes podem ter níveis altos, 
normais ou baixos de insulina 
➢ Anormalidades metabólicas que 
levam ao diabetes tipo 2 são: 
1. Secreção anormal de insulina 
pelas células beta do pâncreas 
2. Produção aumentada de glicose 
pelo fígado 
3. Resistência à insulina (capacidade 
reduzida de o hormônio atuar 
eficazmente nos tecidos-alvo, 
especialmente os músculos, fígado 
e gordura) 
Inicialmente, resistência à insulina 
estimula aumento de sua secreção 
(hiperinsulinemia modesta), pois céls. 
Beta tentam manter o nível normal de 
glicose no sangue 
Com o tempo, demanda aumentada de 
secreção de insulina provoca 
esgotamento e falência das células 
beta. 
Isso aumenta níveis sanguíneos de 
glicose pós-prandiais e resulta na 
produção aumentada de glicose pelo 
fígado 
➢ Estão menos sujeitos a cetoacidose 
por não terem deficiência absoluta 
de insulina 
➢ Resistência à insulina d produção 
aumentada de glicose dos 
pacientes obesos com diabetes 
tipo 2 são causadas por alta 
concentração de ácidos graxos 
livres 
1. AGL em excesso pode causa 
disfunção das células beta 
(lipotoxicidade) 
2. AGL podem atuar nos tecidos 
periféricos e causar resistência 
insulínica e utilização reduzida da 
glicose (pois inibem captação de 
glicose e armazenamento de 
glicogênio) 
3. Acúmulo de AGL e triglicerídeos 
reduz sensibilidade hepática a 
insulina (aumenta produção de 
glicose no fígado) 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DM TIPO 2 
➢ Obesidade 
➢ Início assintomático, com 
diagnostico mais tardio (45 anos) e 
sintomatologia quando já 
apresentam lesão em órgão-alvo 
➢ Ao início dos sintomas, 4 P’s 
(poliúria, polidipsia, perda 
ponderal, polifagia) 
➢ Pode ocorrer a complicação de 
um estado hiperosmolar não 
cetótico (estado de hiperglicemia 
que causa desidratação, confusão 
mental, desorientação, sonolência 
e coma, podendo apresentar 
convulsões e/ou paralisia parcial 
temporária) 
➢ Paciente pode ter complicações 
infecciosas 
➢ Agravos cardiovasculares (devido 
ação hiperglicêmica no endotélio 
e outros vários fatores que 
favorecem aparecimento de DCV, 
como a hiperglicemia, a 
resistência à insulina, além de 
fatores de risco clássicos e não-
clássicos (hipertensão arterial 
sistêmica, dislipidemia, obesidade, 
estado inflamatório subclínico e 
outros) 
➢ Podem existir sintomas de doença 
coronariana, AVC’s, oclusão de 
vasos dos membros inferiores e de 
doença renal crônica 
(comprometimento de arteríolas e 
glomérulos renais) 
➢ Comprometimento vascular de 
nervos periféricos e dos vasos da 
retina, produzindo neuropatias 
(influencia na sensibilidade) e 
queixas visuais (pode levar a 
cegueira) 
➢ Pé diabético 
Amputações comuns devido feridas 
não perceptíveis (devido neuropatia) 
na pele capazes de evoluir pra 
gangrena (uma vez que circulação 
está prejudicada e a falta de 
oxigenação nas partes mais distais do 
coração, como o pé, pode levar a 
morte do tecido) 
Sintomatologias de neuropatia 
diabética (perda de sensibilidade, 
formigamento, dor em pontada), de 
pele (ressecamento, inchaço, 
aumento de temperatura) e 
ortopédicos (Joanete, dedos em 
garra, atrofia muscular)

Outros materiais