Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 1 FARMACODINÂMICA (RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS) 1.0 REMEMBER FARMACOCINÉTICA Absorção Distribuição Biotransformação Eliminação FARMACODINÂMICA Local de ação Mecanismos de ação Efeitos ("resultados"; sintomatologia esperada em decorrência da ação do fármaco no organismo) FARMACODINÂMICA ↳ Fornece as bases para o uso racional dos fármacos e medicamentos ↳ Auxilia no desenvolvimento de novos agentes mais eficazes, seletivos e com maior grau de segurança .: fármacos mais eficases e seguros ↳ Receptor fisiológico: FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 2 Receptores podem ser definidos como macromoléculas específicas, em que ao se ligarem, ligantes alteram sua atividade bioquímica, sendo em suma, proteínas .: todo receptor é uma proteína e precisa possuir um ligante endógeno, ou seja, um hormônio .: se uma macromolécula não possuir de um sítio de ligação para um ligante endógeno, e não necessitar de ativação desse ligante endógeno para desencadear um efeito, ação, ou qualquer tipo de evento biológico, esta molécula não será considerada um receptor .: todo receptor fisiológico é uma proteína, ativada por ligante endógeno e possuindo sítio de ligação para este "Receptores que traduzem o sinal, transmitem a mensagem hormonal" "A mensagem é mais importante do que o mensageiro" .: uma única molécula endógena pode ativar uma via de sinalização intracelular enorme que vai gerar um efeito, o qual vai prevalecer; o hormônio é apenas o mensageiro O que é hormônio? Toda e qualquer substância endógena, que regula a função biológica, bioquímica de células e/ou fisiologia de órgãos/sistemas em organismos vivos .: o ligante endógeno que ativa o receptor é um hormônio Existem fármacos que não se ligam a receptores para produzirem seus efeito? Classe de fármacos que não atuam em alvos (receptores) proteicos Antissépticos locais → iodo FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 3 Adsorventes → carvão ativado; geralmente utilizado para evitar intoxicação mediante ao uso exacerbado de substâncias por via oral .: por gerar um efeito bioquímico que forma um complexo, o qual por sua vez, impede a absorção do fármaco pelo organismo .: gera um efeito: a redução da toxicidade Antiácidos → hidróxido de alumínio .: reação de neutralização com o HCl no estômago com a ausência de receptores Quelantes → dimercaprol e EGTA; formam complexos com os metais pesados, de forma a impedir seus processos de absorção Acidificantes e alcalinizantes urinários → ácido ascórbico e bicarbonato de sódio; fazem com que um ácido ou base fraca seja eliminado na urina com maior facilidade e rapidez .: a chance de intoxicação é reduzida Anestésicos gerais → halotano Alvos para ligação de fármacos em células de mamíferos Enzimas Tem-se fármacos que são inibidores enzimáticos, como no caso dos inibidores da acetilcolinesterase para o tratamento de alzheimer Proteínas carreadoras Ex.: albumina, uma vez que ela é um alvo do fármaco/de fármacos, mas não um receptor, uma vez que o fármaco simplesmente se liga a ela para ser transportado e distribuído ao organismo, servindo então, como um sistema de transporte do fármaco, durante uma fase farmacocinética .: a ligação do fármaco à albumina não gera um efeito bioquímico fisiológico Ácidos nucleicos Exemplo de quimioterápticos no tratamento de câncer, que possuem ação sob ácidos nucleicos de células, predominantemnte, cancerígenas Canais iônicos Existem canais iônicos que não são receptores fisiológicos, como os voltagem dependentes, como os canais de Na+, por exemplo .: o canal de Na+ é um exemplo claro de canal iônico voltagem-dependente que é alvo de fármaco FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 4 mas que não é um receptor fisiológico, uma vez que atuam, por exemplo, no caso dos anestésicos locais, que bloqueiam os canais de sódio em neurônios, de forma a diminuir a estabilidade dos neurônios e consequentemente reduzindo/prevenindo a chance de o paciente sentir dor; ...; tem-se os anti- hipertensivos, que atuam bloqueando canais de Ca2, que acabam sendo alvos farmacológicos, e não receptores fisiológicos/farmacológicos Receptores fisiológicos/farmacológicos IMPORTANTE Porque essas quatro moléculas/estruturas nos tópicos superiores ao do de receptores fisiológicos/farmacológicos não são receptores fisiológicos? Justamente porque as biomoléculas não serem ativadas por ligantes endógenos (hormônios) .: elas são ALVOS FARMACOLÓGICOS, e não, receptores farmacológicos Existem diferenças entre alvos farmacológicos e receptores farmacológicos/fisiológicos? Todo receptor é um alvo farmacológico, mas nem todo alvo farmacológico é um receptor PRINCIPAIS TIPOS DE RECEPTORES FISIOLÓGICOS/FARMACOLÓGICOS TRANSMEMBRANARES INTRACELULARES FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 5 Receptor acoplado a canal iônico GPCR, receptor acoplado a proteína G Receptores catalíticos, enzimáticos Receptor de corticosteróides Receptor da guanilil solúvel Proteínas receptoras de superfície celular Receptores acoplados a canais iônicos Tem-se a molécula de sinalização (hormônio ou fármaco), que vai ativar o receptor, logo, o íon ou vai entrar ou vai sair da célula, sendo um receptor expresso na membrana plasmática Receptores acoplados a proteína G São receptores transmenbranais que dão sete voltas na membrana, e interiormente, tem-se a proteína G, e, mediante a ativação do receptor com a presença de uma molécula de sinalização (hormônio ou fármaco), a proteína G é FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 6 ativada, o que consequentemente gera uma via de sinalização, uma vez que ela ativa outros alvos, que continuam a via de sinalização, resultando então, no efeito biológico Receptores catalíticos .: acoplados à enzimas A molécula de sinalização, em forma de dímero, liga-se ao receptor, juntando-os .: dimerização dos monômeros, e consequentemente, promovendo a ativação intracelular de um domínio catalítico, o que por sua vez vai dar continuidade à ativação de vias de sinalização intracelulares, e consequentemente, desencadeando efeitos fisiológicos ou farmacológicos RECEPTORES IONOTRÓPICOS ⇒ DESPOLARIZAÇÃO OU HIPERPOLARIZAÇÃO Receptores ionotrópicos ↳ Constituem de associação entre várias subunidades proteicas, cada qual contendo vários segmentos trasnsmembranares ↳ Essas estruturas oligoméricas, são canais iônicos abertos/ativados por ligantes (hormônios ou fármacos) .: canais iônicos ativados por ligantes são classificados como receptores ↳ A maior parte dos ligantes para esses canais iônicos são neurotransmissores Receptor nicotínico da ACh (acetilcolina) → canal catiônico (Na+, Ca2 e K FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 7 Os receptores ionotrópicos possuem cinco subunidades, expressas pelas letras do alfabeto grego na imagem B, sendo as subunidades α, iguais, as quais expressam o sítio de ligação para o hormônio .: duas subunidades em cada receptor ionotrópico .: 2 sítios de ligação em cada receptor ionotrópico .: para que haja a ativação do receptor ionotrópico, serão necessárias duas moléculas do hormônio/fármaco Receptor NMDA do glutamato → canal catiônico (Na+, K e Ca2) FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 8 Receptor GABAa → permeável a íons Cl- .: mediante sua ativação tem-se a entrada de cloreto no neurônio, deixando sua membrana com um potencial/voltagem mais negativa, ficando hiperpolarizando, o que justifica seu caráter inibitório ↳ Mecanismo geral de ativação dos receptores ionotrópicos No caso de um receptor canal de Na+, com a ligação do hormônio, por exemplo aacetilcolina, duas moléculas do hormônio ligam-se nas subunidades alfa gerando uma mudança conformacional que resulta na abertura do poro, logo, entra sódio, despolarizando a célula Dessa forma, o mecanismo de ação é dependente de ligante e a resposta depende diretamente do ligante, uma vez que quando entra Na+, despolariza, no caso de entrar Cl-, hiperpolariza, o mesmo acontece no caso da ocorrência de saída de K. .: depende do íon que entrou ou saiu, e do hormônio que ativa Ligação nas duas subunidades alfa Mudança conformacional Ativação do receptor FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 9 Abertura do poro para entrada ou saída do íon .: dependendo da célula, o feito final desencadeado depois da sequência de ações descritas anteriormente resulta na resposta da ação do fármaco .: em seu efeito no organismo RECEPTORES METABOTRÓPICOS (denominação antiga), GPCRs OU RECEPTORES ACOPLADOS À PROTEÍNAS G ↳ Estruturalmente também apresentam 7 segmentos transmembranares, ou seja, possuem um sítio de ligação do lado de fora da membrana e, exteriormente à membrana, tem-se o domínio efetor/funcional, que por sua vez, mediante a uma ativação dos sítios externos, este, também sofre uma mudança conformacional, que por sua vez, resulta na ativação da proteína G .: efetivamente é quem inicia a via de sinalização quando o GPCR é ativado domínio extracelular de ligação com 7 domínio transmembranares + domínio efetor ↳ Mais de 50% dos fármacos:medicamento, atualmente, agem sobre esse tipo de receptor .: são os receptores mais relevantes até hoje OBS Existem 20 proteínas G, e dessas 20, 15 são efetoras, ou seja, podem acoplar esses receptores .: que possuem ação em via de sinalização intracelular FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 10 IMPORTANTE - PROTEÍNAS G Estas, são assim denominadas, em virtude de sua ligação aos nucleotídeos de guanina, GTP e GDP, e atuam na regulação da ativação e inibição das vias de sinalização celulares mediadas por hormônios/fármacos, sendo portanto, importantes transdutores biológicos (processam a mensagem e ativam outra molécula no interior da célula) No estado de repouso, a subunidade α das proteínas G encontram-se ligadas a uma molécula de GDP. Mediante ao acoplamento do agonista no receptor, a subunidade α da proteína G troca a molécula de GDP por uma de GTP, e esse complexo α-GTP atua na célula de uma forma, e o β-γ atua sobre outra célula. Posteriormente, tem-se uma enzima que vai hidrolisar o GTP ligado à subunidade α, logo, inativando a proteína G, levando-a novamente ao estado de repouso. FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 11 Com a chegada de um agonista ligando-se ao domínio de ligação extracelular acarretando em uma mudança conformacional, que também vai ocorrer no domínio efetor, que terá sua afinidade pela proteína G aumentada .: quando o GPCR encontra-se em sua forma inativa, em repouso, o domínio efetor apresenta uma baixa afinidade pela proteína, entretanto, se o receptor é ativado, o domínio efetor também sofre uma conformacional, de forma a expor regiões que apresentam maior afinidade à proteína G Mediante ao acoplamento do agonista ao receptor, a molécula de GDP se dissocia/"sai" da subunidade α da proteína G, e a molécula de GTP entra em seu lugar OBS Não acontece uma fosforilação do GDP em GTP, mas sim, uma dissociação do GDP da subunidade α possibilitando a ligação do GTP Agora, o GTP ligado a subunidade α, se dissocia das das subunidades beta e gama, tornando-se, então, uma proteína G ativa FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 12 A geração e a trasndução de sinais intracelulares, desencadeados após a ativação de GPCRs, depende de diferentes sistemas efetores 3 PRINCIPAIS TIPS DE PROTEÍNAS G → Gs, Gq/11 e Gi/o) .: após sua ativação, estas, desencadeia/ativam, diferentes vias de sinalização Sistema efetor Gs-Ciclase de anenilil AC - proteína G do subtipo Gs ⤷ Proteína G estimulatória (Gs) ⤷ Estimula a adenilil ciclase ⤷ Dessa forma, pós ser ativada, a subunidade α-GTP vai estimular a adenil ciclase, a qual por sua vez, vai atuar na conversão de uma molécula de ATP em AMPc AMP cíclico), também denominado nesta via, de segundo mensageiro. De forma subsequente, o AMPc vai ativar a PkA (proteína quinase A, também conhecida como proteína dependente de AMPc), aqual, por sua vez, vai atuar fosforilando os substratos que possui afinidade, ativando-os, logo, tem-se a geração do efeito farmacológico FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 13 Contração do músculo liso e cardíaco → o GPCR regula a concentração citosólica de Ca2, sendo que no músculo liso resulta em uma redução do cálcio, enquanto na célula muscular cardíaca, tem-se o efeito contrário, com um aumento do Ca2. ... tal ponto ocorre porque a pKA ativada possui afinidades distintas quando em regiões distintas GS no músculo liso Agonista se liga ao receptor promovendo uma mudança conformacional, logo, o domínio efetor intracelular teve sua afinidade aumentada à proteína G, que nesse caso é a GS, a qual foi ativada. Dessa forma, ao ser ativada, o complexo α-GTP vai ativar a adenilil ciclase, a qual por sua vez, vai atuar convertendo ATP em AMPc. O AMPc vai ativar a proteina cinase A, que no músculo liso, por possuir afinidade ao canal de potássio, é atraída a este, fosforilando-o, logo, sendo ativado e aberto, e por consequência, possibilitando a saída de K rumo ao meio extracelular .: a membrana hiperpolariza Contudo, no músculo liso, a PKA fosforila os canais de potássio, possibilitando a saída do íon de K para o meio extracelular, logo, resultando em uma hiperpolarização. Quando a hiperpolarização é gerada pela saída de K, o canal FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 14 de Ca2 é inativado por hiperpolarização na membrana celular, e por consequência, tem-se um relaxamento muscular em decorrência da ausência de Ca2 .: RELAXAMENTO DO MÚSCULO LISO Gs no músculo cardíaco O processo inicial é o mesmo, mediante a uma molécula sinalizadora, tem-se a alteração conformacional e ativação da proteína G, em que o complexo subunidade α-GTP ativa a adenilil ciclase, que por sua vez, vai converter ATP em AMPc, o qual vai ativar a PKA. Nesse caso, a PKA vai fosforila o canal de Na+, sendo então ativado, e consequentemente, com a abertura do canal de sódio, este, entra na célula, resultando então, em uma despolarização da membrana, e por consequência a à despolarização, tem0se a ativação do canal de Ca2 voltagem dependente, possibilitando a entrada de Ca2 no meio intracelular. Dando sequência, mediante a um aumento do cálcio citosólico, tem-se a ativação do receptor de rianodina no retículo sarcoplasmático .: as reservas de Ca2 aumentam ainda mais no meio citosólico .: ação da calmodulina por meio da ativação do complexo cálcio- calmodulina, ativando então, a sinase da cadeia leve de miosina = CONTRAÇÃO DA MUSCULATURA CARDÍACA Sistema efetor Gq/11PLCβ1 FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 15 A subunidade α-GTP ativa uma fosfolipase, fosfolipase Cβ1, que vai converter o PIP2 (fosfolipídeo de membrana) em DAG (diacilglicerol) e IP3 (trifosfato de inositol). O DAG segue ficando próximo à membrana, por ser lipofílico, enquanto o IP3 (segundo mensageiro), hidrofílico, segue rumo ao retículo endoplasmático, região de armazenamento de Ca2. O IP3 possui um canal iônico na membrana do retículo sarcoplasmático .: ao ativar o canal, este, é aberto, possibilitando a saída de cálcio, que por sua vez, começa a ativar o canal de rianodina, fazendo então, com que mais cálcio saia do retículo. Dessa forma, tem-se a ativação da PKC, proteína cinase dependente de cálcio, juntamentecom o DAG, fosforila o canal de cálcio da membrana, ativando-o, logo, com a abertura do canal, entra ainda mais Ca2 para o meio intracelular. Sempre que o receptor for acoplado a proteína Gq/11, no final do processo, o resultado será o aumento do Ca2, via IP3 Ca2 saindo do retículo e ativando a PKC junto ao DAG e DAG (ativando a PKC, e por consequência, tem-se a fosforilação do canal de Ca2 na membrana das células, possibilitando ainda mais sua entrada .: Sempre que o receptor acoplado Gq/11 for ativado , vai haver um aumento nas concentrações citosólicas de cálcio Sistema efetor Gi/o - AC, canais de K e PLCβ2 Inibe a adenilil ciclase FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 16 Ativação de canais de K nas células alvo, ou, ativação da PLC2 Subunidade αGTP ↳ A subunidade αGTP da proteína Gi/o, atua de forma a inibir a adenilil ciclase logo, impede a conversão do ATP à AMPc, possuindo então, seus níveis reduzidos .: SEMPRE que a proteína Gi/o for ativada por um GPCR, os níveis de AMPc reduzirão, uma vez que a proteína vai inibir a adenilil ciclase. ⇣ AMPc .: não ativação da pKa (proteína quinase A, proteína dependente de AMPcque atua na fosforilação dos substratos sob os quais possui afinidade de forma a gerar o efeito farmacológico .: sem efeito OBS Quem manda nesse 'pedaço" é a subunidade βγ Subunidade βγ ↳ O dímero βγ atua ativando, os canais GIRK (canal de K ativado por proteína G e/ou a fosfolipase Cβ2, a depender da célula a ser analisada Canais GIRK → neurônios e cardiomiócitos PLCβ2 (fosfolipase Cβ2 → demais células que expressarem receptores acoplado à Gi/o IMPORTANTE Ativação do sistema efetor Gi/o em neurônios e cardiomiócitos Em neurônios e cardiomiócitos, a subunidade βγ apresenta afinidade aos canais GIRK, canais de potássio ativados por proteína G inibitória, ativando-os, os quais vão abrir, logo, o K, por se encontrar mais concentrado no interior da célula, tende a sair desta, de forma a resultar em uma hiperpolarização Hiperpolarização = inibe neurônios e miócitos cardíacos (depende da entrada de sódio para despolarizar, seguida da entrada de cálcio para contrair), uma vez que a célula não é despolarizada .: inibe neurônios e produz o relaxamento dos cariomiócitos Ativação do sistema efetor Gi/o nas demais células Aqui, as subunidade βγ ativam a PLCβ2 (fosfolipase Cβ2, que assim como a β1, atua na converção do fosfolipídeo de membrana PiP2 em IP3 e DAG .: com resultado final, tem-se um aumento do Ca2 FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 17 .: se o receptor GPCR for acoplado à Gi/o e ativado no cardiomiócito ou neurônio, a subunidade βγ ativa o canal GIRK de forma a possibilitar a saída de K, hiperpolarizando a membrana, e por consequência, resultando em uma inibição neuronal e em um relaxamento da musculatura cardíaca; enquanto que nas demais células, a subunidade βγ ativa a PLCβ2 (fosfolipase Cβ2, a qual vai converter PIP2 em IP3 e DAG, resultando em uma aumento de Ca2 OBS Dessensibilização e internalização de GPCRs (receptores acoplados à proteína G → a dessensibilização ocorre quando o receptor deixa de ser sensível ao receptor ou fármaco .: no momento em que tomamos um fármaco de forma prolongada, o que acaba acontecendo em casos de fármacos utilizados no tratamento de condições clínicas que afetam o sistema nervoso central, começa- se a observar que com a dose inicial, não esta sendo observado o mesmo efeito, devendo então, aumentar a dose, e isso, pode acabar gerando uma tolerância e o paciente se tornar dependente As GRK's são proteínas cinases, que atuam fosforilando o receptor, logo, quando se tem uma ativação frequente/persistente do receptor GPRC, a GRK é ativada como um mecanismo de proteção da célula .: a GRK é estimulada a fosforilar o FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 18 receptor, justamente no domínio efetor do receptor, impedindo então, que o domínio efetor consiga ativar a proteína G .: o agonista mesmo se ligando não consegue ativar o receptor e consequentemente a proteína G, processo este, denominado de dessensibilização, em que o receptor deixa de ser sensível ao hormônio/fármaco .: é uma forma de controle da ação exacerbada por ativação/estímulo prolongado do receptor. Entretanto, apenas as GRKs, de forma individual, não conseguem dessensibilizar de forma suficiente à reduzir o estímulo do receptor, tem-se então, a atuação de uma proteína denominada arrestina, proteína intracelular que bloqueia a interação com a proteína G, produzindo então, uma maior profundidade e um maior tempo da dessensibilização ao fármaco. Ex.: Tem-se 100 receptores de membrana acoplados à proteína G e 10 GRKs, logo, 10 GRKs dessensibilizam 10 receptores. Dessa forma, ao continuar ingerindo o fármaco, por ainda restarem 90 receptores livres, a resposta promovida pelo fármaco vai continuar sendo observada/desencadeada .: por si só, a dessensibilização com o GRK, não é suficiente para diminuir o estímulo do receptor, carecendo de outra atuação, que nesse caso, é a participação das arrestinas, proteínas que vão atuar justamente no bloqueio dos outros receptores por meio de uma endocitose do receptor, sendo este, internalizado em vesículas, logo, a quantidade de receptor expresso na membrana é reduzida Tolerância reverssível/aguda → quando ocorre a endocitose do receptor, o indivíduo começa a sentir que possui certa tolerância ao fármaco, uma vez que necessita de uma dose maior para possuir/observar uma resposta farmacológica semelhante .: a recomendação é que seja realizado o desmame, nunca cessandoa ingesta do fármaco de forma abrupta. Dessa forma, se o desmame for feito de forma correta, a célula vai reconhecer uma redução da dose, logo, a ativação do receptor, a via de sinalização e o efeito, também serão atenuados .: o receptor internalizado é reciclado depois de um tempo, sendo reinserido à membrana (expresso novamente à membrana) Tolerância irreverssível/crônica → ao permanecer com a ingesta do fármaco, mesmo sabendo que encontra-se com certa tolerância, a célula destrói os receptores internalizados pela arrestina, uma vez que a resposta não diminuiu, mesmo com a atuação do GRK e com a arrestina, sendo então, o receptor, direcionado a uma via de degradação lisossômica, onde será degradado, não FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 19 conseguindo mais retornar à membrana, desenvolvendo então, uma tolerância irreversível. Dessa forma, caso seja no sistema nervoso central, essa tolerância pode vir a evoluir a uma dependência química e psicológica, por exemplo. RECEPTORES CATALÍTICOS ↳ Todos compartilham de uma organização estrutural comum OBS Tirosina cinase fosforila aminoácidos tirosina ↳ Tipos: Receptores Guanilil Ciclase Transmembranar Receptores de Citocinas Receptores Tirosina Cinase RTKs) ↳ Cascata de sinalização FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 20 Dentre os hormônios que ativam estes receptores catalíticos tem-se a insulina e fatores de crescimento, por exemplo. ETAPAS Ligação do agonista Dimerização; mudança conformacional Autofosforilação do aminoácido tirosina Fosforilação de GRB2; acoplamento de uma proteína adaptadora Cascata de cinases Inicialmente o receptor encontra-se em sua forma monomérica, e em decorrência do ligamento do hormônio ao receptor, tem-se sua 1° etapa de ativação, que consiste em uma dimerização, ou seja, ao se ligar, o hormônio promove uma mudança conformacional que resulta em uma dimerização, em que o monômero "ligado" se une a outro .: dimerização Após a dimerização, na porção catalítica/enzimática do receptor, tem-se um processo de auto-fasforilação, ou seja, um receptor fosforila o outro, sendo então, uma etapa caracterizada por uma autofosforilaçãoda tirosina, resultando então, na ativação do receptor FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 21 Por fim, de forma a promover uma ativação total do receptor, tem-se o acoplamento de uma proteína denominada proteína adaptadora, também conhecida como GRB2, sob o receptor, processo que ocorre em decorrência da autofosforilação, uma que a etapa anterior resulta em um aumento de afinidade para que a GRB2 se acople ao receptor na região intracelular, mais especificamente no domínio enzimático do receptor. Dessa forma, GRB2 atua ativando uma via de sinalização intracelular, as quais podem depender ou não da proteína RAS (proteína que atua na conversão de GTP em GDP, ativando outras cinases, que passam a ser ativadas de forma seguida por reações de fosforilação), logo, ativam uma via de sinalização de cinases intracelulares .: cascata de cinases, a qual, ativa fatores de transcrição que regularão a síntese de proteínas em diversos processos celulares, como a proliferação, sobrevida, apoptose, metabolismo, etc.. .: a cascata de sinalização resulta em um estímulo da transcrição gênica EGFR = fator de crescimento GRB2 se acopla e ativa a RAS, que estimula a cascata de fosforilação, até a ativação de fatores de transcrição reguladores de inúmeros processos OBS Tem-se fármacos inibidores em cada etapa do processo de ativação e funcionamento da via, sendo fármacos utilizados principalmente no tratamento de neoplasias, não sendo fármacos tão agressivos quanto às quimioterapias que FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 22 agem sobre o DNA das células, matando-as, mas sim, estes, atuam impedindo a transcrição dos genes que vão aumentar a proliferação celular, a sobrevida, induzir resistência a apoptose, reduzir a vascularização tumoral, ... RECEPTORES INTRACELULARES CITOSÓLICOSNUCLEARES Estes receptores não são expressos na membrana, e possuem uma região que interage com o hormônio/ligante, um CLE citosólico ou nuclear (.: a substância que precisa ativar o receptor tem que ser bastante lipofílica, uma vez que precisa atravessar a membrana para ativar ou bloquear o receptor), além de um domínio de interação com o ligante, uma proteína inibidora, no caso do receptor INATIVO, sendo esta, denominada, em suma, de HSP90, que inibe sua ativação, e, um domínio de ligação do DNA (faz com que o receptor se acople ao DNA quando ativado) e outro de ativação da transcrição (regula a transcrição), estimulando-a. FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 23 OBS Geralmente esses receptores intracelulares, são receptores esteroides, como o cortisol (citosólico), estrogênio nuclear), ..., uma vez que são bastante lipofílicos RESUMINHO... FARMACODINÂMICA RECEPTORES FISIOLÓGICOS E MECANISMOS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS 1.0 24
Compartilhar