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1 Betina de Melo Ilkiu Sistema Genital Feminino Patologia II – Prática COLO UTERINO Referimos mais à lesão neoplásica, como o carcinoma de células escamosas uterinas, devido a sua grande importância. o Terceira causa de CA em mulheres (carcinoma de células escamosas uterinas). Ainda, o colo uterino, devido à sua exposição, está sujeito a processos infecciosos que culminam nas cervicites, com agentes patogênicos como a cândida (fungo) e Trichomonas vaginalis (protozoário). o Nesse cenário, o exame de Papanicolau é fundamental para a visualização dos agentes que acometem o colo uterino. → Zona de Transformação (ZT): no colo uterino a parte externa é denominada de ectocérvice (epitélio escamoso estratificado não queratinizado), enquanto a interna é a endocérvice (epitélio glandular mucossecretor – lubrificação da região). A transição entre o epitélio escamoso da ectocérvice para o epitélio glandular endocervical é a região denominada de JEC (Junção Escamo-Colunar); nas meninas pré-puberes é coincidente com o OCE. Quando a atividade hormonal tem seu início, ocorre o ectrópio: exteriorização da mucosa endocervical em direção à ectocérvice, ou seja, o epitélio colunar simples com suas glândulas na lâmina própria é exteriorizado para além do OCE. Porém, esse epitélio é pouco resistente ao pH vaginal e assim, é necessário que esse epitélio, agora agredido, seja transformado em um epitélio mais resistente → processo adaptativo: metaplasia escamosa. Muitas vezes o epitélio metaplásico obstrui os ductos das glândulas da lâmina própria, não deixando livre a passagem para que a secreção glandular seja eliminada e assim, Cistos de Naboth são formados. Ou seja, onde há cistos de Naboth, há áreas de metaplasia escamosa. É justamente nesse local, junto aos cistos de Naboth, que se encontra a Zona de Transformação. O problema da ZT não é a ocorrência de um processo metaplásico ou formação de cistos, mas sim que as áreas e células metaplásicas são mais sujeitas à ação carcinogênica, como por exemplo HPV (tropismo por todos os locais do corpo que apresenta epitélio escamoso: glande, pele, canal anal, períneo, vulva, mucosa oral, amígdalas tendo em vista o revestimento escamoso dos folículos linfóides amigdalianos). Laudo do Papanicoleu: “Presença de Células Metaplásicas” → é NORMAL! VÍDEO PASSADO EM AULA: https://www.youtube.com/watch?v=7vWPRpkfh6A https://www.youtube.com/watch?v=7vWPRpkfh6A 2 Betina de Melo Ilkiu → HPV: infecta a célula basal e modifica seu núcleo, alterando assim, a capacidade celular de amadurecimento e manifesta as alterações na superfície epitelial. Sendo assim, o intuito da raspagem realizada pelo exame do Papanicolau é justamente identificar essas alterações no padrão celular. Observa-se uma desestruturação do citoplasma celular com o estabelecimento de “buracos” ao redor do núcleo, elemento patognomônico do HPV, os coilócitos. Lembrando que há mais de 80 subtipos de HPV, sendo os de baixo risco o 6 e o 11, e os de alto risco 16 e 18. Ainda, podemos ter a infecção de HPVs de maior risco, nos quais as células de até metade ou de todo o epitélio podem ser alteradas → CATEGORIZAÇÃO → Alterações observadas a partir da metade da espessura do epitélio classifica-se como um NIC 2 e se for o epitélio todo classifica-se como um NIC 3; o próximo passo do NIC 3 é invadir a lâmina própria e instalar o carcinoma de células escamosas uterinas. o HPV 16 e 18 desorganizam a arquitetura celular desde baixo → NIC 3 o Cromatina salpicada e com aspecto granular: característica de célula basal ou parabasal infectada pelo HPV o EXAME DE PAPANICOLAU – intuito --> ENCONTRAR LESÃO PRÉ-CANCEROSA! LÂMINA 6: CISTOS DE NABOTH Podemos observar o epitélio escamoso da ectocérvice (primeiras lâminas) e o epitélio cilíndrico mucossecretor com glândulas no cório da endocérvice (últimas lâminas). Na terceira imagem de lâmina, no indicador, há a presença de vasos, sendo característico da ectocérvice. Há a presença de diversos Cistos de Naboth na ZT de um colo uterino normal. Presença de secreção dentro dos cistos. Note que acima dos cistos há epitélio escamoso, caracterizando, portanto, a metaplasia escamosa. Lembrando que essa é uma condição normal que só ira se tornar patológica se houver infecção por agentes como HPV. 3 Betina de Melo Ilkiu LÂMINA 19.1: NIC 3 TUMORES DO COLO UTERINO É importante enfatizar que aproximadamente todos os carcinoma de células escamosas cervicais surgem a partir de alterações epiteliais chamadas de NIC (neoplasia intraepitelial cervical), Entretanto, nem todos os casos de NIC progridem para câncer invasor,e, de fato, muitos persistem sem alteração ou mesmo regridem. NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL As alterações epiteliais do colo abrangidas pelo termo NIC iniciam-se dom displasia leve, chamada de NIC I ou condiloma plano. Esta lesão é caracterizada por alterações coilocitóticas principalmente nas camadas superficiais do epitélio. Coilocitose é uma alteração que apresenta hipercromasia nuclear e angulação, com vacuolização perinuclear, produzida pelo efeito citopático do HPV. Na lâmina 19.1, podemos observar a presença de diversos cistos de Naboth. Epitélio escamoso estratificado não queratinizado com a presença de infiltrados inflamatórios indicando presença de anormalidades em uma região da lâmina (imagem dois); em outra região, a espessura inteira do epitélio escamoso metaplásico está alterada com a presença de células com núcleos grandes e desorganizados, caracterizando um NIC 3. Ainda, é possível observar a presença de coilócitos (imagem 3). Em outras regiões da lâmina já ocorreu perda total da estrutura epitelial típica. Sabemos que se trata de um epitélio escamoso metaplásico devido à presença de glândulas na lâmina própria. 4 Betina de Melo Ilkiu Na NIC II, a displasia é mais grave, com a maturação dos ceratinócitos prolongando-se até o terço médio do epitélio. Ela está associada a variação do tamanho do núcleo e da célula, heterogeneidade da cromatina nuclear e mitoses acima da camada basal, estendendo-se até o terço médiio do epitélio. A NIC III é caracterizada por alterações ainda maiores no tamanho do núcleo e da célula, heterogeneidade acentuada da cromatina, orientação desordenada das células e mitoses normais ou anormais, afetando todas as camadas do epitélio e são caracterizadas pela perda de maturação. Com o tempo, as alterações displásicas tornam-se mais atípicas e podem se estender para as glândulas cervicais, mas as alterações permanecem confinadas à camada epitelial e suas glândulas. Estas alterações constituem o carcinoma in situ. O próximo estágio, caso ele apareça é o carcinoma invasor. 5 Betina de Melo Ilkiu CARCINOMA INVASOR Os carcinomas invasores do colo uterino desenvolvem-se na região da zona de transformação e variam desde focos microscópicos de invasão estromal precoce até tumores macroscópicos conspícuos que circundam o orifício externo. Assim, os tumores podem ser invisíveis ou exofíticos CORPO UTERINO LÂMINA 20: LEIOMIOMA Leiomioma e Leiomiossarcoma Os tumores benignos que têm origem nas células dos músculos lisos no miométrio são denominados leiomioma. Eles são o tumor benigno mais comuns em mulheres e são encontrados em 30 a 50% das mulheres em período reprodutivo. Na lâmina 20 podemos observar a presença de uma cápsula que separa o restante do miométrio. Presença de células fusiformes de musculatura lisa em crescimento para várias direções, porém os núcleos são homogêneos entre si.Figuras de mitose típicas. Ausência de áreas de necrose e ausência de áreas de hemorragia. 6 Betina de Melo Ilkiu Os leiomiomas podem ser totalmente assintomáticos e podem ser descobertos apenas em exame pélvico de rotina ou em necropsia. A manifestação mais frequente, quando presente, é a menorragia com ou sem metrorragia. Massas volumosas na região pélvica podem ser tornar palpáveis para a mulher ou podem produzir uma sensação de peso. Macroscopicamente, os leiomiomas são massas branco-acinzentadas endurecidas acentuadamente circunscritas, com a superfície espiralada. Microscopicamente, os tumores se caracterizam por feixes espiralados de células musculares lisas. Focos de fibrose, calcificação, necrose isquêmica com degeneração cística podem estar presentes Leiomiossarcoma Tipicamente originam das células mesenquimais do miométrio, não de leiomiomas pré-existentes. Eles são, quase sempre, tumores solitários, em contraste com os leiomiomas, frequentemente múltiplos. Macroscopicamente os leiomiossarcomas desenvolvem-se em vários padrões: massas volumosas infiltrando a parede uterina, como lesões polipóides se projetando para dentro da cavidade uterina, ou como tumores dissimuladamente discretos que se mascaram de grandes leiomiomas benignos. Eles são frequentemente macios, hemorrágicos e necróticos. Microscopicamente apresentam uma vasta variação celular, desde células que parecem com leiomiomas até tumores amplamente anaplásicos. As características diagnósticas incluem necrose tumoral, atipia citológica e atividade mitótica. 7 Betina de Melo Ilkiu LÂMINA (?): ADENOMIOSE OVÁRIO → Alterações de relação de crescimento e desenvolvimento ovariano geralmente estão associadas a síndromes genéticas, como o ovário em fita. O ovário entra como diagnóstico a mais para a caracterização de determinadas síndromes, por exemplo → Em contrapartida, processos de acúmulo e degeneração são raros → As ooforites, inflamações ovarianas, acontecem geralmente pela ascensão de microrganismos, como bactérias de trato genital inferior. Podem evoluir ainda, para contaminações tubárias com a formação de abcessos purulentos devido à inflamação ter como a gente patogênico, geralmente, as bactérias → Muitas vezes a falha na antibioticoterapia acaba submetendo a paciente a procedimentos cirúrgicos → Não é infrequente a presença de biópsias ou ooforectomias com a presença de reações granulomatosas de ovário (disseminação hematogênica da turberculose realizada pelo bacilo que acaba por afetar diversos órgãos, como ovários e testículos) NEOPLASIAS OVARIANAS Semelhantes às patologias do testículo; para termos neoplasia é necessário que uma população celular sofra alterações e no que diz respeito aos ovários, as células do ovário que pode sofrer alterações são: células epiteliais (epitélio superficial ou celômico), folículos na córtex ovariana (ovócitos → epitélio germinativo – camada granulosa e células da granulosa e ainda, células da teca folicular, tanto interna quanto externa), células de sustentação do estroma e ainda, células do estroma gonadal (teca, granulosa e tecido conjuntivo que sustenta tudo). o No ovário, apenas 7% dos tumores são relacionados a proliferação das células germinativas e a maioria, 90%, ao epitélio celômico superficial; células estromais gonadais apenas 3%, dando origem aos tecomas, fibromas, fibrotecomas e tumores das células granulosas Epitélio germinativo: no ovário não há seminoma, mas sim disgerminoma (extremamente raro). Há ainda o carcionoma embrionário, tumor do seio endodérmico, coriocarcinomas e TERATOMA → CÉLULAS GERMINATIVAS: pacientes jovens. TERATOMA Pode ser benigno que é o teratoma maduro (neoplasia de célula germinativa com a representação dos 3 folhetos embrionários → os maduros são bem diferenciados) ou, teratoma maligno (imaturos → um dos tecidos que compõe o A adenomiose refere-se ao crescimento da camada basal ado endométrio em direção ao miométrio. Ninhos de estroma ou glândulas endometriais, ou ambos, são encontrados profundamente no miométrio, entre os feixes de músculo. A parede uterina geralmente se torna espessada e o útero aumentado e globoso, como resultado da presença do tecido endometrial e de uma hipertrofia reativa do miométrio. Por derivarem da camada basal do endométrio, estas glândulas não apresentam sangramento cíclico. Apesar disso, a adenomiose acentuada pode produzir menorragia, dismenorreia e dor pélvica antes do início da menstruação. 8 Betina de Melo Ilkiu teratoma não é embrionariamente desenvolvido/diferenciado → temos um tecido indiferenciado dentro de uma neoplasia). Ainda, há teratomas benignos com pele, glândulas intestinais, epitélios respiratórios e outros, que em casos de presenças de patologias como carcinoma de células escamosas na pele desse teratoma se torna então, maligno. Exemplo: carcinoma papilífero na tireoide do teratoma. CISTOADENOMA, CISTOADENOCARCINOMA E TUMOR LIMÍTROFE Proliferação do epitélio superficial que adentra a córtex ovariana e começa a cistificar sem invadir a membrana basal → CISTOADENOMA que pode se dividir em: seroso e mucinoso (diferenciação para células caliciformes). É uma condição benigna que tem origem nas células superficiais do epitélio. Proliferação vegetante dentro do cisto com invasão para além da MB → CISTOADENOCARCINOMA, que também se divide em seroso e mucinoso. Algumas vezes há proliferação de tecido vegetante, mas sem infiltração, ou seja, ATIPIAS NA AUSÊNCIA DE INVASÃO E INFILTRAÇÃO DOS TECIDOS ADJACENTES → TUMOR LIMÍTROFE (tem as características de malignidade, mas não a pior que é invadir → nesse caso é removido o quanto antes → tratar como um ADENOCARCINOMA – de acordo com a idade e intenção de engravidar da paciente!). o Nas imagens aparecem formações heterogêneas (Sólido+cístico) Ainda, o ovário pode ser sítio de metástases de outros locais, geralmente, as metástases são provenientes do TGI, principalmente estômago (tumor mais comum é do epitélio do estômago – adenocarcinoma gástrico). Geralmente, são pouco diferenciados e na metástase para o ovário apresentam o Anel de Sinete, sendo denominados, portanto, de Tumores de Krukemberg. LÂMINA 18.1: CISTOADENOMA MUCINOSO 9 Betina de Melo Ilkiu Tumores Serosos São os tumores mais frequentes. Aproximadamente 60% são benignos, 15% de baixo potencial maligno e 25% malignos. Macroscopicamente, os tumores serosos podem ser pequenos em diâmetro, mas a maioria é composta de estruturas císticas grandes esféricas ou ovoides de até 30 a 40cm de diâmetro. Aproximadamente 25% das formas benignas são bilaterais. Na forma benigna, o revestimento seroso é liso e brilhante. Em contraste, a superfície dos cistoadenocarcinomas mostra irregularidades nodulares que representam a penetração do tumor na serosa ou através desta. Histologicamente, os tumores benignos são caracterizados por uma camada única de epitélio colunar alto que recobre o cistos, ou cistos. Tumores Mucinosos Os tumores mucinosos são, na maioria dos aspectos, análogos aos tumores serosos, diferindo essencialmente no fato de o epitélio consistir em células secretores de mucina. Paciente de 26 anos que fez um exame de imagem e identificou uma lesão cística na topografia ovariana. Podemos observar o estroma e o tecido conjuntivo de sustentação do epitélio cístico (epitélio colunar alto com células uma ao lado da outra – lâmina 3). Já em outras topografias da lâmina podemos observar a presença de células caliciformes produtoras de muco, de forma que o conteúdo cístico depende da produção de tais células. Nesse caso, trata-se de um cistoadenoma mucinoso. Invasão é sair da MB e ir para o estroma, não são as dobras da lâmina como observado na lâmina 2.10 Betina de Melo Ilkiu Cistoadenoma com paredes lisas e presença de necrose: a necrose pode ser decorrente da cirurgia ou de torções e não por ser uma condição maligna. Links: https://www.webpathology.com/case.asp?case=526 https://www.webpathology.com/case.asp?case=525 https://www.webpathology.com/case.asp?case=526 https://www.webpathology.com/case.asp?case=525 11 Betina de Melo Ilkiu LÂMINA 18: CISTOADENOCARCINOMA SEROSO LÂMINA 5.1: TERATOMA A lâmina 18 corresponde a um cistoadenocarcinoma seroso, condição de característica maligna com vegetações vistas a nível microscópico. A presença de folículos ovarianos na lâmina indica que estamos no ovário. É possível observar um rompimento da membrana basal com infiltração neoplásica em direção ao estroma. É observado um aspecto geral desorganizado com núcleos hipercromáticos e nucléolo evidente. Ainda, podem ser observadas regiões de necrose na lâmina. Parede/epitélio do cisto: células com nucléolo evidente e núcleo não basal; presença de projeções (vegetações na macroscopia). A membrana basal foi rompida e há invasão. Presença de infiltrado inflamatório tendo em vista que as células neoplásicas suscitam respostas imune por não serem reconhecidas pelo organismo. 12 Betina de Melo Ilkiu TERATOMA CÍSTICO MADURO Os teratomas císticos benignos (=Maduro) são marcados pela presença de tecidos maduros derivados de todas as três camadas embrionárias; ectoderma, mesoderma e endoderma. Geralmente estes tumores possuem cistos revestidos por epiderme repletos de apêndices anexiais – sendo denominados de cisto dermóides. Cerca de 90% são unilaterais e raramente excedem 10 cm de diâmetro. Ao corte estão repletos de secreções sebáceas e pelos emaranhados. Podem ainda conter estruturas ósseas e cartilaginosas, além de outros componentes epiteliais. TERATOMAS IMATUROS (MALIGNO) Esses são tipicamente volumosos, parecem sólidos ao corte e frequentemente possuem áreas de necrose; raramente estão presentes focos císticos contendo secreção sebácea, pelos e outras características semelhantes ao teratoma maduro. Ao exame microscópico, a característica que o distingue é a presença de elementos imaturos ou minimamente diferenciados de cartilagem, osso, músculo e tecido nervoso. Lâmina corresponde a um teratoma. Podem ser observados folículos primários de ovário, mas em outras regiões podemos visualizar epitélio da pele, epitélio semelhante ao do SNC (fundo fibrilar + neurônios), epitélio do plexo coroide (produtor de liquor) e ainda, epitélio respiratório. 13 Betina de Melo Ilkiu MAMA Câncer de mama é o 1 ou 2 câncer de maior ocorrência no Brasil. • Processo inflamatórios: menos recorrentes que os processos neoplásicos; um exemplo é a mastite que normalmente ocorre devido traumas e contaminação do tecido mamário O tecido mamário é rico em tecido adiposo, então em condições de traumas esse tecido pode acabar necrosando (esteatonecrose do tecido mamário) • Processos neoplásicos Alteração fibrocística da mama: relacionada ao padrão hormonal, principalmente ao estrógeno (hormônio de comando de proliferação celular). Condição que não é neoplásica, mas sim uma alteração do tecido mamário que leva a fibrose e cistificação de ductos mamários (no epitélio pode aparecer como uma metaplasia apócrina). Não neoplásico e não pré- neoplasico, porém há alterações: → Não proliferativa: temos a fibrose e cistificação dos ductos com metaplasia apócrina → Proliferativa: epitélio e/ou estroma; nesse caso se o epitélio prolifera --> hiperplasia epitelial sem atipias ou hiperplasia epitelial com atipias celulares (pode se transformar em carcinoma in situ, ou seja, restrito ao epitélio, mas que se não cuidado pode se tornar um carcinoma invasor) Hiperplasia epitelial: Tanto ductos como lóbulos mamários podem sofrer hiperplasia. O corte transversal do ducto mamário apresentará o epitélio proliferado que muitas vezes pode ocluir o lúmen ductal, caso não haja a presença de atipias, estaremos diante de uma hiperplasia epitelial sem atipias. Na clínica, por ter acompanhamento de fibrose, a mulher percebe como um nódulo mamário. Porém, podemos ter ainda, na proliferação epitelial, a presença de atipias celulares com hipercromasia nucelar e irregularidades, ou seja, uma hiperplasia epitelial com atipias (nesse caso é feita a ressecção da área com o intuito de remover a área alterada). Caso a área dos ductos com hiperplasia epitelial com atipia for maior de 2mm, já temos um carcinoma ductal in situ. Caso nessa área, encontrarmos células atípicas divulcionando o tecido estromal mamário e ultrapassando a membrana basal, já temos a classificação de um carcinoma invasor. → Restrita ao ácino → neoplasia / carcinoma lobular in situ → Ácino com invasão do estroma → neoplasia / carcinoma lobular Tratamento: É necessária a verificação, com auxílio da imuno-histoquímica, se as células atípicas têm receptores de estrógeno, caso seja positivo, é necessário fazer o bloqueio do receptor celular (isso é valido tanto para o CA de mama ductal quanto lobular). Porém, essa proliferação celular pode ser comandada por diversos tipos de moléculas e quanto mais a célula é proliferada, mais alterações genéticas ela sofre, estabelecendo a mutação, por exemplo, do gene HER-2 (gene que codifica uma molécula que sinaliza as divisões celulares e pode sofrer mutação --> HER-2 se torna super- expresso --> mais ligante que o normal, então a célula se divide de forma muito acentuada). Assim, é necessário verificar se há o comando do HER-2 ou do estrógeno. Há pacientes que não tem nenhum desses receptores sendo expressos --> triplo negativo para estrógeno, progesterona (incomum) e HER-2 --> tumor mais agressivo. Fibroadenoma: Na mama há a condição proliferativa, comum em pacientes jovens de até 30 anos de idade, denominada de fibroadenoma (proliferação tanto do epitélio do ducto quando do estroma – mas sem a presença de atipias). Ainda, em uma faixa estaria mais velha, há a proliferação do estroma do ducto mamário denominado de tumor Phyllodes, sendo uma condição também benigna. BRCA-1 e 2 também são moléculas que comandam o crescimento celular e tem relação com a hereditariedade. Relação com câncer de mama e também, com câncer de ovário. 14 Betina de Melo Ilkiu Carcinoma ductal invasor: Cirurgia para retirar o tumor (setor ou mama inteira) --> auxílio do patologista dentro do CC - -> CA de mama tem disseminação via linfática --> cadeia de linfonodos axilares --> o tumor cresce e cai na corrente linfática de forma a se instalar nos linfonodos --> até atingir a drenagem para o coração e disseminar de forma sistêmica para todos os órgãos do corpo humano. Na cirurgia, o objetivo é evitar que ocorra essa disseminação pela via linfática, então é injetado o corante azul patente ou isótopos radioativos que ocuparão o tecido do tumor e serão absorvidos pelos vasos linfáticos --> chega ao linfonodo que ficara corado de azul --> o primeiro linfonodo a ser corado é o denominado LINFONODO SENTINELA (primeiro linfonodo de drenagem da área) --> Exame de congelação feito pelo patologista --> avaliação da presença ou ausência da metástase (células malignas) no linfonodo --> caso presente: LINFONODO SENTINELA POSITIVO --> Esvaziamento de toda a cadeia de linfonodos axilares da paciente, visto que os demais linfonodos também poderão apresentar focos de metástase. Alteração de toda a drenagem linfática do MMSS da paciente --> elefantíase --> linfedema CA da mama costuma fazer retração mamária ou modificações no desenho no complexo aréolomamilar. Área de CA pode apresentar-seavermelhada, confundindo com inflamação --> tumor inflamatório. Alteração na pele denominada de pele em casca de laranja. Tumor cresce como “raios de sol” --> padrão infiltrativo para o tecido adiposo. Se infiltrou os ductos galactíferos, haverá a presença de líquido à compressão. LÂMINA 28: CARCINOMA DUCTAL INVASOR Na lâmina 28 podemos observar a presença do estroma denso e mais róseo, indicando fibrose e ainda, ductos repletos de secreção (o epitélio colunar fica achatado) e dilatados, representando a área de alteração fibrocística (devido aos níveis hormonais). Já em outra área da mesma lâmina, podemos ver entre as fibras do tecido conjuntivo blocos de células soltas e ainda, ductos mamários com o lúmen repleto de células (muitas vezes obstruindo), distribuídas de maneira aleatória e com diferentes formas e tamanhos. Ainda, podemos ver que as mesmas células de dentro do lúmen ductal invadiram as fibras do tecido conjuntivo ao redor. 15 Betina de Melo Ilkiu LÂMINA 87.1: FIBROADENOMA Presença hiperplasia dos ductos mamários com proliferação das células epiteliais e aumento da celularidade das células do estroma. “Aspecto em letras chinesas”.
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