Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Professor: Pedro Bortolucci Estruturas Algébricas II - Subgrupos Normais, Grupos Quociente, Homomorfismos e Iso- morfismos de Grupos Lista III - Estruturas Algébricas II Questão 1. Descreva o grupo quociente G H e a tabela de operações para cada item a seguir. a. G = Z8 e H = {0̄, 2̄, 4̄, 6̄}; b. G = Z∗7 e H = {1̄, 2̄, 4̄}; c. G = D5 e H = {e, a, a2, a3, a4}; d. G = GL3(R) e H = {A ∈ GL3(R); detA < 0} Solução. a. Pela definição de G H , temos que G H = {a + H; a ∈ G}, no nosso caso, temos que Z8 H = {ā+H; ā ∈ Z8}. Pois bem, calculemos cada caso: 0̄ +H = {0̄, 2̄, 4̄, 6̄} = H 1̄ +H = {1̄, 3̄, 5̄, 7̄} 2̄ +H = {2̄, 4̄, 6̄, 0̄} = H 3̄ +H = {3̄, 5̄, 7̄, 1̄} = 1̄ +H 4̄ +H = {4̄, 6̄, 0̄, 2̄} = H 5̄ +H = {5̄, 7̄, 1̄, 3̄} = 1̄ +H 6̄ +H = {6̄, 0̄, 2̄, 4̄} = H 7̄ +H = {7̄, 1̄, 3̄, 5̄} = 1̄ +H Portando o grupo quociente pode ser completamente descrito como: Z8 H = {H, 1̄ +H}. Sua tabela de operações fica: + H 1̄ +H H H 1̄ +H 1̄ +H 1̄ +H H b. Temos agora G = Z∗7 e H = {1̄, 2̄, 4̄}. Procedendo como no item anterior temos: 1̄H = H 2̄H = {2̄, 4̄, 1̄} = H 3̄H = {3̄, 6̄, 5̄} 4̄H = {4̄, 1̄, 2̄} = H 5̄H = {5̄, 3̄, 6̄} = 3̄H 6̄H = {6̄, 5̄, 3̄} = 3̄H Assim, o grupo quociente fica completamente descrito como: Z∗7 H = {H, 3̄H}. Sua tabela de operações é dada por: 2 · H 3̄H H H 3̄H 3̄H 3̄H H c. Lembremos que o grupo diedral D5 pode ser representado por D5 = {e, a, a2, a3, a4, b, ba, ba2, ba3, ba4}, com a relação bab = a−1 (isso será importante daqui a pouco), ou seja, podemos descrever esse grupo como o grupo com geradores a e b, sujeitos as relações a5 = b2 = e (apenas por curiosidade, isso pode ser denotado como 〈a, b|a5 = b2 = e, bab = a−1〉). Agora, o subgrupo normal foi dado porH = {e, a, a2, , a3, a4}. Vamos proceder da mesma forma dos items anteriores: eH = H aH = {a, a2, a3, a4, e} = H a2H = {a2, a3, a4, e, a} = H a3H = {a3, a4, e, a, a2} = H a4H = {a4, e, a, a2, a3} = H bH = {b, ba, ba2, ba3, ba4} (ba)H = {ba, ba2, ba3, ba4, b} = bH (ba2)H = {ba2, ba3, ba4, b, ba} = bH (ba3)H = {ba3, ba4, b, ba, ba2} = bH (ba4)H = {ba4, b, ba, ba2, ba3} = bH Portanto, o grupo quociente D5 H , fica completamente determinado por D5 H = {H, aH, bH}. Agora, lembre-se de quando mencionei um fato que seria importante, observe que a · a4 = e = a4 · a, ou seja, a−1 = a4 (um raciocínio análogo mostra que b−1 = b), daí, da relação bab = a−1, temos bab = a4 ⇒ ab = ba4, ou seja, (ab)H = (ba4)H = bH, isso nos permite montar a tabela de operações, que fica dada por: · H aH bH H H aH bH aH aH H bH bH bH bH H d. Agora, temos o grupo linear geral de ordem 3, G = GL3(R) e H = {A ∈ GL3(R); detA < 0}. Mas note que a matriz identidade I3 é o elemento neutro (em relação à multiplicação) do grupo GL3(R), entre- tanto, det(I3) = 1 > 0, logo I3 6∈ H, portanto, H não pode nem mesmo ser grupo, tampouco subgrupo normal, logo, não faz sentido falarmos em grupo quociente neste caso. Questão 2. Seja f : G1 → G2 homomorfismo de grupos, com G2 abeliano. Mostre que G1 N(f) é abeliano. 3 Solução. Vou começar observando que usarei a notação ker(f), para denotar o núcleo do homomorfismo f . Pois bem, queremos mostrar que G1 ker(f) é abeliano. Observe que do Teorema do Isomorfismo, como f é homomorfismo de grupos, ele induz um isomorfismo de grupos f̄ : G1 ker(f) → Im(f) dado por f̄(g ker(f)) = f(g) (apesar de não utilizarmos essa lei de formação neste exercício, é bom sempre termos em mente ela). Em símbolos, temos G1 ker(f) ∼= Im(f). Da proposição 4.2.1, página 167, Álgebra II, temos que como f : G1 → G2 é homomorfimo de grupos, o item (h), nos garante que Im(f) ≤ G2. Como G2 é abeliano, e Im(f) ≤ G2, segue que Im(f) é também abeliano (isso fica claro observando que para quaisquer dois elementos a, b ∈ Im(f), em particular, a, b ∈ G2, logo eles comutam, já que G2 é abeliano, portanto como esses elementos são arbitrários, segue o enunciado). Agora, da proposição 4.2.3(a) página 172, do mesmo livro, segue que G1 ker(f) é abeliano. Questão 3. Calcule a ordem das permutações a. α = ( 1 2 3 4 5 6 3 1 2 4 6 5 ) ; b. α = (1 3 5)(2 5 4)(1 2 3); c. α = (1 2)(3 4); d. α = ( 1 2 3 4 5 2 5 4 3 1 ) . Solução. a. Vamos reescrever essa permutação como um produto de ciclos, se forem disjuntos, podemos aplicar a Proposição 5.1.1(b), da página 198. Pois bem, repare que na permutação dada, temos que α(1) = 3, α(3) = 2 e α(2) = 1, o que completa o cíclo (1 3 2) de comprimento 3 e, portanto, ordem 3. Da mesma forma, α(5) = 6 e α(6) = 5, o que completa o cíclo, mais precisamente a trasposição, (5 6) de comprimento e, por- tanto, ordem 2. Assim, temos que α = (1 3 2)(5 6), consequentemente, da proposição mencionada temos que o(α) = mmc(2, 3) = 6; b. Neste caso, é claro que os cíclos são não disjuntos, uma vez que, por exemplo, o número 3 aparece em dois dos três ciclos que compõe a permutação α. Neste caso, vamos reescrever α como produto de cíclos disjuntos. Observe que temos aqui três cíclos 4 α1 = (1 3 5), α2 = (2 5 4) e α3 = (1 2 3) e observe que α = α1 ◦ α2 ◦ α3. Note que α(1) = α1(α2(α3(1))) = α1(α2(2)) = α1(5) = 1 (lembre-se que se um número não aparece na notação de cíclo, significa que ele está fixo, nesse caso o 3, por exemplo, não aparece na notação de α2, ou seja, α2(3) = 3) , ou seja, α(1) = 1. Continuando assim para i ∈ {1, 2, 3, 4, 5}, temos: • α(2) = α1(α2(α3(2))) = α1(α2(3)) = α1(3) = 5; • α(3) = α1(α2(α3(3))) = α1(α2(1)) = α1(1) = 3; • α(4) = α1(α2(α3(4))) = α1(α2(2)) = α1(2) = 2; • α(5) = α1(α2(α3(5))) = α1(α2(5)) = α1(4) = 4; Logo, a permutação α pode ser escrita como: α = ( 1 2 3 4 5 1 5 3 2 4 ) Que um raciocínio análogo ao do item anterior nos dá que α pode ser escrito como o cíclo (2 5 4 2) com 1 e 3 fixos. Como o comprimento desse cíclo é 4, então o(α) = 4; c. Neste caso, α já está escrito como produto de dois cíclos disjuntos α1 = (1 2) e α2 = (3 4), ambos com comprimento, e portanto ordem, igual a 2. Logo o(α) = mmc(2, 2) = 2; d. Este item podemos resolver de maneira parecida ao item (a), notando que: • α(1) = 2; • α(2) = 5; • α(5) = 1; compõe o cíclo (1 2 5) de comprimento, e portanto ordem, 3. E: • α(3) = 4; • α(4) = 3. Compõe outro cíclo, disjunto do primeiro, (3 4), agora de comprimento, e portanto ordem, igual a 2. Assim, temos que α = (1 2 5)(4 3), logo o(α) = mmc(2, 3) = 6. Questão 4. Calcule αβα−1 e βαβ−1 quando a. α = (1 2 5)(3 4) e β = (1 3 5 7); b. α = (1 5 6) e β = (1 2 3)(4 5). 5 Solução. Resolverei do jeito que acredito que seja o mais simples de compre- ender. Vamos primeiro escrever cada inversa como uma permutação e depois reescrevê-las como o produto de cíclos disjuntos, e em seguida realizar o pro- duto como estávamos realizando anteriormente. Depois resolverei por outro método. a. Repare que, da forma que que α foi dada, podemos escrevê-la como: α = ( 1 2 3 4 5 6 7 2 5 4 3 1 6 7 ) ⇒ α−1 = ( 2 5 4 3 1 6 7 1 2 3 4 5 6 7 ) ⇒α−1 = ( 1 2 3 4 5 6 7 5 1 4 3 2 6 7 ) = (1 5 2)(3 4) Fazendo o mesmo para β, temos: β = ( 1 2 3 4 5 6 7 3 2 5 4 7 6 1 ) ⇒ β−1 = ( 3 2 5 4 7 6 1 1 2 3 4 5 6 7 ) ⇒β−1 = ( 1 2 3 4 5 6 7 7 2 1 4 3 6 5 ) = (1 7 5 3) Agora, realizando a operação αβα−1, temos: αβα−1 = (1 2 5)(3 4)(1 3 5 7)(1 5 2)(3 4) = ( 1 2 3 4 5 6 7 7 4 3 1 5 6 2 ) = (1 7 2 4). e calculando βαβ−1, temos: αβα−1 = (1 3 5 7)(1 2 5)(3 4)(1 7 5 3) = ( 1 2 3 4 5 6 7 1 7 2 5 4 6 3 ) = (2 7 3)(4 5). O processo para calcular esse produto de cíclos é o mesmo desenvolvido na questão 3 letra (b), chame cada cíclo de um αi e calcule a imagem de cada número 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, através da composta dos ai’s. b. Neste item, encontrareis a inversa dos cíclos de outra forma, vamos ape- nas reescrever cada cíclo "ao contrário"e depois reescrevê-los de forma a começar pelo menor número (lembrando que a ordem não importa, o cíclo continua sendo o mesmo, entretanto é uma convenção utilizar a notação sempre começando com o menor número). Pois bem, temos que α = (1 5 6), o que implica que α−1 = (6 5 1), reescrevendo a partir do menor número, temos α−1 = (1 6 5). Agora, paraβ, temos que β = (1 2 3)(4 5), logo β−1 = (5 4)(3 2 1), reescrevendo começando com o menor número, temos β−1 = (1 3 2)(4 5). 6 Agora, calculando, da mesma forma feita na questão 3, letra (b), temos: αβα−1 = (1 5 6)(1 2 3)(4 5)(1 6 5) = ( 1 2 3 4 5 6 1 3 5 6 2 4 ) = (2 3 5)(4 6). e finalmente, βαβ−1 = (1 2 3)(4 5)(1 5 6)(1 3 2)(4 5) = ( 1 2 3 4 5 6 1 4 3 6 5 2 ) = (2 4 6).
Compartilhar