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Anatomia dos órgãos genitais femininos ANATOMIA PÉLVICA FEMININA Os órgãos genitais feminino é constituídos por órgãos produtores de gametas responsáveis pelo seu transporte, bem como pela estrutura óssea e muscular de sustentação, podendo ser dividida em parede abdominal, estrutura pélvica e genitália interna e externa. PAREDE ABDOMINAL ( não está no slide de aula ) Não possui proteção óssea, e a coluna lombar é a única parte do esqueleto situada nesta região. As porções posteriores e ântero laterais são eminentemente musculares e se adaptam às alterações impostas pela gravidez. Linhas violáceas ( estrias gravídicas ) são causadas pela distensão nesse período e permanecem após o parto (linhas albicans ou albicans). Regiões da parede abdominal: Dividida superficialmente em 3 andares. Principais funções da parede abdominal são: proteção dos órgãos abdominais e auxílio a musculatura dorsal nos movimentos do tronco e a manutenção da posição ereta e estabilização da pelve durante o movimento de repouso. Para essas funções a parede apresenta alta resistência com um mínimo de espessura. Primeiro grupo muscular- 3 pares musculares, oblíquo externo, oblíquo interno e transverso são sobrepostos a parede anterolateral do abdome, com as fibras em sentidos opostos. Segundo grupo muscular é reto abdominal e piramidal que estão em um plano anteromedial. O conhecimento da anatomia da parede abdominal é importante para orientar as incisões cirúrgicas. ESTRUTURA PÉLVICA BACIA ÓSSEA ❖ Ossos da pelve: ● Íliaco, Ísquio, Pube ● Sacro (fusão de 5 vértebras) ● Promontório Sacral ● Cóccix (fusão de vértebras rudimentares) ● Sínfise Púbica A pelve verdadeira é formada pelos dois ossos ilíacos articulados posteriormente com a região sacrococcígea da coluna vertebral e, anteriormente entre si pela sínfise púbica, ambas articulações semi móveis. É dividida em estreito médio superior, médio e inferior, sendo o superior o mais relevante clinicamente. 1. Pelve Maior – Acima da Linha Arqueada 2. Pelve Menor – Inferior a Linha Arqueada ❖ Estreito superior (abertura superior): Situada no nível das linhas terminais. Limites: ● Promontório ● Asas do Sacro ● Articulação sacro-ilíaca ● Linha arqueada ● Eminência Íleo-Pectínea ● Tubérculo Púbico ● Borda Superior da Sínfise Púbica Passa pelo promontório sacral, asa do sacro, linhas arqueadas e pectinas, tubérculo pubico e borda superior da sínfise púbica Diâmetros: ● Conjugado ou Ântero-posterior: borda superior da sínfise púbica ao promontório sacral, no plano mediano. 11 cm ● Conjugado Obstétrico: face interna da sínfise púbica no promontório sacral, no plano mediano. É a menor distância entre sínfise e promontório. ● Conjugado Diagonal***: Da borda inferior da sínfise púbica ao promontório sacral, no plano mediano, podendo ser medido pelo toque vaginal, advindo daí a sua importância clínica ( Se o promontório não pode ser tocado no toque vaginal, o diâmetro anteroposterior da abertura superior da pelve é = adequado para parto normal; Se promontório palpável = pelve contraída) *** importante é notado ao exame clínico ● Diâmetro Oblíquo: estende-se da juntura sacroilíaca, de um lado, à eminência iliopúbica do lado oposto. 12 cm ● Diâmetro Transverso: mede a maior largura da abertura superior da pelve. Transverso Máximo: 13 cm. Transverso médio: equidistante sacro-pub: 12 cm ❖ Estreito médio: Limites: ● 1/3 Inferior do Sacro ● Espinhas Isquiáticas ● Borda Inferior do Pube Diâmetro: entre as espinhas ciáticas ● Diâmetro antero posterior -Sacro médio-público: do meio de S3 até o meio da face posterior da sínfise púbica = 12 cm ● Transverso-Biisquiático: de espinha a espinha isquiática = 10,5 cm. Ponto de maior estreitamento no canal de parto ❖ Estreito inferior Limites: ● limite anterior: Borda Inferior da sínfise púbica ● Ramo Isquío-Púbico ● Tuberosidades Isquiáticas ● limite posterior: Extremidade do Cóccix Diâmetros: ● ântero-posterior(cóccix-púbico): 9,5 cm (11,5 cm com a retropulsão do cóccix) ● transverso: Biisquiático ou Bituberoso (entre as tuberosidades isquiáticas) = 11cm CLASSIFICAÇÃO DA PELVE: É segundo a abertura superior da pelve. ginecóide: abertura superior arredondada androide: abertura superior em forma de copas de baralho antropoide: abertura superior em forma oval longo e estreito platipelóide: abertura superior ovoide com o maior eixo transversal. LIGAMENTOS / MÚSCULOS / ESTRUTURAS DE SUSTENTAÇÃO DA PELVE 1.Diafragma Pélvico: Composto por: -Músculo Coccígeo -Músculo Elevador do ânus = formado por músculos pubococcígeo + Iliococcígeo + puborretal A lesão do elevador do anus durante o desprendimento fetal no parto ocasiona a ruptura perineal em graus variáveis. 2.Diafragma Urogenital. Formado por: M. transverso profundo do períneo e M. esfíncter uretral (livro) -M. Bulboesponjoso; -M. Isquiocavernoso; -M. Transverso superficial do períneo; -M. Transverso profundo do períneo; -M. Esfíncter externo da uretra; -M. Esfíncter externo do ânus. 3.Parede Lateral da pelve Formado por: -Músculos Piriforme -M. Obturador Interno -Músculo Iliopsoas •Dicas do Gordinho!!!! 1 - Os músculos da camada superficial são: bulbocavernoso (BC), isquiocavernoso (IC), transverso superficial e profundo e esfíncter anal externo os quais participam da esfera sexual, promovendo a ereção do clitórise as com trações da vagina durante o orgasmo. 2 - Os músculos da camada profunda: são os músculos elevador do ânus (pubococcígeo-PC, puborretal -PR, pubovaginal- PV, elevador da próstata - EP e iliococcígeo) e o músculo coccígeo (ou isquiococcígeo). Estes músculos também circundam a uretra, a vagina e o reto. ❖ Estruturas de Suspensão - Ligamento Uterossacro - Ligamento Cardinal (cervical lateral) A lesão e o estiramento desses ligamentos causam prolapso uterino, e a falha de fixação dessas estruturas na vagina durante a histerectomía acarreta o prolapso de cúpula. - Fáscia ou Ligamento PuboVesicoCervical Sua lesão leva a cistocele e a uretrocele. ❖ Estruturas de Contenção - Fáscia Endopélvica - Ligamento Largo ❖ Estruturas de Sustentação - Diafragma Pélvico - Diafragma Urogenital A fáscia retovaginal quando lesionada na porção anterior causa retocele e a porção posterior ( no fundo de saco de douglas) causa enterocele. Frequente em multíparas. IRRIGAÇÃO ❖ sistema arterial ● Artéria Sacral Média-> art. aorta ● Artérias Ilíacas Internas (hipogástricas)-> art. ilíaca comum - Ramo Anterior da ilíaca interna / Parietal: Artérias Glúteas, Sacral Lateral, Ramos ilíacos e Pudenda Interna. - Ramo Posterior / Visceral: Artérias Uterina, Vaginal, Retal Média, Visceral Inferior e Umbilical ● Artérias Ovarianas-> art. aorta abdominal. Unem as artérias uterinas para formar a Art. tubárica. ❖ Sistema Venoso Acompanha o Arterial - Exceção: Veia Ovariana Direita => Veia Cava Inferior Veia Ovariana Esquerda => Veia Renal Esquerda DRENAGEM LINFÁTICA Feita por vasos linfáticos que se originam nas paredes do útero, trompas, ovários e vagina que se dirigem aos seguintes agrupamentos: ● grupamento ilíaco externo e interno ● grupamento ilíaco comum ● grupamento para-aórtico ( aórtico ) ● grupamento inguinal superficial ● grupamento inguinal profundo (linfonodo de cloquet) INERVAÇÃO: 1 – inervação somática: ● Plexo lombossacro – inervações motoras e sensoriais para parede inferior do abdome, diafragma pélvico e urogenital, períneo, quadril e membros inferiores por meio dos nervos: - n. ílio-hipogástrico - n. ílio-inguinal - n. femorocutâneo lateral - n. femoral - n. genitofemoral - n. obturador - n. glúteo superior e inferior - n. cutâneo posterior da coxa - n. ciático- n pudendo 2 – inervação autônoma: ● Plexo aórtico ( localizado lateralmente à coluna vertebral ) ● Plexo ovariano: inerva os ovários, parte das trompas e do ligamento largo ● Mesentérico inferior: inerva o cólon esquerdo, sigmóide e reto ● Hipogástrico superior ou pré-sacral: principal plexo responsável pela inervação pélvica. ÓRGÃO GENITAL INTERNO ● Ovários: Par de órgãos ovóides, sólidos e rosa-acinzentados. Medem 3-4 cm de comprimento, 2cm de largura e 1 cm de espessura, pesando 4 a 8g. Localizados lateralmente ao útero, posteriormente ao ligamento largo e inferiormente as trompas uterinas. sustentado pelo ligamento suspensor do ovário, ligamento ovariano, mesovario e infundíbulo-pélvico. - Folículo primordial: oócito primordial é envolto por camada única de células epiteliais achatadas, as (células foliculares) circundadas por uma membrana basal delgada. - Folículo primário: oócito primário cresce e adquire uma cobertura rica em glicoproteína (zona pelúcida), sendo envolvidas por células cilíndricas (agora chamadas de células da granulosa) - Folículo secundário ou pré-antral: Zona pelúcida se torna mais evidente e ocorre proliferação celular na camada da granulosa. Estroma sofre alterações surgindo a camada tecal. Dentro do folículo ocorre acúmulo progressivo de líquido, originando o antro. As células foliculares envolvem o oócito, formando a corona radiata. A massa de células da granulosa é denominada cúmulo oóforo. - Folículo maduro (de Graaf): estágio pré-ovulatório no qual o folículo atinge seu desenvolvimento máximo. o oocito primário completa a primeira divisão meiótica pouco antes da ovulação, formando um oócito secundário e um corpo polar, o primeiro corpo polar. Oócito secundário só completa a segunda divisão meiótica depois da fertilização. - Folículo atrésico: pode incidir em qualquer fase do desenvolvimento folicular, sendo marcado por processo de degeneração. - Corpo lúteo: é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo, a teca externa (cápsula), com seu parênquima sendo constituído por dois tipos de célula: leteinuco-granulosas e teca luteínicas. quando involuem são chamados de corpo albicans ( cicatriz fibrosa na superfície ovariana) As células Luteínicas-granulosa segregam progesterona. As tecaluteinicas, que agregam na periferia, segregam os estrogênios. Se o óvulo não for fertilizado o corpo lúteo involui em 9 dias após a ovulação. Quando ocorre a fertilização e implantação, o corpo lúteo passa a ser chamado de corpo lúteo gravídico, continuado a crescer e funcionando até a placenta assumir a produção desses hormônios. ● Trompa uterina: Tubas uterinas ou trompas de falópio. São tubulares bilateral, localizada no mesossalpinge. Uma extremidade se abre na cavidade peritoneal, ficando em contato com o pólo superior do ovário através das fímbrias e a outra extremidade na região cornual do útero. Medem cerca de 10-15 cm de comprimento e 1cm de diâmetro. É nelas que ocorre a fertilização e clivagem inicial do zigoto. ● Útero: Órgão pélvico, móvel, muscular e piriforme. Mede 7 cm de comprimento, 4 cm de largura, 2-3cm de espessura, localizado entre reto e bexiga e faz comunicação com a cavidade abdominal com a vagina, fixando-se na parede pélvica lateral, na porção supracervical, pelos ligamentos cardinais ( mackenrodt), e na porção posterior pelo ligamento uterossacros. Posição comum é anteversoflexão. Dividido em fundo, corpo, istmo e cérvice. As trompas se abrem de cada lado e no fundo do cérvix tem a vagina. Composto por miométrio e revestido por endométrio internamente e externamente pelo perímetro. ● Vagina: Órgão tubuloso fibromuscular entre o cérvix e o vestíbulo da vagina, responsável pela cópula e comunica o útero ao meio externo com aproximadamente 10cm de comprimento. ÓRGÃO GENITAL EXTERNO ● Vulva: Formada por: monte pubiano, labios maiores e menores, clitoris, himen, orifício das glândulas vestibulares maiores, comissura labial posterior, orifício das glândulas paraureterais e óstio vaginal e ureteral. ● Períneo: Região entre o monte-de-vênus e as nádegas. Recebe o diafragma urogenital. Embriologia e Diferenciação Sexual. Sexo genetico é determinado na feucndação por meio da transmissao do codigo genetico pelo pai e pela mae, resultando em um ser 46XX ( mulher ) e 46XY (homem). Esse sexo marca a diferenciacao sexual, iniciando pela diferenciacao das gonadas ( sexo gonadal do individuo). Sexo gonadal é determinado pela gonada presente naquela pessoa, a qual fica estabelecida pelo sexo genetico. Ja o sexo somatico ou fenotipico é o responsavel pelo sexo legal, psicossocial e de criacao do individuo. EMBRIOLOGIA : FISIOLOGIA E ETIOPATOGENIA Diferenciação ovariana: é a diferenciacao gonadal que é determinada pelo sexo genetico. - inicia aproximadamente 7-9ª semana Diferenciação testicular: ● 5ª semana => pregas gonadais. Pois as gônadas ainda estão indiferenciadas, resultando em proliferação do epitélio celômico e condensação do mesênquima subjacente denominado de pregas gonadais. ● 6ª semana => - céls germinativas penetram a gônada indiferenciada (precursoras dos oócitos e das espermatogônias), que antes só possuíam região cortical e medular, com células epiteliais que darão origem a células da granulosa ou as de sertoli, e com as células mesenquimais que darão origem às células da teca ou as de leydig. - embrião contém um par de túbulos mesonéfricos ou de Wolff (potencial de desenvolver genitália interna masculina); par túbulos paramesonéfricos ou de Müller (potencial de desenvolver genitália interna feminina) - Início da diferenciação testicular: para isso ocorrer precisa da presença do fator determinante testicular (TDF) produzido pelo gene presente no cromossomo Y na região SRY. ● 7ª semana=> Se XY surge célula de sertoli (capazes de manter alta concentração local de androgênios na 8 semana) e cordão testicular, onde estarão as células germinativas. A cel de sertoli produz uma proteína ligadora de androgenio e tem grande importância para diferenciação da genitália interna masculina como também para espermatogênese. A diferenciação do testiculo é pelo TDF e androgênio e é um processo ATIVO. ● 8ª semana XY => As células de Leydig são responsáveis pela produção de androgênio , formadas a partir do mesênquima dos cordões testiculares. ● 9a semana=> Se XX tem a diferenciação ovariana que é PASSIVA, que se dá pela ausência de fator determinante testicular. As células germinativas que não possuem o Y penetram na gônada, iniciam sua diferenciação para OOGÔNIAS, são circundadas por células do epitélio superficial ( futuras células da granulosa ) e formam o folículo primordial, e a diferenciação das oogônias ocorre até prófase I da divisão meiótica que serão chamadas de oócitos. 6-7 mi na metade da gestação e 1-2 mi no nascimento DIFERENCIAÇÃO DA GENITÁLIA INTERNA. Todos possuem dois pares de ductos genitais, que são canais mesonéfricos ( Ductos de Wolff) e os paramesonéfricos ( Ductos de Muller ). O ducto de Wolff se forma antes do Ducto de Muller que ficam lateralmente aos já citados, que unindo-se caudalmente formam complexo canalicular, o qual dará origem ao útero e vagina. ● Ducto de Wolff: - dará origem ao epidídimo, a vesícula seminal e ao ducto deferente ● Ducto de Muller: - dará origem ao útero, trompas e a ⅔ superiores da vagina No sexo masculino as celulas de leydig iniciam a produçao de testosterona na 8ª semana, e as celulas Sertoli procuzem o fator inibidor do ducto mulleriano (MIF) de ação local e unilateral, que inibira o desenvolvimento dos ductos Muller, permitindo entao a diferenciacao dos ductos de Wolff com a formacao da ganitalia interna masculina de acordo com a gonada homolateral. Isso só ocorre se houver a produção localizada e adequada de testosteronapela célula de Leydig e a produção adequada de proteína ligadora de andrógenos pela célula de Sertoli. No sexo feminino, ausencia do cromossomo Y e de testiculo funcional determinara a falta de MIF, permitindo a diferenciacao dos ductos de Muller, os quais formacao as trompas, o utero e os tercos proximal e medial da vagina, portanto o desenvolvimento da genitalia interna feminina é por um processo passivo em razao da ausencia de MIF. Remanescentes do ducto de Muller são as hidátides de morgani, paraoóforo e ductos de Gartner. A fusão dos ductos de Muller dará origem ao útero e aos ⅔ superior da vagina, com a permanência inicial do septo de fusão vertical que vai desaparecendo cranialmente, com a completa canalizacao da vadina na 18ª ate 22ª semana, quando finaliza a formação da genitália interna feminina. DIFERENCIAÇÃO DA GENITÁLIA EXTERNA Indiferenciada em ambos os sexos até a 8ª semana. A presença de androgênios ( formação de dihidrotestosterona pela 5α-redutase, a partir da testosterona) determinará a formação de genitália externa masculina e a ausência determinará a formação de genitália feminina. Algumas estruturas estão presentes em ambos os sexos até 8ª semana como, tubérculo genital ( dará origem ao penis e ao clitoris ), pregas labioescrotais ( dara origem ao escroto e aos grandes lábios) e as pregas uretrais ( dará origem a uretra do homem e pequenos lábios na mulher ) Genitália externa masculina: Se dá especialmente pela ação da dihidrotestosterona, um metabólito da testosterona. A enzima 5 alfa- redutase é a responsável pela transformação da testosterona em diidrotestosterona. No estado indiferente o intestino primitivo, aparelho urinário e genital desembocam em uma cloaca. Na sexta semana de vida o septo urorretal, divide a cloaca em reto e seio urogenital. O processo de diferenciação da genitália externa finaliza por volta da 14ª semana. O descenso testicular ocorre em torno da 32ª semana. • Pela ação dos andrógenos testiculares, ocorre o alongamento do tubérculo genital para formar o pênis. • Este crescimento arrasta as pregas urogenitais que se fundem entre si ao longo da superfície ventral do pênis e formam a uretra peniana. • O fechamento progressivo das pregas urogenitais faz com que o orifício uretral externo se localize finalmente na extremidade da glande. • Os corpos cavernosos e esponjosos se desenvolvem a partir do mesênquima do falo. As tumefações labioescrotais crescem em direção à linha média e, ao se fundirem, formam o escroto Genitália externa feminina: As glândulas vestibulares maiores se formam por invaginação do seio urogenital. O processo de diferenciação da genitália externa feminina finaliza por volta da 20ª semana com a canalização da vagina. • O tubérculo genital se desenvolve pouco e se transforma em clitóris. • As pregas urogenitais se fundem somente frente ao ânus e o restante não fundido forma os pequenos lábios. • As tumefações labioescrotais se fundem nas proximidades do ânus para formar a comissura labial posterior e também, pela frente do clitóris, para formar a elevação chamada monte de Vênus, ao passo que a maior parte da região externa, não fundida, origina os grandes lábios. • A porção distal do seio urogenital se transforma no vestíbulo da vagina, onde desembocam a uretra, a vagina e as glândulas vestibulares TIPOS DE MALFORMAÇÃO UTERINA: ● Útero Unicórnio Nesta anomalia, o útero é originado a partir do desenvolvimento de um dos canais de Müller, e da ausência, ou interrupção, do desenvolvimento do canal contralateral.4,7,9 Trata-se de um defeito de fusão lateral, ainda que assimétrico. Caracteriza-se pela normalidade de uma das cavidades, da respectiva trompa de Falópio e do respetivo colo uterino, e, contralateralmente, por diferentes estádios de desenvolvimento incompleto. ● Útero Didelfo Nesta anomalia verifica-se um defeito completo da fusão dos dois canais müllerianos, com o contínuo desenvolvimento dos canais, individualmente.4,7,9 Obtém-se, assim, duplicação do útero, do colo do útero e dos dois terços proximais da vagina. Por vezes, pode existir duplicação de outras estruturas, como a vulva, bexiga, vagina e ânus.4,7 Em alguns casos, existe um septo vaginal transverso que obstrui um dos lados da vagina proximal, causando sintomatologia por fluxo menstrual retrógrado, como dismenorreia secundária a endometriose, infecções e adesões pélvicas. Estes casos estão frequentemente associados a agenesia renal ipsilateral que caracteriza o Síndrome Herlyn-Werner-Wunderlich ● Útero Bicorno O útero bicorno tem origem na fusão incompleta ou parcial dos dois canais de Müller. Esta anomalia pode ter algumas variações, consoante o nível do processo de fusão em que o fator etiológico o interrompe. Um útero bicorno completo apresenta dois cornos uterinos divididos até ao orifício interno do colo, não havendo comunicação entre as duas cavidades. Há uma variante intermédia desta anomalia uterina, o útero bicorno parcial, em que existe uma indentação profunda entre os dois cornos uterinos, com uma cavidade central acima do nível do orifício interno do colo, evidenciando algum grau de fusão lateral, ainda que incompleto. Nas formas mais ligeiras existe uma pequena indentação na cavidade fúndica que se pode definir se for igual ou superior a 1 cm. Em alguns casos pode ter associado um septo vaginal longitudinal, dificultando o diagnóstico, por difícil diferenciação de um útero didelfo. Cada uma das cavidades uterinas apresenta anatomia local normal, com presença de tecido laxo entre os dois cornos uterinos. À histerossalpingografia, e à semelhança do útero didelfo, apresenta forma em “Y” típica. O útero bicorno corresponde a cerca de 10% das anomalias müllerianas. ● Útero Septado Esta malformação uterina origina-se por anomalia na reabsorção do septo que separa as duas cavidades criadas pelos canais müllerianos, após a fusão destes. Isto é, contrariamente aos casos anteriormente referidos, como o útero bicorno e o útero didelfo, esta malformação não se trata de um defeito de fusão lateral dos canais müllerianos, mas sim de um defeito na reabsorção do septo remanescente após a sua fusão, pelo que o contorno externo do útero tem aparência normal. Como referido anteriormente, dependendo do momento de interferência no processo de reabsorção do septo, podem originar-se diferentes formas anatómicas de malformação. Caso não exista qualquer reabsorção origina-se um útero com septo completo, ficando as duas cavidades separadas por uma divisão fibromuscular que é contínua com o fundo e com o orifício interno do colo uterino, sem presença de qualquer comunicação entre as duas. Caso a reabsorção do septo se inicie mas seja interrompida a dado momento, vai formar-se um útero com septo de extensão variável e comunicação entre as suas duas cavidades. Tal como na sua extensão, também na sua composição o septo apresenta variações, podendo exibir diferentes proporções de miométrio e tecido fibroso. ● Útero Arqueado Esta malformação é a forma mais suave de septo uterino, resultando de anomalias no final da reabsorção do septo inter-Mülleriano. Por esta ser uma pequena variação da anatomia normal, e por não lhe serem geralmente atribuídos resultados reprodutivos significativamente divergentes em relação às mulheres com úteros normais, alguns autores argumentam que esta malformação deveria ser considerada apenas uma variante do normal. ● Útero exposto a Dietilestilbestrol (DES) O útero exposto a DES in útero sofre diversas alterações no seu desenvolvimento, com aquisição de um aspecto característico: útero com cavidade com forma em “T”, geralmente hipoplásica, com alargamento do seu segmento inferior, presença de bandas constritoras medianas e de bordos endometriais irregulares. Verifica-se uma correlação de 42% a 69% entre a ingestão de DESna gravidez e a presença destas anomalias nas filhas Esteroidogênese O colesterol é a matéria prima da esteroidogênese. Exceto a placenta, mas todos os órgãos produtores de esteróide são capazes de produzir colesterol no retículo endoplasmático liso a partir de radicais acetatos. Essa produção não é o suficiente e a maior parte desse precursor usado na esteroidogênese é de origem sérica. O colesterol é transportado na circulação sanguínea por lipoproteínas de baixa densidade LDL, as quais são ligadas a receptores de membrana específicos nas células dos órgãos esteróides poéticos, o que possibilita a entrada do colesterol na célula. ETAPAS DA ESTEROIDOGÊNESE para prova: esteroidogênese ovariana. Esteroidogênese ovariana: A formação dos hormônios esteróides é dada a partir do estímulo das gonadotrofinas- hormônio do foliculo-estimulante (FSH) e o LH. a esteroidogênese ovariana acontece no córtex, mais especificamente nas células da teca e da granulosa, que exercem papéis complementares, formando o ‘’sistema de duas células''. Esteroidogênese na fase folicular: Na vida intrauterina, o folículo se desenvolve independente de ação hormonal até o estágio pré-natal. No início de cada ciclo é iniciada a produção hormonal estimulada pelo FSH, que possibilitará o desenvolvimento folicular. As células da teca contém somente receptores para LH. Quando o LH se liga a esses receptores, esse hormônio ativa o AMPc ( o complexo enzimático responsável pela conversão do colesterol em androstenediona e testosterona), ou seja, converterá então o colesterol em androstenediona e testosterona. Então esses hormônios passam por difusão para as células da granulosa, lá vao servir de substrato para produção de estrogênios. Nos folículos pré-antrais, os androgênios também contribuem para a ativação do complexo de aromatização. Caso se apresentem em altas doses (androgênios), elas favorecem a outra via enzimática, da 5-alfa-redutase, responsável por converter o androgênio em 5-alfa-androgênio. Esse produto (5-alfa-androgênio), não pode ser convertido em estrogênio, além disso ele inibe a aromatização e a formação de receptores de LH nas células da granulosa. Todos esses fenômenos acabam determinando atrofia folicular. Nas células da granulosa, o FSH, também via AMPc, vai ativar o complexo enzimático denominado aromatização. A partir de uma cadeia de reações enzimáticas, a androstenediona e a testosterona são convertidas em estrona e estradiol. No folículo pré-natal, a produção de estrogênio vai estimular a proliferação das células da granulosa e então terá aumento do líquido folicular, formando uma cavidade no folículo e transformando-o em folículo antral. O folículo antral sob ação do FSH, mantém seu crescimento e produção crescente de estrogênio e determinarão a diminuição da secreção de FSH pela hipófise, o que leva a redução da atividade da aromatase e, consequentemente, a androgenização intrafolicular e atresia. Entretanto, um dos folículos recrutados não sofre a influência dessa diminuição do FSH, passando então, por transformação que permite a continuação do seu crescimento- o folículo dominante. Ainda por essa influência, passa também a expressar receptores para LH nas células da granulosa, evento fundamental para que ocorra a ovulação. Outros peptídeos produzidos na célula da granulosa em resposta ao FSH são inibina e ativina. A inibina aumenta o efeito de estimulação do LH sobre a síntese de androgênios nas células da teca, e a ativina exerce importante atividade autócrina, aumentando a ação do FSH por crescimento da produção de seus receptores. Apresenta também como efeito a supressão da síntese de androgênios nas células da granulosa. Esteroidogênese na fase lútea: Após a ovulação o folículo roto, passa por uma série de transformações estruturais, bioquímicas e hormonais, transformando-se em corpo lúteo. Na fase lútea, células da granulosa ficam mais proeminentes que as da teca. Passam a produzir estradiol e progesterona, sob estímulo do LH, mesmo em baixas doses. Apesar do sistema de duas células continuar existindo, o papel do FSH no estímulo da produção de estradiol é substituído pelo LH. No corpo lúteo, a secreção de estradiol e progesterona ocorre de modo intermitente, pois acompanha os pulsos de LH. A fase folicular tem que ocorrer normalmente para que a produção da fase lútea seja adequada. O acúmulo dos receptores de LH na célula da granulosa na fase folicular garante a luteinização do folículo roto e por isso, a adequada esteroidogênese do corpo lúteo. Na fase lútea inicial o LH tem um dos papéis mais importante que é estimular a produção dos receptores de membrana para LDL no corpo lúteo. Esses receptores garantem a entrada do colesterol na célula que é substrato para produção de estradiol e progesterona. Sob efeito do LH, as células do corpo lúteo também produzem inibina A que, em associação com estradiol e progesterona, que irá inibir a liberação de FSH. Consequentemente, impedirá que inicie um novo desenvolvimento folicular. A produção de inibina B deixa de existir, e a inibina A passa a ser produzida nas células da granulosa quando o número de receptores de LH cresce no folículo dominante e esse hormônio passa a controlar a produção folicular. Com a luteinização aumentam as concentrações de desmolase e da 17-hidrogenase, ampliando a produção de estrogênio e progesterona, com a progesterona apresentando o seu pico máximo cerca de 8 dias após o pico de LH. Após 14 dias, o corpo lúteo deve continuar sendo estimulado pela gonadotrofina coriônica humana (HCG), que contém molécula muito semelhante ao LH e portanto, ocupa seus receptores. Caso isso não ocorra, o corpo lúteo degenera, se transformando em corpo albicans. METABOLISMO DOS HORMÔNIOS ESTERÓIDES Os hormônios esteróides, na corrente sanguínea, tendem a se ligar em proteínas específicas que são denominadas severas. A forma responsável pela atividade biológica é a pequena fração que permanece livre. Os estrogênios e androgênios terminais se ligam, principalmente, à globulina de ligação dos hormônios sexuais (SHBG), que podem ter seus níveis alterados em determinadas situações, o que também altera o nível de fração livre desses hormônios. A gestação, a administração de estrogênios e o hipertireoidismo aumenta o nível de SHBG, enquanto administração de corticoide, androgênios, progestogênios, hormônio do crescimento, insulina e de IGF-I leva a diminuição de seus níveis. A SHBG também sofre a interferência do peso corporal. Seus níveis são inversamente proporcionais ao índice de massa corporal. Assim, pacientes com aumento de peso apresentam baixos níveis de SHBG. A hiperinsulinemia e a resistência à insulina também acarretam a diminuição da SHBG. Por isso, esses pacientes podem apresentar distúrbio da função ovariana associados. Os esteróides são metabolizados principalmente no fígado, onde são esterificados para se tornarem hidrossolúveis e serem eliminados na urina. Embora o conhecimento das vias percorridas pelos esteróides em seu catabolismo seja importante, vale ressaltar que para fins propedêuticos imediato, todas as dosagens de importância clínica são realizadas no sangue. Fisiologia do Ciclo Menstrual É uma sequência de eventos que por meio de interação dinâmica entre hipotálamo, hipófise e ovario (eixo-hipotálamo-hipófisis-ovario), resulta em ovulação e preparo do útero para uma possível gravidez. ● duração habitual do ciclo menstrual 25-35 dias (aula) ● intervalo: ciclo de 21-35 dias; média 28 dias ● duração: 1-8 dias ● fluxo menstrual: 20-80ml 1. oligomenorréia: ciclos irregulares com intervalo superior a 35 dias 2. polimenorréia: ciclos com intervalo menor que 21 dias 3. menorragia ou hipermenorreia: ciclos regulares com volume acima de80 ml ou com mais de 7 dias de menstruação 4. metrorragia: sangramento menstrual irregular 5. menometrorragia: sangramento menstrual excessivo, prolongado, com intervalos frequentes e irregulares 6. hipomenorréia: ciclos regulares com sangramento reduzido FUNÇÃO HIPOTALÂMICA Neuro hormônios liberados pelo hipotálamo: ● Hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH): age sobre a hipófise e estimula a liberação de gonadotrofinas. ● Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH): regula a liberação do hormônio de crescimento (GH) ● Hormônio liberador de corticotrofina (CRF): regula a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) ● Hormônio liberador da tireotrofina (TRH): regula a secreção do hormônio estimulador da tireoide (TSH). O GnRH é liberado de maneira pulsátil pelo núcleo arqueado do hipotálamo e age sobre a hipófise anterior por meio do sistema porta-hipofisário, modulando a liberação de gonadotrofinas (hormônio folículo-estimulante FSH e hormônio luteinizante LH). Pelo tempo de meia vida do GnRH (2-4min) ele precisa ser liberado constantemente e em pulsos. Essa secreção ocorre mediante complexa interação do mecanismo feedback, tanto positivo como negativo, de acordo com os esteróides ovarianos. A pulsatilidade do GnRH varia conforme a fase do ciclo, sendo mais frequente, mas com menor amplitude, na fase folicular em comparação com a fase lútea. Essa interação desse eixo é o responsável pelo ciclo menstrual. FUNÇÃO HIPOFISÁRIA: A neuro hipófise promove a secreção de ocitocina e da vasopressina (hormônio antidiurético ADH). A adenohipófisis, segrega varios hormonios (FSH, LH, ACTH, TSH e prolactina) os quais são liberados na corrente sanguínea pelo sistema porta-hipofisário em resposta a modulação dos hormônios hipotalâmicos específicos já citados. Portanto sua função está totalmente relacionada com a função hipotalâmica. Ambas gonadotropinas (LH, FSH) são liberadas por gonadotrofos (células) em resposta ao estímulo pulsátil do GnRH, e o GnRH age nessas células ao se ligar aos seus receptores específicos presentes na membrana. Essa liberação de gonadotrofinas ocorre em pulsos e varia conforme o ciclo menstrual. FUNÇÃO OVARIANA Dividida em 3 fases: ● fase folicular: É o período de crescimento e desenvolvimento do folículo, que formará o folículo maduro. Uma sequência de eventos hormonais gera alteração no folículo, fazendo com que cresçam de folículo primordial para pré- antral, antral até virar folículo pré-ovulatório. Essa fase dura 10-14 dias. Os oócitos fazem mitose até a 8ª semana embrionária com um número de 6-7 mi até a 20ª semana. A partir desse momento começa um processo de atresia folicular que reduz esse número para 1-2 mil e na puberdade chega em torno de 300 mil. Estima-se que 400 folículos irão ovular ao longo da vida reprodutiva. O número de folículos que inicia seu crescimento folicular de um ciclo parece ser dependente do pool folicular remanescente. Um aumento dos níveis de FSH é o fator crucial para resgatar uma corte de folículos, e o folículo que será destinado a ovular em meio a essa corte já é selecionado logo nos primeiros dias do ciclo. O folículo primordial é um oócito parado no estágio diplóteno da prófase I, circundado por uma única camada de células pavimentosas da granulosa. O primeiro sinal de desenvolvimento folicular consiste no aumento do oócito e nas modificações nas células da granulosa, que se tornam cubóides, as quais se multiplicam, e o folículo se torna primário. Com a evolução das células do estroma ovariano adjacente começa a diferenciação que formará tecas interna e externa. Com o crescimento, continua a proliferação celular da granulosa e a diferenciação das células da teca, e então o oócito passa a ser circundado por uma membrana chamada de zona pelúcida, sendo chamado de folículo pré-antral. O crescimento e desenvolvimento é dependente de gonadotrofinas, o que resulta em aumento da produção de estrogênio. Até o estágio do folículo pré-antral não tem receptor específico de FSH nas células da granulosa. Com o desenvolvimento desse folículo essas células vão adquirir esse receptor, o que torna elas aptas para sintetizar os 3 esteróides sexuais ( progesterona, andrógenos e principalmente estrogênio) O FSH age em sinergismo com estrogênio, oque propicia a proliferação das células da granulosa e o acúmulo do receptor de FSH. Sob o estímulo de FSH tem aromatização dos androgênios em estrogênios ( transformação da androstenediona em estrona e da testosterona em estradiol), que possibilita ao folículo a criação e manutenção de um microambiente estrogênico necessário para seu desenvolvimento e amadurecimento. Androgênios são substratos para aromatização e são convertidos em estrogênio, e o androgênio em baixas concentrações melhora ainda mais a atividade da aromatase. Por isso, há essa formação de um microambiente folicular mais androgênico, o que torna possível a atresia folicular. Portanto o sucesso de um folículo, ou seja, a capacidade de se desenvolver e ser dominante do ciclo (selecionado para a ovulação), se deve a capacidade de converter com sucesso o seu microambiente em estrogênico. Essa seleção do folículo dominante acontece entre 5-7º dia do ciclo menstrual. Quando os folículos começam seu crescimento, junto é iniciado a produção e acúmulo de líquido entre as células da granulosa, formando uma cavidade chamada antro se tornando então um folículo antral, e as células da granulosa que circundam o oócito, passa a se chamar de cumulus oophorus. No início, nos folículos pré-antrais e antrais, os receptores de FSH estão presentes somente nas células da granulosa, e receptores de LH somente nas células da teca. Portanto, há uma interação bem importante entre os compartimentos da granulosa e teca. Em resposta ao LH, as células da teca vão produzir andrógenos que serão aromatizados em estrogênios na célula da granulosa sob estímulo do FSH. Essa interação da teca e granulosa se chama ‘’sistema de duas células, duas gonadotrofinas’’. Com avanço da fase folicular ocorre aumento pregressivo dos níveis de estrogênio produzido pelo folículo, fazendo com que esse estrogênio gere um feedback negativo com o FSH. A diminuição dos níveis de FSH se inicia no 5º dia do ciclo e causa um declínio da atividade da aromatase, que é dependente da ação do FSH, gerando uma limitação na conversão de androgênios em estrógeno pelo folículo imaturo, ainda em desenvolvimento, que resulta em microambiente androgênico para eles que dá margem para que ocorra a sua atresia. Portanto, o feedback negativo que o estrogênio exerce sobre o FSH serve para inibir o desenvolvimento de todos os folículos e auxilia na seleção do folículo dominante. Assim, essa seleção se deve à maior proliferação das células da granulosa, a presença de maior número de receptor de FSH, que consequentemente tem uma melhor ação do FSH que leva a um microambiente folicular estrogênico. No 9º dia do ciclo, a vascularização do folículo dominante se dá em dobro quando comparado aos outros, o que favorece e causa maior aporte de gonadotrofinas ao folículo dominante e o permite sustentar seu desenvolvimento apesar da redução do FSH. Com a evolução da fase folicular as células da granulosa precisam adquirir receptor de LH para responder ao pico ovulatório LH e se tornarem um corpo lúteo adequado. Assim, o FSH induz o desenvolvimento do receptor de LH na célula da granulosa dos folículos antrais. Com aumento da produção de estradiol durante a fase folicular há um feedback positivo sobre a liberação do LH. Para ocorrer o pico de LH é preciso que tenha um nível de estradiol em 200 pg/ml durando mais de 50 horas. Esse nível de estradiol ocorre após o folículo maduro atingir o diâmetro médio 15mm. No período pré ovulatório tem um pico de estradiol de 24-36 horas antes da ovulação, e o pico de LH ocorre quando o nível de estradiol é atingido. Sob açãodo pico de LH há a retomada da primeira divisão meiótica. O ovócito completa sua primeira divisão meiótica e interrompe a segunda divisão no estágio metáfase II. Além disso, o LH promove a luteinização das células da granulosa do folículo dominante , o que resulta na produção de progesterona. O aumento do nível de progesterona nesta fase pré-ovulatória, vai auxiliar na ação do estradiol sobre o feedback positivo necessário à ocorrência do pico de FSH no meio do ciclo. ● Fase de ovulação: Ovulação ocorre de 10-12 horas após o pico máximo de LH e cerca de 24-36 horas após o pico de estradiol. O início do pico de LH é o marcador mais confiável para determinar a ovulação, acontecendo 34-36 horas antes da ruptura folicular e tem que ser mantido por pelo menos 14-27 horas para ter completa maturação do oócito. O pico do LH induz o retorno da meiose e a luteinização da granulosa ( células da granulosa aumentam e se tornam vascularizadas), a expansão do cumulus oophorus e a síntese de prostaglandinas necessárias para ruptura folicular com liberação desse oócito maduro, em estágio de metáfase II. A meiose só será completada após a fertilização por um espermatozoide. O aumento do nível de LH gera um aumento progressivo de progesterona, que fará um feedback negativo na hipófise sobre a liberação de LH, e além disso a progesterona vai estimular enzimas proteolíticas que darão margem a destruição do colágeno, propiciando maiores distensões e afinamento da parede folicular para que ocorra a ovulação. ● Fase lútea: Após a ovulação tem a formação do corpo lúteo: as células da granulosa continuar a luteinização ( aumentando ) e diferenciam-se em células da teca com a incorporação ao corpo lúteo, além de haver angiogênese. O aumento dos capilares vai atingir o pico no 9º dia após a ovulação que vai coincidir com o pico de progesterona sérico. Para essa fase lútea ser adequada tendo uma formação de corpo lúteo competente é preciso de uma fase folicular adequada. A meia vida e a capacidade de produção de progesterona pelo corpo lúteo, depende do estímulo de LH. A progesterona vai atuar localmente e também no hipotálamo-hipófise, impedindo o crescimento e desenvolvimento folicular. No ciclo menstrual normal, a fase lútea ( que é o pico de LH até a menstruação) dura 14 dias aproximadamente, considerado normal 11-17 dias. A variações do tempo menstrual é principalmente pela variação na duração da fase folicular, que que essa fase lúteo não pode ser permanente, mesmo ocorrendo a manutenção do estímulo de LH. A função do corpo lúteo começa a diminuir de 9-11 dias após a ovulação. Se ocorrer uma gravidez, o HCG estimula de maneira eficaz o corpo lúteo, que fará sua manutenção e impedirá a sua regressão. Se não tiver gravidez, começa o processo de luteólise por meio de enzimas proteolíticas. ● Transição da fase lútea para a folicular de novo: O corpo lúteo atrésico, vai causar declínio dos níveis séricos de progesterona, do estradiol e da inibina, o que vai gerar aumento progessivo na frequência dos pulsos de GnRH, propiciando aumento dos níveis de FSH e resultando no recrutamento de um novo folículo. Esse aumento de FSH se inicia aproximadamente 2 dias antes da menstruação. ● RESPOSTA ENDOMETRIAL: ENDOMÉTRIO PROLIFERATIVO: pseudoestratificação; significativo número de glândulas, células estromais e células vasculares endoteliais. Síntese de DNA é intensa e a atividade mitótica é elevada (8º-10º dia do ciclo) ENDOMÉTRIO SECRETOR: atuação da progesterona. Permanece inalterado até o 7º dia após a ovulação. Crescimento restrito e as glândulas estão tortuosas, com colabamento dos vasos espiralados ENDOMÉTRIO MENSTRUAL: ruptura irregular do endométrio chamado de funcional. Correlacionado ao término do corpo lúteo. Espasmos vasculares que levam à isquemia. Produção de prostaglandinas RESUMO DO CICLO MENSTRUAL GnRH ● Produzido no núcleo arqueado ou infundibular ● Secreção pulsátil ● Controla as duas gonadotrofinas (LH e FSH) ● FOLICULAR: 60-90 min ● LÚTEA: 210-270 min ● Exercícios físicos,estresse, ansiedade, dietas radicais: podem alterar a pulsatilidade. Hipófise ● Situada na sela túrcica ● Adeno-hipófise: FSH, LH, Prolactina Obs: A prolactina, secretada pela hipófise num sistema de alça curta, atua sobre a liberação do GnRH. Tem a sua produção controlada por uma substância inibidora, a Dopamina. ● Neuro-hipófise: Ocitocina e ADH. FSH: Hormônio da primeira fase do ciclo menstrual. O FSH é uma glicoproteína e, como o LH, atua sobre as células da granulosa promovendo a aromatização dos precursores androgênicos produzidos nas células da teca e aumentando o número de seus próprios receptores, assim como dos receptores de LH. Este é responsável pelo rompimento do folículo pré-ovulatório e também atua sobre as células da teca no processo de formação do corpo lúteo. ● Age sobre as células da granulosa ● Responsável pelo crescimento folicular LH: Hormônio da segunda fase do ciclo menstrual ● Responsável pela ovulação (acontece no pico de LH) ● Age sobre as células da teca Esteroidogênese ovariana: LH: Células da Teca: Receptores para LH ; Apresenta função esteroidogênica; Irá produzir androstenediona/testosterona através do colesterol; FSH: Células da granulosa: Receptores para FSH O FSH ativa sinalização intracelular e faz a expressão da aromatase Androstenediona/testosterona migram para as células da granulosa sofrem ação da aromatase e são convertido em estrogênios (B-estradiol: estrogênio mais potente) Função: Conversão (não apresenta função esteroidogênica nesse momento). Ciclo Ovariano 1. Fase Folicular Iniciada pelo FSH ; Estrogênica; O estrogênio irá realizar um efeito de proliferação o estrato funcional) do endométrio uterino ; Altos níveis de estrogênio – Pico de LH (induz ovulação). Ocorre a maturação folicular : Folículo primordial → Folículo pré-antral→Folículo antral →Folículo pré ovulatório. O folículo dominante é o que possui maior quantidade de receptores de FSH e maior sensibilidade. ↣ Ovulação: ● Ovulação – ocorre entre as duas fases ● Pico de estrogênio ● Pico de LH (logo após o de estrogênio) 2. Fase lútea: É caracterizada pelo aumento agudo dos níveis de progesterona produzida pelo corpo lúteo. Progesterona atua localmente no ovário na supressão de novos crescimentos foliculares. - Na gestação o hCG mantém o funcionamento do corpo lúteo até a esteroidogênese placentária se estabelecer.Se não houver fecundação, ocorre regressão do corpo lúteo 12 a 16 dias após a ovulação. Redução dos pulsos de LH gradativamente >> Luteólise>> queda das concentrações de Progesterona e Estrogênio >> Redução do retrocontrole negativo sobre o FSH >> Aumento do FSH permitindo o desenvolvimento folicular do próximo ciclo Ciclo Uterino Divisão histológica endometrial 1. Profunda ou basal: Não responde funcionalmente aos hormônios ovarianos. 2. Média ou esponjosa: Reage intensamente a estimulação hormonal. 3. Superficial ou compacta: Inclui a região do colo das glândulas e o epitélio superficial. Divisão morfofuncional endometrial 1. Camada funcional: É a porção cíclica do endométrio. Compreende os dois terços superiores do endométrio. Sua finalidade é preparar-se para a implantação do embrião em fase de blastocisto. 2. Camada basal: Sofre pouca variação ao longo do ciclo, é responsável pela regeneração endometrial após a menstruação. O ciclo uterino é dividido em três fases: proliferativa , secretora e menstrual 1. Fase Proliferativa ➔ Fase folicular no ovário. ➔ Após 3-4 dias o endométrio inicia sua regeneração em resposta ao estímulo estrogênico. ➔ No início as glândulas endometriais são pequenas, tubulares e curtas, no final tornam-se alongadas e tortuosas. ➔ Inicialmente o endométrio possui aproximadamente 2mm de espessura chegando a 10 mm noperíodo pré-ovulatório. 2. Fase secretora ➔ Fase lútea no ovário. ➔ Progesterona produzida pelo corpo lúteo contrapõe ação estrogênica. ➔ As glândulas se encontram em processo progressivo de dilatação tornando-se cada vez mais tortuosas. ➔ Estroma edemaciado. ➔ Vasos sanguíneos espiralados. ➔ A atividade secretora atinge seu ponto máximo e o endométrio já se encontra preparado para implantação do blastocisto. Obs: Muco cervical : ● Estrogênio: - Torna o muco fluido, comparável a clara de ovo - Capacidade de filância, tornando-se elástico - Capacidade de cristalização ● Progesterona - Apresenta-se espesso, turvo e perde a distensibilidade. - Viscosidade 3. Fase menstrual ➔ Ruptura irregular do endométrio, pela interrupção da secreção das glândulas endometriais na ausência de implantação embrionária. ➔ Ocorre pela falência do corpo lúteo. ➔ A queda hormonal leva a espasmos vasculares causando isquemia e consequente perda decidual.
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