Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA (HDA) – MEDICINA – UFCSPA HDA refere-se ao sangramento no tubo digestivo alto. Há algumas etiologias que o causam, são elas: doença péptica ulcerosa (20-50%), erosões gastroduodenais (8-15%), esofagite (5-15%), varizes esofagogástricas (5-20%), síndrome de mallory-weiss (8-15%), mal formações vasculares (5%) e outras circunstâncias, como neoplasias. É uma condição que ainda causa impacto, mesmo com o avanço da tecnologia médica. Em geral acontece com pacientes mais idosos, e a mortalidade pode chegar a 14%. •HDA não varicosa: condição grave. Os pacientes de alto risco são aqueles com mais de 65 anos, com choque, mau estado geral, com comorbidades, infecções, sangramento ativo, anemia, alta creatinina e altas aminotransferases. A avaliação do risco é dada pelo score de Glasgow Blatchford (identifica pacientes de baixo risco e evita 20% das internações). O manejo inicial nessas condições é buscar por medidas de “ressuscitação”, como reposição volêmica e transfusão (quando menos de 7g/dL de Hb). Encaminhar à UTI se necessário. Em seguida, a supressão ácida gástrica favorece a hemostasia a curto prazo (agregação plaquetária) e a longo prazo (cicatrização). A endoscopia deve ser realizada nas primeiras 24 horas, pois estratifica o paciente quanto à gravidade da hemorragia. Lesões de alto risco incluem: úlceras maiores que 2 cm, sangramento vivo, vaso visível e coágulo aderente – condições nas quais o risco de ressangramento é alto. A EDA também deve ser feita com urgência em pacientes antes identificados como alto risco. Além disso, o uso de eritromicina prévia à endoscopia também é vantajoso. Quanto à terapia endoscópica, no âmbito farmacológico se pode usar epinefrina e esclerosantes; para coagulação, heater probe e eletrocautério; já na dimensão mecânica, hemoclipes e ligaduras são necessários. De modo geral, injeção de epinefrina + uma segunda técnica reduz o ressangramento e a mortalidade. Após a endoscopia, se usa IBP com infusão contínua de 8mg/hora durante 3 dias. Em caso de sangramento recorrente, repetir terapia endoscópica e fazer embolização trans-arterial. Resumindo o manejo: •HDA varicosa: varizes gastroesofágicas ocorrem em até 40% em pacientes com cirrose compensada e em 85% nos pacientes com cirrose descompensada (child C). A recorrência do sangramento em 1 ano é de 15- 20%. É a segunda apresentação mais frequente em pacientes cirróticos. A fisiopatologia circunda a questão da fibrose com aumento de resistência e, portanto, recrudescimento da pressão portal. Além do aumento de fluxo gerando a hipervolemia. Essa elevação de pressão se reflete nos vasos, que podem se tornar varizes e romper, causando, assim, a hemorragia. Se houver sangramento ativo, reposição volêmica e UTI são necessários (manter Hb entre 7 e 8). Nos pacientes com hematêmese, a endoscopia deve ser realizada em menos de 12 horas. Para tratar o sangramento ativo, se faz aspiração gástrica e profilaxia das infecções com ATB (reduz infecção bacteriana, ressangramento e mortalidade). Deve ser usadas, além disso, drogas vaso-ativas no sangramento agudo de varizes. -A utilização de prótese é mais efetiva que o balão no tratamento de sangramento agudo refratário. -Stents se configuram como a terapia ponte mais eficaz no paciente com sangramento agudo refratário -O TIPS recoberto é a melhor opção em sangramento persistente. Abaixo trazemos um algoritmo que simplifica as ponderações, que talvez tenham ficado confusas no texto. Manejo pré-endoscópico -Score Glasgow Blatchford <1 indica baixo risco de sangramento -Em pacientes sem doença cardiovascular, Hb < 8 sugere transfusão Manejo endoscópico -Endoscopia em até 24 horas -Termocoagulação e agentes esclerosantes (hemoclips e hemospray) Tratamento farmacológico -Pacientes com alto risco usar IBP EV (alta dose e depois infusão contínua por 3 dias) -IBP VO duas vezes ao dia por 14 dias, depois 1x ao dia Profilaxia secundária -IBP para pacientes que requerem terapia antiplaquetária ou anticoagulante
Compartilhar