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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CIVEL DO FORO REGIONAL DA COMARCA DE SÃO LOURENÇO - MG
LOJÃO CHALÉ LTDA EPP, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/ME nº xxx, com sede à rua xxx, bairro: xxx, cidade/UF, por intermédio de seu advogado que a presente subscreve, com procuração anexa, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro nos art. 700, inciso I e ss. do Código de Processo Civil, propor a presente,
AÇÃO MONITÓRIA
em face de PEÇANHA, nacionalidade, regularmente inscrito no CPF/ME nº xxx, residente e domiciliado à Rua X, nº 1, São Lourenço/MG, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:
I – TEMPESTIVIDADE.
Inicialmente, insta salientar que, em que pese o artigo 70 da Lei Uniforme de Genebra, estabeleça o prazo de 3 (três) para promover a ação de execução de título extrajudicial contra o devedor, e que no casso em tela já se ultrapassou o referido prazo, cumpre ressaltar que a presente demanda é tempestiva, considerando que o Superior Tribunal de Justiça estabeleceu o prazo de até 5 (cinco) anos para o ajuizamento da monitória em face de nota promissória. Vejamos a súmula nº 504 do Colendo Tribunal:
“Sumula Nº 504 Superior Tribunal de Justiça - O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título.”
Assim, tendo em vista que a Súmula do Superior Tribunal de Justiça estabeleceu o prazo de 5 (cinco) anos, a presente demanda encontra-se devidamente tempestiva, devendo esta ser recebida e distribuída a uma das Varas do fórum regional de São Lourenço-MG, tudo como medida de legalidade e justiça. 
II - DOS FATOS:
O autor é credor da parte ré, conforme se verifica da prova escrita, sem eficácia de título executivo, no valor original de R$ 100.000,00 (cem mil reais), oriundos da comercialização de produtos eletrodomésticos.
Ocorre que, apesar das tentativas de resolução amigável da pendência e, mais tarde, da tentativa de recebimento dos valores pela via extrajudicial por longos anos, não houve qualquer contato por parte do devedor para tentar solucionar a questão amigavelmente, não restando alternativa ao autor senão ajuizar a presente ação monitória.
Diante desta circunstância, conforme apontado na planilha de cálculo anexa, conclui-se que o autor é credor da quantia atualizada de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais), referente ao valor principal acrescido de atualização monetária e juros moratórios. 
III – DO DIREITO: 
Inicialmente, insta sedimentar a natureza jurídica da ação monitória, pois trata-se de instrumento colocado à disposição do credor de contia certa, com crédito comprovado, todavia sem a eficácia de título executivo.
Assim, concluímos que a monitoria é o instrumento de cobrança no caso em tela, pois trata-se de cobrança de contia certa, com crédito comprovado através de documento escrito que não tem eficácia título executivo.
Por fim, apenas para coroar o convencimento acerca da adequação da via monitória eleita, cumpre ressaltar que o cabimento da presente ação encontra previsão expressa, também, no artigo 700, inciso I, do Código de Processo Civil, que prescreve:
“Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;”
Nesse sentido, cabe ressaltar que o requerido deve quitar os valores demandados, com o pagamento de quantia em dinheiro, nos termos do artigo 700, inciso I, do Código de Processo Civil, devidamente atualizados e acrescidos dos encargos moratórios correspondentes e não a entrega de coisa/bem, ainda considerando que passaram mais de 3 (três) anos de uso dos produtos de eletrodomésticos que deram causa ao presente crédito exequendo.
Apenas por amor ao debate e a argumentação, insta mencionar que não foi feita a novação da nota promissória, tendo em vista que se trata de nota promissória pro solvendo, ou seja, os títulos não se desvinculam do negócio e a quitação só ocorrerá com o efetivo pagamento da referida nota promissória.
Destarte, não resta qualquer dúvida quanto à pertinência e adequação da presente ação monitória, bem como quanto à suficiência dos documentos carreados à inicial para comprovar a relação negocial estabelecida entre as partes e a ausência de pagamentos dos valores exigidos.
Por derradeiro, também sob a perspectiva da vedação do enriquecimento sem causa é possível concluir que a Requerida está sujeita ao pagamento da quantia indicada nos instrumentos de protesto colacionados.
Nesse viés, o Código Civil é expresso ao estipular a vedação do enriquecimento sem causa:
“Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente, feita a atualização dos valores monetários.” (destaques nossos).
Portanto, configurado o enriquecimento sem causa da parte ré, a mesma deverá ser compelida ao pagamento do valor do débito devidamente corrigido monetariamente e acrescidos de juros moratórios.
IV – DOS PEDIDOS: 
Diante de todo o exposto, o requerente pleiteia o recebimento da presente demanda com os documentos que a instruem, determinando, por conseguinte, a procedência dos pedidos decretando a constituição de pleno direito de título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade.
Requer a expedição de mandado de citação e pagamento nos termos do art. 701 do Código de Processo Civil, para que o devedor efetue o pagamento do valor atualizado do débito, acrescidos do valor antecipado pelo autor a título de custas processuais, bem como de honorários advocatícios no importe de 5% (cinco por cento) deste montante, no prazo de 15 (quinze) dias.
Sucessivamente, requer-se a citação da Ré com os benefícios do art. 212, § 2º do CPC, para que, querendo, apresente a sua defesa nos termos do art. 702, restando devidamente alertada que o manejo de defesa com nítida intenção protelatória ensejará a aplicação das cominações previstas na legislação processual.
No mérito, requer-se a condenação da parte ré ao pagamento do valor de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais), acrescidos de honorários advocatícios, constituindo-se a indigitada decisão como título executivo judicial nos termos do § 1º do art. 701 do CPC.
Requer ainda a condenação do requerido ao pagamento das custas processuais em caso de descumprimento do mandado monitório, nos termos do § 1º do art. 701 do CPC.
		
Protesta-se provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, sem exceção e, em especial, pela prova documental que instrui a presente exordial, como a nota promissória e a planilha de cálculo.
Dá–se à causa o valor de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais).
Termos em que 
Pede e espera deferimento.
Local xxx, data xxx. 
Advogado (a)
OAB nº xxx

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