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MEDULA ESPINHAL Ananda Martins - Medicina UEMA - Grande via de comunicação entre o cérebro e as outras partes do corpo - Maior condutor de informações que sai e entra no encéfalo através dos nervos espinhais - Estímulos que saem do cérebro precisam passar pela medula para chegar a alguma parte do corpo (e vice e versa) ANATOMIA - Tubo cilíndrico. Se estende desde o forame magno até a vértebra L2. - É o miolo da vértebra - A coluna vertebral é maior que a medula espinhal - Mede cerca de 45cm sendo mais curta em mulheres - Dividida nas mesmas partes da coluna vertebral, com os mesmos nomes - Partes mais delgadas (cervical e lombar): intumescências → são assim por causa da formação dos plexos (cervical → plexo braquial, inervação de membros superiores) / lombar → plexo lombossacro, inervação de membros inferiores) ● A formação das intumescências se deve a maior quantidade de neurônios e, portanto, fibras nervosas que entram e saem destas áreas e que são necessárias para a inervação dos membros Acidentes anatômicos - Fissura mediana anterior - Sulcos laterais anteriores: - Sulcos laterais posteriores - Sulco intermédio posterior - Sulco mediano posterior Sulcos laterais anteriores e posteriores: filamentos radiculares → pequenos filamentos nervosos, se unem para formar as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. ● As duas raízes se unem para formar os nervos espinhais ● A conexão entre os nervos espinhais marca a segmentação da medula Segmento medular: parte da medula onde fazem conexão os filamentos radiculares que entram na composição desse nervo Existem 31 pares de nervos espinhais ● 8 cervicais ● 12 torácicos ● 5 lombares ● 5 sacrais ● 1 coccígeo CAUDA EQUINA: meninges e raízes nervosas dos últimos nervos espinhais, abaixo da 2ª vértebra lombar, dispostas em torno do cone medular e filamento terminal. DENTRO DA MEDULA ESPINHAL 1. Substância cinzenta - H medular (ou em formato de borboleta) ● Contém corpos celulares de neurônios, determinando a coloração acinzentada ● Dividida em 3 cornos: - Coluna posterior (sensitiva): onde chegam os estímulos da pele, presença de neurônios sensitivos - Coluna anterior (motora): dá origem aos neurônios motores, inerva os músculos - Coluna lateral (SNA): responsável pela origem dos neurônios pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo → só aparece na medula torácica e parte da medula lombar NÚCLEO: corpos celulares de neurônios no sistema nervoso central GÂNGLIO: acúmulo de corpos celulares de neurônios no sistema nervoso periférico 2. Substância branca - envolta da substância cinzenta ● Formada por axônios (fibras nervosas) ● Coloração branca: presença de bainha de mielina ● Dividida em 3 funículos - Funículo posterior: entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior (o último ligado à substância cinzenta pelo septo mediano posterior) ● Na parte cervical da medula, é dividido entre o sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme. - Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior - Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior VIAS AFERENTES - Via sensitiva - Os estímulos do sistema nervoso periférico → sistema nervoso central - Sentido ascendente Trato/fascículo: organização de axônios por função - Trato espino-cerebelares anterior e posterior - Tratos espino-talâmicos lateral e anterior (espino = via aferente) Funículo posterior - Fascículo grácil: mais medial - Fascículo cuneiforme: mais lateral Os estímulos são cruzados na medula: o lado direito do cérebro comanda os movimentos do lado esquerdo do corpo - Trato espino-talâmico anterior: leva ao cérebro estímulos de tato e pressão (trato não discriminativo) - Trato espino-talâmico lateral: leva ao cérebro estímulos de dor e temperatura (calor e frio) - Trato espino-cerebelares: leva ao cérebro estímulos de propriocepção - Fascículos grácil e cuneiforme: estímulos de estereognosia (reconhecimento de objetos mesmo não vendo-os), propriocepção consciente (posição das suas articulações no espaço), tatoepicrítico (reconhecimento de objetos), vibração VIAS EFERENTES - Vias motoras, descendentes, piramidais - Se originam no córtex cerebral ou tronco encefálico - Estímulos do sistema nervoso central → sistema nervoso periférico Vias piramidais (ou sistema piramidal) → responsável pelo movimento voluntário da musculatura. - Trato corticoespinhal lateral (afetado em caso de ELA): fibras que cruzam nas pirâmides bulbares. Composto por axônios motores, é o encarregado pelo funcionamento voluntário da musculatura distal - Trato corticoespinhal anterior: fibras que não cruzam nas pirâmides bulbares, mas há cruzamento na medula. Responsável pela motricidade voluntária axial e proximal dos membros superiores. Vias extrapiramidais - Trato vestíbulo-espinhal: age na manutenção do equilíbrio, influencia a musculatura axial e favorece a resposta extensora. - Trato tecto espinhal: controla os músculos da cabeça, olhos, tronco e proximal de membros superiores, sendo relacionado à orientação sensorial e motora da cabeça, de modo que é responsável por reflexos decorrentes de estímulos visuais. - Trato rubro-espinhal: facilita o impulso para movimento dos neurônios motores flexores e inibe o impulso para os neurônios motores extensores. - Trato retículo-espinhal: está envolvido principalmente em locomoção e no controle postural, modula impulsos da dor, media funções autonômicas. ENVOLTÓRIOS DA MEDULA 1. Dura-máter - Mais externa, envolve toda a medula - Formada por abundantes fibras colágenas: espessa e resistente - Superior: dura-máter craniana - Inferior: termina em um fundo-de-saco no nível da vértebra S2 - Prolongamentos laterais: embainham as raízes dos nervos espinhais, continuando com o tecido conjuntivo que envolve esses nervos 2. Aracnóide - Entre a dura-máter e a pia-máter - Emaranhado de trabéculas aracnóideas que se unem à pia-máter 3. Pia-máter - Mais interna e delicada - Adere ao tecido nervoso da superfície da medula - Forma o filamento terminal, que continua até o hiato sacral ● Quando atravessa o saco dural, recebe vários prolongamentos da dura-máter → filamento dura-máter espinhal ● Ao inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix → ligamento coccígeo ESPAÇOS ENTRE MENINGES 1. Espaço epidural: entre a dura-máter e o periósteo do canal vertebral - Contém tecido adiposo e grande número de veias que constituem o plexo venoso vertebral interno 2. Espaço subdural: entre a dura-máter e a aracnóide - Líquido apenas com a finalidade de evitar a aderência entre as duas paredes 3. Espaço subaracnóideo: entre a aracnóide e a pia-máter - Presença de líquido cérebro espinhal ou líquor CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS Espaço subaracnóideo - O saco dural e a aracnoide terminam em S2 enquanto a medula espinhal termina em L2 - Entre esses dois níveis, o espaço subaracnóideo é maior, contém maior quantidade de líquor - Onde há, também, a cauda equina - Local onde é possível fazer punção para as seguintes finalidades: ● Retirada de liquor para fins terapêuticos ou de diagnóstico nas punções lombares ● Medida da pressão do líquor ● Introdução de substâncias que aumentam o contraste nos exames de imagem ● Introdução de anestésicos (anestesias raquidianas) ● Administração de medicamentos ANESTESIA NOS ESPAÇOS MENÍNGEOS - Bloqueio nas raízes nervosas que a atravessam - Procedimento usado em: cirurgias das extremidades inferiores, do períneo, da cavidade pélvica e de algumas cirurgias abdominais - Anestesias raquidianas, epidurais ou peridurais Anestesias raquidianas - Anestésico introduzido no espaço subaracnóideo entre as vértebras lombares (L2 - L3, L3 - L4) - Pele → tela subcutânea → ligamento interespinhoso → ligamento amarelo → dura-máter → aracnóide - Presença de líquor gotejando na extremidade da agulha Anestesias epidurais (ou peridurais) - Feita em região lombar - Introdução do anestésico na região epidural, onde ele se difunde e atinge os forames intervertebrais,pelas quais passam as raízes dos nervos espinhais. - A agulha atinge o espaço epidural quando observa-se súbita baixa de resistência - Menos desconforto que as anestesias raquidianas.
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