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Trabalho sobre a atuação do psicologo escolar

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O papel do psicólogo escolar e educacional:
A inserção do psicólogo nas escolas busca contribuir para que o processo educativo se desenvolva de forma eficaz alcançando seus objetivos. No entanto, as definições da identidade do psicólogo escolar são múltiplas e apesar do trabalho do psicólogo na escola não ser clínico e abranger a instituição como um todo os educadores ainda demandam um trabalho individualizado. Em entrevista com o profissional psicólogo escolar educacional do ensino fundamental da primeira fase, a psicologia escolar é uma interface entre alunos, país, professores, equipes pedagógicas e funcionários das instituições, logo ela é o grande âncora para estabelecer uma comunicação de qualidade entre todos os protagonistas desse ambiente escolar. Para ele a Psicologia Escolar tem como principal papel buscar uma reflexão de como é feito e não somente o processo em si, mas qual a real participação e interação dos profissionais em questão.
Segundo Oliveira e Marinho Araújo (2009), a construção da relação psicológica-educação foi fortemente marcada por ações que tinham o objetivo de adaptar o indivíduo ao contexto escolar com a utilização de psicodiagnósticos e avaliação psicológica. A exigência atual ao psicólogo escolar e educacional é que este seja um agente transformador, que promove reflexões sobre sua própria prática no intuito de realizar um trabalho voltado às necessidades da escola e da comunidade (Guzzo, Costa e Sant’Ana 2009).
A prática dos psicólogos acontece a partir de dois modelos de atuação com fundamentações teóricas distintas, uma por meio da tendência clínica e individualizada e outra institucional e crítica sendo a última a mais adequada por considerar a instituição em sua totalidade contribuindo assim na melhora da qualidade do processo educativo. Conforme Martinez (2003), as instituições educativas evidenciam mudanças nas formas de atuação “tradicionais” dos psicólogos, ou seja, as formas de atuação já têm uma história relativamente consolidada no país e tem desenvolvido novas formas de atuação do profissional que podem ser denominadas como “emergentes” por apresentar uma configuração relativamente recente. Porém, Vale (2003) relata que na prática é bastante comum que o profissional integre elementos dos dois modelos. 
A Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) apresenta a nota técnica sobre atribuições do(a) Psicólogo(a) Escolar e Educacional no intuito de contribuir para o esclarecimento a respeito da atuação dos profissionais de psicologia no campo da educação, na perspectiva dos direitos humanos, do respeito à diversidade, enquanto fundamento para efetivação de uma educação para todos e todas. Por conseguinte, compete a ele (a) analisar os contextos sociais, escolares, educacionais e o projeto político-pedagógico das unidades educacionais atendidas, em uma inter-relação com as áreas da saúde, da assistência social, dos direitos humanos e da justiça. São atribuições específicas deste profissional:
1. Participar da elaboração de projetos pedagógicos, planos e estratégias a partir de conhecimentos da psicologia do desenvolvimento e aprendizagem, na perspectiva da promoção da aprendizagem de todos os alunos, com suas características peculiares, trabalhando em equipes multiprofissionais;
2. Participar da elaboração de políticas públicas de educação;
3. Contribuir com a promoção dos processos de aprendizagem buscando juntamente com as equipes pedagógicas e multiprofissionais, garantir o direito a inclusão de todas as crianças e adolescentes;
4. Orientar nos casos de dificuldades nos processos de escolarização;
5. Realizar avaliação psicológica a partir das necessidades específicas identificadas no processo educativo, que considere a rede de fenômenos presentes;
6. Orientar as equipes educacionais na promoção de ações que auxiliem na integração da família, do educando, da escola e nas ações necessárias à superação de estigmas que comprometam o desempenho escolar dos educandos;
7. Propor e contribuir na formação continuada de educadores, a partir das atividades coletivas de cada escola, na perspectiva de constante reflexão sobre as práticas docentes;
8. Atuar nas ações e projetos de enfrentamento dos preconceitos, da violência, da patologização, da medicalização e da judicialização na escola;
9. Propor articulação intersetorial no território, visando à integralidade de atendimento ao município, ao Estado e o apoio às Unidades Educacionais e o fortalecimento da Rede de Proteção Social;
10. Promover ações, em equipes multiprofissionais, voltadas à escolarização do público da educação especial;
11. Propor e participar de atividades formativas destinadas à comunidade escolar sobre temas relevantes da sua área de atuação;
12. Participar da elaboração de projetos de educação e orientação profissional;
13. Promover ações de acessibilidade;
14. Propor ações, juntamente com professores, pedagogos, alunos e pais, funcionários técnico-administrativos e serviços gerais e a sociedade de forma ampla, visando a melhorias nas condições de ensino, considerando a estrutura física das escolas, o desenvolvimento da prática docente, a qualidade do ensino, entre outras condições objetivas que permeiam o ensinar e o aprender;
15. Considerar a dimensão de produção da subjetividade, sem reduzi-la a uma perspectiva individualizante, afastando-se do modelo clínico -assistencial;
16. Buscar conhecimentos técnico-científicos da Psicologia e da Educação, em sua dimensão ética para sustentar uma atuação potencializadora.
Desafios do psicólogo escolar e educacional:
A atuação profissional do psicólogo escolar é marcada por numerosos desafios que oscilam entre a formação acadêmica e os dilemas vivenciados, entre as ações desenvolvidas e as ações esperadas. No entanto, para “construir referências, compartilhar experiências de sucesso, informar e formar àqueles que atuam, investigam ou se interessam pela área é papel de cada psicólogo escolar e um desafio que se impõem à Psicologia Escolar”. (JOLY, 2008). Esses desafios configuram a identidade profissional e apontam uma diversidade de ações e perspectivas de inserção nas escolas. De acordo com o psicólogo entrevistado, o maior dos desafios talvez seja a inserção do próprio psicólogo dentro da instituição, porém devido a real necessidade das novas configurações sociais em que estamos presentes acaba por facilitar esse processo. São muitos os desafios na atuação do psicólogo escolar e possivelmente o maior deles é o desconhecimento por parte da comunidade escolar quanto ao papel a ser desempenhado por esse profissional limitando assim suas ações ao modelo clínico de atendimento. Além disso, ele tem também o desafio de redefinir o seu papel, modificar a representação social da sua função e determinar a sua participação de forma ampliada para que possa atuar nas escolas dentro do modelo institucional. Ele não deve focar apenas nos problemas já existentes, mas agir segundo um enfoque que visa à prevenção e à promoção da saúde de todos envolvidos no processo educativo. Logo, isso não significa que o psicólogo deixará de fazer atendimentos individuais ou de buscar compreender as dificuldades do aluno que possam estar relacionadas a aspectos orgânicos ou familiares, apenas que a investigação de problemas não deverá ser limitada a essas explicações e sim, superar o modelo tradicional que culpabiliza o aluno e sua família pelo fracasso escolar. O psicólogo escolar relata na entrevista que o mais marcante dessa área de atuação é sem sombra de dúvidas o poder perceber que o seu trabalho motiva e ajuda a todos aqueles que participam dos grupos ministrados. 
Portanto, o psicólogo escolar e educacional na contemporaneidade possui a adversidade de modificar os conceitos distorcidas da comunidade escolar em relação as suas atividades. Ele deve discutir com os educadores as possibilidades de sua atuação no contexto escolar para que assim tenha conhecimento e possa construir em conjunto uma nova forma de trabalhar, visto que a abertura ao novosó acontece quando se conhece o que estar por vir. Conforme descreve o profissional entrevistado, o psicólogo escolar e educacional é o mediador da interdisciplinaridade entre professores, pedagogos, funcionários das instituições que muitas vezes não se comunicam e quando faz aparenta conversar em idiomas diferentes. Contudo, o papel dele dentro da organização é alinhar e convergir os diálogos a uma mesma língua de forma que todos os participantes do processo escolar não só entendam como também possam participar e contribuir como protagonistas da ação como um todo. Ainda, de acordo com ele o ponto mais relevante dessa área da psicologia é que muitos profissionais não sabem como trabalhar em um campo tão amplo como a escola, e em muitas instituições além de não possuir um profissional psicólogo quando o tem não valoriza ou nem ao menos lhe dá liberdade de trabalho. Conforme Joly (2008), apesar da ação preventiva são poucas as políticas públicas voltadas para a área da psicologia escolar e educacional e sendo assim, a investigação das formas de atuação e das expectativas construídas em torno do serviço de psicologia nas escolas irá contribuir para ressignificação dessa prática e para formulação de políticas públicas que visem à melhoria da qualidade da educação brasileira. 
Referências Bibliográficas: 
ABRAPEE, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL, GESTÃO 2020-2022. Disponível em: http:// https://www.crprs.org.br/conteudo/abrapee_nota-tecnica_2020. Acesso em: 26 de abr. 2021.
GUZZO, R. S. L.; MEZZALIRA, A. S. C.; MOREIRA, A. P. G. Psicólogo na rede pública de educação: embates dentro e fora da própria profissão. Psicol. Esc. Educ., Maringá, v. 16, n. 2, p. 329-338, dez. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 85572012000200016&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 21de abr. 2021.
JOLY, Maria Cristina Rodrigues Azevedo. Desafios da psicologia escolar e educacional. Editorial Psicologia Escolar e Educacional. Jun. 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-85572008000100001. Acesso em: 23 de abr. 2021. 
MARTINEZ, Albertina Mitjáns. O que pode fazer o psicólogo na escola? Em Aberto, Brasília, v. 23, n. 83, p. 39 - 56, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572009000100020 . Acesso em: 20 de abr. 2021. 
MARTINEZ, Albertina Mitjáns (2003a). O psicólogo na construção da proposta pedagógica da escola: áreas de atuação e desafios para sua formação. Em S. F. C. Almeida (Org.), Psicologia Escolar: ética e competências na formação profissional (pp. 105-124). Campinas, SP: Alínea. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pee/a/HCbNpr4B5TyFBsPRdtgs3Yn/?lang=pt. Acesso em: 25 de abr. 2021.
VALLE, Luiza Elena Leite Ribeiro do. Psicologia escolar: um duplo desafio. Psicol. cienc. prof., Brasília, v. 23, n. 1, p. 22-29, mar. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141498932003000100004&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 20 de abr. 2021.

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