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Pediatria Bruna Marques Dadona Dor abdominal 1. Desafios na pediatria - Crianças normalmente não conseguem contar a história. - Adultos responsáveis descrevem mal queixas das crianças. - Alguns casos necessitam de diagnóstico rápido, exemplo: apendicite. - Os diagnósticos diferenciais são de acordo com a idade da criança. 2. Qual a idade da criança? - Neonatos e lactentes: doenças congênitas ou ligadas à prematuridade (intussuscepção, volvo e obstrução intestinal). - Escolar: infecções e constipação idiopática são mais comuns. - Adolescentes: menstruação, torção intestinal ou ovariana e infecções sexualmente transmissíveis são mais frequentes. 3. Anamnese – o que perguntar? - Comorbidades e Cirurgias prévias ? - Uso ou alergia de medicações ? - Descrever a última refeição e hábito intestinal. - Apresenta Diarreia ? Constipação ? Náuseas ? Vômitos ? Disúria ? Febre ? - Obs: Inquerito alimentar proximal - ultimas 24h 4. Especificamente sobre a dor abdominal - Fatores de melhora e piora da dor. - Tipo ou qualidade da dor (contínua, em cólica, aperto, facada etc.). - Local de início e irradiação. - Gradação da dor (escala de 0 a 10). - Duração e repetição do quadro. 5. Causas - Quais as causas não cirúrgicas ?? - Dispepsias. - Constipação intestinal. - Gastroenterocolites. - Parasitoses intestinais. - Pancreatite aguda. - Hepatite aguda. - Quais as causas cirúrgicas ?? - Apendicite aguda. - Obstrução intestinal. - Invaginação intestinal. - Torções intestinais e de ovário Peritonite aguda. Pediatria Bruna Marques Dadona - Obs: em bebês constipados com alimentação materna exclusiva tendem a “engordar” peso sobe rapidamente. 6. O que nunca esquecer - História de trauma ? - História de viagem recente ? - História de uso ou abuso de medicamentos ? - História familiar ? (caracterização genética) - História psiquiátrica e social ? (incluir sexual) - História social ? 7. O que atentar no exame físico? - Apendicite: - Sinais abdominais clássicos : dor à palpação no QID (sinal de McBurney) com ou sem defesa, rigidez abdominal e dor à descompressão brusca presente. - Sinal de Rovsing: compressão do QIE pode provocar dor no QID. - Irritação peritoneal: paciente permanecem deitadas e tentam não se mover. - Trauma abdominal: - Presença de dor abdominal desproporcional. - Tem sinais de lesões acidentais ( ex.: marca de cinto de segurança ) e não acidentais ( ex.: queimaduras de cigarro, escoriações e hematomas). - marcas de cinto de segurança aumenta a probabilidade de lesões intra-abdominais, principalmente se houver fratura lombar ou taquicardia persistente. - Dor abdominal funcional: - Criança clinicamente bem e com achados clínicos mínimos. - Baseia-se nos sintomas, não no exame físico ou exames complementares. - Gastroenterocolite: - Dor abdominal sem evidências de peritonite ( defesa ou dor à descompressão brusca). - Apresentam distensão abdominal e ruídos hidroaéreos aumentados. - Atentar para inquérito alimentar. - Patologias cirúrgicos: ( com o que devo ficar atento?) - Ausência de ruído hidroaéreo e vômitos biliosos - Diarreia hemorrágica ou sangue oculto nas fezes. - Dor à descompressão brusca. - Rigidez involuntária ou voluntária 8. Dor abdominal na Adolescente.... O que SEMPRE estar atento ?? - Questionar: - Presença de menarca e data da última menstruação? - Regularidade dos ciclos menstruais e cólicas? - Já têm atividade sexual? (a possibilidade de gravidez deve ser sempre considerada). - Questionar sobre ITU de repetição 9. Como mensurar a dor abdominal? Pediatria Bruna Marques Dadona 10. Exames complementares - Os exames iniciais podem incluir: - Hemograma completo (útil para avaliar infecção e inflamação). - Bioquímico completo (distúrbios eletrolíticos associados são comuns). - Enzimas hepáticas ( para descartar hepatobiliares ou pancreáticas) . - Amilase sérica e a lipase (suspeita de pancreatite). - Velocidade de hemossedimentação e a proteína C- reativa podem sugerir infecção subjacente ou inflamação. - Coagulograma: tempo de protrombina e a razão normalizada internacional (INR) na suspeita de hepatite viral. - Fezes e a coprocultura (na etiologia da gastroenterite). - Hemocultura: indicada quando há risco de sepse. - Urina I e Urocultura: suspeita de ITU. 11. Exames de imagem - Os estudos de imagem são guiados pelos achados da história e do exame físico: - Radiografia torácica e abdominal. - Ultrassonografia. - TC e ressonância nuclear magnética (RNM). - Endoscopia. - Cistouretrografia miccional. - Radiografias de esqueleto completo.
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