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Antropologia Trabalho Avaliativo2

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CLARETIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO
Disciplina: Antropologia, ética e cultura
PROF. ESP. ROYSON ROTH
(2 pontos)
· Instituiu-se o “Dia Nacional da Consciência Negra” em 20 de novembro, ao invés da tradicional celebração do 13 de maio. Essa nova data é o aniversário da morte de Zumbi, que hoje simboliza a crítica à segregação e à exclusão social.
· Um turista estrangeiro que veio ao Brasil, no carnaval, afirmou que nunca viu tanta convivência harmoniosa entre as diversas etnias.
· Entre nós [brasileiros], (…) a separação imposta pelo sistema de produção foi a mais fluida possível. Permitiu constante mobilidade de classe para classe e até de uma raça para outra. Esse amor, acima de preconceitos de raça e de convenções de classe, do branco pela cabocla, pela cunhã, pela índia (…) agiu poderosamente na formação do Brasil, adoçando-o.
(Gilberto Freire. O mundo que o português criou.)
· [Porém] o fato é que ainda hoje a miscigenação não faz parte de um processo de integração das “raças” em condições de igualdade social. O resultado foi que (…) ainda são pouco numerosos os segmentos da “população de cor” que conseguiram se integrar, efetivamente, na sociedade competitiva.
(Florestan Fernandes. O negro no mundo dos brancos.)
· Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
· § 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
A partir das informações e reflexões acima sobre diversidades e pluralidade cultural, disserte sobre os problemas, desafios e dificuldades do Brasil em ser “de fato” um país que respeita a diversidade e a pluralidade cultural. (Lembre-se de utilizar relacionar o seu ponto de visto com os conceitos trabalhados até aqui na disciplina: ética, moral, respeito, valores, liberdade, bioética...).
 O que se comemorava tradicionalmente, no Brasil, em 13 de maio, certamente não era a libertação dos escravos negros, mas a lembrança da hierarquização exercida pela raça branca sobre a negra, através da assinatura da lei Áurea pela princesa, “branca”, de nome Isabel, que ocupava a Regência do então Império do Brasil na época. A bem da verdade, a ideia de raça em nosso país foi construída com o passar do tempo, principalmente, para justificar a hierarquia de um grupo diante de outro, durante um árduo processo de construção, do que comumente chamamos de nacionalidade. Por isso, nada mais justo que, como contraponto ao 13 de maio; os movimentos negros brasileiros, novamente com muita luta, terem conseguido, através de lei, instituir como dia da consciência negra, o 20 de novembro, quando se relembra a execução de Zumbi dos Palmares; fazendo-se ressaltar o papel dos próprios negros no processo de sua emancipação. 
 Muito embora o Brasil, seja conhecido em diversas partes do mundo, pela convivência harmoniosa entre suas mais diversas etnias, o que se confirma atualmente, é que esta dita miscigenação não condiz com a realidade de um país devastado por gritantes desigualdades sociais e uma complexa desintegração racial. Isto na realidade pode ser visto através de um paralelo, que sugiro fazer, entre o que é vivenciado pela população negra e a letra da canção da Banda Titãs, quando diz, “... a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte, a gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte, a gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão, balé...”. E, assim fica facilmente perceptível que não temos muito do que nos orgulharmos quando o tema é miscigenação racial, já que esta não vem acompanhada por uma melhor distribuição da renda entre elas. 
 Vergonhosamente, nos dias atuais continuamos a nos deparamos com uma persistente cultura que descende do Brasil-colônia, onde a raça branca segue dominando e massacrando, só que de forma mais sutil, a negros e descendentes. Devido a isto, é mais facilmente visto neste país, negros e seus descendentes concorrerem, em sua maioria, às vagas existentes para empregos de domésticos, motoristas, cobradores de ônibus e padeiros, do que às de médicos, engenheiros e arquitetos. 
 Ter conhecimento do § 1º do Art. 215 da Constituição Brasileira, através das diversas mídias, hoje em dia tornou-se até facilmente accessível, porém o difícil é vê-lo sendo colocado em prática, pela maioria da população brasileira, que é feita de descendentes de negros.

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