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O contato com o paciente - Capítulo 4 - Psicodiagnóstico V

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→ De forma metafórica, no processo 
psicodiagnóstico, o papel do psicólogo é o de 
tatear pelos meandros da angústia, da 
desconfiança e do sofrimento da pessoa que vem 
em busca de ajuda. 
➔ Tatear, então, é lidar com as inúmeras 
resistências aos processos, sentimentos 
ambivalentes e situações desconhecidas. 
➔ É preciso ter clareza de que a 
sintomatologia já se fez presente e 
manifesta em período anterior a marcação 
da consulta, e de que, certamente, várias 
formas de driblar o sofrimento foram 
experimentadas e várias formas de driblar 
o sofrimento foram experimentadas e 
várias explicações empregadas, resultando 
no incremento da angústia. 
➔ Essas resistências podem passar, também, 
pelo desconhecimento do que seja o 
trabalho com o psicólogo. 
→ As resistências mais imperiosas ficam por conta 
das questões internas. 
➔ Ela manifesta sua força inexorável por 
desvios, como desordem, desarmonia, a 
aflição diante de si próprio e no trato com 
as coisas do mundo circundante. 
→ As pessoas em sofrimento chegam para o 
primeiro contato com o psicólogo, premida pela 
necessidade de ajuda e pela necessidade de 
rendição e entrega. 
➔ Estabelecer a proximidade necessária para 
a consecução do processo significa mostra 
ao paciente que as dificuldades parecem 
não ir embora enquanto não forem 
primeiro bem acolhidas. A solução só 
ganhará espaço e lugar se houver contato. 
→ As atitudes de esperança e da aceitação por 
parte do psicólogo, da angústia e “da luta entre 
os opostos” enquanto expressão da “verdade 
psicológica do eterno jogo de antagonismos” são 
fundamentais para a pessoa que vem para o 
primeiro contato, dentro do processo 
psicodiagnóstico. 
→ A emergência de fortes defesas no período da 
marcação da consulta pode, por vezes, mascarar 
as motivações inconscientes da busca pelo 
processo diagnóstico. 
→ Nos casos em que o paciente é encaminhado, ele 
pode ter uma percepção vaga de sua 
problemática, pode haver algum nível de 
consciência do problema e lhe ser muito dolorosa 
a situação de enfrentamento de sua dificuldade. 
→ As motivações inconscientes estão no nível mais 
obscuro e profundo da psique. Constituem-se nos 
aspectos mais verdadeiramente responsáveis 
pelas aflições do paciente. 
➔ Cabe ao psicólogo observar, perceber, 
escutar com tranquilidade, aproximar-se 
sem ser coercitivo, inquiridor, todo-
poderoso. 
➔ Importante observar como o paciente 
trata a si próprio e suas dores, isso passa 
pelo vestir-se, linguagem corporal, etc. 
→ É fundamental que o psicólogo esclareça, o mais 
amplamente possível e de forma objetiva, as 
motivações conscientes indicadas e as 
inconscientes envolvidas no período de ajuda. 
→ O esclarecimento dos motivos aparentes e 
ocultos não só permite a determinação dos 
objetivos do psicodiagnóstico, como também, 
fornece dados sobre a capacidade de vinculação 
e de concretização da tarefa pelo paciente e/ou 
responsável. 
→ Com frequência, dentre um grupo familiar, o 
elemento trazido ao psicólogo e apresentado 
como doente é, realmente o menos 
comprometido da família. Cabe ao psicólogo estar 
alerta e identificar se o sintoma apresentado é 
coerente ou não para o paciente e sua família. 
 
→ O psicólogo-paciente entram em relação e 
passam a interagir em 2 planos → atitudes e o 
de motivações 
→ No plano das atitudes, está o psicólogo com sua 
função de examinador clínico, e o paciente com 
sua sintomatologia e sua necessidade de ajuda 
→ No plano das motivações, então o psicólogo e o 
paciente com seus aspectos inconscientes, 
assumindo papéis de acordo com seus 
sentimentos primitivos e suas fantasias. 
➔ No plano inconsciente, tem-se os 
fenômenos de transferência e 
contratransferência 
➢ Na transferência é experenciado pelo 
paciente ao relacionar, no aqui e agora 
da situação diagnóstica, com o 
psicólogo, não como tal, mas como 
figura de pai, irmão, mãe. A resistência 
do paciente ao psicodiagnóstico 
também se constitui em forma de 
transferência. 
➢ A contratransferência verifica-se no 
psicólogo na medida em que assume 
papéis na sua tarefa, conforme os 
impulsos de seus padrões infantis de 
figuras de autoridade ou outros 
padrões primitivos de relacionamento. 
O psicólogo pode ficar dependente do 
afeto do paciente, deixando-se 
envolver por elogios, presentes, 
propostas de ajuda. É fundamental que 
o psicólogo esteja alerta à 
contratransferência, no sentido de 
percebê-la como um fenômeno 
normal, buscando dar-se conta de seus 
sentimentos, não permitindo que eles 
atuem no processo psicodiagnóstico. 
→ É necessário para o psicólogo o conhecimento 
de si próprio, devendo estar alerta para o 
movimento dos processos inconscientes, não 
deixando de lado, a sua dimensão única como 
pessoa. 
→ Caso o paciente se mostre resistente, através de 
condutas negativistas, evasivas, ou ao contrário, 
provocadoras, com excessiva loquacidade, o 
psicólogo pode experienciar sentimentos de raiva 
e intolerância, os quais, se não detectados e 
conscientizados, podem interferir gravemente ou 
até invalidar o processo avaliativo. 
→ Algumas constates relativas ao papel do 
psicólogo: 
➔ O psicólogo examina e perscruta com 
“vários olhos” o interior dos pacientes, 
enquanto se mantém preservado pela 
neutralidade e curta duração do vínculo; 
➔ aspecto autocrático, salientando o poder 
do psicólogo no psicodiagnóstico; 
➔ aspecto oracular, pois o psicólogo procede 
como se tudo soubesse, porque ele vai 
fornecer as respostas; 
➔ aspecto santificado, pois o psicólogo 
assume o papel de “salvador” do paciente. 
→ Algumas constantes do paciente: 
➔ “auto exposição, com ausência de 
confiança; intimidade violada”, o paciente 
se sente exposto e vulnerável ao 
psicólogo; 
➔ “perda de controle da situação”, o paciente 
fica à mercê do psicólogo; 
➔ “perigos de auto confrontação”; .... 
→ Tais constantes reforçam ou provocam reações 
transferenciais e defensivas, que merecem 
cuidadoso exame para ampliação do 
entendimento do paciente. 
→ O psicólogo não pode perder de vista a dimensão 
global da situação de avaliação, levando em conta 
todos os padrões de interação que se 
estabelecem. 
→ O psicólogo deve estar consciente, atento e alerta 
para as suas próprias condições psicológicas, para 
o uso que faz de seus recursos criativos e 
expressivos, como para as reações e 
manifestação do paciente, percebendo a 
qualidade do vínculo que se cria e levando em 
conta todos esses aspectos para o entendimento 
do caso. 
 
Capitulo 4 – Psicodiagnóstico V

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