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SEMIOLOGIA E EXAME CLÍNICO

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ESTOMATOLOGIA
MARIANNE MOURA
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SEMIOLOGIA E EXAME CLÍNICO
SEMIOLOGIA
A semiologia é a ciência que estuda os sinais e sintomas da doença. Apresenta grande importância na estomatologia, pois através dela podemos chegar ao diagnóstico das lesões que estudamos. 
Divisão da semiologia
· Semiotécnica: técnica da pesquisa dos sinais e sintomas e se resolve na arte de explorar (coleta de dados básicos)
· Propedêutica: demanda o grupamento dos dados recolhidos pela semiotécnica, tentando fazer correlações com as doenças que conhecemos e chegar até a hipótese diagnostica e presumir o prognóstico dessa doença. 
Classificação dos sintomas
· Sintoma comum: comum a várias doenças como dor, edema etc.
· Sintoma Patognomônico: sintoma característico de uma doença e pode nos levar a fechar um diagnóstico mais rapidamente, como por exemplo vesículas e bolhas presente na herpes recorrente.
· Sintoma Anatômico: modificação do normal anatômico, por exemplo algumas lesões em língua que podem comprometer a inervação e função da língua, podendo deixar ela paralisada. 
· Sintoma/sinal prodrômico: acontece antes da eclosão clinica de uma determinada doença.. À exemplo da dormência ou prurido que aparece antes do aparecimento de lesões de herpes recorrente. 
Diagnóstico 
É uma atividade unitemporal realizada em determinado instante do processo clínico e representa o nome ou a identificação do processo mórbido presente. 
Tipos de diagnóstico
· Direto: dado quando tem-se sinal ou sintoma patognomonico 
· Presuntivo: hipótese diagnóstico
· Diferencial : quando comparamos uma lesão com outra que apresenta as mesmas características clínicas.
Prognóstico
É multitemporal, devendo o clinico pensar, com base nos dados obtidos, a evolução do caso ao longo do tempo. Segundo Genovese, é o estudo da marcha, duração e término da doença. É portanto, a antecipação teórica do desenrolar e do finalizar de um estado mórbido. 
Tipos de prognóstico 
· Ótimo 
· Bom
· Regular
· RuimNeoplasias Malignas
· Péssimo
· Sombrio
Dependência do prognóstico
Irá depender de: 
· Tipo da doença
· Dano funcional
· Efetividade na terapêutica
· Condições gerais do paciente
· Condições psíquicas do paciente
Plano de tratamento
Obedece, segundo Gregori, os critérios de Necessidade e Oportunidade, ou seja, haver a doença instalada e ter os recursos para oferecer uma terapia ao paciente, além do mesmo ter condições sistêmicas e psicológicas para absorver esse comportamento. 
Tipos de terapêutica
· Efetiva: quando se sabe e se retira o agente causal. Exemplo: antibioticoterapia.
· Sintomática: quando não se sabe ou sabe o agente causal, mas não pode retirá-lo totalmente. Uso de corticóides em lesões dermatológicas com repercussões em cavidade oral. 
· De suporte: precisa-se instituir uma terapêutica, mas o paciente não tem condições de recebe-la e faz-se uma terapia de suporte antes da efetiva. Recuperação de doenças de base, como por exemplo anemia, para que o paciente possa receber uma efetiva do tipo cirúrgica.
Proservação 
É o acompanhamento clínico e eventualmente laboratorial, periódico do paciente ao longo do tempo. O resultado final da proservação poderá ser a cura completa da doença, com ou sem sequelas. 
Poderá determinar o controle clínico do doente ou a permanência do mesmo sob terapia de manutenção. 
Etapas da metodologia clínica
· Coleta de dados básicos: subjetivos (anamnese) e objetivos (exames físico). 
· Abordagem ao paciente: É importante estabelecer uma comunicação cuidadosa e honesta, além de criar uma relação de confiança com paciente cooperador. 
Anamnese
A anamnese pode ser ampla ou direcionada, sendo a ampla a que executamos na disciplina. Temos a identificação do paciente, queixa principal, história da doença atual, história médica e odontológica e revisão dos sistemas.
Anamnese ampla
· Questionário completo: nos mostra todos os detalhes do paciente, porém é mais demorado. 
· Questionário orientado: não se tem todos os dados do paciente, apenas as necessárias para execução das especialidades no momento. 
EXAME FÍSICO
No exame físico, vemos os sinais vitais do paciente (respiração, pulso, PA, temperatura corporal), pele da face, glândulas salivares maiores, linfonodos, tecidos moles da boca, dentes, exame periodontal e ATM. 
Manobras semiotécnicas 
· Inspeção
· Palpação
· Percussão
· Olfação
· Auscultação
Exame extra-oral 
Durante o exame extra-oral, é importante fazermos a palpação dos linfonodos Normalmente, eles se apresentam do tamanho de uma ervilha, móvel e indolor. Utilizamos o dedo indicador e médio. 
Exame intra-oral
Fazemos o exame dos lábios, língua, palato, gengival, ventre de língua etc.
Lábios
O que encontramos no lábio normal? 
Superfície rósea e brilhante, lubrificada pela saliva e em direção ao vermelhão do lábio superfície mais firme e avermelhada.
O que se deve observar? 
Simetria, modificação de coloração, áreas de atrofia e ceratores. 
Com o que se preocupar? 
Ulcerações (suspeitas de malignidade), fissuras (queilite angular), vesículas e bolhas (herpes simples e mucocele), alterações de pigmentações (síndrome de Peutz Jeghres) e tumefações (angioedema). 
lesão ulcerada em lábio
Mucosa Jugal 
O que se deve encontrar? 
Mucosa de coloração rósea, superfície lisa e brilhante e lubrificada pela saliva. 
O que podemos encontrar?
Grânulos de Fordyce, leucoedema (faixa de coloração branco-acinzentada que aparece na linha de oclusão que quando esticada desaparece), linha alba e papila do ducto excretor da glândula parótida.
Com o que devemos nos preocupar? 
Leucoplasias e líquen plano. 
líquen plano
leucoplasia em mucosa jugal
Gengiva
O que devemos encontrar?
Gengiva inserida com aspecto de casca de laranja, gengiva marginal e papila gengival.
O que podemos encontrar? 
Quadros de gengivite (gengiva marginal vermelha e edemaciada), hiperplasia gengival ( por drogas como fenitoína e bloqueadores de cálcio, puberdade, gestação, discrasias sanguíneas e leucemia), periodontite e Gengivite ulcerativa necrotisante (invasão pulpar, pseudomembrana e odor fétido). 
leucoplasia em gengiva
nódulo em rebordo alveolar 
nódulo em face lingual de rebordo alveolar 
Palato duro
O que devemos observar? 
Mucosa revestindo osso, com superfície lisa e brilhante, de coloração rosa pálido e as impressões palatinas. 
O que podemos encontrar? 
Tórus palatino, estomatite nicotínica e candidíase eritematosa. 
Com o que devemos nos preocupar? 
Hiperplasia papilar, fibroses, hiperplasia fibrosa, ulcerações, leucoplasias e eritroplasias. 
ulceração em palato duro 
Palato mole
Como proceder durante o exame? 
Não palpar devido à ânsia de vomito e observar simetria.
O que podemos observar? 
Lesões brancas persistentes e lesões vermelhas
Quando indicar biopsia? 
Em lesões que duram mais que duas semanas com história de tabagismo. .
Lingua
Preparação do exame:
Usar gaze no ápice da língua, puxando-a para fora da boca gentilmente e virando-a para a direita e para a esquerda. Depois apalpe a superfície lingual à procura de massas ou nódulos. 
O que se deve examinar? 
Dorso e ventre da língua além dos bordos laterais direito e esquerdo. 
O que podemos observar?
Fissuras dorsais, glossite migratória benigna (língua geográfica), glossite romboidal mediana, varicosidades e margens laterais com endentações. 
Com o que devemos nos preocupar? 
Macroglossia, microglossia, carcinoma lingual, leucoplasia pilosa, leucoplasia pilosa, leucoplasia e paralisia do 12° par de nervo craniano. 
ulcera traumática em borda de língua 
Assoalho da boca
O que devemos observar? 
Mucosa de coloração rósea e lubrificada pela saliva, com área de transparência de vasos sanguíneos. 
O que podemos encontrar? 
Varicosidades
Com o que devemos nos preocupar? 
Ulcerações profundas e de bordos elevados, edemas e tumefações, obstrução dos ductos excretores de glândulas salivares maiores (submandibular e submentoniana) e menores. 
extensa lesão leucoplásica em assoalho de boca
LESÕES FUNDAMENTAIS
Mácula
Área localizada com alteração de cor, que não se encontra nem elevada e nem deprimidaem relação aos tecidos circunjacentes. 
 
Pápula
Lesão sólida, elevada, com menos de 5mm de diâmetro. 
Nódulo 
Lesão sólida, elevada e com mais de 5mm de diâmetro. 
Úlcera
Lesão caracterizada pela perda da superfície do epitélio e frequentemente de parte do tecido conjuntivo adjacente. Na maioria das vezes se apresenta deprimida ou escavada. 
Erosão
Lesão superficial, originando-se, muitas vezes, secundariamente à ruptura de uma vesícula ou de uma bolha, sendo caracterizada pela perda parcial ou total da superfície epitelial. 
TIPOS DE CRESCIMENTO 
Séssil 
Descreve crescimento ou tumor em que a base é a porção mais larga da lesão. 
Pedunculado
Base é mais estreita que o restante da lesão. 
Papilar
Crescimento ou tumor exibindo numerosas projeções na superfície
Verrucoso
Crescimento com superfície áspera ou verrucóide
Vesícula
Bolha superficial com 5mm ou menos de diâmetro, preenchido com material transparente. 
Bolha
Vesícula grande, com mais de 5mm de diâmetro. Quando preenchida por exsudato purulento chama-se pústula. 
Fissura
Estreita e semelhante a uma fenda ou sulco. 
Placa
Lesão ligeiramente elevada e com superfície plana. 
Petéquia
Área de hemorragia puntiforme e circular. Quando é mais larga se chama equimose. 
Cisto
Cavidade patológica revestida por epitélio, preenchida muitas vezes por conteúdo liquido ou semissólido. Pode ser do tipo unilocular ou multilocular.

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