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Prática - Sistema Genital Feminino

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1 Betina de Melo Ilkiu 
Sistema Genital Feminino 
Patologia II – Prática 
COLO UTERINO 
Referimos mais à lesão neoplásica, como o carcinoma de células escamosas uterinas, devido a sua grande importância. 
o Terceira causa de CA em mulheres (carcinoma de células escamosas uterinas). 
Ainda, o colo uterino, devido à sua exposição, está sujeito a processos infecciosos que culminam nas cervicites, com 
agentes patogênicos como a cândida (fungo) e Trichomonas vaginalis (protozoário). 
o Nesse cenário, o exame de Papanicolau é fundamental para a visualização dos agentes que acometem o colo 
uterino. 
 
→ Zona de Transformação (ZT): no colo uterino a parte externa é denominada de ectocérvice (epitélio escamoso 
estratificado não queratinizado), enquanto a interna é a endocérvice (epitélio glandular mucossecretor – 
lubrificação da região). A transição entre o epitélio escamoso da ectocérvice para o epitélio glandular 
endocervical é a região denominada de JEC (Junção Escamo-Colunar); nas meninas pré-puberes é coincidente 
com o OCE. 
Quando a atividade hormonal tem seu início, ocorre o ectrópio: exteriorização da mucosa endocervical em 
direção à ectocérvice, ou seja, o epitélio colunar simples com suas glândulas na lâmina própria é exteriorizado 
para além do OCE. Porém, esse epitélio é pouco resistente ao pH vaginal e assim, é necessário que esse epitélio, 
agora agredido, seja transformado em um epitélio mais resistente → processo adaptativo: metaplasia 
escamosa. 
Muitas vezes o epitélio metaplásico obstrui os ductos das glândulas da lâmina própria, não deixando livre a 
passagem para que a secreção glandular seja eliminada e assim, Cistos de Naboth são formados. Ou seja, onde 
há cistos de Naboth, há áreas de metaplasia escamosa. É justamente nesse local, junto aos cistos de Naboth, 
que se encontra a Zona de Transformação. 
O problema da ZT não é a ocorrência de um processo metaplásico ou formação de cistos, mas sim que as áreas 
e células metaplásicas são mais sujeitas à ação carcinogênica, como por exemplo HPV (tropismo por todos os 
locais do corpo que apresenta epitélio escamoso: glande, pele, canal anal, períneo, vulva, mucosa oral, 
amígdalas tendo em vista o revestimento escamoso dos folículos linfóides amigdalianos). 
Laudo do Papanicoleu: “Presença de Células Metaplásicas” → é NORMAL! 
VÍDEO PASSADO EM AULA: https://www.youtube.com/watch?v=7vWPRpkfh6A 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=7vWPRpkfh6A
 
2 Betina de Melo Ilkiu 
→ HPV: infecta a célula basal e modifica seu núcleo, alterando assim, a capacidade celular de amadurecimento 
e manifesta as alterações na superfície epitelial. Sendo assim, o intuito da raspagem realizada pelo exame 
do Papanicolau é justamente identificar essas alterações no padrão celular. Observa-se uma desestruturação 
do citoplasma celular com o estabelecimento de “buracos” ao redor do núcleo, elemento patognomônico do 
HPV, os coilócitos. 
Lembrando que há mais de 80 subtipos de HPV, sendo os de baixo risco o 6 e o 11, e os de alto risco 16 e 18. 
Ainda, podemos ter a infecção de HPVs de maior risco, nos quais as células de até metade ou de todo o 
epitélio podem ser alteradas → CATEGORIZAÇÃO → Alterações observadas a partir da metade da espessura 
do epitélio classifica-se como um NIC 2 e se for o epitélio todo classifica-se como um NIC 3; o próximo passo 
do NIC 3 é invadir a lâmina própria e instalar o carcinoma de células escamosas uterinas. 
 
o HPV 16 e 18 desorganizam a arquitetura celular desde baixo → NIC 3 
o Cromatina salpicada e com aspecto granular: característica de célula basal ou parabasal infectada pelo 
HPV 
o EXAME DE PAPANICOLAU – intuito --> ENCONTRAR LESÃO PRÉ-CANCEROSA! 
 
LÂMINA 6: CISTOS DE NABOTH 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Podemos observar o epitélio escamoso da 
ectocérvice (primeiras lâminas) e o 
epitélio cilíndrico mucossecretor com 
glândulas no cório da endocérvice (últimas 
lâminas). 
Na terceira imagem de lâmina, no 
indicador, há a presença de vasos, sendo 
característico da ectocérvice. 
Há a presença de diversos Cistos de 
Naboth na ZT de um colo uterino normal. 
Presença de secreção dentro dos cistos. 
Note que acima dos cistos há epitélio 
escamoso, caracterizando, portanto, a 
metaplasia escamosa. 
Lembrando que essa é uma condição 
normal que só ira se tornar patológica se 
houver infecção por agentes como HPV. 
 
3 Betina de Melo Ilkiu 
LÂMINA 19.1: NIC 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUMORES DO COLO UTERINO 
 É importante enfatizar que aproximadamente todos os carcinoma de células escamosas cervicais surgem a partir de 
alterações epiteliais chamadas de NIC (neoplasia intraepitelial cervical), Entretanto, nem todos os casos de NIC 
progridem para câncer invasor,e, de fato, muitos persistem sem alteração ou mesmo regridem. 
 
NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL 
 As alterações epiteliais do colo abrangidas pelo termo NIC iniciam-se dom displasia leve, chamada de NIC I ou 
condiloma plano. Esta lesão é caracterizada por alterações coilocitóticas principalmente nas camadas superficiais do 
epitélio. Coilocitose é uma alteração que apresenta hipercromasia nuclear e angulação, com vacuolização 
perinuclear, produzida pelo efeito citopático do HPV. 
Na lâmina 19.1, podemos observar a 
presença de diversos cistos de Naboth. 
Epitélio escamoso estratificado não 
queratinizado com a presença de 
infiltrados inflamatórios indicando 
presença de anormalidades em uma 
região da lâmina (imagem dois); em 
outra região, a espessura inteira do 
epitélio escamoso metaplásico está 
alterada com a presença de células com 
núcleos grandes e desorganizados, 
caracterizando um NIC 3. Ainda, é 
possível observar a presença de 
coilócitos (imagem 3). 
Em outras regiões da lâmina já ocorreu 
perda total da estrutura epitelial típica. 
Sabemos que se trata de um epitélio 
escamoso metaplásico devido à 
presença de glândulas na lâmina 
própria. 
 
 
4 Betina de Melo Ilkiu 
 
Na NIC II, a displasia é mais grave, com a maturação dos ceratinócitos prolongando-se até o terço médio do epitélio. 
Ela está associada a variação do tamanho do núcleo e da célula, heterogeneidade da cromatina nuclear e mitoses 
acima da camada basal, estendendo-se até o terço médiio do epitélio. 
 
 
A NIC III é caracterizada por alterações ainda maiores no tamanho do núcleo e da célula, heterogeneidade acentuada 
da cromatina, orientação desordenada das células e mitoses normais ou anormais, afetando todas as camadas do 
epitélio e são caracterizadas pela perda de maturação. Com o tempo, as alterações displásicas tornam-se mais 
atípicas e podem se estender para as glândulas cervicais, mas as alterações permanecem confinadas à camada 
epitelial e suas glândulas. Estas alterações constituem o carcinoma in situ. O próximo estágio, caso ele apareça é o 
carcinoma invasor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Betina de Melo Ilkiu 
CARCINOMA INVASOR 
Os carcinomas invasores do colo uterino desenvolvem-se na região da zona de transformação e variam desde focos 
microscópicos de invasão estromal precoce até tumores macroscópicos conspícuos que circundam o orifício externo. 
Assim, os tumores podem ser invisíveis ou exofíticos 
 
 
 
CORPO UTERINO 
LÂMINA 20: LEIOMIOMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Leiomioma e Leiomiossarcoma 
 Os tumores benignos que têm origem nas células dos músculos lisos no miométrio são denominados leiomioma. 
Eles são o tumor benigno mais comuns em mulheres e são encontrados em 30 a 50% das mulheres em período 
reprodutivo. 
Na lâmina 20 podemos observar a presença de uma cápsula que separa o 
restante do miométrio. 
Presença de células fusiformes de musculatura lisa em crescimento para 
várias direções, porém os núcleos são homogêneos entre si.Figuras de mitose típicas. 
Ausência de áreas de necrose e ausência de áreas de hemorragia. 
 
6 Betina de Melo Ilkiu 
Os leiomiomas podem ser totalmente assintomáticos e podem ser descobertos apenas em exame pélvico de rotina 
ou em necropsia. A manifestação mais frequente, quando presente, é a menorragia com ou sem metrorragia. Massas 
volumosas na região pélvica podem ser tornar palpáveis para a mulher ou podem produzir uma sensação de peso. 
Macroscopicamente, os leiomiomas são massas branco-acinzentadas endurecidas acentuadamente circunscritas, 
com a superfície espiralada. Microscopicamente, os tumores se caracterizam por feixes espiralados de células 
musculares lisas. Focos de fibrose, calcificação, necrose isquêmica com degeneração cística podem estar presentes 
 
 
Leiomiossarcoma 
Tipicamente originam das células mesenquimais do miométrio, não de leiomiomas pré-existentes. Eles são, quase 
sempre, tumores solitários, em contraste com os leiomiomas, frequentemente múltiplos. Macroscopicamente os 
leiomiossarcomas desenvolvem-se em vários padrões: massas volumosas infiltrando a parede uterina, como lesões 
polipóides se projetando para dentro da cavidade uterina, ou como tumores dissimuladamente discretos que se 
mascaram de grandes leiomiomas benignos. Eles são frequentemente macios, hemorrágicos e necróticos. 
Microscopicamente apresentam uma vasta variação celular, desde células que parecem com leiomiomas até tumores 
amplamente anaplásicos. As características diagnósticas incluem necrose tumoral, atipia citológica e atividade 
mitótica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 Betina de Melo Ilkiu 
LÂMINA (?): ADENOMIOSE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OVÁRIO 
→ Alterações de relação de crescimento e desenvolvimento ovariano geralmente estão associadas a síndromes 
genéticas, como o ovário em fita. O ovário entra como diagnóstico a mais para a caracterização de determinadas 
síndromes, por exemplo 
→ Em contrapartida, processos de acúmulo e degeneração são raros 
→ As ooforites, inflamações ovarianas, acontecem geralmente pela ascensão de microrganismos, como bactérias 
de trato genital inferior. Podem evoluir ainda, para contaminações tubárias com a formação de abcessos 
purulentos devido à inflamação ter como a gente patogênico, geralmente, as bactérias 
→ Muitas vezes a falha na antibioticoterapia acaba submetendo a paciente a procedimentos cirúrgicos 
→ Não é infrequente a presença de biópsias ou ooforectomias com a presença de reações granulomatosas de 
ovário (disseminação hematogênica da turberculose realizada pelo bacilo que acaba por afetar diversos órgãos, 
como ovários e testículos) 
NEOPLASIAS OVARIANAS 
Semelhantes às patologias do testículo; para termos neoplasia é necessário que uma população celular sofra alterações 
e no que diz respeito aos ovários, as células do ovário que pode sofrer alterações são: células epiteliais (epitélio 
superficial ou celômico), folículos na córtex ovariana (ovócitos → epitélio germinativo – camada granulosa e células da 
granulosa e ainda, células da teca folicular, tanto interna quanto externa), células de sustentação do estroma e ainda, 
células do estroma gonadal (teca, granulosa e tecido conjuntivo que sustenta tudo). 
o No ovário, apenas 7% dos tumores são relacionados a proliferação das células germinativas e a maioria, 90%, ao 
epitélio celômico superficial; células estromais gonadais apenas 3%, dando origem aos tecomas, fibromas, 
fibrotecomas e tumores das células granulosas 
 
Epitélio germinativo: no ovário não há seminoma, mas sim disgerminoma (extremamente raro). Há ainda o carcionoma 
embrionário, tumor do seio endodérmico, coriocarcinomas e TERATOMA → CÉLULAS GERMINATIVAS: pacientes jovens. 
TERATOMA 
Pode ser benigno que é o teratoma maduro (neoplasia de célula germinativa com a representação dos 3 folhetos 
embrionários → os maduros são bem diferenciados) ou, teratoma maligno (imaturos → um dos tecidos que compõe o 
A adenomiose refere-se ao crescimento da camada basal ado endométrio em direção ao miométrio. Ninhos de estroma ou 
glândulas endometriais, ou ambos, são encontrados profundamente no miométrio, entre os feixes de músculo. A parede 
uterina geralmente se torna espessada e o útero aumentado e globoso, como resultado da presença do tecido endometrial 
e de uma hipertrofia reativa do miométrio. Por derivarem da camada basal do endométrio, estas glândulas não apresentam 
sangramento cíclico. Apesar disso, a adenomiose acentuada pode produzir menorragia, dismenorreia e dor pélvica antes do 
início da menstruação. 
 
8 Betina de Melo Ilkiu 
teratoma não é embrionariamente desenvolvido/diferenciado → temos um tecido indiferenciado dentro de uma 
neoplasia). 
 
Ainda, há teratomas benignos com pele, glândulas intestinais, epitélios respiratórios e outros, que em casos de presenças 
de patologias como carcinoma de células escamosas na pele desse teratoma se torna então, maligno. Exemplo: 
carcinoma papilífero na tireoide do teratoma. 
 
CISTOADENOMA, CISTOADENOCARCINOMA E TUMOR LIMÍTROFE 
Proliferação do epitélio superficial que adentra a córtex ovariana e começa a cistificar sem invadir a membrana basal → 
CISTOADENOMA que pode se dividir em: seroso e mucinoso (diferenciação para células caliciformes). É uma condição 
benigna que tem origem nas células superficiais do epitélio. 
Proliferação vegetante dentro do cisto com invasão para além da MB → CISTOADENOCARCINOMA, que também se 
divide em seroso e mucinoso. 
Algumas vezes há proliferação de tecido vegetante, mas sem infiltração, ou seja, ATIPIAS NA AUSÊNCIA DE INVASÃO E 
INFILTRAÇÃO DOS TECIDOS ADJACENTES → TUMOR LIMÍTROFE (tem as características de malignidade, mas não a pior 
que é invadir → nesse caso é removido o quanto antes → tratar como um ADENOCARCINOMA – de acordo com a idade 
e intenção de engravidar da paciente!). 
o Nas imagens aparecem formações heterogêneas (Sólido+cístico) 
Ainda, o ovário pode ser sítio de metástases de outros locais, geralmente, as metástases são provenientes do TGI, 
principalmente estômago (tumor mais comum é do epitélio do estômago – adenocarcinoma gástrico). Geralmente, são 
pouco diferenciados e na metástase para o ovário apresentam o Anel de Sinete, sendo denominados, portanto, de 
Tumores de Krukemberg. 
 
LÂMINA 18.1: CISTOADENOMA MUCINOSO 
 
9 Betina de Melo Ilkiu 
 
 
 
 
 
 
Tumores Serosos 
São os tumores mais frequentes. Aproximadamente 60% são benignos, 15% de baixo potencial maligno e 25% malignos. 
Macroscopicamente, os tumores serosos podem ser pequenos em diâmetro, mas a maioria é composta de estruturas 
císticas grandes esféricas ou ovoides de até 30 a 40cm de diâmetro. Aproximadamente 25% das formas benignas são 
bilaterais. Na forma benigna, o revestimento seroso é liso e brilhante. Em contraste, a superfície dos 
cistoadenocarcinomas mostra irregularidades nodulares que representam a penetração do tumor na serosa ou através 
desta. Histologicamente, os tumores benignos são caracterizados por uma camada única de epitélio colunar alto que 
recobre o cistos, ou cistos. 
 Tumores Mucinosos 
Os tumores mucinosos são, na maioria dos aspectos, análogos aos tumores serosos, diferindo essencialmente no fato de 
o epitélio consistir em células secretores de mucina. 
Paciente de 26 anos que fez um exame de imagem e identificou uma lesão cística na topografia ovariana. Podemos 
observar o estroma e o tecido conjuntivo de sustentação do epitélio cístico (epitélio colunar alto com células uma ao lado 
da outra – lâmina 3). 
Já em outras topografias da lâmina podemos observar a presença de células caliciformes produtoras de muco, de forma 
que o conteúdo cístico depende da produção de tais células. 
Nesse caso, trata-se de um cistoadenoma mucinoso. 
Invasão é sair da MB e ir para o estroma, não são as dobras da lâmina como observado na lâmina 2.10 Betina de Melo Ilkiu 
 
 
 
Cistoadenoma com paredes lisas e presença de necrose: a necrose pode ser decorrente da cirurgia ou de torções e não 
por ser uma condição maligna. 
 
 
Links: 
https://www.webpathology.com/case.asp?case=526 
https://www.webpathology.com/case.asp?case=525 
 
 
https://www.webpathology.com/case.asp?case=526
https://www.webpathology.com/case.asp?case=525
 
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LÂMINA 18: CISTOADENOCARCINOMA SEROSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LÂMINA 5.1: TERATOMA 
 
A lâmina 18 corresponde a um cistoadenocarcinoma seroso, condição de 
característica maligna com vegetações vistas a nível microscópico. A 
presença de folículos ovarianos na lâmina indica que estamos no ovário. 
É possível observar um rompimento da membrana basal com infiltração 
neoplásica em direção ao estroma. 
É observado um aspecto geral desorganizado com núcleos hipercromáticos 
e nucléolo evidente. Ainda, podem ser observadas regiões de necrose na 
lâmina. 
Parede/epitélio do cisto: células com nucléolo evidente e núcleo não basal; 
presença de projeções (vegetações na macroscopia). A membrana basal foi 
rompida e há invasão. Presença de infiltrado inflamatório tendo em vista que 
as células neoplásicas suscitam respostas imune por não serem reconhecidas 
pelo organismo. 
 
12 Betina de Melo Ilkiu 
 
 
 
TERATOMA CÍSTICO MADURO 
Os teratomas císticos benignos (=Maduro) são marcados pela presença de tecidos maduros derivados de todas as três 
camadas embrionárias; ectoderma, mesoderma e endoderma. Geralmente estes tumores possuem cistos revestidos 
por epiderme repletos de apêndices anexiais – sendo denominados de cisto dermóides. Cerca de 90% são unilaterais e 
raramente excedem 10 cm de diâmetro. Ao corte estão repletos de secreções sebáceas e pelos emaranhados. Podem 
ainda conter estruturas ósseas e cartilaginosas, além de outros componentes epiteliais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TERATOMAS IMATUROS (MALIGNO) 
Esses são tipicamente volumosos, parecem sólidos ao corte e frequentemente possuem áreas de necrose; raramente 
estão presentes focos císticos contendo secreção sebácea, pelos e outras características semelhantes ao teratoma 
maduro. Ao exame microscópico, a característica que o distingue é a presença de elementos imaturos ou minimamente 
diferenciados de cartilagem, osso, músculo e tecido nervoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lâmina corresponde a um teratoma. Podem ser observados folículos primários de ovário, mas em outras regiões podemos 
visualizar epitélio da pele, epitélio semelhante ao do SNC (fundo fibrilar + neurônios), epitélio do plexo coroide (produtor 
de liquor) e ainda, epitélio respiratório. 
 
 
 
13 Betina de Melo Ilkiu 
MAMA 
Câncer de mama é o 1 ou 2 câncer de maior ocorrência no Brasil. 
• Processo inflamatórios: menos recorrentes que os processos neoplásicos; um exemplo é a mastite que 
normalmente ocorre devido traumas e contaminação do tecido mamário 
O tecido mamário é rico em tecido adiposo, então em condições de traumas esse tecido pode acabar necrosando 
(esteatonecrose do tecido mamário) 
• Processos neoplásicos 
 
Alteração fibrocística da mama: relacionada ao padrão hormonal, principalmente ao estrógeno (hormônio de comando 
de proliferação celular). Condição que não é neoplásica, mas sim uma alteração do tecido mamário que leva a fibrose e 
cistificação de ductos mamários (no epitélio pode aparecer como uma metaplasia apócrina). Não neoplásico e não pré-
neoplasico, porém há alterações: 
→ Não proliferativa: temos a fibrose e cistificação dos ductos com metaplasia apócrina 
→ Proliferativa: epitélio e/ou estroma; nesse caso se o epitélio prolifera --> hiperplasia epitelial sem atipias ou 
hiperplasia epitelial com atipias celulares (pode se transformar em carcinoma in situ, ou seja, restrito ao epitélio, 
mas que se não cuidado pode se tornar um carcinoma invasor) 
Hiperplasia epitelial: Tanto ductos como lóbulos mamários podem sofrer hiperplasia. O corte transversal do ducto 
mamário apresentará o epitélio proliferado que muitas vezes pode ocluir o lúmen ductal, caso não haja a presença de 
atipias, estaremos diante de uma hiperplasia epitelial sem atipias. Na clínica, por ter acompanhamento de fibrose, a 
mulher percebe como um nódulo mamário. Porém, podemos ter ainda, na proliferação epitelial, a presença de atipias 
celulares com hipercromasia nucelar e irregularidades, ou seja, uma hiperplasia epitelial com atipias (nesse caso é feita 
a ressecção da área com o intuito de remover a área alterada). Caso a área dos ductos com hiperplasia epitelial com 
atipia for maior de 2mm, já temos um carcinoma ductal in situ. Caso nessa área, encontrarmos células atípicas 
divulcionando o tecido estromal mamário e ultrapassando a membrana basal, já temos a classificação de um carcinoma 
invasor. 
→ Restrita ao ácino → neoplasia / carcinoma lobular in situ 
→ Ácino com invasão do estroma → neoplasia / carcinoma lobular 
Tratamento: É necessária a verificação, com auxílio da imuno-histoquímica, se as células atípicas têm receptores de 
estrógeno, caso seja positivo, é necessário fazer o bloqueio do receptor celular (isso é valido tanto para o CA de mama 
ductal quanto lobular). Porém, essa proliferação celular pode ser comandada por diversos tipos de moléculas e quanto 
mais a célula é proliferada, mais alterações genéticas ela sofre, estabelecendo a mutação, por exemplo, do gene HER-2 
(gene que codifica uma molécula que sinaliza as divisões celulares e pode sofrer mutação --> HER-2 se torna super-
expresso --> mais ligante que o normal, então a célula se divide de forma muito acentuada). Assim, é necessário verificar 
se há o comando do HER-2 ou do estrógeno. Há pacientes que não tem nenhum desses receptores sendo expressos --> 
triplo negativo para estrógeno, progesterona (incomum) e HER-2 --> tumor mais agressivo. 
 
Fibroadenoma: Na mama há a condição proliferativa, comum em pacientes jovens de até 30 anos de idade, denominada 
de fibroadenoma (proliferação tanto do epitélio do ducto quando do estroma – mas sem a presença de atipias). Ainda, 
em uma faixa estaria mais velha, há a proliferação do estroma do ducto mamário denominado de tumor Phyllodes, 
sendo uma condição também benigna. 
 
BRCA-1 e 2 também são moléculas que comandam o crescimento celular e tem relação com a hereditariedade. Relação 
com câncer de mama e também, com câncer de ovário. 
 
 
14 Betina de Melo Ilkiu 
Carcinoma ductal invasor: Cirurgia para retirar o tumor (setor ou mama inteira) --> auxílio do patologista dentro do CC -
-> CA de mama tem disseminação via linfática --> cadeia de linfonodos axilares --> o tumor cresce e cai na corrente 
linfática de forma a se instalar nos linfonodos --> até atingir a drenagem para o coração e disseminar de forma sistêmica 
para todos os órgãos do corpo humano. 
Na cirurgia, o objetivo é evitar que ocorra essa disseminação pela via linfática, então é injetado o corante azul patente 
ou isótopos radioativos que ocuparão o tecido do tumor e serão absorvidos pelos vasos linfáticos --> chega ao linfonodo 
que ficara corado de azul --> o primeiro linfonodo a ser corado é o denominado LINFONODO SENTINELA (primeiro 
linfonodo de drenagem da área) --> Exame de congelação feito pelo patologista --> avaliação da presença ou ausência 
da metástase (células malignas) no linfonodo --> caso presente: LINFONODO SENTINELA POSITIVO --> Esvaziamento 
de toda a cadeia de linfonodos axilares da paciente, visto que os demais linfonodos também poderão apresentar focos 
de metástase. 
Alteração de toda a drenagem linfática do MMSS da paciente --> elefantíase --> linfedema 
CA da mama costuma fazer retração mamária ou modificações no desenho no complexo aréolomamilar. Área de CA 
pode apresentar-seavermelhada, confundindo com inflamação --> tumor inflamatório. Alteração na pele denominada 
de pele em casca de laranja. Tumor cresce como “raios de sol” --> padrão infiltrativo para o tecido adiposo. Se infiltrou 
os ductos galactíferos, haverá a presença de líquido à compressão. 
 
LÂMINA 28: CARCINOMA DUCTAL INVASOR 
Na lâmina 28 podemos observar a presença do estroma denso e mais róseo, indicando fibrose e ainda, ductos repletos 
de secreção (o epitélio colunar fica achatado) e dilatados, representando a área de alteração fibrocística (devido aos 
níveis hormonais). Já em outra área da mesma lâmina, podemos ver entre as fibras do tecido conjuntivo blocos de células 
soltas e ainda, ductos mamários com o lúmen repleto de células (muitas vezes obstruindo), distribuídas de maneira 
aleatória e com diferentes formas e tamanhos. Ainda, podemos ver que as mesmas células de dentro do lúmen ductal 
invadiram as fibras do tecido conjuntivo ao redor. 
 
15 Betina de Melo Ilkiu 
 
 
 
LÂMINA 87.1: FIBROADENOMA 
Presença hiperplasia dos ductos mamários com proliferação das células epiteliais e aumento da celularidade das células 
do estroma. “Aspecto em letras chinesas”.

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