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Caso Clínico Francisco tem 67 anos, é hipertenso há 20 anos em uso de losartana e possui também dislipidemia há 15 anos, em uso de sinvastatina. Procura seu médico clínico referindo que há aproximadamente 4 meses apresenta episódios recorrentes de desconforto torácico. Afirma sentir sensação de “abafamento” em região retroesternal sempre que carrega peso ou quando tenta correr aos finais de semana. O desconforto dura cerca de 5 minutos e melhora espontaneamente. O sintoma vem associado a palpitações e dispneia. 1 – Qual a principal hipótese para o diagnóstico sindrômico desse paciente? R.: Síndrome Coronariana O médico clínico realizou orientações iniciais e orientou o paciente a procurar um cardiologista. Porém, Francisco demorou alguns meses para procurar o especialista. Quando finalmente marcou a consulta disse ao cardiologista que vinha notando piora do quadro inicial. Nas três últimas semanas apresentou o “abafamento” duas vezes enquanto assistia televisão. Não está muito preocupado pois o sintoma continua passando rápido (depois de 5-10) minutos, mas achou melhor procurar novamente o médico. Assintomático no momento, exame físico sem alterações dignas de nota. 2 – Como deve ser feita a investigação diagnóstica nesse momento? R.: O médico deve solicitar exames laboratoriais, como hemograma, função renal, função tireoidiana, perfil lipídico, microalbuminúria, proteína C reativa e glicemia/hemoglobina glicada. Além disso, pedir também exame de imagem como Radiografia de tórax. Solicitar eletrocardiograma e ecocardiograma e se não houver nenhuma alteração nos dois últimos, pedir um teste de esforço. Duas semanas após a consulta com o cardiologista Francisco dá entrada num serviço de emergência. Relata que há 90 minutos apresenta dor retroesternal em aperto, de forte intensidade, com irradiação para membros superiores, sem relação com respiração ou movimentação, associada a dispneia e sudorese. Fácies de dor, PA: 138x86, FC: 110, FR: 22, SatO2: 90%. AR: presença de crepitação fina em base de ambos os pulmões. ACV: RCR em com presença de B3. Restante do exame sem alterações. 3 – Cite duas medidas diagnósticas a serem adotadas imediatamente. R.: Pedir marcadores bioquímicos de necrose miocárdica e um novo ECG e, preferencialmente, fazer um comparativo com a consulta anterior. Esse paciente dá indícios de ter evoluído para uma síndrome coronariana aguda. 4 – Cite três medidas terapêuticas que devem ser adotadas imediatamente. R.: Uso de ASS, Nitrato e Morfina e se necessário oxigenoterapia. Exames complementares realizados confirmaram infarto agudo do miocárdio de parede inferior. Foram iniciadas medidas adequadas e o paciente foi encaminhado para realização de angioplastia primária. Enquanto aguardava o procedimento, o paciente mantinha queixa de dispneia apesar de referir melhora da dor torácica. Exame físico revela PA: 142X80; FC: 98; FR: 22. AR: presença de estertores crepitantes em 1/3 inferior de ambos os pulmões. AVC: RCR com presença de B3. 5 – Como estadiar esse paciente segundo a classificação de Killip? R.: Como os achados dele são de uma insuficiência cardíaca leve moderada pode-se estagiar no Killip II. Francisco permaneceu uma semana internado. Recebeu alta com extensa prescrição médica e foi orientado a manter acompanhamento com cardiologista. Apesar das orientações, Francisco achou que já estava bom e achou que não havia necessidade de manter seguimento. Interrompeu uso das medicações prescritas. Após três anos do ocorrido ele volta a procurar auxílio médico pois há 6 meses apresenta dispneia. A primeira vez que notou o sintoma foi quando ajudou seu filho a fazer sua mudança. Desde então, sempre que fazia um esforço físico fora de sua rotina apresentava o sintoma. Queixa-se também de edema de MMII, que piora ao longo do dia e melhora ao elevar as pernas. Relata que no último mês acordou duas vezes a noite com dispneia súbita, que melhorou após ficar um tempo sentado. Ao exame: BEG, LOTE, FC: 74, FR: 18, PA: 150X90. ACV: Ictus palpável no sexto EIC, 2cm à esquerda da linha hemi clavicular, ocupando 3 polpas digitais, RCR com presença de B3. AR: discreta crepitação em bases. EXT: edema maleolar bilateral (+/4). 6 – Qual o diagnóstico sindrômico no momento? R.: Insuficiência Cardíaca 7 – Cite duas alterações que poderíamos encontrar em radiografia de tórax. R.: Aumento do índice cardiotorácico, sinais sugestivos de congestão pulmonar, linhas B de Kerley e derrame pleural. 8 – De acordo com a classificação da Sociedade Brasileira de Cardiologia, como podemos classificar a doença desse paciente? R.: Classificação C Após avaliação médica o paciente foi orientado mais uma vez sobre a importância de aderir ao tratamento e de manter o acompanhamento médico regular. 9 – Cite duas medicações que tem impacto na melhora da sobrevida desse tipo de paciente, explicando seu mecanismo de ação. R.: Inibidores de ECA e Diuréticos. O primeiro causa um relaxamento dos vasos sanguíneos, bloqueando os efeitos da angiotensina II, reduzindo a pressão arterial. E o segundo age aumentando na eliminação renal, reduzem o volume de fluido intravascular intersticial e a pressão de pré-carga, diminuem, em consequência, a retenção de fluido e eliminam os edemas periféricos e a congestão pulmonar. 10 – Cite uma medida não farmacológica importante no tratamento. R.: Diminuição da massa corpórea através de uma alimentação balanceada e prática de atividade físicas leves, tudo isso supervisionado por profissionais qualificados.
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