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Pancreatite Aguda

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Pancreatite Aguda 1
Pancreatite Aguda
Algum Resumo? Eu mesmo fiz!!
Data da Aula
Feito por: Rafael Calvano
Impresso
Matéria 🔪 Cirurgia II
Entre as múltiplas funções do pâncreas, está o controle da glicemia através da produção 
de hormônios como insulina e glucagon.
O pâncreas produz enzimas de forma contínua e as armazena em alguns grânulos, chamados 
grânulos zigmogênicos. A intensidade da liberação dessas enzimas é mediante via SNC, pois 
o pâncreas é um órgão extremamente rico em fibras nervosas.
🗣 Essas enzimas estão inativadas, e são todas ativadas ainda dentro do tecido 
pancreático, dentro dos ácinos, e isso pode causar uma agressão com uma reação 
inflamatória tecidual como resposta, chamada pancreatite.
As enzimas só conseguem ser ativadas ao chegarem ao duodeno, pois a mucosa dele produz a 
enteroquinase, que tem função de ativar todas as enzimas pancreáticas, principalmente a 
tripsina. Uma vez ativa, a tripsina ativa todas as outras enzimas. Essas enzimas 
inativadas são chamadas pró-enzimas.
Mas afinal, o que desencadeia a 
pancreatite?
R: É a ativação do tripsonogênio em 
tripsina dentro dos ácinos pancreáticos. O 
fator etiológico pode ser de variados tipos 
(álcool, trauma, obstrução, causa biliar, 
AINEs).
Pancreatite aguda 
É uma doença imprevisível na qual o paciente pode cursar com apresentações clínicas dos 
mais variados tipos (pois variam de acordo com a etiologia) e acima de tudo a evolução 
não é totalmente clara ou controlável. Ou seja? Devemos saber diagnosticar da forma 
correta e tentar ao máximo não deixar evoluir para complicações.
Existem células acinares e ductais. As acinares são responsáveis pela produção e 
armazenamento das pró-enzimas, e as ductais são responsáveis pela condução delas até o 
duodeno. Fármacos como furosemida, metronidazol, cetoprofeno e alfa-metildopa podem ser 
causa de pancreatite.
Devemos ter noção que a pancreatite aguda normalmente é indicação de CTI, é uma patologia 
grave!
Etiologia biliar: icterícia, dor de origem biliar, cólica biliar;
Essa ação inflamatória exacerbada começa a cometer outros órgãos, causando falha 
múltipla. A pancreatite grave pode evoluir com:
→ Choque: edema absurdo no pâncreas, causa aprisionamento hídrico e assim hipovolemia;
→ Insuficiência pulmonar: edema pulmonar por conta do edema inflamatório;
→ Insuficiência renal: pré-renal pela hipovolemia;
→ Sistema Digestório: sangramento por conta da ação das enzimas;
@August 24, 2021
Pancreatite Aguda 2
A ativação da tripsina dentro dos ácinos vai ocasionar destruição da parede dos grânulos 
para reativar outras enzimas, levando a uma agressão do mesênquima pancreático. Se há 
agressão, há resposta inflamatória. Os mediadores químicos são responsáveis por essa 
resposta, e independentemente de quais sejam (ex: cininas vasoativas) a inflamação produz 
substâncias vasodilatadoras que vão agir sob o pâncreas levando ao edema inflamatório. 
Esse edema faz um sequestro líquido EXPRESSIVO!
Com o progressivo aumento desse edema, vai dificultar o fluxo venoso, causando uma 
congestão vascular inicialmente venosa. As veias congestas e túrgidas drenam o líquido 
para o interstício, que fica ainda mais congesto, evoluindo ainda mais o edema. Após 
isso, ele começa a comprometer também o fluxo arterial, gerando hipóxia tecidual, 
isquemia e até necrose. Essa última parte se refere à pancreatite aguda necrotizante, que 
é cerca de 20% dos casos, enquanto os outros 80% são pancreatite aguda edematosa (que é a 
fase inicial sem evolir para necrose tecidual).
Complicações locais: necrose pancreática, abscesso pancreático, psudocisto, 
insuficiência renal, insuficiência pulmonar e choque.
Devemos entender que o processo de reperfusão daquele tecido agredido gera a alterações e 
lesões muito mais expressivas, muito provavelmente por causa de radicais livres e 
leucócitos polimorfonucleares. Por isso, o prognóstico da pancreatite aguda necrotizante 
(aquela em que há isquemia e necessita do processo de reperfusão) é muito pior do que da 
edematosa.
Principais sinais e sintomas:
→ O paciente tem náusea e vômitos pois o tronco vagal passa por completo nessa região. 
O cérebro entende que se liberar o piloro, vai liberar ainda mais estímulo para o 
pâncreas contrair e liberar mais enzimas.
→ A febre vai ocorrer por conta da reação inflamatória induzida pelas cininas 
vasoativas IL-3 e TNF-alfa.
Pancreatite Aguda 3
→ Já a distensão abdominal ocorre por causa da ultrapassagem da reação inflamatória do 
pâncreas para dentro do peritôneo.
→ A taquicardia é um dos primeiros sinais de choque, e ocorre por conta da hipovolemia.
→ Sinal de Cullen (equimose periumbilical) e Sinal de Gray Turner (equimose em 
flancos).
→ Icterícia por obstrução do ducto colédoco.
→ Derrame pleural à esquerda. No lado esquerdo o pâncreas é inclinado para cima, a 
parte caudal está próxima ao diafragma e por contiguidade leva à inflamação, causando 
derrame pleural.
→ Insuficiência respiratória: duas causas; restritiva pois sente dor ao tentar 
inspirar, diafragma ao expandir encosta no pâncreas inflamado e paciente para a 
inspiração, ventilação superficial; distensão abdominal;
A bilirrubina direta é hidrossolúvel, vai ser filtrada pelo rim e isso gera a colúria. Já 
a bilirrubina indireta não é hidrossolúvel e assim não vai ser filtrada, então ela não 
gera colúria. Isso é importante relatar na hora da anamnese para podermos diferenciar se 
a icterícia é às custas de bilirrubinda direta ou indireta.
O diagnóstico da pancreatite aguda compreende de diversas etapas:
Clínica (sinais e sintomas);
Laboratório;
Exames de imagem;
Pelo menos 2 de 3: dor abdominal atípica, amilase e lipase 3x acima do normal, imagem 
sugestiva na TC;
Não existe relação entre os níveis de amilase sérica e a gravidade da inflamação.
No laboratório devemos solicitar os seguintes: lipase sérica, TNF-alfa, IL-6 e IL-8, 
amilase, desoxirribonuclease, quimiotripsina.
A proteína C Reativa é importante pois no momento da internação o paciente ainda está 
desenvolvendo a fase precoce. É nessa que o PCR vai se elevar, mostrando que a 
pancreatite complicou e que já pode haver necrose. Deve ser solicitada novamente 48h após 
para avaliar a curva.
Nos exames de imagem: Rx de tórax para avaliar possível derrame pleural à esquerda que é 
sugestivo; TC com contraste para avaliar necrose.
Critérios de avaliação de 
prognóstico de Ranson (1976)
Não existe tratamento cirúrgico para 
pancreatite aguda, e sim para as 
complicações dela.
Complicações da pancreatite aguda
→ Necrose: se asséptica, nada se faz;
→ Pseudocisto: só opera caso infectado;
→ Abscesso: se tem pús, tem que drenar;
→ Se operar precocemente é PIOR do que 
postergar. Pode tentar tratar e esperar 
involuir, caso não aconteça aí sim manda 
para a cirurgia.
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