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Afecções Esofagianas na Cirurgia 1 Afecções Esofagianas na Cirurgia Algum Resumo? Eu mesmo fiz!! Data da Aula Feito por: Rafael Calvano Impresso Matéria 🔪 Cirurgia II O esôfago tem função de condução do alimento da cavidade oral até a cavidade gástrica. Ele é basicamente constituído por musculatura .... A deglutição é coordenada de forma consciente. O 1/3 proximal do esôfago é composto por musculatura esquelética estriada, e o 2/3 e 3/3 são compostos por musculatura lisa. Essas porções do esôfago podem ser chamadas: cervical, torácica e abdominal. Disfagia: dificuldade de deglutição, da condução do alimento da cavidade oral até a gástrica. Pode ser mecânica (tumor) e motora/funcional (AVC; essa patologia pode acometer uma parte do cérebro com inervação do nervo vago, e assim perde a capacidade de deglutição). LIVRO: ..... século ALGUMA COISA DOS CIRURGIÕES e ???? Atresia de esôfago: é quando o esôfago é “fechado”, é uma malformação embrionária em que um dos lados do esôfago não é aberto. Partes do esôfago: Cervical (3 a 6 cm – c6 até t1) Toracico (20 a 28cm – t2 a t10) Abdominal (3 a 6 cm – t10 a t12) O esôfago tem uma estreita relação com a aorta, brônquios e carina. Sua vascularização é feita por diversas artérias, dependendo da sua parte e da sua altura. Ele é inervado pelo plexo de “”joguerbah”” (entendi nada, pesquisar). Histologia: Mucosa: constituída por epitélio escamoso estratificado, com lamina própria de tecido conjuntivo frouxo e muscular da mucosa lisa e longitudinal; Por ser constituído por epitélio escamoso estratificado, o tipo de tumor que pode ocorrer ali é o Submucosa; Muscular: interna (que é circular) e externa (longitudinal); Esfíncter esofagiano superior: presente no esôfago superior, e é uma zona de alta pressão (20 a 80mmHg), constituído pelo músculo cricofaríngeo, com tonicidade constante apenas inibida pela deglutição (fechado o tempo todo e só se abre com a deglutição), mantém o esôfago vazio, impede regurgitação da região cervical para a faringe. Corpo esofágico: Contração esofágica de 2 a 5cm/s, sendo que é mais acelerado no esôfago proximal e mais lento no distal; Contração primária -> deglutição, propulsão normal. Contração secundária -> sem deglutição (irritação ou distensão) mas propulsão normal Contração terciária -> sem deglutição, não propulsiva (patológica). Primária e secundária são fisiológicas, só ocorrem com contato com o alimento, com a deglutição. O contato do alimento com a mucosa estimula a camada muscular a fazer as contrações Esfíncter esofagiano inferior: @August 17, 2021 Afecções Esofagianas na Cirurgia 2 Não tem musculatura, o tônus é mantido por mecanismos miogênicos e neurogênicos; Estrutura essencialmente FUNCIONAL, com influência hormonal; Há relaxamento após deglutição, induzido pela peristalse primária; A clínica do paciente com afecção do esôfago: Disfagia; Odinofagia; é dor ao deglutir; Pirose; queimação retroesternal; Dor torácica; Regurgitação; Divertículo de Zenker (Faringoesofágico): Tem clínica de disfagia, borbulhamento, regurgitação e halitose; Diagnostico é com RX contrastado e endoscopia; Tto é com cirurgia convencional ou endoscópica; Oq acontece é uma falha da musculatura do cricofaringeo, a camada externa do esôfago falha. Megaesôfago na Doença de Chagas Destruição de plexos intramurais do esôfago → ausência de peristalse fisiológica → não abertura do esfíncter esofagiano inferior (causa acalásia) → estase. A estase evolui para três complicações: Dilatação; Incoordenação motora; Diminuição da capacidade de contração; O que acontece é o seguinte: há parasitismo do neurônio que assim causa morte desse neurônio (morte celular por conta do próprio sistema imunológico reconhecendo como corpo estranho), e isso por fim gera dificuldade ou até mesmo ausência do peristaltismo primário e secundário. Lembrando que o esfíncter esofagiano inferior depende do peristaltismo secundário para poder se abrir, com esse problema ele nunca vai se abrir e então vai causando um acúmulo na porção mais distal do esôfago. Não é uma patologia obstrutiva como um tumor por exemplo, e sim motora. 💡 Mesmo não tendo doença no esfíncter esofagiano inferior propriamente dito, ele não se abre por falta de estímulo, "não tem a chave"! Acalásia: não abertura do esfíncter esofagiano inferior. Nesse caso, há uma doença no esfíncter. Quadro clínico da fase aguda: Disfagia Febre Hepatoesplenomegalia Quadro clínico da fase crônica: Disfagia Regurgitação Dor retroesternal Sialorréia (salivação excessiva) Afecções Esofagianas na Cirurgia 3 Emegracimento Broncopneumonia de repetição A disfagia é o sintoma mais proeminente nessa doença, e geralmente é progressiva (sólidos, pastosos e líquidos) e de longa duração. O diagnóstico é feito principalmente por avaliação clínico-epidemiológica (proveniência local ou transfusão sanguínea), esofagograma, endoscopia digestiva alta, eletromanometria (mede pressão de contração muscular). O RX de esôfago não dá diagnóstico de megaesôfago ou de acalásia, mas dá diagnóstico de dilatação esofágica. Tratamento: Medicamentoso: bloqueador de canal de cálcio, procineticos. Caso mulheres, anticoncepcional oral. Dilatação endoscópica; Toxina botulínica: botox relaxa o musculo. Se a musculatura lisa tá fechada alí, o botox diminui a força de contração do esfíncter. O grande problema é que ela dura no máximo 6 meses e tem que ficar repetindo. Lembrar que tem que tratar o refluxo também!! O botox não trata refluxo. Cirúrgico: cardiomiotomia + fundoplicadura; é uma cirurgia eletiva, com abertura da musculatura da cardia até o esôfago abdominal. Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) Refluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e outros órgãos adjacentes, podendo estar associado ou não à metaplasia. Os sintomas podem ou não serem acompanhados por lesões teciduais esofágicas. Fisiopatologia: alterações na barreira anti-refluxo, clareamento esofágico e resistência tecidual. É associado com frequência à Hérnia de Hiato por deslizamento ou tipo I. É quando a pressão intra-abdominal é tão grande que empurra o ciclo esofagiano, com a junção esofagogástrica ou pelo diafragma. Sintomas: Dor tipo queimação retroesternal (Pirose) de longa duração; Regurgitação (demonstra progressão da doença); Disfagia mecânica (indica estenose péptica do esôfago distal); Extra esofágicas: rouquidão, "bolo na garganta", causa pneumonia de repetição por broncoaspiração. Diagnóstico: pH metria de 24h / monitorização do pH do esôfago; Esofagografia; Endoscopia digestiva alta com biópsia e histopatológico; Manometria; Tratamento: Clínico: medicamentoso + mudança de hábitos. Uso de inibidores da bomba de prótons (omeprazol) + procinéticos ou bloqueadores dos receptores de H2. Os antiácidos para a dor podem ser utilizados pois os IBP não têm ação imediata. Mudança dos comportamentos: elevar a cabeceira da cama ao dormir, não comer e logo em seguida dormir, emagrecer, parar de fumar, reduzir o consumo de álcool. Os procinéticos aceleram o esvaziamento gástrico e ajudam a fechar o esfíncter esofagiano inferior. Cirúrgico: cirurgia de fundoplicatura (anti-refluxo) 360º ou 180º. Afecções Esofagianas na Cirurgia 4 Indicações Cirúrgicas: intolerância ao controle clínico prolongado, formas complicadas da doença, manifestações respiratórias relevantes. Complicações da DRGE Esofagite de refluxo: é a principal das complicações, sendo ela uma inflamação da mucosa que com tempo gera fibrose. Tem como principal sintoma a própria queimação retroesternal. O uso de corticoesteróides pode diminuir o processo inflamatório. Úlcera de esôfago abdominal: pode perfurar e causar mediastite (secreção ácida no mediastino). Estenose de esôfago: se há o processo de estenose, ocorre então disfagia. Se continuar o processo ácido dentro do esôfago podem ocorrer lesões ulceradas, e até mesmo hemorragias por perfuração dessa úlcera.Uma complicação causa a outra. Esôfago de Barret: por tanta agressão o esôfago começa a sofrer processo de metaplasia (substituição do epitélio estratificado pelo colunar) e o nome disso é Esôfago de Barret. É uma disfagia mecânica, pois a agressão gera a lesão. Metaplasia intestinal, pode até mesmo evoluir para câncer pois é uma lesão pré-maligna. Neoplasia do esôfago Tumores benignos são raros e os únicos que causam sintomas são os de grande volume: disfagia, dor torácica, sensação de pressão retroesternal. Felizmente o prognóstico e o tratamento de todos os tipos histológicos de câncer de esôfago é o mesmo! 💡 Disfagia + Emagrecimento → possível CA de esôfago. Disfagia, emagrecimento, resconforto retroesternal, halitose e regurgitação são os sintomas. Diagnóstico é feito com endoscopia digestiva alta COM BIÓPSIA pro histopatológico. O carcinoma epidermóide/espinocelular é relacionado ao câncer do epitélio original do esôfago, e o adenocarcinoma é quando é relacionado ao esôfago de Barret. Fatores pré-disponentes: Alcoolismo; Tabagismo; Alimentos e bebidas muito quentes; Alimentos com nitrato; Anemia; Desnutrição e deficiência de vitaminas; Lesões pré-malignas: Esôfago de Barret; Megaesôfago chagásico; Acalasia Esofagites Divertículos de esôfago Estenose caustica (ingestão de soda caustica); O câncer de esôfago pode ser de dois tipos: epidermoide e adenocarcinoma (esôfago abdominal); O carcinoma epidermóide pega o esôfago todo, desde o cervical até o abdominal. Não existe adenocarcinoma no terço superior, a não ser que seja do terço inferior e cresça pro terço Afecções Esofagianas na Cirurgia 5 médio. Disseminação do CA de esôfago: continuidade, contiguidade, linfática, hematogênica, implantação. A disseminação hematogênica é mais comum na fase avançada dos carcinomas, pois inicialmente o tumor cresce por continuidade e contiguidade. Fígado e pulmão são os órgãos mais afetados por metástase. Quadro clínico: disfagia, emagrecimento, dor retroesternal, regurgitação, halitose. Disfagia + Emagrecimento → suspeita de CA de esôfago? O diagnóstico é feito a partir do estadiamento do doente. Eu só posso fazer a cirurgia oncológica se tiver o diagnóstico anatomopatológico e estadiar esse paciente. → Esofagograma (RX contrastado); → USG transesofágico (endoscópico); → Endoscopia digestiva alta com biópsia; → TC; → PET TC; → Histopatológico; OBS: A endoscopia mostra as lesões, mas o que dá o diagnóstico dessa lesão é o anatomopatológico (biópsia); OBS: Vantagem do PET SCAN não é diagnóstico, e sim prognóstico. Solicita depois da cirurgia e depois do tratamento. Tratamento é com ressecção dos tumores que forem maiores que 5cm. O paciente com metástase é contraindicado a ressecção cirúrgica. Esse tratamento é com objetivo de garantir alimentação oral, controle da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. 💡 Quando professor perguntar qual é o tto do CA de esôfago? DEPENDE DO GRAU DE ESTADIAMENTO! Ressecção curativa - Estágio 0 (in situs): Esofagectomia transital: mais utilizada; Esofagectomia transtoracica: não se usa mais; Esofagectomia em bloco; Esofagectomia toracoscopia; Ressecção Macroscópica Completa é PALIATIVA! Não se retira completamente o tumor, faz marcação com clips. Tratamento paliativo: Dilatação/colocação de prótese; Terapia fotodinâmica; Radioterapia; Quimioterapia; Terapia com laser; Paliação cirúrgica; "CARCINOMA EPIDERMÓIDE" ?? 💡 Única causa de Adenocarcinoma: esôfago de Barret Única causa de E.B.: DRGE Afecções Esofagianas na Cirurgia 6
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