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Clara Rosa Muniz Martins Psicologia médica Relação médico-paciente - Expectativas - - Todo relacionamento é permeado por expectativas. - Os pacientes não desejam somente a cura , mas também estabelecer um bom relacionamento com o seu médico, sendo acolhido e respeitado. “O segredo para cuidar de um paciente é ter consideração por ele” Francis Peabody. - Considerações - - A medicina exige esforço humano e pessoal → relacionamento médico-paciente torna-se parte do processo terapêutico. - A autorreflexão e a compreensão são necessárias para que a relação médico-paciente seja uma força positiva, um potencializador. Atitudes do médico - Empatia: Não ao ponto de assumir seus problemas ou fantasiar ser um salvador. - Profissionalismo: Precisa ser capaz de deixar seus problemas pessoais para trás (a catitimia é um obstáculo para o profissionalismo, pois pode bloquear o reconhecimento das competências de outra pessoa). - Autoconhecimento: para não considerar o paciente como substituto para intimidades ou relacionamentos disfuncionais (podendo projetar problemas pessoas para o paciente). - Flexibilidade: Saber quando se distanciar ou se aproximar → Ter cuidado com atitudes defensivas. - Aceitação de da incerteza presente no contato médico-paciente. → Por isso é importante interagir com outros colegas de trabalho para troca de ideias. - Evitar efeitos colaterais que consideram difíceis de lidar. - Modelos de intervenção - - Biomédico: Compreensão da fisiologia e das patologias do corpo separada das vivências e emoções. - Biopsicossociedade e espiritual: Enfatiza uma abordagem integrada de comportamento humano e da doença → Considera fatores biológicos, psicológicos, sociais e espirituais do paciente. - Complexo de procusto - - Tem a ver com a adequação do paciente a mim. - Deve-se atentar para não culminar em uma crítica exagerada a especialização. É importante manter uma perspectiva integral do ser, sem perverter para o especialismo → Complexo de procusto (tentava adequar o paciente a sua maneira.) - Tenta-se conformar os fenômenos à visão própria da especialidade, com perda de contato com o todo. - Comportamento de doença - - Reação do paciente frente à doença; - Deve-se considerar o papel do doente → Ser liberado das responsabilidades e a expectativa de receber ajuda. → Manutenção de benefícios adjacentes; - Experiências anteriores da pessoa com a doença e crenças culturais → Afetam o comportamento de doença; - Ser cuidado/ estar doente faz com que a pessoa se sinta como se tivesse perdido completamente a autonomia e a responsabilidade de si → Esse senso de autonomia influencia o fato de se e como a pessoa pede ajuda; - A personalidade e o significado pessoal do fato de estar doente também influenciam no comportamento de doença; - A doença pode desencadear um luto para o paciente, pois significa a perda de alguma coisa; - O papel da espiritualidade e da religião na doença deve ser considerado; - Toda doença, toda dor e todo sintoma tem uma história. ➢ Avaliação individual do comportamento da doença. Algumas questões irão ajudar a fazer a avaliação individual da doença. -Como você chama seu problema? - O que você acha que causou? - Por que você acha que começou nesse momento? - O que a doença faz com você? - O que mais teme em relação à doença? - Quais os principais problemas que a sua doença lhe causou? - Quais os resultados que você espera ter com o tratamento? - O que você já fez para tratar a doença? - Modelos de interação - - Paternalista: O médico assume o controle e espera que o paciente cumpra o que é recomendado, sem questionar; - Informativo: O médico fornece todos as informações disponíveis, mas a escolha é do paciente; 1 Clara Rosa Muniz Martins - Interpretativo: O médico conhece bem o paciente e faz recomendações que considerem a particularidade do mesmo → A tomada de decisões é compartilhada. - Deliberativo: Médico atua como orientador e amigo, defendendo sua linha de ação. → Dá um norte específico. - Transferência: Processo em que os pacientes atribuem os seus médicos aspectos de relacionamentos passados importantes, especialmente com seus pais. - Contratransferência: Quando o médico atribui ao paciente motivos e características que vem de seus relacionamentos passados. → Pode assumir forma de sentimento negativo e perturbador, mas também positivos, idealizados e erotizados. Os médicos não são imunes a percepções distorcidas no relacionamento com o paciente. - Características e qualidades do médico - - Imperturbabilidade: Capacidade de manter calma e sobriedade externa. - Presença de espírito: Autocontrole nas diversas situações para fazer o que for necessário. - Discernimento claro: Capacidade de ter uma opinião formada inteligível e livre de ambiguidade. - Tolerância à frustração: Capacidade de permanecer firme e de lidar com insegurança e insatisfação. - Paciência infinita: Capacidade ilimitada de suportar as dificuldades com calma. - Caridade para com as outras pessoas: Ser generoso e prestativo. - Busca da verdade absoluta: Investigar os fatos e procurar a realidade. - Compostura:Calma no pensar e na conduta. - Bravura: Capacidade de enfrentar eventos com coragem, - Tenacidade: Ser persistente. - Idealismo: Formar padrões e ideias e viver sob sua influência. - Equanimidade: Capacidade de lidar com situações estressantes com tranquilidade. 2
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