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Tratamento do infarto agudo do miocárdio · O infarto possui uma alta prevalência na população brasileira e mundial. Essa mortalidade ocorre, pois, o funcionamento do coração é comprometido de modo que há o entupimento de alguns vasos e esse entupimento faz com que as células que seriam nutridas por ele morram. A célula vai ter a necessidade, mas não vai ter o suprimento. · Coração tem alto metabolismo, então precisa de muito oxigênio, sendo assim, qualquer fator que diminua a oferta será um contribuinte para a isquemia. · A principal causa de morte das células cardíacas corresponde a grande demanda de oxigênio para seu funcionamento em detrimento da sua pequena oferta, isto causa isquemia do miocárdio. HISTOLOGIA DO CORAÇÃO: · Pericárdio: revestimento externo · Epicárdio: mesotélio · Tec. conj. Frouxo (sub epicárdio) · Alguns autores consideram epicárdio como o conjunto composto por mesotélio e tecido conjuntivo frouxo · Miocárdio · Músculo estriado cardíaco (fibras contráteis) · Músculo estriado cardíaco condutor: possui as fibras de purkinje · Miocárdio esá imerso no tecido conjuntivo frouxo · Endocárdio: revestimento interno (mesotélio) · Sub endocárdio. Tec. conj. Frouxo VASCULARIZAÇÃO DO CORAÇÃO: · As artérias coronárias vêm de fora do coração e penetram nesse órgão pelo subepicárdio para poder conduzir sangue até o miocárdio · A vascularização do coração se dá pelo endocárdio · Existem vasos sanguíneos no tecido conjuntivo frouxo, no subepicárdio e subendocárdio, para irrigar, nutrir e vascularizar o miocárdio · Caso esse suprimento diminua, ou a demanda do miocárdio aumente, os vasos coronarianos são capazes de dilatarem para atingir a demanda, isso ocorre, por exemplo durante atividade física, ou alguma doença que bstruiu os vasos essa dilatação ocorre pela produção de óxido nítrico que pode aumentar o calibre em até 6 vezes. Esse mecanismo de dilatação dos vasos é chamado reserva coronariana. · Às vezes a necessidade do coração acaba sendo maior que essa capacidade fisiológica da reserva coronariana e pode causar isquemia. Geralmente essa isquemia está associada a fatores que obstruem os vasos sanguíneos, que causam lesão tecidual (HAS, diabetes, tabagismo, alcoolismo, obesidade) · O oxido nítrico é também produzido pelo endotélio, então existe comprometimento da reserva coronariana também decorrente dessa lesão endotelial, isso agrava o processo de coagulação e a reserva coronariana. · A lesão endotelial que pode ser causada por diferentes fatores diminui a capacidade de reserva coronariana e contribui veementemente para a isquemia do miocárdio. · O vaso coronariano é uma ramificação da artéria aorta. Saem 2 ramos: · Artéria coronária direita: vai vascularizar a lateral direita do coração e da parte dorsal dele · Artéria coronária descendente esquerda: vasculariza ápice do coração e lateral esquerda · Essas artérias se ramificam (tem uma outra ramificação importante que é a circunflexa) e promovem a vascularização do miocárdio e seu entupimento, vai gerar uma área sem oxigênio. Se a célula cardíaca morre, ela não regenera então é substituída por tecido fibroso. Uma área pequena fibrosada não tem tanta importância, mas uma área grande compromete a capacidade contrátil do coração, podendo gerar uma insuficiência cardíaca. · A circulação colateral corresponde a ramificações dos vasos coronarianos os quais aumentam a sobrevida dos pacientes pós infarto. · Quanto mais vasos sanguíneos ramificados, maior a chance de suprir a necessidade de oxigênio de uma região que ficaria sem, pelo entupimento do ramo que o nutriria. · Circulação colateral surge naturalmente com idade (por conta da demanda), isso explica o porquê do infarto ser mais fulminante no jovem que no idoso · Atividade física aumenta circulação colateral, aumentando as possibilidades de chegar oxigênio ao miocárdio. · Ponte de safena: forma artificial de circulação colateral (faz um desvio). SINTOMAS APRESENTADOS PELOS PACIENTES QUE CHEGAM INFARTANDO: · Alguns podem estar estáveis ou não. Se chegar estável tem um protocolo para o tratamento e se chegar instável ter outro DIAGNÓSTICO DO IAM: · Saturação: 100% até 90% é um bom indício. Se tiver com menos de 90% é um complicador · Existem moléculas que são liberadas na circulação em caso de lesão tecidual, algumas são especificas para a destruição do músculo do coração (outras são inespecíficas, liberadas com inflamações ou destruições quaisquer). · Enzimas plasmáticas: Troponina (específica para mostrar lesão cardíaca); mioglobina (muscular, mas não é específica do coração), cck,. · ECG: a cada 10min (deve ser feito para ver a evolução do coração). · PRINCIPAL SINTOMA: independentemente de estar estável ou não. Dor na região epigástrica que irradia (membro superior ou para a região do pescoço) · Vai fazer anamnese e ver se dor surgiu agudamente ou se é mais crônica, se ela ocorre durante esforços ou não... ELETROCARDIOGRAMA: · São passadas algumas correntes elétricas pelo coração e pela região em volta dele. São colocados eletrodos em algumas regiões e eles vão avaliar a corrente que vai passar em cada local (verificam o funcionamento da região direita, lateral, anterior, inferior). Esses eletrodos (tem nomenclaturas diferentes) vão gerar correntes para avaliar a condução do impulso nervoso. · A primeira onda que aparece no ECG é a onda P que corresponde a despolarização atrial, a segunda onda (ascendente, descendente e ascendente de novo) é a onda QRS que corresponde a despolarização do ventrículo e por fim, a última onda, T, corresponde a repolarização ventricular (esse modelo aparece tradicionalmente na visão de V2). · No infarto vai ocorrer uma mudança da onda. · Pode ocorrer elevação do seguimento S, T (ficam acima da linha base) INFARTO COM SUPRAELEVAMENTO DO SEGUIMENTO ST (obstrução da artéria coronária subepicárdica) · Pode ocorrer um infradesnivelamento, ondas S e T ficam abaixo da linha base (obstrução da artéria subendocárdica) ECG NORMAL SUPRA ST INFRA ST TRATAMENTO- fase aguda · Usa coquetel de medicamentos: MONICA BHT · Morfina: efeitos analgésico e eufórico · Oxigênio (abaixo 90% O2) · Nitrato: ação vasodilatadora · IECA/BRA: (-) SRAA -> reduções: pós-carga e remodelamento cardíaco · Clopidogrel: inibição da agregação plaquetária · AAS: inibição da agregação plaquetária · Beta – bloqueador-> reduções: ativação adrenérgica e remodelamento cardíaco · Heparina: anticoagulante · Trombolítico (ou angioplastia) (com supra ST) MORFINA: · É um opioide e tem grande efeito analgésico sem perda de consciência, mas devido a sua ação vai promover certa euforia, pois aumenta em algumas regiões do cérebro a disponibilidade de dopamina. Ela tira a angústia do paciente. A morfina auxilia na diminuição fisiológica da dor e emocional, causando essa euforia. · Ela se liga a receptores opioides (RAPGi), eles diminuem o cálcio intracelular (se for neurônio diminui a ativação do neurônio) e aumentam a saída de K+ (hiperpolariza o neurônio). Faz com que o neurônio da dor propague esse impulso mais lentamente (ou nem fazê-lo). · Via da dor é chamada via álgica: tem inervação aferente que vai para o SNC. Vem na periferia, cruza a medula, passa pela região do mesencéfalo, ponte, bulbo, chega no tálamo, e daí se propaga para o córtex. Só sentimos a dor quando ela chega no córtex · A dor é o que você sente desse impulso álgico, chamado de nociceptivo · Para evitar a dor, essa transmissão do impulso nervoso é freada em algumas regiões. Estímulo analgésico vai cortar essa ascensão da via álgica. Isso ocorre com a liberação de diferentes neurotransmissores em diferentes regiões. Um dos neurotransmissores são as endorfinas, que são moléculas opioides que nosso próprio organismo produz. · Esses receptores opioides (RAPGi) que temos são pra inibir essa via álgica (realizar essa função que o medicamento faz). Então em algumas regiões são liberadas endorfinas, · Uma delas é a encefalina (inibe passagem doimpulso em determinada região- quando o impulso passa pela medula espinhal) · Outra inibição feita pela encefalina é no córtex ou no mesencéfalo · Outros mediadores como a serotonina e noradrenalina são liberados para desempenhar esse efeito de inibição da via álgica · A inibição da via Álgica vai ocorrer pela ligação da morfina aos receptores opioides que vão diminuir o Ca++ intracelular e aumentar a saída de K+, diminuindo o funcionamento dos neurônios que atuam nessa via. · Via álgica=via nociceptiva · Existem outros receptores para a morfina que possuem distribuições diferentes pelo corpo: · MOR (mi): receptor opioide do tipo mi · DOR (delta): receptor opioide do tipo delta · KOR (kappa): receptor opioide do tipo kappa · Eles são hetero-dímeros com splicing alternativo · Uso da morfina vai ser importante no IAM por seu efeito analgésico, eufórico, por contar a angústia e por sua ação anti adrenérgica. Esse fármaco inibe ativação simpática assim como estimula liberação de histamina que é vasodilatadora (interessante num contexto que está faltando oxigênio) SE A SATURAÇÃO DO FOR <90 DEVE DAR OXIGÊNIO PARA ELE. NITRATOS: · Tem importante ação vasodilatadora, pois quando entra na célula induz a produção de óxido nítrico, usado para produzir GMPc que ativa uma quinase que ativa uma fosfatase. Essa fosfatase retira fosfato da miosina, usado para a contração da musculatura lisa. Dessa forma, é promovido um relaxamento da musculatura lisa dos vasos vasodilatação (principalmente na coronárias) · Com a dilatação das coronárias, o fármaco promove o aumento da oferta de oxigênio ao miocárdio · O uso do nitrato varia conforme o perfil do ECG · Efeitos colaterais: hipotensão (o infarto associado ao nitrato vai acentuar hipotensão), cefaleia. Com a melhora dos seus sintomas, o paciente pode cuspir o medicamento quando coloca, por exemplo, o dinitrato de isossorbida abaixo da língua. · Uso de sildenafil (viagra): promove a vasodilatação por estimular produção do NO. Essa associação pode gerar hipotensão e deve ser investigada. · Fármacos: dinitrato de isossorbida, nitroglicerina CLODOPIDOGREL E AAS: · Ativação das plaquetas envolve produção do tromboxano e outras moléculas como ADP e essa arivação plaquetária promove agregação plaquetária que serve para a formação do coágulo · Esses fármacos atrapalham esse processo · AAS inibe formação do tromboxano, produzido por uma enzima chamada COX. O fármaco inibe ação da enzima, impedindo a formação do tromboxano, consequentemente, impede formação do coágulo e de novos trombos · Usado em dosagem mais baixa (chamada de AAS infantil) · Numa baixa dosagem, ela inibe a COX que inibe a produção de troboxano e prostaglandina · Efeito colateral: sangramentos, úlcera gástrica, broncoespasmo, reação alérgica. · Clodopidogrel bloqueia o receptor de ADP, inibindo a agregação plaquetária. · Essa inibição é dose-dependente. · Efeito colateral sangramento e reação alérgica. · Pode ser usado isolado ou associado ao AAS. · Outros medicamentos que podem ser utilizados são: ticagrelor e prasugrel HEPARINA: · Liga-se a anti-trombina III formando um complexo inativador (1000x), potencializando sua ação · Inativa também os fatores XIIa, XIa e IXa · Inibe formação da trombina e de outros fatores de coagulação · Inibição da função plaquetária · Interação com células endoteliais e aumento da permeabilidade vascular · Efeitos anti-proliferativos nas células endoteliais vasculares TROMBOLÍTICO: · Mecanismo de ação: ativar o plasminogênio em sua transformação para plasmina, que tem a capacidade de degradar a fibrina, o maior componente do trombo · Efeito colateral: hipotensão, reação alérgica e sangramentos · Exemplos: estreptoquinase, alteplase. · A ideia é desobstruir o vaso · Deve ser usado em infartos com supra ST (os outros não tem resposta boa) · Se necessário vai colocar stent ou fazer ponte de safena DEPOIS DE RECEBER ALTA HOSPITALAR E FAZER TRATAMENTO EMERGENCIAL: · Tratamento de manutenção ESTATINA: tratamento de manutenção · Mecanismo de Ação · Inibe produção de colesterol (importante quando o infarto ocorrer por conta de uma placa de ateroma, o medicamento vai ajudar no tratamento da placa, evitando seu crescimento) · Inibição da HMG-CoA Redutase · Ações Farmacológicas · Redução do CT (15-30%), LDL (20-40%), TG (10-20%) e elevação do HDL (5-10%) · Estabilização da placa de ateroma (mobilização de células musculares lisas) · Anti-inflamatória (diminui aterosclerose) · Anti-agregante plaquetária (diminui aterosclerose) · Vai auxiliar no estado do paciente como profilática · Deve ser usada durante a noite, pois é quando o colesterol é mais sintetizado · Exemplos: · Sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina, pitavastatina ALÉM DA ESTATINA: · IECA/BRA como o enalapril, auxiliando o paciente a inibir o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Esse sistema é imediatamente ativado quando ocorre o infarto e promove o remodelamento cardíaco do miocárdio que morreu pela produção de angiotensina. Então, há um preenchimento muito grande da área que morreu por tecido fibroso. Pacientes hipertensos, terão o sistema constantemente ativado, então o remodelamento cardíaco vai ser frequente. Associado ao infarto, terá uma perda maior da contratilidade do coração. O enalapril vai ser usado para diminuir o remodelamento cardíaco, pela diminuição de angiotensina e aldosterona. · Além disso, o SRAA tem relação direta com o sistema adrenérgico, que auxilia no remodelamento cardíaco, por isso inibir esse sistema é tão importante. · Beta bloqueador: pode ser usado na manutenção pela inativação do SRAA · ASS: deverá ser usado direto por suas propriedades anticoagulantes. · Clopidogrel: pelo mesmo motivo · Estatina: como a sinvastatina para controlar os níveis de colesterol e manter placas estáveis
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