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legislacao urbanistica aplicada

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Prévia do material em texto

LEGISLAÇÃO 
URBANÍSTICA 
APLICADA 
Maíra Laurença Geia
Consórcio imobiliário 
urbanístico, IPTU 
progressivo no tempo e 
desapropriação-sanção 
urbanística
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os conceitos de consórcio imobiliário urbanístico, IPTU 
progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística.
 � Verificar as possibilidades de aplicação desses recursos na gestão dos 
espaços urbanos.
 � Analisar a eficiência desses recursos no controle do uso do solo urbano.
Introdução
As normas das políticas urbanas são criadas e aplicadas a fim de garantir 
a função social da propriedade urbana, aumentando a disponibilidade 
de imóveis em áreas centrais. A administração pública municipal tem o 
dever de promover as políticas de desenvolvimento urbano, entre elas, 
a destinação das propriedades urbanas ao atendimento das funções 
sociais da cidade, prevista no art. 182 da Constituição Federal de 1988, e 
ao bem-estar dos habitantes.
O Plano Diretor determina os parâmetros quanto à edificação, par-
celamento e outros instrumentos. Contudo, houve a necessidade de 
estipular algumas sanções pelo desatendimento da função social da 
propriedade urbana. Neste capítulo, vamos abordar os instrumentos 
de política urbana denominados consórcio imobiliário urbanístico, IPTU 
progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística. Veremos 
seus conceitos, exemplos e aplicações.
Os instrumentos de política urbana
O conceito de propriedade passou por muitos ajustes durante a história da 
humanidade. No Brasil, as transformações sociais, econômicas e urbanas 
refletiram diretamente nesse conceito e nas políticas que surgiram para sua 
salvaguarda. As Constituições de 1824 e 1891 se limitavam a garantir o direito 
de propriedade pleno, sem referência ao interesse social ou coletivo no seu uso. 
Em 2001, o Estatuto da Cidade regulamentou um capítulo de política urbana, 
compreendendo os arts. 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, e se tornou 
uma das bases do direito urbanístico, fundamentando o princípio da função 
social da propriedade e atribuindo aos municípios o poder de resolver assuntos 
urbanísticos que se referem à sociedade local por meio dos instrumentos de 
política urbana (SILVA, 2012).
Conforme o Estatuto da Cidade (BRASIL, 2001), a política urbana tem 
por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade 
e da propriedade urbana, mediante a: 
[...] garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à 
terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, 
ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes 
e futuras gerações (BRASIL, 2001, documento on-line). 
Isso é feito por meio da gestão democrática, da cooperação entre governos, 
da iniciativa privada e demais setores da sociedade no processo urbanizador, 
buscando o:
[...] planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial 
da população e das atividades econômicas do Município e do território sob 
sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do cresci-
mento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente (BRASIL, 2001, 
documento on-line).
Os instrumentos de política urbana são vários. Você vai ver agora o con-
sórcio imobiliário urbano, o IPTU progressivo no tempo e as desapropriações-
-sanção urbanísticas. 
Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística2
Consórcio imobiliário urbanístico
O Estatuto da Cidade estabelece normas de ordenamento público e de inte-
resse social que regulam o uso da propriedade urbana em interesse do bem 
coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos. Ele prevê a viabilização 
do parcelamento ou edificação compulsórios pelo emprego do consórcio 
imobiliário urbanístico, buscando um melhor aproveitamento do espaço 
urbano já consolidado e dos vazios urbanos resilientes. 
A concessão urbanística permite construir constituir em um modelo domi-
nante de atuação, que poderá gradualmente substituir o tradicional sistema de 
loteamento privado, que é muito mais difundido nacionalmente como forma 
de parcelamento do solo. O consórcio imobiliário urbanístico é a técnica de 
intervenção urbana alternativa à desapropriação, mostrando-se mais adequada 
em determinadas situações, pois propõe a produção de unidades imobiliárias 
de acordo com o planejamento urbano de cada município, viabilizando os 
planos de urbanização ou edificação (PINTO, 2013).
A aplicação desse instrumento de política pública ocorre quando o proprie-
tário transfere seu imóvel para o poder público municipal, que o incorpora. A 
partir desse ato, a prefeitura realiza as obras e projetos de melhorias. Como 
forma de pagamento, o município cede ao proprietário unidades imobiliárias 
devidamente urbanizadas ou edificadas. No caso da terra a ser consorciada ser 
de propriedade pública, cabe ao titular da mesma, seja o Estado ou a União, ou 
ao município elaborar o projeto urbanístico, realizar as obras de urbanização e 
transferir de forma gratuita ou onerosa os lotes regularizados aos ocupantes. 
Por fim, se os lotes forem terrenos privados, a atuação do consórcio torna-se 
mais complexa, devendo ocorrer por meio da titulação dos moradores, pela 
elaboração do projeto e execução das obras. De acordo com Pinto (2017):
O consórcio pode ser considerado uma modalidade de land readjustment, ou 
reparcelamento do solo, técnica de urbanização amplamente empregada na 
Europa e na Ásia, e que na América Latina foi adotada pela Colômbia. Entre 
outras situações objeto de reparcelamento, destaca-se a reurbanização do en-
torno de estações de transporte coletivo, a reconstrução de áreas atingidas por 
desastres e a renovação de áreas degradadas (PINTO, 2017, documento on-line).
O consórcio imobiliário pode ser empregado em conjunto com outros ins-
trumentos de caráter negocial, como a transferência do direito de construir, ou 
pode ser impositivo, como a requisição civil e a intervenção do poder público 
em parcelamento clandestino ou irregular, de acordo com a Lei nº 13.465, de 
11 de julho de 2017. 
3Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística
Quando o consórcio imobiliário é utilizado concomitantemente com a 
transferência do direito de construir, sugere-se ao proprietário que faça a 
transferência para outro imóvel de sua propriedade ou que aliene a terceiros 
o direito de construir do imóvel a ser regularizado. Se associado ao uso da 
requisição civil e/ou da intervenção, é realizada a execução da regularização à 
revelia do proprietário, buscando eliminar perigo público iminente ou assegurar 
os padrões de desenvolvimento urbano do município e defender os direitos dos 
adquirentes de lotes. Embora a requisição não se confunda com o consórcio 
imobiliário, visto que não exige acordo de vontades, é recomendável que o 
consórcio seja oferecido aos proprietários de imóveis requisitados, mesmo 
que posteriormente, sempre que a remoção dos riscos (sanitários, ambientais 
e de defesa civil) exigir a substituição das unidades imobiliárias existentes.
Veja na Figura 1 um exemplo de aplicação do consórcio imobiliário urbano.
Figura 1. Exemplo de consórcio imobiliário urbano.
Fonte: São Paulo (2014). 
CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO
O proprietário do imóvel ocioso poderá propor à Prefeitura uma parceria: o CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO
CUMPRIMENTO DA
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
A Prefeitura pode
parcelar o imóvel
A Prefeitura pode
edi�car o imóvel
O proprietário receberá
parcelas do terreno
com valor correspondente
ao valor do imóvel
antes das obras realizadas
O proprietário receberá
unidades imobiliárias
com valor correspondente
ao valor do imóvel
antes das obras realizadas
PROPRIETÁRO
DO IMÓVEL OCIOSO
PREFEITURA
TRANSFERÊNCIA
DO IMÓVEL
Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística4Na Figura 1, você pode verificar as formas de intervenção desse instru-
mento, em lote urbano não edificado e em edificações subutilizadas, a fim de 
solucionar o não cumprimento da função social da propriedade do solo urbano.
O projeto Nova Luz, na cidade de São Paulo, foi um dos 
pioneiros da experiência nacional de aplicação de con-
sórcio imobiliário urbanístico. Ele foi desenvolvido pela 
prefeitura e um consórcio entre quatro empresas. Veja 
mais sobre esse projeto no link ou no código a seguir.
https://goo.gl/XxPn47
IPTU progressivo no tempo
O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) progressivo no tempo é um 
instrumento de política urbana visto como uma consequência do instrumento 
chamado parcelamento, edificação e utilização compulsória (PEUC), pre-
visto no Estatuto da Cidade (art. 7º, da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001), 
que permite ao município aumentar progressivamente o valor da alíquota 
do IPTU de um imóvel. Trata-se basicamente de um instrumento que busca 
coibir a ociosidade de imóveis nas regiões centrais da cidade e em vazios 
urbanos. A medida serve para impor aos proprietários dar uso aos imóveis, 
não os mantendo abandonados, vazios, sem edificação ou sem parcelamento. 
Para que haja a implementação do IPTU progressivo, ele deve estar previsto 
no Plano Diretor em vigor, com o estabelecimento de critérios de utilização da 
propriedade nas diferentes áreas da cidade e da forma de aplicação, expondo 
os prazos e alíquotas a serem estabelecidos ao proprietário. É recomendado 
aos municípios realizar a atualização da planta genérica de valores, que serve 
para que o IPTU seja cobrado sobre uma base justa. Também é recomendada 
a revisão do cadastro imobiliário municipal, que deve ser informatizado, 
organizando as informações e integrando os setores de tributação e desen-
volvimento urbano. As áreas passíveis de aplicação desse instrumento devem 
estar especificadas no Plano Diretor, que também deve definir quais as formas 
de enquadramento de um imóvel em subutilização para cada área da cidade.
5Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística
https://goo.gl/XxPn47
Considera-se subutilizado o imóvel cujos índices urbanísticos de aproveitamento sejam 
inferiores ao mínimo estabelecido no Plano Diretor ou em legislação dele decorrente, 
para a região da cidade onde esteja situado o imóvel em análise.
Por meio desses critérios, há a possibilidade de identificar o cumprimento ou 
não da função social de cada propriedade. Os artigos 156 e 182 da Constituição 
Federal de 1988 autorizam os municípios a aplicarem alíquotas progressivas de 
IPTU em duas situações: em relação ao valor venal do imóvel, sua localização 
e uso; e em relação à “progressividade no tempo”, que penaliza o proprietário 
do imóvel sem uso devido de sua propriedade de acordo com o cumprimento 
da função social da propriedade. 
O descumprimento das condições e dos prazos previstos no Plano Diretor 
ou o não cumprimento das etapas autoriza o município a aplicar o IPTU pro-
gressivo no tempo. O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado 
no Plano Diretor e não poderá exceder o dobro do valor referente ao ano de 
exercício anterior, conforme §1º do artigo 7º do Estatuto da Cidade. Passado 
o prazo de cinco anos, se não for atendida a obrigação de parcelar, edificar ou 
utilizar, o município poderá manter a cobrança da alíquota máxima até que 
se cumpra a obrigação por parte do proprietário, podendo o município ainda 
aplicar a desapropriação do imóvel com pagamento da indenização por meio 
de título da dívida pública. As aplicações das alíquotas progressivas no tempo 
têm por objetivo garantir que esse instrumento de política urbana estimule os 
proprietários a colocar no mercado os seus imóveis e que se cumpra a função 
de social da propriedade urbana. Veja na Figura 2 um exemplo de aplicação 
do IPTU progressivo no tempo.
Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística6
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7Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística
A aplicação desses instrumentos urbanísticos deve ocorrer 
através do poder público municipal. Porém, não havendo 
a aplicação por parte dos municípios, o Ministério Público 
Estadual ou Federal pode notificar as prefeituras, como 
ocorreu na cidade de São Paulo, em 2016, gerando inú-
meras discussões acerca da sua aplicabilidade. Veja mais 
sobre o assunto acessando o link ou o código a seguir.
https://goo.gl/bFdNqY
Quanto à incidência do IPTU progressivo, segundo Silva (2012), embora 
se refira ao imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, o instru-
mento se aplica unicamente ao solo. Em outras palavras, ele se aplica apenas 
à propriedade territorial, e não à propriedade predial, uma vez que se trata da 
obrigação de haver aproveitamento adequado do solo.
Um material bastante interessante sobre o IPTU progres-
sivo no tempo está disponível no link e no código a seguir. 
Nele você poderá conferir a definição, a aplicação, as 
análises e ver exemplos desse instrumento de política 
urbana.
https://goo.gl/38PKqr
Desapropriação-sanção urbanística
Instrumento presente na legislação brasileira desde o século XIX, quando 
foi promulgada a Lei da Desapropriação, em 9 de setembro de 1826, a desa-
propriação tinha, inicialmente, o caráter de “[...] utilidade pública para obras 
de comodidade geral e decoração pública” (SILVA, 2012, p. 54). Em 1936 a 
Constituição Federal é revisada, gerando a Lei nº 57, com o objetivo de: 
Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística8
https://goo.gl/bFdNqY
https://goo.gl/38PKqr
[...] utilidade municipal ou provincial para a abertura ou melhoramento de 
estradas, canais, portos, aguadas, construção de pontes, ranchos ou servidões 
e comodidades necessárias ao uso destes objetos, bem como abertura ou 
melhoramento de ruas, praças decorações, monumentos, aquedutos, fontes 
e logradouros públicos (SILVA, 2012, p. 54).
Em 1937, a desapropriação foi inserida no Decreto-Lei nº 25/37, sendo 
direcionada como uma das soluções para a preservação do bem tombado, 
caso o proprietário não tenha recursos financeiros para obras necessárias. 
Porém, antes da desapropriação, e tendo ciência da condição do proprietário, 
o IPHAN (na época do decreto, SPHAN) deveria prover projetos e obras nesse 
bem, a expensas da União.
A Constituição de 1988 expande a atuação desse instrumento ao inserir 
os contextos de necessidade pública e interesse social. O art. 22 traz como 
competência privativa da União a função de legislar sobre a desapropriação. 
No CapítuloII, sobre política urbana, a desapropriação é citada como forma 
de promover o adequado aproveitamento do solo urbano não edificado, su-
butilizado ou não utilizado. 
Com a promulgação do Estatuto da Cidade, em 2001, a desapropriação é 
considerada um instituto jurídico e político para auxiliar na ordenação, na 
elaboração e na execução da política municipal, afetando diretamente o direito 
de propriedade privada. Pode ser utilizada para diversas formas de interven-
ções sociais e, dentro do estatuto, é disciplinada como sanção nos casos de 
má utilização ou não utilização do solo urbano, o que exige a indenização em 
dinheiro. Seu uso deve ser efetuado quando os demais recursos não demonstrem 
efetividade, sendo comumente vinculado ao IPTU progressivo no tempo. 
As desapropriações destinam-se à viabilização de reformas urbanas, de 
acordo com o Estatuto da Cidade. É um processo lento e formal, que inicia 
pela notificação do proprietário, que deve dar uma destinação social ao seu 
imóvel. Caso essa notificação não seja atendida, o município pode aplicar o 
aumento anual do valor do IPTU, por um período de cinco anos. Somente 
após esse tempo, e caso o proprietário não garanta o uso adequado do imóvel, 
a desapropriação é passível de aplicação.
No Estatuto da Cidade, a desapropriação é pensada em forma de sanção, e 
deve ser utilizada para propiciar a reforma urbana. A administração local deve 
desenvolver legislação específica sobre sua finalidade, meios e justificativas 
de sua aplicação, em áreas ou imóveis isolados, garantindo a sua eficácia. O 
Decreto-lei nº 3365, de 21 de junho de 1941, tornou possível a desapropriação 
quando a área é declarada de utilidade pública, desde que ela se enquadre em 
uma das situações dispostas no art. 5º dessa legislação. Áreas inteiras podem 
9Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística
ser desapropriadas, inclusive a vizinhança de imóvel, ou imóveis. Nesse caso, 
a indenização é direcionada pelo princípio da justa distribuição de benefícios 
e ônus da atividade urbanística.
Você pode ler o Decreto-lei nº 3365/1841, sobre Desa-
propriações por utilidade pública, acessando o link ou 
código a seguir:
https://goo.gl/9oZtE7
Percebe-se, portanto, que a desapropriação está mais bem pensada dentro 
do direito urbanístico, ainda que não tenha sido desenvolvida de maneira 
mais atuante no Estatuto da Cidade. Seu conceito retoma a desapropriação 
tradicional, diferindo-se na forma de pagamento: a transferência compulsória 
da propriedade do proprietário ao poder público é ação decorrente do domí-
nio do interesse público, portanto, é uma forma de expressão de poder do 
público sobre o proprietário a fim de atender necessidades coletivas. Após a 
desapropriação, o município tem cinco anos para promover a adequação do 
bem desapropriado, a fim de devolver sua função social. Caso essa exigência 
não seja cumprida por parte do município, o administrador pode responder 
por improbidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 
1992, podendo retroceder a posse do imóvel ao antigo dono.
A desapropriação é o mais drástico instrumento utilizado pelos municípios, 
pois nesse caso acontece a transferência compulsória de um bem do proprietário 
(particular) para o patrimônio público municipal ou para outro proprietário, 
mediante reposição financeira. A desapropriação, por ser medida extrema-
mente invasiva, só poderá ser utilizada em casos previamente definidos pelo 
legislador municipal, que objetiva, por meio desse instrumento, combater a 
especulação imobiliária e induzir a utilização de áreas da cidade já dotadas 
de infraestrutura urbana.
Os instrumentos de política urbana aqui apresentados demonstram os 
meios pelos quais os municípios podem gerir o espaço urbano, com parcerias, 
chamadas de consórcios, penalizações financeiras, como o IPTU progressivo 
Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística10
https://goo.gl/9oZtE7
1. O déficit habitacional é um dos 
principais problemas enfrentados 
pelos cidadãos das grandes cidades 
no Brasil. Estima-se uma deficiência 
de 6,2 milhões de moradias em 
todo o país, dados do IBGE em 
2015. Em uma das maiores capitais 
no Brasil, São Paulo, o número 
de invasões e ocupações em 
prédios abandonados nas áreas 
centrais da cidade é considerável. 
A Constituição Federal de 1988, 
que garante o acesso universal à 
habitação, visa a garantir o acesso 
à moradia e aos serviços básicos 
a todos os cidadãos; sendo assim, 
qual o instrumento apresentado 
para induzir a utilização de imóveis 
que não cumprem sua função social 
com medidas administrativas?
a) Estudo de impacto de vizinhança.
b) Aprovação de projeto 
habitacional de interesse social.
c) Transferência do direito 
de construir.
d) Imposto predial urbano 
progressivo no tempo.
e) Outorga onerosa do 
direito de construir.
2. Os vazios urbanos são fenômenos 
recorrentes nas médias e grandes 
cidades brasileiras. Segundo o 
Manual de Reabilitação de Áreas 
Urbanas Centrais, o vazio urbano 
pode ser definido como o espaço 
localizado dentro da malha 
urbana consolidada, em uma 
área caracterizada por grande 
diversidade de espaços edificados, 
que podem ser zonas industriais, 
armazéns e depósitos industriais 
desocupados ou subutilizados, 
edifícios centrais abandonados 
ou corredores e pátios ferroviários 
desativados. Fonte: Brasil (2008).
A respeito dos vazios urbanos 
e seu impacto nas cidades 
brasileiras, podemos afirmar que:
a) Os vazios urbanos podem 
dificultar a estruturação do 
tecido urbano, impossibilitando 
a adequada distribuição de 
infraestrutura, equipamentos 
e serviços públicos.
b) A existência de vazios urbanos 
permite maior flexibilidade 
na transformação do solo, 
garantindo a expansão ordenada 
da cidade e a adequada 
distribuição de densidades 
demográficas no espaço urbano.
c) Os vazios urbanos em zonas 
centrais são desejáveis, pois 
possibilitam a reserva fundiária 
para que o mercado imobiliário 
e o setor da construção 
no tempo, e, em último caso, desapropriação de imóveis que não estejam 
adequados ao meio urbano local. Esses, entre outros instrumentos, buscam 
tornar nossas cidades locais que promovam o bem-estar social da população. 
Se esses são os meios que para se alcançar tal objetivo, então devem ser 
aplicados, mas sempre de maneira cautelosa.
11Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística
civil possam atuar para 
promover o desenvolvimento 
da economia do lugar.
d) A compreensão dos vazios 
urbanos é necessária, 
porém esses vazios nada 
influenciam nas relações 
sociais e no desenvolvimento 
da malha urbana.
e) Os vazios urbanos podem 
dificultar o desenvolvimento 
da malha urbana, sendo 
assim, o mercado imobiliário 
deve ter livre acesso a esses 
espaços para poder alavancar 
o setor econômico e a 
construção civil nesses locais.
3. O paradigma de cidades dispersas 
retrata uma nova realidade que não 
se restringe ao contexto brasileiro ou 
latino americano — ela é global. Isso 
gera muitos gastos para a sociedade, 
pelas maiores distâncias a serem 
percorridas e pela necessidade de 
mais quilômetros de infraestrutura. 
Sobre as cidades dispersas:
I. Garante muitos benefícios para 
mercado —aumento dos valores 
dos terrenos e direcionamento de 
gastos com o desenvolvimento 
de infraestrutura.
II. Garante muitos benefícios 
para a população — aumento 
dos valores dos terrenos e o 
direcionamento de gastos 
com desenvolvimento 
de infraestrutura;
III. As cidades com presença 
de vazios urbanos obrigam 
a população a percorrer 
caminhos mais longos para 
chegar aos destinos.
A respeito disso, assinale 
a opção correta.
a) I e II estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I está incorreta.
d) III está incorreta.
e) I e III estão corretas.
4. A operação urbana permite a 
atuação da iniciativa privada em 
conjunto com o poder públicoe 
está disposta no Estatuto da Cidade. 
Para que a operação urbana tenha 
sucesso, é necessário despertar o 
interesse do investidor privado com 
a flexibilização da lei de zoneamento, 
permitindo que se possa construir 
além do estabelecido, como a 
implantação das chamadas obras 
âncoras. Assim a lógica dessas 
operações está baseada sempre em 
movimentar grandes quantidades 
de recursos, realizando primeiro 
as transformações estruturais com 
avenidas, túneis, pontes entre outras.
Qual a primeira atitude a ser 
explorada no planejamento 
de uma operação urbana?
a) Desapropriação, todas as 
intervenções devem ocorrer 
depois da desapropriação.
b) Obras, as obras chamadas 
âncoras devem ser o primeiro 
passo para a definição 
da operação urbana.
c) A definição do perímetro 
da operação, e todas as 
intervenções devem acontecer 
dentro do perímetro. É como se 
fosse um plano a parte dentro 
do Plano Diretor da cidade.
d) A definição de orçamento da 
obra, é notório o conhecimento 
que, para o início de 
qualquer grande projeto, é 
necessário o orçamento.
Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística12
e) Geração de lucros, a principal 
motivação da operação urbana 
para a cidade e a população 
é a geração de lucros;
5. O Estatuto da Cidade prevê a 
possibilidade de cobrança do 
Imposto Predial e Territorial Urbano 
(IPTU) progressivo no tempo 
como sanção à não utilização ou 
subutilização de imóvel urbano. 
O que é correto dizer quanto 
ao prazo da cobrança do IPTU 
e ao padrão de alíquotas?
a) O IPTU progressivo pode 
ter alíquotas diferentes em 
cada município, ou seja, não 
há um padrão adorado. 
b) O IPTU progressivo pode ser 
cobrado por até dez anos e 
ter alíquota máxima de 15%. 
c) O IPTU progressivo pode ser 
cobrado por até cinco anos e 
ter alíquotas máxima de 15%. 
d) O IPTU progressivo pode ser 
cobrado por até cinco anos e 
ter alíquota máxima de 10%. 
e) O IPTU progressivo pode ser 
cobrado por até dez anos e 
ter alíquota máxima de 20%.
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BRASIL. Lei nº. 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Consti-
tuição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providên-
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13Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística
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Leitura recomendadas
BRASIL. Lei nº. 13.465, de 11 de julho de 2017. Dispõe sobre a regularização fundiária 
rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma 
agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal; institui me-
canismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da 
União; altera as Leis nos 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, 13.001, de 20 de junho de 
2014, 11.952, de 25 de junho de 2009, 13.340, de 28 de setembro de 2016, 8.666, de 
21 de junho de 1993, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 12.512, de 14 de outubro de 
2011, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), 13.105, de 16 de março de 2015 
(Código de Processo Civil), 11.977, de 7 de julho de 2009, 9.514, de 20 de novembro 
de 1997, 11.124, de 16 de junho de 2005, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 10.257, 
de 10 de julho de 2001, 12.651, de 25 de maio de 2012, 13.240, de 30 de dezembro 
de 2015, 9.636, de 15 de maio de 1998, 8.036, de 11 de maio de 1990, 13.139, de 26 de 
junho de 2015, 11.483, de 31 de maio de 2007, e a 12.712, de 30 de agosto de 2012, a 
Medida Provisória no 2.220, de 4 de setembro de 2001, e os Decretos-Leis nos 2.398, 
de 21 de dezembro de 1987, 1.876, de 15 de julho de 1981, 9.760, de 5 de setembro 
de 1946, e 3.365, de 21 de junho de 1941; revoga dispositivos da Lei Complementar 
no 76, de 6 de julho de 1993, e da Lei no 13.347, de 10 de outubro de 2016; e dá 
outras providências. Brasília, DF, 2017. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13465.htm>. Acesso em: 30 maio 2018.
Consórcio imobiliário urbanístico, IPTU progressivo no tempo e desapropriação-sanção urbanística14
http://www.planalto.gov.br/
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