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. PCP PSICOLOGIA E A FILOSOFIA GREGA PERÍODO CLÁSSICO Neste período atinge a filosofia grega o apogeu do desenvolvimento. Surgem os seus maiores pensadores, que, exigindo os direitos da razão contra o ceticismo geral, constroem sobre bases mais sólidas uma síntese do saber e elaboram, nos vários domínios da filosofia, um núcleo considerável de teses, que ficarão definitivamente incorporadas no patrimônio intelectual humano. Como em todos os tempos de grande esplendor filosófico as escolas desaparecem na penumbra e avultam grandes individualidades. Sócrates, Platão e Aristóteles cifram a glória deste período, escrevendo seus nomes entre os dos mais profundos pensadores da humanidade. SÓCRATES (469 A.C. – 299 A.C.) "Conhece-te a ti mesmo" é o lema em que Sócrates pauta toda a sua vida. Para ele o perfeito conhecimento do homem é o objetivo de todas as suas . PCP especulações e a moral, o centro para o qual convergem todas as partes da sua filosofia. A psicologia serve-lhe de preâmbulo, a teodiceia de estímulo à virtude e de natural complemento da ética. Em Psicologia, Sócrates professa a espiritualidade e imortalidade da alma, distingue as duas ordens de conhecimento, sensitivo e intelectual, mas não define o livre arbítrio, identificando à vontade com a inteligência. Moral. É a parte culminante da sua filosofia. Sócrates ensina a bem pensar para bem viver. O meio único de alcançar a felicidade ou semelhança com Deus, fim supremo do homem, é a prática da virtude. A virtude adquire-se com a sabedoria ou, antes, com ela se identifica. Esta doutrina, uma das mais características da moral socrática, é consequência natural do erro psicológico de não distinguir a vontade da inteligência. Conclusão: grandeza moral e penetração especulativa, virtude e ciência, ignorância e vício são sinônimos. "Se músico é o que sabe música, pedreiro o que sabe edificar, justo será o que sabe a justiça". Para Sócrates, o fim da filosofia é a educação moral do homem. Discutiu o limite que separa o homem dos animais. Entendeu a razão como principal característica humana. A razão permitia aos homens conterem os instintos. Para ele, o conhecimento fundamental era o “conhece-te a ti mesmo”. Para Sócrates todo o saber deve estar dirigido para o conhecimento da realidade do homem. . PCP Ele era capaz de achar problemas em qualquer situação e estava muito mais preocupado em questionar do que em solucionar. PLATÃO (427 A.C. – 347 A.C.) É considerado um dos principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. Suas ideias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis (mundo das ideias e a inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria). Platão institui o dualismo na filosofia, a presença de dois mundos: o sensível, das aparências, da experiência das sensações, no qual normalmente nos encontramos; e o inteligível, o mundo das ideias ou das formas, das essências, da realidade propriamente dita. Esses dois mundos não são propriamente reais, um seria a própria realidade em si mesma e o outro, sombras dessa realidade. Com esse pensamento, Platão ficou conhecido como o primeiro metafísico, pregando que a realidade está além . PCP das coisas sensíveis ou aparentes, completando o trajeto socrático que ia do particular sensível ao universal inteligível. Conhecer significa apreender pelo intelecto as formas, verdade e razão de ser de tudo o que existe no mundo sensível. Neste mundo, tudo é instável, se transforma com o tempo. Para Platão, tudo que nasce e vem a desaparecer não pode ser considerado o ser de maneira plena. O dualismo vem resolver esse problema do ser que nunca é, que está sempre vindo a ser: no mundo das essências, das formas, a realidade repousa na concretude do ser, não estando submetida a qualquer oscilação, entendida como o ser em sua perfeição. O dualismo vem resolver esse problema do ser que nunca é, que está sempre vindo a ser: no mundo das essências, das formas, a realidade repousa na concretude do ser, não estando submetida a qualquer oscilação, entendida como o ser em sua perfeição. Platão projeta um mundo em que os homens sejam educados para enxergar a luz e sempre duvidar das sombras, a nunca acreditarem nas primeiras certezas e tão somente nas aparências, e a sempre acolher aquele que vem mostrar a verdade. O mundo das ideias é fixo, situado num mundo mutável; O ideal existe apenas na imaginação do sujeito; O mundo material é apenas uma cópia imperfeita desse mundo ideal. Platão conclui que o mundo das ideias é o mundo real. O mundo material é imperfeito, perecível e degenerável; . PCP O homem seria um ser dualista composto de mente x corpo. O mundo real (sensível) é finito, enquanto que o mundo das ideias (suprassensível) transita entre gerações e se mantém dinâmico; A concepção de bom x mau; belo x feio; digno x medíocre. Se mantém e perpassa gerações; Esta concepção influenciou a moralidade cristã ocidental. A alma (psiqué) está dissociada do corpo e, portanto, se eterniza, enquanto que o corpo é perecível, corruptível. Houve cristianização das ideias platônicas: negatividade da carne, concepção de pecado, imaterialidade do espírito, fugacidade da matéria...; Em Platão, o homem tem três faculdades: a racional na cabeça, a passional ou colérica no coração e no baixo ventre como estomago que é a alma apetitiva ou concupiscível, que tem objetivo de suprir as necessidades primárias do homem. A razão deveria controlar toda a alma apetitiva, pelo controle racional, pode-se reprimir as paixões (deixar levar-se por....); Nesse sentido, o homem deveria se dedicar a tudo aquilo que valoriza o mundo racional e ético; Este ideário influencia a própria concepção de política em Platão, ao comparar o organismo social com o corpo humano. . PCP ARISTÓTELES (384 - 322 A.C.) Seus pensamentos filosóficos e ideias sobre a humanidade tem influências significativas na educação e no pensamento ocidental contemporâneo. Aristóteles é considerado o criador do pensamento lógico. Suas obras influenciaram também na teologia medieval da cristandade. O filósofo valorizava a inteligência humana, única forma de alcançar a verdade. Fez escola e seus pensamentos foram seguidos e propagados pelos discípulos. Pensou e escreveu sobre diversas áreas do conhecimento: política, lógica, moral, ética, teologia, pedagogia, metafísica, didática, poética, retórica, física, antropologia, psicologia e biologia. Segundo Aristóteles, há quatro causas implicadas na existência de algo: CAUSA MATERIAL: daquilo que a coisa é feita como, por exemplo, o ferro. CAUSA FORMAL: é a coisa em si como, por exemplo, uma faca de ferro. . PCP CAUSA EFICIENTE: aquilo que dá origem a coisa feita como, por exemplo, as mãos de um ferreiro. CAUSA FINAL: seria a função para a qual a coisa foi feita como, por exemplo, cortar carne. Não acreditava na existência de ideias inatas e nem no mundo das ideias. A criança, ao nascer, não traz nenhuma bagagem de conhecimento. Vem como um papel em branco – onde nada foi escrito: uma "tabula rasa". Subordina tudo ao mundo sensível. Na ideia de Aristóteles “não há nada em nossa mente sem que antes tenha passado pelo sentido”; Assim a base epistemológica de Aristóteles advém do mundo sensível: Primeiro olho, capturo a ideia, depois abstraio (do latim, “isolar”, “separar”); Para ele, mente e corpo são indivisíveis. A alma (psiqué) e o corpo compõem uma unidade, portanto, ambos são finitos.
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