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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA 
 
 
 
MANUELA ROCHA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS: UMA ÁRVORE DE 
TRATAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba 
 2015 
 
MANUELA ROCHA DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOSAS: UMA ÁRVORE DE 
TRATAMENTO 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
departamento de Prótese e Periodontia da Faculdade 
de Odontologia de Piracicaba – Universidade 
Estadual de Campinas como pré-requisito para 
obtenção do título de especialista em Periodontia. 
 
Orientador: Profº Drº Enilson Antonio Sallum 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Frequentemente, as recessões gengivais estão associadas a lesões cervicais não cariosas 
(LCNC), definidas como a perda de estrutura dentária ao longo da margem gengival do dente, 
com a distinta característica de presença de tecido duro mineralizado, em contraste com o 
tecido carioso. Sabe-se que o esmalte dentário é mais fino na região cervical do dente e que é 
uma área de estrutura mais enfraquecida, implicando no alto potencial de lesões cervicais não 
cariosas se desenvolverem com o tempo, afetar a polpa dentária e a margem gengival, bem 
como de provocar hipersensibilidade dentinária e comprometimento estético. A partir de um 
ponto de vista topográfico, a LCNC pode envolver apenas a coroa do dente (esmalte e/ou 
dentina coronal) ou somente a superfície radicular (cemento e/ou dentina radicular), ou pode 
localizar-se tanto na coroa e na raiz exposta. As principais indicações para o tratamento da 
LCNC são: 1) estética; 2) hipersensibilidade dentinária; 3) desenvolvimento de cáries; 4) 
acúmulo de biofilme. Os procedimentos envolvem o tratamento restaurador e/ou cirúrgico a 
depender do tipo de LCNC, pois quando a LCNC atinge apenas a coroa do dente, o 
tratamento restaurador é mais indicado, enquanto uma lesão confinada à raiz deve ser tratada 
com cirurgia mucogengival. Porém a realidade clínica é mais complexa, o que torna o 
tratamento combinado mais favorável para certos casos. Este trabalho de revisão de literatura 
tem como objetivo levantar os principais tratamentos para as lesões em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Often, gingival recessions are associated with carious cervical lesions (LCNC), defined as the 
loss of tooth structure along the gingival margin of the tooth, with the distinguishing 
characteristic of the presence of mineralized hard tissue, in contrast to the carious tissue. It is 
known that the enamel is thinner in the cervical region of the tooth and that is a weaker 
structure area, implying the high potential of non-carious cervical lesions develop over time, 
affect the dental pulp and gingival margin, and as to cause tooth sensitivity and aesthetic 
commitment. From a topographic point of view, they can involve only the tooth crown 
(enamel and / or coronal dentin) or only the root surface (cementum and / or dentin root) or 
can be located either at the crown and exposed root. The main indications for the treatment of 
LCNC are: 1) aesthetic; 2) dentin hypersensitivity; 3) development of caries; 4) biofilm 
accumulation. The procedures involve the restorative treatment and / or surgery depending on 
the type of LCNC because when LCNC only reaches the tooth crown, the restorative 
treatment is best suited as a confined injury to the root should be treated with mucogingival 
surgery. However, the clinical reality is more complex, which makes the most favorable 
combination treatment for some cases. This literature review study aims to raise the main 
treatments for lesions in question. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
RESUMO 3 
ABSTRACT 4 
SUMÁRIO 5 
1 – INTRODUÇÃO 6 
2 – REVISÃO DE LITERATURA 
 2.1 Etiologia 
 2.2 Fatores de risco 
 2.3 Prevalência e dentes afetados 
 2.4 Hipersensibilidade dentinária 
 2.5 Tratamento restaurador e cirúrgico 
7 
7 
8 
9 
9 
10 
3 – CONCLUSÕES 14 
4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Devido à implementação da Odontologia Preventiva e ao controle de cáries, os dentes 
estão funcionais por maiores períodos e essa situação os expõe a outras condições que não a 
cárie e a doença periodontal (Wood et al., 2008). De tal maneira que a recessão gengival (RG) 
e as lesões cervicais não cariosas (LCNC) têm se tornado queixas frequentes nos consultórios 
odontológicos e suas incidências estão relacionadas com o avanço da idade (Löe et al., 1992). 
A recessão gengival ocorre pela exposição da superfície radicular à cavidade oral, ou 
seja, pelo posicionamento apical da margem gengival em relação à junção cemento-esmalte 
(American Academy of Periodontology, 2001). A exposição da raiz à cavidade oral pode 
trazer consequências estéticas desfavoráveis, presença de lesões cariosas e não cariosas, 
hipersensibilidade dentinária. É uma condição prevalente entre pacientes tanto com alto ou 
pobre padrão de higiene oral. (Chambrone, L. A.; Chambrone, 2006), além do progresso da 
recessão (Hand; Hunt; Reinhardt, 1986). 
Frequentemente, as recessões gengivais estão associadas a lesões cervicais não cariosas, 
definidas como a perda de estrutura dentária ao longo da margem gengival do dente, com a 
distinta característica de presença de tecido duro mineralizado, em contraste com o tecido 
carioso (Bartlett; Shah, 2006). Apesar da abrasão, devido a forças mecânicas, ter um papel 
importante no desenvolvimento de LCNC, ela não é a única causa, pois já é aceito que a 
etiologia das LCNC é multifatorial e inclui outros fatores como erosão e abfração (Senna; Del 
Bel Cury; Rösing, 2012). 
A partir de um ponto de vista topográfico, a LCNC pode envolver apenas a coroa do 
dente (esmalte e/ou dentina coronal) ou somente a superfície radicular (cemento e/ou dentina 
radicular), ou pode localizar-se tanto na coroa e na raiz exposta. Quando a LCNC atinge 
apenas a coroa do dente, o tratamento restaurador é mais indicado, enquanto uma lesão 
confinada à raiz deve ser tratada com cirurgia mucogengival. Porém a realidade clínica é mais 
complexa, pois frequentemente a LCNC envolve tanto coroa quanto raiz, causando o 
desaparecimento da junção cemento-esmalte (JCE), que anatomicamente é quem separa a 
coroa da raiz e, nesse caso, o tratamento ideal consiste na combinação do tratamento 
restaurador e cirúrgico (Zucchelli; Testori; De Sanctis, 2006). 
Sabe-se que o esmalte dentário é mais fino na região cervical do dente e que é uma área 
de estrutura mais enfraquecida (Lee; Eakle, 1996), implicando no alto potencial de lesões 
cervicais não cariosas se desenvolverem com o tempo, afetar a polpa dentária e a margem 
gengival, bem como de provocar hipersensibilidade dentinária e comprometimento estético. 
Sendo assim, faz-se necessária uma ampla abordagem terapêutica para tais lesões (Allegri; 
Landi; Zucchelli, 2010). Dessa forma, o objetivo desse trabalho é fazer uma revisão de 
literatura concernente às lesões cervicais não cariosas e às possibilidades de tratamento. 
 
2 REVISÃO DE LITARATURA 
 
2.1 Etiologia 
Algumas teorias a respeito da etiologia das lesões cervicais não cariosas foram 
desenvolvidas ao longo do tempo. No século XIX, a etiologia do desgaste dental na ausência 
de cáries era inexplicável e as LCNC não eram categorizadas (Terry et al, 2003). Em 1907, 
Miller propôs três categorias específicas para o desgaste dental – erosão, abrasão e atrição – 
sugerindo também suas possíveis etiologias, que representam a atual classificação científica 
para o desgaste dental. LCNC foram então classificadas de acordo com suas supostas 
etiologias: erosão e abrasão.O mecanismo da erosão se dá pelo desgaste químico como resultado de ácidos 
extrínsecos ou intrínsecos ou de quelantes na superfície dentária livre de biofilme bacteriano. 
Fatores que promovem a erosão são o hábito de ingerir alimentos e bebidas ácidas, 
medicações ácidas, gastrites e esofagites com refluxo, predisposição ao refluxo gástrico 
(hérnia de hiato), anorexia, bulimia nervosa (Lussi, 2006; Bartlett; Shah, 2006). Já a abrasão é 
um desgaste físico em decorrência de um processo mecânico envolvendo pastas de dente 
abrasivas, escovação dentária imprópria com técnica horizontal e força excessiva (Lussi, 
2006; Bartlett; Shah, 2006; Rees; Jagger, 2003). 
Grippo (1991) apresentou o termo “abfração” para se referir a perda patológica de 
tecido dental mineralizado por forças biomecânicas. Abfração representa a teoria da flexão 
mecânica, segundo a qual o fenômeno de flexão dentária devido a forças oclusais paralelas ou 
oblíquas, que ocorrem durante hábitos parafuncionais bem como na função normal, cria 
tensões na região cervical com o consequente desgaste dos tecidos duros (Terry et al, 2003; 
Grippo; Simring; Schreiner, 2004; Ceruti et al, 2006). Apesar da hipótese da abfração ter um 
papel fundamental na iniciação do processo, estudos clínicos (Pegoraro et al, 2006; Estafan et 
al, 2005) sugeriram que a sobrecarga oclusal pode não ser sempre o fator primário na 
formação das lesões cervicais não cariosas. 
Em suma, a literatura defende a implicação do estresse oclusal, embora em associação 
com outros fatores como erosão/abrasão. No entanto, a etiologia dessas lesões continua 
controversa, com pesquisas mais antigas apontando um ou outro fator etiológico e pesquisas 
mais recentes reconhecendo a natureza multifatorial da etiologia. (Ress; Jagger, 2003; 
Litonjua et al, 2004; Bartlett; Shah, 2006; Ceruti et al, 2006;). Um achado importante a 
respeito do mecanismo etiológico do desgaste dental é o efeito aumentado da interação de 
fatores casuais. Assim, a abrasão resultante da escovação traumática é maior se existir uma 
prévia exposição da raiz dental à dieta ácida ou refluxo gástrico. A teoria considera também 
que a combinação do estresse oclusal associado ao baixo pH bucal é mais danosa do que 
considerar apenas um fator agindo sozinho para o desenvolvimento das lesões cervicais não 
cariosas. Ou seja, a ação sinérgica de fatores, tais como erosão, abrasão e abfração (Grippo; 
Simring; Schreiner, 2004; Holbrook; Arnadóttir; Kay, 2003). 
 
2.2 Fatores de risco 
Apesar de não existir um consenso a respeito da etiologia, avaliações clínicas de altos 
números de pacientes revelaram alguns fatores mais associados com a ocorrência de lesões 
cervicais não cariosas. Eles servem para avaliar o risco do paciente, por sugerir maiores 
chances em desenvolver essas lesões. Sendo assim, controlar os fatores de risco é a melhor 
maneira de prevenção. 
Um estudo de seis anos sobre fatores de risco para lesões cervicais não cariosas 
encontrou a idade e a frequência de escovação dentária como os dois mais significantes 
fatores de risco para a progressão das LCNC (Lussi; Schaffner, 2000). Em geral, como a 
idade está associada a maiores períodos de escovação, de redução de inserção periodontal e de 
maior exposição de superfícies radiculares ao ataque ácido, ela é diretamente associada com a 
incidência das LCNC. Porém, esse estudo não examinou o papel do estresse oclusal na 
formação ou progressão da lesão. 
Todos os estudos que classificaram os pacientes pela idade mostraram que a prevalência 
das LCNC aumenta com a idade (Antonelli; Hottel; Garcia-Godoy, 2013). O esmalte dental 
envelhecido está mais sujeito à microfratura, resultando na perda de rigidez e maior 
propensão ao desenvolvimento de lesões cervicais. Além de a idade poder ser fator secundário 
para favorecer o estresse oclusal, pois pessoas mais velhas que perderam a guia canina, como 
resultado do desgaste dental, podem estar sujeitas a forças laterais que podem levar ao 
desenvolvimento de LCNC (Lee; Eakle, 1996). 
Uma frequente implicação de fatores oclusais tem sido reportada, mesmo que a 
correlação positiva entre LCNC e oclusão não tenha sido sempre estabelecida. Vários estudos 
clínicos associam com o desenvolvimento de LCNC os dentes com posição alterada e função 
em grupo, como também a presença hábitos parafuncionais e bruxismo (Aw et al, 2002; 
Miller et al, 2003). 
Outros fatores de risco importantes são os que promovem a abrasão, tais como hábitos 
incorretos de escovação (força e técnica horizontal), hábitos de higiene oral incorretos 
(escovação logo após a ingestão de alimentos ácidos), presença de dentes com posição 
proeminente no arco, que o deixa susceptível a forças excessivas durante a escovação 
(Piotrowski; Gillette; Hancock, 2001). E com relação à erosão, dietas ricas em ácidos também 
predispõem o desenvolvimento de LCNC, bem como pacientes bulímicos ou alcóolatras ou 
com problemas gástricos (Grippo; Simring; Schreiner, 2004; Lussi, 2006). 
 
2.3 Prevalência e dentes afetados 
A prevalência do desgaste cervical foi relatada de variar entre 5-85% (Ress; Jagger, 
2003). Apenas alguns estudos descreveram a prevalência do desgaste cervical sozinho e como 
os métodos investigativos e a população variavam, é difícil comparar os resultados obtidos de 
diferentes autores. Estudos recentes encontraram uma prevalência variando entre 11,4% a 
62,2% (Borcic et al, 2004; Faye et al, 2005; Pegoraro et al, 2006; Telles; Pegoraro; Pereira, 
2006; Smith; Marchan; Rafeek, 2008). 
A prevalência de LCNC na dentição está bem documentada. Um estudo recente com 
2.849 incisivos, caninos, pré-molares e molares superiores e inferiores reportou que os 
primeiros pré-molares superiores e inferiores são os mais afetados, seguidos dos segundos 
pré-molares e caninos superiores e inferiores. As informações mostraram uma distribuição 
quase igual entre maxila e mandíbula (Bernhardt, Gesch, Schwahn, 2006). Em outro estudo, 
dentes superiores posteriores foram mais acometidos por LCNC, com os primeiros pré-
molares com mais alta prevalência, seguidos dos primeiros molares, segundos pré-molares e 
caninos (Aw; Lepe; Johnson, 2002). 
 
2.4 Hipersensibilidade dentinária 
Da mesma forma que a LCNC afeta a região cervical do dente, esta é também a região 
mais afetada pela hipersensibilidade dentinária (HD), que é caracterizada pelo sintoma de 
desconforto que vem da dentina cervical exposta, em resposta a estímulos térmicos, táteis, 
químicos e osmóticos (Canadian Advisory Board on Dentine Hypersensitivity). 
Um estudo chinês de prevalência de lesão cervical não cariosa e hipersensibilidade 
dentinária examinou 1.023 pessoas com idades entre 20 e 69 anos, das quais 633 foram 
diagnosticadas com LCNC e 277 com HD, dando uma prevalência de 61,9% e 27,1% 
respectivamente. Dos 277 indivíduos com HD, 240 (86,6%) foram diagnosticados com ambas 
as patologias, e 37 (13,4%) foram diagnosticados apenas com HD, devido a exposição da 
superfície radicular. Um total de 21.483 dentes foi examinado. Deles, 3.222 (15%) foram 
diagnosticados com LCNC e 1.010 (4,7%) com HD. Dos 1.010 dentes com HD, 644 (63,8%) 
foram diagnosticados com as duas condições (Que et al, 2012). 
Quando a queixa do paciente se trata apenas da HD, algumas opções terapêuticas que 
não envolvem o tratamento restaurador e/ou cirúrgicos podem ser consideradas. Aranha et al 
(2009) avaliaram o efeito de cinco métodos dessensibilizantes em 101 dentes com LCNC. Os 
dentes foram randomizados em cinco grupos (n=20): G1: Gluma Desensitizer (GD); 
G2:Seal&Protect (SP); G3: Oxa-gel (OG); G4: Flúor fosfato acidulado (F); G5: Laser de 
baixa potência (LILT) (660nm/3.8 J/cm²/15mW), que foram aplicados sob as recomendações 
dos fabricantes. A hipersensibilidade dentinária foi acessada por meio da escala analógica 
visual (VAS) no baseline, 5 minutos após a aplicação do agente dessensibilizantee com uma 
semana, um mês, três meses e seis meses. Notou-se que independente do tipo de tratamento, 
após seis meses de acompanhamento, todos os dessensibilizantes foram capazes de reduzir a 
HD sem diferenças estatísticas. Cada agente possui vantagens e desvantagens em relação ao 
custo e ao consumo de tempo de consultório e além da opção por um ou outro 
dessensibilizante, é relevante controlar os fatores de risco como dieta, escovação e desajuste 
oclusal para que um tratamento efetivo seja realizado. 
Ambas as lesões cervicais não cariosas e a hipersensibilidade dentinária são comumente 
encontradas no consultório odontológico e representam um desafio para o sucesso do 
tratamento, porém estudos epidemiológicos que façam essa associação ainda são escassos 
(Jacobsen; Bruce, 2001; Que et al, 2012). 
 
2.5 Tratamento restaurador e cirúrgico 
As principais indicações para o tratamento da LCNC são: 1) estética, especialmente 
quando a lesão é pigmentada e/ou associada com a recessão gengival; 2) hipersensibilidade 
dentinária, que pode causar desconforto/dor ou controle de biofilme deficiente pelo paciente; 
3) desenvolvimento de cáries; 4) acúmulo de biofilme devido à forma e/ou profundidade da 
lesão que tornam a higiene oral ineficaz. (Zucchelli, 2010). 
Miller classificou a recessão gengival de acordo com o nível da margem gengival em 
relação à junção mucogengival (JMG) e com o grau de perda óssea interproximal como as 
variáveis importantes para predeterminar as chances de recobrimento total após o tratamento 
cirúrgico. Com base nessa classificação, em pacientes sem história de periodontite e com 
recessões gengivais classe I ou II de Miller, existe uma alta probabilidade de completa 
cobertura radicular após a cirurgia plástica. Porém, em classe III ou IV de Miller, a perda de 
osso interproximal limita a quantidade de cobertura da raiz. 
A recessão gengival está frequentemente associada com lesão cervical não cariosa. 
Diante da dificuldade em identificar a JCE em um dente com lesão cervical e da presença de 
condições anatômicas ou clínicas limitando a cobertura radicular até mesmo em classe I e II 
de Miller, surgiu a necessidade de predeterminar o nível de cobertura da raiz (ou seja, o nível 
no qual o tecido mole marginal estaria estável após o período de cicatrização de um cirurgia 
de recobrimento) (Zucchelli; Mele; Stefanini, 2010). 
Zucchelli e colaboradores (2006) implementaram um método de avaliar prognóstico 
considerando a discrepância entre a dimensão vertical ideal e real da papila interdental. A 
altura ideal da papila em um dente com recessão gengival é definida como a dimensão apico-
coronal da papila interdental capaz de suportar a cobertura radicular. Ela é identificada como 
a distância entre o ponto de contato e o ponto angular da junção cemento-esmalte. Essa 
medida é transferida apicalmente, a partir da ponta da papila, ao longo eixo do dente. Esse 
ponto é projetado na recessão, identificando dois pontos simétricos que conectados com uma 
linha curva, define a linha esperada de máxima cobertura radicular (MCR). 
A predeterminação da linha de cobertura radicular possibilita diferentes aplicações 
clínicas, que podem melhorar o resultado final da cirurgia mucogengival, pois permite um 
tratamento mais estético para lesões cervicais associadas à recessão gengival e responde às 
demandas estéticas dos pacientes, mesmo quando condições anatômicas locais não são 
favoráveis para bons resultados. Ademais, a identificação da junção cemento-esmalte clínica 
permite uma melhor avaliação da eficácia da cirurgia de recobrimento, favorecendo a escolha 
da técnica cirúrgica e restauradora. (Zucchelli; Mele; Stefanini, 2010). 
Com o objetivo de sugerir uma árvore de decisão para o tratamento das LCNC 
associadas com recessão gengival, Zucchelli e colaboradores (2011) basearam-se na relação 
topográfica entre a MCR e a LCNC. Cinco tratamentos foram realizados em 94 pacientes com 
LCNC e uma única recessão gengival: 1) retalho reposicionado coronariamente (CAF); 
técnica bilaminar; 3) odontoplastia e plastia da raiz com restauração e CAF; 4) restauração 
mais CAF; 5) restauração. 
O tipo 1 foi de LCNC radicular associada com recessão gengival classe I ou II de Miller 
e nessa situação clínica, a quantidade de superfície dentária compreendida entre MRC e a 
porção coronal da LCNC era menor que a expectativa de recobrimento. A LCNC/RG foi 
tratada exclusivamente com procedimento periodontal por meio de CAF, as raízes foram 
tratadas mecanicamente (curetas e/ou brocas) e quimicamente (EDTA 24%). Ao fim da 
cirurgia, o retalho foi avançado 1mm a mais da MRC. 
O tipo 2 era igualmente de LCNC radicular associada a recessão gengival classe I ou II 
de Miller, mas nesse caso, não havia espaço suficiente entre MRC e a porção coronal da 
LCNC para compensar erros nos cálculos de MRC e/ou contração dos tecidos moles no pós-
operatório. Portanto, havia o risco de colapso dos tecidos moles para dentro da lesão cervical. 
Também nesse caso, o tratamento foi exclusivamente periodontal, porém a cobertura radicular 
se constituiu de técnica bilaminar (enxerto de tecido conjuntivo coberto por CAF). 
O tipo 3 abrangeu LCNC de coroa e raiz, associada com recessão gengival classe I, II 
ou III de Miller. O tratamento começou com odontoplastia e restauração da lesão com resina 
composta, sob isolamento absoluto, seguidas da cirurgia de retalho reposicionado 
coronariamente 1mm além da MRC. 
O tipo 4 foi de LCNC radicular associada com recessão gengival classe III de Miller ou 
LCNC de coroa e raiz associada com classe I ou II de Miller, na qual a porção mais profunda 
do defeito estava localizada em coroa. Em ambos os casos, a porção mais profunda da lesão 
não era passível de cobertura com tecido mole, portanto foi restaurada com resina composta. 
Cirurgia mucogengival com CAF foi então realizada para cobertura radicular. 
O tipo 5 foi de LCNC radicular associada com recessão gengival classe III e IV de 
Miller. As lesões encontravam-se numa porção da raiz que não era abrangida pela cobertura 
com tecido mole, sendo assim, foram tratadas exclusivamente com restauração. 
Ao final desse estudo, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a predeterminação 
do nível de cobertura radicular favorece a seleção da técnica para o tratamento e que o método 
empregado para predeterminar a MRC é confiável. Tal abordagem de tratamento proporciona 
uma boa estética e adequado perfil de emergência para a maioria dos dentes afetados por 
LCNC. Porém são necessários estudos clínicos randomizados para testar a eficácia do 
tratamento. 
Lucchesi et al (2007) avaliaram o tratamento de RG associada a LCNC em 59 pacientes 
divididos em 3 grupos: 1) retalho reposicionado coronariamente; 2) restauração com 
ionômero de vidro modificado por resina e CAF; 3) restauração com resina composta e CAF. 
Durante os 6 meses de acompanhamento, a análise estatística não demonstrou nenhuma 
diferença significativa nas medidas clínicas de índice de placa, sangramento à sondagem, 
profundidade de sondagem, redução da recessão, ganho de inserção clínico e porcentagem de 
cobertura radicular com ou sem restauração. Todos os tratamentos mostraram melhora na 
cobertura radicular sem danos aos tecidos periodontais, suportando o tratamento de 
superfícies radiculares com CAF e restaurações com ionômero de vidro modificado por resina 
ou resina composta. 
 Santamaria et al (2009), num estudo clínico controlado e randomizado de boca 
dividida, avaliaram dezesseis pacientes com idades de 26 a 58 anos com recessões gengivais e 
lesões cervicais não cariosas bilaterais. Em um lado foi feita cirurgia de recobrimento com a 
técnica de retalho reposicionado coronariamente e no outro, além de CAF, foi feita 
restauração com ionômero de vidro modificado por resina. Todos os sítios apresentaram 
redução da recessão gengival, porém nenhum delesalcançou completo recobrimento. 
Medidas clínicas de profundidade de sondagem, nível de inserção, tecido queratinizado e 
sangramento à sondagem se mostraram estáveis e compatíveis com saúde. No tocante das 
restaurações, nenhuma das dezesseis foi perdida, sete apresentaram mudança de cor 
(tornaram-se mais escurecidas) e apenas uma apenas uma apresentou discrepância marginal. 
O estudo concluiu que ambas as abordagens são eficientes para o tratamento de LCNC, 
todavia os autores ressaltaram a importância de testar diferentes materiais e técnicas 
cirúrgicas e de realizar outros estudos com amostras maiores e com maior tempo de 
acompanhamento. 
Com o mesmo grupo de pesquisa, Santamaria et al (2013) trataram 40 pacientes, porém 
36 estavam no acompanhamento de 2 anos. O grupo controle recebeu enxerto conjuntivo e o 
grupo teste foi submetido ao enxerto conjuntivo mais restauração com ionômero de vidro 
modificado por resina. Os resultados confirmaram que o enxerto conjuntivo providenciaria 
uma melhor estabilidade no acompanhamento de 2 anos, independente da presença ou não da 
restauração. Durante esse período a quantidade de tecido mole permaneceu estável e o tecido 
gengival não apresentou inflamação em nenhum dos grupos, dessa maneira, pode-se concluir 
que a presença da restauração não interfere negativamente na saúde periodontal e na 
porcentagem de recobrimento. 
A evidência disponível decorrente de várias revisões sistemáticas (Cairo, et al, 2008; 
Chambrone et al, 2010; Chambrone et al, 2012) indica que o retalho reposicionado 
coronariamente e o enxerto conjuntivo subepitelial, sozinho ou combinado, são as técnicas 
mais previsíveis para recobrimento total. Porém, outras técnicas foram sugeridas em 
combinação com CAF, tais como o uso de matriz derivada do esmalte (EMD) (Modica et al, 
2000), barreiras não-absorvíveis (Pini Prato,1992) e absorvíveis (Tatakis; Trombelli, 2000), 
matriz colágena xenógena (MC) (McGuire, Scheyer, 2010) plasma rico em plaquetas (PRP) 
(Huang et al, 2005) e engenharia tecidual (Wilson et al, 2005). No entanto, poucas 
informações estão disponíveis na literatura que possam assegurar o uso desses biomateriais 
para obter-se um seguro recobrimento radicular. 
É importante ressaltar que a percepção das recessões e lesões cervicais pelo paciente e a 
real necessidade de tratamento é usualmente subestimada pelos profissionais e são pouco 
discutidas na literatura. Um número considerável de estudos controlados e randomizados 
concernente às RG e LCNC foi publicado com informações detalhadas quanto à população 
selecionada, aos critérios de inclusão, cálculo amostral, tipo de recessão, medidas periodontais 
e diversas análises estatísticas (Cairo et al, 2008; Chambrone et al, 2010; Santamaria et al, 
2013). No entanto, nenhum desses estudos considera a percepção do paciente e a sua escolha 
por tratamento cirúrgico ou não cirúrgico (Nieri et al, 2013). Geralmente, após a fase de 
diagnóstico, o tratamento depende exclusivamente da decisão do periodontista baseada no seu 
conhecimento, experiência clínica e custo financeiro (Cortellini e Pini Prato, 2012). 
 
3 CONCLUSÕES 
Pode-se concluir que a partir de um correto diagnóstico, as LCNC podem ser tratadas 
por meio de procedimentos restauradores e/ou cirúrgicos. A abordagem combinada da 
restauração e da cirurgia periodontal não parece causar danos ao periodonto, porém mais 
estudos devem ser realizados para analisar a cobertura radicular em raízes previamente 
restauradas e a estabilidade da restauração. É importante levar em consideração a queixa do 
paciente para que o tratamento responda às suas expectativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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